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SUPERGIGANTE BETELGEUSE É MAIS PEQUENA, ESTÁ MAIS PERTO DO QUE SE PENSAVA
20 de outubro de 2020

 


Ao contrário de muitas estrelas, Betelgeuse é grande o suficiente e está perto o suficiente para os cientistas a resolverem com instrumentos como o telescópio ALMA.
Crédito: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/E. O'Gorman/P. Kervella

 

De acordo com um novo estudo feito por uma equipa internacional de investigadores, podem ser necessários mais 100.000 anos até que a estrela gigante vermelha Betelgeuse morra numa explosão de fogo.

O estudo, liderado pela Dra. Meridith Joyce da Universidade Nacional Australiana, não só dá a Betelgeuse um novo sopro de vida, como mostra que é mais pequena e está mais próxima da Terra do que se pensava anteriormente.

A Dra. Joyce diz que a supergigante - que faz parte da constelação de Orionte - há muito que fascina os cientistas. Mas, ultimamente, tem-se comportado de maneira estranha.

"Normalmente é uma das estrelas mais brilhantes do céu, mas observámos duas quedas no brilho de Betelgeuse desde o final de 2019," disse a Dra. Joyce.

"Isto levou à especulação de que podia estar prestes a explodir. Mas o nosso estudo fornece uma explicação diferente.

"Sabemos que o primeiro evento de escurecimento envolveu uma nuvem de poeira. Descobrimos que o segundo evento, menor, foi provavelmente devido às pulsações da estrela."

Os investigadores conseguiram usar modelagem hidrodinâmica e sísmica para aprender mais sobre a física que impulsiona estas pulsações - e ter uma ideia mais clara da fase da vida em que Betelgeuse se encontra.

De acordo com o coautor, o Dr. Shing-Chi Leung da Universidade de Tóquio, a análise "confirmou que as ondas de pressão - essencialmente, ondas de som - foram a causa da pulsação de Betelgeuse."

"Está de momento a queimar hélio no seu núcleo, o que significa que não está nem perto de explodir," disse a Dra. Joyce.

"É provável que a explosão só ocorra daqui a mais ou menos 100.000 anos."

O Dr. László Molnár, coautor do estudo do Observatório Konkoly em Budapeste, diz que o estudo também revelou o quão grande é Betelgeuse, e a sua distância à Terra.

"O tamanho físico real de Betelgeuse tem sido um pouco misterioso - estudos anteriores sugeriram que podia ser maior do que a órbita de Júpiter. Os nossos resultados dizem que Betelgeuse estende-se apenas a dois-terços dessa distância, com um raio de 750 vezes o raio do Sol," disse o Dr. Molnár.

"Assim que obtivemos o tamanho físico da estrela, pudemos determinar a distância à Terra. Os nossos resultados mostram que está a apenas 530 anos-luz de nós - 25% mais perto do que se pensava."

A boa notícia é que Betelgeuse ainda está demasiado longe da Terra para que a eventual explosão tenha aqui um impacto significativo.

"A explosão de uma supernova ainda é um evento muito importante. E este é o nosso candidato mais próximo. Isto dá-nos uma oportunidade rara de estudar o que acontece com estrelas como esta antes de explodirem," conclui a Dra. Joyce.

 


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// Universidade Nacional Australiana (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astrophysical Journal)
// Artigo científico (arXiv.org)

Saiba mais

CCVAlg - Astronomia:
18/08/2020 - Hubble ajuda a resolver o mistério do escurecimento de Betelgeuse
03/03/2020 - Os últimos suspiros de uma estrela massiva
18/02/2020 - Telescópio do ESO observa a superfície de Betelgeuse a diminuir de brilho

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Betelgeuse:
Wikipedia

Supergigante vermelha:
Wikipedia

Supernova:
Wikipedia

 
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