Problemas ao ver este email? Consulte a versão web.

Edição n.º 1059
02/05 a 05/05/2014
 
Siga-nos:      
 

02.05.2014 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
20h30 – 23h00
Público: Público em geral
Local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/estudantes/reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 922
Apresentação às estrelas inclui uma apresentação sobre um tema de astronomia seguida de observação astronómica noturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável).

31.05.14 - DESCOBRINDO O SOL
15h00 – 16h00 (actividade incluída na visita ao centro; 1€ para participantes que não visitem o Centro – crianças até 12 anos grátis)
Público: Público em geral
Local: CCVAlg
A actividade consiste na observação do Sol em segurança, e tem por objectivo dar algumas características da nossa estrela, podendo incluir outras actividades relacionadas com o Sol e o aproveitamento da energia solar.

 
EFEMÉRIDES

Dia 02/05: 122.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Trânsito da sombra de Europa, entre as 18:27 e as 21:17.
Ocultação de Io, entre as 19:57 e as 22:17.
Quanto tempo depois do pôr-do-Sol consegue as primeiras estrelas e planetas? O objecto mais brilhante é Júpiter. Procure-o bem alto a Oeste, cerca de 22º para cima e um pouco para a esquerda da Lua. O segundo mais brilhante é Sirius, mergulhando a Sudoeste.

Dia 03/05: 123.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1715, durante um eclipse na Inglaterra, Edmond Halley é o primeiro a registar o fenómeno mais tarde conhecido por Contas de Baily (há quem diga que Francis Baily foi o primeiro a notar estes efeitos mais tarde em 1836, daí o seu nome).

Também observa proeminências vermelhas e brilhantes e a assimetria este-oeste na coroa, que atribui a uma atmosfera na Lua ou no Sol.
Observações: A Lua Crescente brilha para baixo de Júpiter a Oeste e ao lusco-fusco. Por cima de Júpiter encontram-se Pollux e Castor.

Dia 04/05: 124.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1989 era lançada a missão Magalhães para Vénus.

O seu objectivo era obter imagens de alta-resolução de toda a superfície do planeta. Tempo de duração da viagem: 1 ano, 3 meses e 6 dias. Depois uma missão carregada de êxitos, ordenou-se à sonda para penetrar na densa atmosfera do planeta a 11 de Outubro de 1994.
Observações: Esta noite, Júpiter encontra-se para a direita da Lua. Estão separados por cerca de 6,5º, a Oeste ao anoitecer.

Dia 05/05: 125.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1961, Alan Shepard torna-se o primeiro americano no espaço, a bordo da nave Freedom 7

O seu voo sub-orbital dura 15 minutos.
Observações: As três estrelas mais brilhantes de Maio ao caír da noite são todas de magnitude zero: Capella a Noroeste, Vega mais baixo a Nordeste e Arcturo alta a Este.
Aproveite a noite para observar telescopicamente os planetas Júpiter, Marte e Saturno. Júpiter encontra-se a Oeste, para a direita e um pouco para baixo da Lua; Marte está alto a Sul-Sudeste, e Saturno está baixo a Sudeste.
Trânsito de Ganimedes, entre as 21:31 e as 01:59 (já de dia 06).

 
CURIOSIDADES


Sabia que a Estação Espacial Internacional tem um livestream da Terra, 24 horas por dia? Consulte a versão HD aqui!!

 
MEDIDA PELA PRIMEIRA VEZ A DURAÇÃO DE UM DIA NUM EXOPLANETA
Impressão de artista que mostra o planeta a orbitar a jovem estrela Beta Pictoris. Este exoplaneta é o primeiro para o qual se mediu a taxa de rotação. O seu dia de oito horas corresponde a uma velocidade de rotação equatorial de 100.000 quilómetros por hora - muito mais rápido do que qualquer planeta do Sistema Solar.
Crédito: ESO, L. Calçada/N. Risinger (skysurvey.org)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Com o auxílio de observações obtidas com o VLT (Very Large Telescope) do ESO conseguiu-se, pela primeira vez, determinar a taxa de rotação de um exoplaneta. Descobriu-se que Beta Pictoris b tem um dia que dura apenas 8 horas, um valor muito menor do que o observado em qualquer planeta no Sistema Solar - o equador do exoplaneta desloca-se a quase 100.000 quilómetros por hora. Este novo resultado permite estender aos exoplanetas a relação entre massa e rotação observada no Sistema Solar. Técnicas semelhantes permitirão aos astrónomos mapear exoplanetas com todo o pormenor, no futuro, utilizando o E-ELT (European Extremely Large Telescope).

O exoplaneta Beta Pictoris b orbita a estrela visível a olho nu Beta Pictoris, que se situa a cerca de 63 anos-luz de distância da Terra na constelação austral do Pintor. Este planeta foi descoberto há quase seis anos, tendo sido um dos primeiros exoplanetas para o qual se conseguiu obter uma imagem directa. Este objecto orbita a sua estrela a uma distância que é de apenas oito vezes a distância Terra-Sol - o que faz com que seja o exoplaneta mais próximo da sua estrela para o qual se obteve uma imagem directa.

Com o auxílio do instrumento CRIRES montado no VLT, uma equipa de astrónomos holandeses da Universidade de Leiden e do Instituto Holandês de Investigação Espacial (SRON, acrónimo do holandês) descobriram que a velocidade de rotação equatorial do exoplaneta Beta Pictoris b é quase 100.000 quilómetros por hora. Comparativamente, o equador de Júpiter tem uma velocidade de cerca de 47.000 quilómetros por hora, enquanto o da Terra viaja a apenas 1700 quilómetros por hora. Beta Pictoris b é mais de 16 vezes maior que a Terra e possui 3000 vezes mais massa que o nosso planeta, no entanto um dia neste exoplaneta dura apenas 8 horas.

"Não sabemos porque é que alguns planetas rodam mais depressa que outros," diz o co-autor deste trabalho Remco de Kok, "mas esta primeira medição da rotação de um exoplaneta mostra que a tendência observada no Sistema Solar de que os planetas de maior massa rodam mais depressa, pode aplicar-se de igual modo aos exoplanetas, o que nos leva a pensar que este efeito deve ser alguma consequência universal do modo como os planetas se formam."

Este gráfico mostra as velocidades de rotação de vários planetas do Sistema Solar e do planeta Beta Pictoris b.
Crédito: ESO/I. Snellen (Universidade de Leiden)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Beta Pictoris b é um planeta muito jovem, apenas com cerca de 20 milhões de anos (comparativamente, a Terra tem 4,5 mil milhões de anos de idade). Com o passar do tempo, espera-se que o exoplaneta arrefeça e encolha, o que fará com que rode ainda mais depressa. Por outro lado, outro tipo de processos podem influenciar a variação da rotação de um planeta. Por exemplo, a rotação da Terra está a diminuir com o tempo, em consequência das interacções de maré com a nossa Lua.

Os astrónomos usaram uma técnica muito precisa chamada espectroscopia de alta dispersão para separar a luz nas suas cores constituintes - diferentes comprimentos de onda no espectro. O princípio do efeito Doppler (ou desvio de Doppler) permitiu que a equipa utilizasse a variação em comprimento de onda para detectar que as diferentes partes do planeta se estavam a mover a velocidades diferentes e em direcções opostas relativamente ao observador. Retirando cuidadosamente os efeitos da estrela progenitora, muito mais brilhante, conseguiram extrair o sinal correspondente à rotação do planeta.

"Medimos os comprimentos de onda da radiação emitida pelo planeta com uma precisão de um sobre cem mil, o que faz com que as medições sejam sensíveis aos efeitos Doppler que nos revelam a velocidade dos objectos emissores," diz o autor principal Ignas Snellen. "Usando esta técnica descobrimos que as diferentes partes da superfície do planeta se deslocam na nossa direcção ou na direcção oposta a velocidades diferentes, o que só pode significar que o planeta roda em torno do seu eixo."

Esta técnica está relacionada com a técnica de obtenção de imagens Doppler, usada já há várias décadas para mapear a superfície das estrelas e, recentemente, a de uma anã castanha - Luhman 16B. A rápida rotação de Beta Pictoris b significa que no futuro será possível fazer um mapa global do planeta, mostrando possíveis padrões de nuvens e tempestades enormes.

"Esta técnica pode ser utilizada numa amostra muito maior de exoplanetas com a excelente resolução e sensibilidade que terá o E-ELT e um espectrógrafo de imagem de alta dispersão. Com o instrumento METIS (Mid-infrared E-ELT Imager and Spectrograph) que está a ser planeado, seremos capazes de fazer mapas globais de exoplanetas e caracterizar planetas muito mais pequenos do que Beta Pictoris b", diz o Investigador Principal do METIS e co-autor do novo artigo científico que descreve estes resultados, Bernhard Brandl.

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
Nature
SPACE.com
Astronomy
Sky & Telescope
Space Daily
PHYSORG
Universe Today
NewScientist
Discover
Popular Mechanics
redOrbit
Discovery News

Beta Pictoris:
Solstation
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Lista de planetas confirmados (Wikipedia)
Lista de planetas não confirmados (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

VLT:
Página oficial
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

 
ENXAME GLOBULAR EXPULSO DE GALÁXIA

A galáxia conhecida como M87 atirou um enxame estelar na nossa direcção a mais de 3,2 milhões de quilómetros por hora. O recém-descoberto enxame, que os astrónomos chamaram de HVGC-1, está agora numa viagem veloz para o vazio. O seu destino é andar para sempre à deriva entre as galáxias.

"Os astrónomos já descobriram estrelas fugitivas antes, mas esta é a primeira vez que encontram um enxame estelar em fuga," afirma Nelson Caldwell do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica. Caldwell é o autor principal do estudo, que será publicado na revista The Astrophysical Journal Letters e está disponível online.

Esta impressão de artista mostra HVGC-1 escapando da galáxia elíptica M87. HVGC-1 é o primeiro enxame "fugitivo" descoberto pelos astrónomos. Está destinado a vaguear para sempre no espaço intergaláctico.
Crédito: David A. Aguilar (CfA)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O "HVGC" em HVGC-1 significa "hypervelocity globular cluster" (em português, enxame globular de hipervelocidade). Os enxames globulares são relíquias do Universo jovem. Estes grupos geralmente contêm milhares de estrelas amontoadas numa esfera com algumas dúzias de anos-luz. A Via Láctea é o lar de cerca de 150 enxames globulares. A galáxia elíptica gigante M87, em contraste, tem milhares.

Foi preciso um golpe de sorte para encontrar HVGC-1. A equipa da descoberta passou anos a estudar o espaço em redor de M87. Primeiro classificaram alvos por cor em ordem a distinguir estrelas e galáxias, de enxames globulares. Seguidamente usaram o instrumento Hectospec do Telescópio MMT no Arizona, EUA, para examinar em detalhe centenas de enxames globulares.

Um computador automaticamente analisou os dados e calculou a velocidade de cada enxame. Quaisquer irregularidades foram examinadas manualmente. A maioria destas acabaram por ser falhas, mas HVGC-1 era diferente. A sua velocidade surpreendentemente alta era real.

Imagem do enxame globular HVGC-1, obtida pelo Telescópio do Canadá-França-Hawaii. O enxame viaja a mais de 3,2 milhões de quilómetros por segundo.
Crédito: CFHT
 

"Nós não esperávamos encontrar algo que se movesse tão rápido," afirma Jay Strader da Universidade Estatal do Michigan, co-autor do estudo.

Como é que HVGC-1 foi expelido a uma velocidade tão grande? Os astrónomos não têm a certeza mas dizem que um cenário depende de M87 ter um par de buracos negros supermassivos no seu núcleo. O enxame estelar vagueou demasiado perto deles. Muitas das suas estrelas exteriores foram arrancadas, mas o núcleo denso do enxame permaneceu intacto. Os dois buracos negros, em seguida, agiram como uma fisga, arremessando o aglomerado para longe e a uma velocidade tremenda.

HVGC-1 move-se tão rapidamente que está condenado a escapar completamente de M87. De facto, pode até já ter deixado a galáxia e estar navegando para o espaço intergaláctico.

Links:

Notícias relacionadas:
Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
PHYSORG
Universe Today
redOrbit
e! Science News
io9

Enxame globular:
Wikipedia

M87:
Wikipedia
SEDS.org

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Arp 81: 100 Milhões de Anos Depois
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Arquivo de Dados do HubbleESANASAProcessamento Martin Pugh
 
Do planeta Terra, vemos este par de galáxias altamente distorcido, catalogado Arp 81, como era apenas cerca de 100 milhões de anos após o seu encontro íntimo. A destruição provocada durante o encontro pela sua interacção gravitacional mútua está detalhada nesta composição a cores que mostra fluxos torcidos de gás e poeira, um caos de formação estelar e uma cauda de maré que se estende por aproximadamente 200.000 anos-luz à medida que varre atrás dos destroços cósmicos. Também cohecidas como NGC 6622 (esquerda) e NGC 6621, as galáxias são aproximadamente iguais em tamanho, mas estão destinadas, num futuro distante, a fundir-se numa grande galáxia, fazendo aproximações repetidas até que finalmente se unem. Localizadas na constelação de Dragão, as galáxias estão a 280 milhões de anos-luz de distância. Galáxias de fundo, ainda mais longínquas, podem ser avistadas nesta nítida imagem reprocessada a partir de dados de arquivo do Hubble.
 

Arquivo | Feed RSS | CCVAlg.pt | CCVAlg - Facebook | CCVAlg - Twitter | Remover da lista

Os conteúdos das hiperligações encontram-se na sua esmagadora maioria em Inglês. Para o boletim chegar sempre à sua caixa de correio, adicione noreply@ccvalg.pt à sua lista de contactos. Este boletim tem apenas um carácter informativo. Por favor, não responda a este email. Contém propriedades HTML - para vê-lo na sua devida forma, certifique-se que o seu cliente suporta este tipo de mensagem, ou utilize software próprio, como o Outlook, o Windows Mail ou o Thunderbird.

Recebeu esta mensagem por estar inscrito na newsletter do Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve. Se não a deseja receber ou se a recebe em duplicado, faça a devida alteração clicando aqui ou contactando-nos.

Esta mensagem do Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve destina-se unicamente a informar e não pode ser considerada SPAM, porque tem incluído contacto e instruções para a remoção da nossa lista de email (art. 22.º do Decreto-lei n.º 7/2004, de 7 de Janeiro).

2014 - Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve.