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CHINA LANÇA ROVER PARA EXPLORAR A FACE OCULTA DA LUA
11 de dezembro de 2018

 


O foguetão Long March 3B levanta voo do centro de lançamento Xichang.
Crédito: Wikipedia
(clique na imagem para ver versão maior)

 

A China lançou um rover no passado sábado que vai aterrar no lado oculto da Lua, a primeira vez que tal acontece. A missão da sonda lunar Chang'e 4 - cujo nome honra a deusa da Lua na mitologia chinesa - levantou voo às 18:23 a partir do centro de lançamento Xichang a bordo de um foguetão Long March 3B.

O lançamento marcou o início de uma longa viagem até ao outro lado da Lua, com aterragem prevista para os primeiros dias do Ano Novo, com o objetivo de realizar experiências e investigar o terreno nunca antes percorrido. "Chang'e 4 é a primeira sonda da humanidade a aterrar e a explorar o outro lado da Lua," disse o comandante da missão, He Rongwei. "Esta missão é também o mais significativo projeto de exploração do espaço profundo do mundo em 2018".

Ao contrário do lado visível da Lua, que mostra sempre a mesma face para a Terra e tem muitas áreas planas para aterragem, o lado oculto é montanhoso e acidentado. Foi somente em 1959 que a União Soviética captou as primeiras imagens da superfície altamente craterada, desvendando parte do mistério do lado sombrio do nosso satélite natural.

Ainda nenhum "lander" ou rover tocou a superfície do lado oculto, colocando a China como a primeira nação a explorar a área "in situ".

Não é um feito tecnológico fácil - a China preparou este momento durante anos. Um dos grandes desafios da missão é comunicar com o veículo robótico: dado que a outra face da Lua aponta sempre na direção oposta à da Terra, não há nenhuma "linha de visão" direta para os sinais. Como solução, a China lançou em maio o satélite Queqiao para órbita lunar, posicionando-o de modo a transmitir dados e comandos entre a missão e a Terra.

Para complicar ainda mais as coisas, o Chang'e 4 vai pousar na Bacia Aitken na região polar sul da Lua - conhecida pelo seu terreno escarpado e complexo. A missão transporta seis experiências chinesas e quatro estrangeiras. Estas incluem estudos radioastronómicos de baixa frequência - com o objetivo de obter vantagens da falta de interferência no lado oculto - bem como testes de radiação e de minerais.

Pequim está a realizar um enorme investimento financeiro nestes programas espaciais, na esperança de ter uma estação espacial tripulada em 2022 e de, eventualmente, enviar humanos até à Lua. A missão Chang'e 4 é um passo nessa direção, importante para ganhar a experiência necessária para explorar e colonizar a Lua.

Chang'e 4 será a segunda sonda chinesa a aterrar no nosso satélite, depois da missão do rover Yutu em 2013. Uma vez à superfície, enfrentará uma série de desafios extremos. Durante a noite lunar - que dura 14 dias terrestres - as temperaturas caem para os -173º C. Durante o dia lunar, também com a duração de 14 dias terrestres, as temperaturas atingem os 127º C. Os instrumentos do rover têm que suportar estas flutuações e têm que gerar energia suficiente para o proteger e sustentar durante a noite longa. O Yutu superou esses desafios e, após alguns obstáculos iniciais, explorou a superfície da Lua durante 31 meses. O seu sucesso proporcionou um grande impulso ao programa espacial da China.

Pequim planeia enviar outro módulo lunar, Chang'e-5, já no ano que vem para recolher amostras e trazê-las para a Terra. É apenas um dos muitos objetivos ambiciosos da China, que incluem um foguetão reutilizável em 2021, poderoso e capaz de fornecer cargas mais pesadas do que as da NASA e da empresa privada SpaceX, uma base lunar, uma estação espacial permanentemente tripulada e um rover marciano.

 


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Os três componentes da missão Chang'e 4, o módulo de aterragem, o rover e o satélite Queqiao que vai servir como relé da transmissão de dados.
Crédito: CASC
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