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HUBBLE CELEBRA 29.º ANIVERSÁRIO COM UM OLHAR COLORIDO DA NEBULOSA DO CARANGUEJO DO SUL
23 de abril de 2019

 


A Nebulosa do Caranguejo do Sul - a imagem que comemora os 29 anos do Hubble.
Crédito: NASA, ESA e STScI

 

Em celebração do 29.º aniversário do lançamento do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, os astrónomos capturaram este olhar festivo e colorido da Nebulosa do Caranguejo do Sul.

A nebulosa, oficialmente conhecida como Hen 2-104, está localizada a vários milhares de anos-luz da Terra na direção da constelação do hemisfério sul de Centauro. Parece ter duas estruturas aninhadas em forma de ampulheta que foram esculpidas por um par de estrelas num sistema binário. O duo consiste de uma estrela gigante vermelha envelhecida e uma estrela moribunda, uma anã branca. A gigante vermelha está a derramar as suas camadas externas. Parte deste material ejetado é atraído pela gravidade da anã branca companheira.

O resultado é que ambas as estrelas estão embebidas num disco plano de gás que se estende entre elas. Esta cintura de material restringe o fluxo exterior de gás, de modo que apenas se desloca para cima e para baixo do disco. O resultado é uma nebulosa em forma de ampulheta.

As bolhas de gás e poeira parecem mais brilhantes nas bordas, dando a ilusão de estruturas em forma de pernas de caranguejo. Estas "pernas" são provavelmente os locais onde o fluxo choca com o gás e com a poeira interestelar circundante, ou possivelmente material que foi perdido anteriormente pela estrela gigante vermelha.

O fluxo pode durar apenas alguns milhares de anos, uma fração minúscula do tempo de vida do sistema. Isto significa que a estrutura externa pode ter apenas milhares de anos, mas a ampulheta interna deve ser um evento de fluxo mais recente. A gigante vermelha acabará por colapsar para se tornar numa anã branca. Seguidamente, o par sobrevivente de anãs brancas irá iluminar uma concha de gás a que chamamos nebulosa planetária.

O objeto foi relatado pela primeira vez no final da década de 1960, mas assumiu-se que era uma estrela comum. Em 1989, os astrónomos usaram o Observatório La Silla do ESO, no Chile, para fotografar uma nebulosa estendida em forma de caranguejo, formada por bolhas simétricas.

Estas observações iniciais apenas mostraram a ampulheta exterior emanada da região central brilhante. O Hubble fotografou o Caranguejo do Sul em 1999 para revelar complexas estruturas aninhadas. Estas últimas imagens foram obtidas em março de 2019 com um amplo conjunto de filtros do mais recente e nítido detetor do telescópio espacial, o WFC3 (Wide Field Camera 3). Esta imagem é uma composição de observações feitas em várias cores que correspondem aos gases incandescentes na nebulosa. O vermelho é o enxofre, o verde é hidrogénio, o laranja é azoto e o azul é oxigénio.

O Hubble foi lançado no dia 24 abril de 1990, a bordo do vaivém espacial Discovery. A partir do seu "poleiro" em órbita da Terra, longe dos efeitos distorcidos da atmosfera do nosso planeta, o Hubble observa o Universo no ultravioleta próximo, no visível e no infravermelho próximo. Ao longo dos últimos 29 anos, as descobertas do telescópio espacial revolucionaram quase todos os campos da astronomia e da astrofísica. Entre os feitos mais importantes do Hubble estão as vistas mais profundas do Universo em evolução, a descoberta de discos de formação planetária em redor de estrelas próximas, o estudo da química das atmosferas de planetas em torno de outras estrelas, a identificação do primeiro buraco negro supermassivo no coração de uma galáxia vizinha e evidências de um universo em aceleração, impulsionado talvez por alguma fonte desconhecida de energia no tecido do espaço.

 


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Este diagrama traça a estrutura em forma de ampulheta formada por um par de bolhas enormes e bipolares ejetadas pela estrela dupla no centro da Nebulosa do Caranguejo do Sul. Os gases estão demasiado dispersos para a forma completa da ampulheta ser fotografada. Ao invés, as bolhas parecem mais brilhantes nas bordas, dando a ilusão de estruturas em forma de pernas de caranguejo. As estrelas provavelmente estão inseridas num disco de material que restringe e direciona o fluxo de gás do sistema. Este disco aparentemente também lançou jatos gémeos de material que formam nós longe do sistema quando chocam com o material interestelar.
Crédito: NASA, ESA e A. Feild (STScI)


Este diagrama ilustra como as observações espectrais pelo Telescópio Espacial Hubble foram usadas para estudar a composição química da Nebulosa do Caranguejo do Sul. Energizada por radiação de um par de estrelas brilhantes, cada um destes elementos brilha em cores específicas de luz que correspondem ao hidrogénio, enxofre, oxigénio e azoto.
Crédito: NASA, ESA e J. DePasquale (STScI)


// NASA (comunicado de imprensa)
// Hubble/ESA (comunicado de imprensa)
// ESA (comunicado de imprensa)
// Hubblecast 119: o 29.º aniversário do Hubble (HubbleESA via YouTube)

Saiba mais

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Ampliando a Nebulosa do Caranguejo do Sul (HubbleESA via YouTube)
A formação da Nebulosa do Caranguejo do Sul (HubbleESA via YouTube)
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PHYSORG
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Correio da Manhã
Observador
Visão

Nebulosa do Caranguejo do Sul:
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais

 
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