Investigadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, EUA, fizeram uma descoberta empolgante de um planeta com 3 milhões de anos, IRAS 04125+2902 b, também conhecido como TIDYE-1b - à escala humana, o equivalente em idade a um bebé de duas semanas. Este planeta recém-descoberto desafia as teorias anteriores sobre a velocidade de formação dos planetas. Ao passo que a Terra demorou 10 a 20 milhões de anos a formar-se, TIDYE-1b surgiu em apenas 3 milhões de anos e completa uma órbita em torno da sua estrela aproximadamente a cada semana.
Esta investigação proporciona um vislumbre revolucionário das fases iniciais da formação planetária, estabelecendo uma nova referência para planetas jovens e marcando um passo em frente na nossa compreensão de sistemas planetários para lá do nosso.
"A astronomia ajuda-nos a explorar o nosso lugar no Universo - de onde viemos e para onde podemos ir. Descobrir planetas como este permite-nos olhar para trás no tempo, vislumbrando a formação planetária à medida que esta acontece", disse Madyson Barber, autora principal do estudo e investigadora do departamento de física e astronomia da UNC-Chapel Hill.
A equipa de investigadores tinha como objetivo explorar a forma como os planetas se formam e evoluem, com foco na identificação de planetas em várias fases para melhor compreender estes processos. TIDYE-1b, o mais jovem planeta conhecido em trânsito, fornece uma janela única para o ambiente de um sistema planetário emergente. Esta descoberta lança luz sobre as potenciais diferenças entre o nosso Sistema Solar e os sistemas que albergam planetas gigantes próximos da sua estrela como TIDYE-1b, fornecendo um maior contexto para a nossa própria vizinhança cósmica.
Esta descoberta abre novas vias de investigação, uma vez que este planeta, ainda dentro do seu disco natal de material, permite aos cientistas estudar em detalhe o processo de formação. Estudos posteriores irão analisar como a atmosfera do planeta se compara com o material do disco circundante, fornecendo pistas sobre a sua viagem até à sua órbita íntima. Os investigadores vão também examinar se TIDYE-1b ainda está a crescer por acreção de material ou se está a perder a sua atmosfera superior devido à influência da sua estrela hospedeira.
"Os planetas formam-se tipicamente a partir de um disco plano de poeira e gás, e é por isso que os planetas do nosso Sistema Solar estão alinhados numa disposição tipo 'panqueca'. Mas aqui, o disco está inclinado, desalinhado tanto com o planeta como com a sua estrela - uma reviravolta surpreendente que desafia a nossa compreensão atual de como os planetas se formam", disse Andrew Mann, professor de física e astronomia na mesma universidade norte-americana.
A técnica usada para detetar o planeta torna esta descoberta especialmente significativa. Normalmente, os planetas no limite do seu sistema solar tão jovem são impossíveis de observar devido à interferência do disco circundante. No entanto, o disco da estrela está deformado, permitindo uma rara oportunidade de observação. A equipa de investigação utilizou um algoritmo de pesquisa especialmente concebido, Notch, e métodos refinados de extração de dados da missão TESS da NASA para detetar e confirmar este planeta. O acesso da colaboração a vários telescópios facilitou a verificação da descoberta, assegurando que o sinal era planetário.
O artigo científico está disponível online na revista Nature.
// Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (comunicado de imprensa)
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// Artigo científico (Nature)
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