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HUBBLE E VLT PROVIDENCIAM VISÕES 3-D ÚNICAS DE GALÁXIAS DISTANTES
13 de Março de 2009

 

Os astrónomos obtiveram excepcionais imagens tridimensionais de galáxias distantes, observadas quando o Universo tinha metade da sua idade actual, ao combinar as forças gémeas do poderoso olho do Telescópio Espacial Hubble da NASA, com a capacidade do VLT (Very Large Telescope) do ESO de estudar os movimentos de gás em pequenos objectos. Ao espreitar este "livro de história" sem paralelo do nosso Univservo, numa época em que o Sol e a Terra ainda não existiam, os cientistas esperam resolver o puzzle de como as galáxias se formaram no remoto passado.

Durante décadas, as galáxias distantes que emitiram a sua luz há seis mil milhões de anos atrás, não foram mais do que pequenos pontos de luz no céu. Com o lançamento do Telescópio Espacial Hubble no início da década de 90, os astrónomos foram capazes de examinar, pela primeira vez e em detalhe, a estrutura de galáxias distantes. Sob os esplêndidos céus de Paranal, o espectógrafo FLAMES/GIRAFFE do VLT - que obtém simultaneamente espectros de pequenas áreas de objectos relativamente grandes - pode agora observar os movimentos do gás nestas distantes galáxias.

"Esta preciosa combinação entre o Hubble e o VLT permite-nos modelar galáxias distantes quase tão bem como galáxias mais próximas," diz François Hammer, que lidera e quipa. "Em efeito, o FLAMES/GIRAFFE agora permite-nos medir a velocidade do gás em vários locais nestes objectos. Isto significa que podemos ver como o gás se move, o que nos fornece uma visão tridimensional de galáxias com metade da idade do Universo."

A equipa empreendeu a tarefa herculeana de reconstituir a história de aproximadamente uma centena de galáxias remotas, observadas com o Hubble e com o GIRAFFE no VLT. Os primeiros resultados estão a chegar e já providenciaram informações úteis de três galáxias.

Numa das galáxias, o espectógrafo GIRAFFE revelou uma região cheia de gás ionizado, isto é, gás quente composto de átomos a quem foram retirados um ou vários electrões. Isto é normalmente devido à presença de estrelas jovens e muito quentes. No entanto, mesmo após observar a região durante mais de 11 dias, o Hubble não detectou quaisquer estrelas! "Claramente esta galáxia invulgar tem alguns segredos por desvendar," afirma Mathieu Puech, autor principal de um dos artigos deste estudo. As comparações com simulações computacionais sugerem que a explicação reporta-se à colisão de duas galáxias espirais, muito ricas em gás. O calor produzido pela colisão teria ionizado o gás, tornando-o demasiado quente para a formação estelar.

Outra galáxia que os astrónomos estudaram mostra o efeito contrário. Aí, descobriram uma região central azulada, rodeada por um disco avermelhado, quase completamente obscurecido por poeira. "Os modelos indicam que o gás e as estrelas podem estar a espiralar rapidamente para dentro," diz Hammer. Este pode ser o primeiro exemplo da reconstrução de um disco após uma grande fusão.

Finalmente, numa terceira galáxia, os astrónomos identificaram uma estrutura alongada, extremamente azul, muito invulgar - uma barra - composta por estrelas jovens e massivas, raramente observadas em galáxias vizinhas. As comparações com as simulações computacionais mostraram aos astrónomos que as propriedades deste objecto são bem reproduzidas por uma colisão entre duas galáxias de massa desigual.

"A combinação única do Hubble com o FLAMES/GIRAFFE do VLT torna possível a modelação de galáxias distantes em grande detalhe, e o alcançar de um consenso acerca do papel crucial das colisões galácticas sobre a formação de estrelas num passado remoto," diz Puech. "Devido a agora sermos capazes de observar como o gás se move, conseguimos traçar a massa e as órbitas de galáxias ancestrais com relativamente alguma precisão. O Hubble e o VLT são verdadeiras 'máquinas do tempo' para o estudo da história do Universo," acrescenta Sébastien Peirani, autor principal de outro artigo acerca deste estudo.

Os astrónomos estão agora a alargar a sua análise para a totalidade da amostra de galáxias observadas. "O próximo passo será a comparação destas galáxias com galáxias mais próximas, para tentar obter uma imagem da evolução das galáxias ao longo dos últimos seis a oito mil milhões de anos, isto é, mais de metade da idade do Universo," conclui Hammer.

Links:

Notícias relacionadas:
Comunicado de imprensa (ESO)
Universe Today
Science Daily
Space Daily
PHYSORG.com
SpaceInfo News
Softpedia
EurekAlert!
Sify News

Galáxias:
Wikipedia
CCVAlg - O que são as galáxias
CCVAlg - A descoberta das galáxias
CCVAlg - Galáxias espirais
CCVAlg - Galáxias espiral-barradas

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA
STScI
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

 


Uma imagem tridimensional de galáxias distantes.
Crédito: ESO
(clique na imagem para ver versão maior)



Medindo os movimentos em 3 distantes galáxias.
Crédito: ESO/Hammer et al.
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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