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ÀS PORTAS DE ULTIMA THULE: NEW HORIZONS FAZ PRIMEIRA DETEÇÃO DO SEU PRÓXIMO ALVO DE "FLYBY"
31 de agosto de 2018

 


A figura à esquerda é uma composição produzida através da soma de 48 diferentes exposições obtidas pelo LORRI da New Horizons, cada com 29,967 segundos, obtidas no dia 16 de agosto de 2018. A posição prevista do objeto da Cintura de Kuiper, com a alcunha de Ultima Thule, está no centro da caixa amarela e é indicada pela mira, logo acima e para a esquerda de uma estrela próxima que é mais ou menos 17 vezes mais brilhante que Ultima. À direita temos uma imagem ampliada da região na caixa amarela, depois da subtração de um "modelo" do campo estelar de fundo obtido pelo LORRI em setembro de 2017 antes de detetar o próprio objeto. Ultima é claramente visível nesta imagem subtraída e está muito próximo da posição prevista pelos cientistas, indicando à equipa que a New Horizons está apontada na direção correta. Os muitos artefactos na imagem subtraída são provocados ou por pequenos erros de registo entre as novas imagens do LORRI e o "modelo", ou por variações intrínsecas de brilho estelar. À altura destas observações, Ultima Thule estava a 172 milhões de quilómetros da sonda New Horizons e a 6,5 mil milhões de quilómetros do Sol.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI
(clique na imagem para ver versão maior)

 

A sonda New Horizons da NASA fez a primeira deteção do seu próximo alvo de passagem rasante, o objeto da Cintura de Kuiper apelidado Ultima Thule, mais de quatro meses antes do encontro do dia de Ano Novo de 2019.

Os membros da equipa da missão ficaram entusiasmados - se não um pouco surpresos - que o instrumento LORRI (Long Range Reconnaissance Imager) da New Horizons tivesse sido capaz de ver o objeto pequeno e ténue a mais de 1,6 milhões de quilómetros de distância e contra um fundo denso de estrelas. Obtida no dia 16 de agosto e transmitida através da DSN (Deep Space Network) da NASA nos dias seguintes, o conjunto de 48 imagens marcou a primeira tentativa da equipa em encontrar Ultima com as próprias câmaras da sonda.

"O campo da imagem é extremamente rico em estrelas de fundo, o que torna difícil a deteção de objetos fracos," comenta Hal Weaver, cientista do projeto New Horizons e investigador principal do LORRI no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins em Laurel, no estado norte-americano de Maryland. "É como encontrar uma agulha num palheiro. Nestas primeiras imagens, Ultima aparece apenas como uma 'protuberância' no lado de uma estrela de fundo aproximadamente 17 vezes mais luminosa, mas Ultima ficará mais brilhante - e mais fácil de ver - à medida que a nave espacial se aproximar."

Esta primeira deteção é importante porque as observações que a New Horizons fizer de Ultima nos próximos quatro meses ajudarão a equipa a aperfeiçoar a trajetória da sonda em direção à maior aproximação do objeto, pelas 05:33 (hora portuguesa) do dia 1 de janeiro de 2019. O facto de que Ultima está onde os cientistas da missão esperavam que estivesse - precisamente na posição prevista, usando dados recolhidos pelo Telescópio Espacial Hubble - indica que a equipa já tem uma boa ideia da órbita de Ultima.

O "flyby" por Ultima será a primeira exploração de perto de um pequeno objeto da Cintura de Kuiper e a mais longínqua para qualquer corpo planetário na história da Humanidade, quebrando o recorde que a própria New Horizons estabeleceu em Plutão em julho de 2015 em cerca de 1,6 mil milhões de quilómetros. Estas imagens são também as mais distantes do Sol já captadas, quebrando o recorde estabelecido pela imagem da Terra, "Pálido Ponto Azul" da Voyager 1, em 1990 (a New Horizons estabeleceu o recorde de imagem mais distante da Terra em dezembro de 2017).

"A nossa equipa trabalhou arduamente para determinar se Ultima era detetado pelo LORRI a uma distância tão grande, e o resultado é um claro sim," comenta Alan Stern, investigador principal da New Horizons, do SwRI (Southwest Research Institute) em Boulder, Colorado, EUA. "Agora temos Ultima na nossa 'mira', muito mais longe do que se imaginava ser possível. Estamos à porta de Ultima, e espera-nos uma exploração incrível!"

 


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NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
Universe Today
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ScienceNews
Gizmodo
The Verge

Ultima Thule (2014 MU69):
Wikipedia 
NASA

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