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Edição n.º 1077
04/07 a 07/07/2014
 
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04/07/14 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
21:00 – 23:00 - Apresentação sobre tema de astronomia, seguida de observação astronómica nocturna com telescópio.
Público: Público em geral
L ocal: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/ estudantes/ reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 922
Palestra sobre um tema de astronomia seguida de observação do céu noturno com telescópio (dependente de meteorologia favorável)

27/07/14 - DESCOBRINDO O SOL
15:00 (actividade gratuita)
Público: Público em geral
Local: CCVAlg
A actividade consiste na observação do Sol em segurança, e tem por objectivo dar algumas características da nossa estrela, podendo incluir outras actividades relacionadas com o Sol e o aproveitamento da energia solar. Esta atividade é realizada por astrónomos e monitores com vários anos de experiência na área.

 
EFEMÉRIDES

Dia 04/07: 185.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1054 foi detectada pela primeira vez uma brilhante supernova registada pelos astrónomos chineses, árabes e possivelmente pelos povos indígenas do continente americano. Ficou visível durante meses, até o suficiente para ser vista durante o dia. Deu origem ao remanescente de supernova que recebeu o nome de Nebulosa do Caranguejo e que é também conhecido por M1.
Em 1868 nascia Henrietta Swan Leavitt, astrónoma americana, que examinou chapas fotográficas para medir e catalogar o brilho de estrelas.

Descobriu a relação entre a luminosidade e o período das estrelas variáveis Cefeidas. Foi a sua descoberta que permitiu aos astrónomos medirem a distância entre a Terra e as galáxias distantes. Após a sua morte, Edwin Hubble usou a relação do período-luminosidade das Cefeidas para determinar que a Via Láctea não era a única galáxia no Universo observável, e que o Universo estava em expansão.
Em 1997, a Pathfinder aterrava em Marte.
Em 1998, o Japão lança uma sonda para Marte e junta-se à lista de países que participam na exploração espacial. Devido a vários problemas com a Nozomi cerca de um ano depois, a missão foi abandonada.
Em 2005, a Deep Impact colide com o cometa Tempel 1
Em 2006, missão STS-121 do vaivém espacial Discovery.
Em 2012, é anunciada no CERN a descoberta de partículas consistentes com o bosão de Higgs no LHC (Large Hadron Collider).
Observações: Ao anoitecer, aviste a Lua a Oeste-Sudoeste com Marte e Espiga para a sua esquerda.

Dia 05/07: 186.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1687, era publicado o Philosophiae Naturalis Principia Mathematica de Isaac Newton.

Pela primeira vez era dada uma explicação para a causalidade do movimento dos planetas e satélites.
Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 13:00. Está muito perto de Marte, pouco mais de 2º.
Maior aproximação, no céu, entre Ceres e Vesta. Os dois astros, actualmente com magnitude 7,6 e 6,2, respectivamente, encontram-se para cima de Marte e Espiga após o anoitecer. Hoje e amanhã estarão à distância mínima de 0,09º. Este mapa ajuda na observação binocular ou telescópica.

Dia 06/07: 187.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2003, o radar planetário de Yevpatoria com 70 metros, envia uma mensagem METI para 5 estrelas: Hip 4872, HD 24540955 CancriHD 1030747 Ursae Majoris, que chegará em 2036, 2040, 2044 e 2049, respectivamente.

Observações: A Lua esta noite brilha para a esquerda de Espiga e de Marte. Para a sua esquerda encontra-se o planeta Saturno.

Dia 07/07: 188.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1959, Vénus oculta a estrela Régulo. Este evento raro é usado para determinar o diâmetro de Vénus e a estrutura da atmosfera venusiana.
Em 1988, era lançada a sonda soviética Phobos 1

Infelizmente a sonda perdeu-se no caminho até Marte devido a uma má actualização do software a 29/30 de Agosto. Este erro impediu o alinhamento correcto dos painéis solares com o Sol, o que gastou a bateria.
Em 2003, lançamento do rover Opportunity da NASA, a bordo de um foguetão Delta II.
Observações: Esta noite a Lua encontra-se a menos de 3º para a direita de Saturno.

 
CURIOSIDADES


A Grande Nuvem de Magalhães (em inglês, Large Magellanic Cloud (LMC)) e a Pequena Nuvem de Magalhães (em inglês, Small Magellanic Cloud (SMC)) têm o seu nome atribuído em homenagem ao português Fernão de Magalhães que terá sido o primeiro europeu a observá-las no século XVI.

 
OCEANO EM LUA DE SATURNO PODE SER TÃO SALGADO QUANTO O MAR MORTO

Cientistas que analisavam dados da missão Cassini da NASA têm evidências firmes de que o oceano dentro da maior lua de Saturno, Titã, pode ser tão salgado como o Mar Morto da Terra.

Os novos resultados vêm de um estudo de dados gravimétricos e topográficos recolhidos durante passagens rasantes e repetidas por Titã ao longo dos últimos 10 anos. Com os dados da Cassini, os investigadores apresentaram um modelo da estrutura de Titã, resultando numa melhor compreensão da concha gelada e exterior da lua. Os resultados foram publicados na revista Icarus desta semana.

"Titã continua a revelar-se como um mundo infinitamente fascinante, e com a longa vida da Cassini, estamos a desbloquear novos mistérios tão rapidamente quanto resolvemos os antigos," afirma Linda Spilker, cientista do projecto Cassini no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia, que não esteve envolvida no estudo.

Cientistas descobriram que a concha gelada de Titã, que se sobrepõe a um oceano muito salgado, varia em espessura, sugerindo que a crosta está a tornar-se rígida.
Crédito: NASA/JPL/SSI/Universidade do Arizona/G. Mitri/Universidade de Nantes
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Achados adicionais suportam as indicações anteriores de que a crosta gelada da lua é rígida e está no processo de congelamento sólido. Os cientistas descobriram que, a fim de explicar os dados da gravidade, é necessária uma densidade relativamente alta para o oceano de Titã. Isto indica que o oceano é provavelmente muito salgado, sais estes compostos possivelmente por enxofre, sódio e potássio. A densidade indicada daria ao oceano um teor de sal equivalente aos corpos mais salgados de água na Terra.

"Este é um oceano extremamente salgado para os padrões da Terra," afirma o autor principal do artigo, Giuseppe Mitri da Universidade de Nantes, na França. "Estes dados podem mudar o modo como vemos este oceano (possível morada para vida actual), mas as condições podem ter sido muito diferentes no passado."

Os dados da Cassini também indicam que a espessura da crosta gelada de Titã varia um pouco de lugar para lugar. Os cientistas afirmam que isto pode ser melhor explicado com uma concha exterior dura, como seria o caso se o oceano estivesse a cristalizar lentamente, tornando-se gelado. De outro modo, a forma da lua tende a nivelar-se ao longo do tempo, como cera quente numa vela. Este processo de congelamento teria importantes implicações para a habitabilidade do oceano de Titã, uma vez que limitaria a capacidade dos materiais para alternar entre a superfície e o oceano.

Segundo o estudo, uma outra consequência da concha rígida de gelo, é que qualquer libertação de metano para a atmosfera de Titã deve acontecer em "pontos quentes" dispersos - como os pontos quentes na Terra que deram origem à cadeia de ilhas havaianas. O metano em Titã não parece ser resultado de convecção ou de placas tectónicas que reciclam a sua carapaça de gelo.

Há muito que os cientistas têm grande interesse pelo modo como a atmosfera de Titã recebe o seu metano, pois as moléculas deste gás são quebradas pela luz solar em escalas curtas de tempo geológico. A atmosfera actual de Titã contém cerca de 5% de metano. Isto significa que algum processo, que se pensa ser de natureza geológica, está a repor o gás. O estudo indica que qualquer que seja o responsável pelo processo, a restauração do metano de Titã é localizada e intermitente.

"O nosso trabalho sugere que a procura de sinais da libertação de metano vai ser difícil com a Cassini, e poderá exigir uma missão futura para encontrar fontes localizadas de metano," afirma Jonathan Lunine, cientista da missão Cassini da Universidade de Cornell, em Ithaca, Nova Iorque, co-autor do artigo. "Tal como em Marte, esta é uma tarefa complicada."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Icarus (requer subscrição)
PHYSORG
Nature World News
TIME

Sonda Cassini:
Página oficial (NASA)
Wikipedia

Saturno:
Solarviews
Wikipedia

Titã:
Solarviews
Wikipedia

 
HISTÓRIA VIOLENTA DO JOVEM SOL RESOLVE MISTÉRIO DE METEORITO
Ilustração do vento soprado por uma estrela recém-nascida. Quando as partículas energéticas atingem o material em redor, podem colidir com átomos presentes no ambiente da estrela, quebrá-los e produzir novos elementos.
Crédito: ESA/ATG medialab
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Astrónomos que usavam o observatório espacial Herschel da ESA para estudar os primórdios turbulentos de uma estrela semelhante ao Sol encontraram evidências de ventos estelares poderosos que podem resolver um mistério intrigante de um meteorito cá no nosso "quintal" cósmico.

Apesar da sua aparência tranquila no céu nocturno, as estrelas são fornos escaldantes que nascem através de processos turbulentos - e o nosso Sol, com 4,5 mil milhões de anos, não é excepção. Para ter um vislumbre dos seus primeiros tempos, os astrónomos reúnem pistas não só no Sistema Solar mas também através do estudo de estrelas jovens noutros lugares da nossa Galáxia.

Usando o Herschel para estudar a composição química de regiões onde as estrelas nascem hoje em dia, uma equipa de astrónomos notou que um objecto, em particular, é diferente.

A fonte invulgar é um berçário estelar denominado OMC2 FIR4, um aglomerado de estrelas novas incorporadas numa nuvem de gás e poeira perto da famosa Nebulosa de Orionte.

"Para nossa grande surpresa, descobrimos que a proporção de dois químicos, um baseado em carbono e oxigénio e o outro no azoto, é muito mais pequena neste objecto do que em qualquer outra protoestrela que conhecemos," afirma a Dra. Cecilia Ceccarelli, do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, na França, que liderou o estudo com o Dr. Carsten Dominik da Universidade de Amesterdão na Holanda.

Num ambiente extremamente frio, a proporção medida pode surgir por um dos dois compostos que é congelado em grãos de poeira, tornando-se indetectáveis. No entanto, na temperatura relativamente "alta" de aproximadamente -200ºC, como na região de formação estelar de OMC2 FIR4, isto não devia ocorrer.

"A causa mais provável neste ambiente é um vento violento de partículas muito energéticas, libertadas por pelo menos uma das estrelas embrionárias neste casulo protoestelar," afirma a Dra. Ceccarelli.

A molécula mais abundante nas nuvens de formação estelar, o hidrogénio, pode ser quebrada por raios cósmicos, partículas energéticas que permeiam toda a Galáxia. Os iões de hidrogénio, em seguida, combinam-se com outros elementos presentes - ainda que apenas em quantidades vestigiais - nessas nuvens: carbono e oxigénio, ou azoto.

Orionte A, uma nebulosa de formação estelar a cerca de 1500 anos-luz da Terra, vista pelo observatório espacial Herschel da ESA. Localizada dentro da "espada de Orionte" - por baixo das três estrelas principais que formam o cinto da constelação do Caçador. Embebido no ambiente gasoso e poeirento desta nuvem molecular, encontra-se o berçário estelar denominado OMC2 FIR4 (círculo vermelho).
Crédito: imagem do Herschel: ESA/Herschel/André, D. Polychroni, A. Roy, V. Könyves, N. Schneider; inserção de imagem e layout: ESA/ATG medialab
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Normalmente, o azoto é também rapidamente destruído, produzindo mais hidrogénio para o carbono e para o oxigénio. Como resultado, este último é bastante mais abundante em todos os berçários estelares conhecidos.

Porém, estranhamente, este não é o caso de OMC2 FIR4, sugerindo que um vento adicional de partículas energéticas está a destruir ambas as espécies químicas, mantendo as suas abundâncias mais parecidas.

Os astrónomos pensam que um vento de partículas similarmente violento também soprava no Sistema Solar primitivo, e esta descoberta pode finalmente apontar para uma explicação da origem de um elemento químico, em particular, visto em meteoritos.

Os meteoritos são restos de detritos interplanetários que sobreviveram a viagem pela atmosfera do nosso planeta. Estes mensageiros cósmicos são das poucas ferramentas que dispomos para investigar directamente os elementos no nosso Sistema Solar.

"Alguns elementos detectados nos meteoritos revelam que, há muito tempo atrás, estas rochas continham uma forma de berílio: isto é bastante misterioso, pois não conseguimos perceber como aí chegou," explica o Dr. Dominik.

A formação deste isótopo - berílio-10 - no Universo é por si só um quebra-cabeças complicado. Os astrónomos sabem que não é produzido no interior das estrelas, como alguns outros elementos, nem na explosão de supernova que ocorre no final da vida de uma estrela maciça.

A maioria do berílio-10 foi formada em colisões de partículas muito energéticas com elementos mais pesados como o oxigénio. Mas como este isótopo decai muito rapidamente para outros elementos, deve ter sido produzido antes de ser incorporado nas rochas que mais tarde caem para a Terra como meteoritos.

A fim de provocar estas reacções e produzir uma quantidade de berílio correspondente àquela dos meteoritos, o nosso Sol deve ter soprado ventos violentos na sua juventude.

Estas novas observações de OMC2 FIR4 são um forte indício de que é possível que uma estrela jovem faça isto.

"A observação de regiões de formação estelar com o Herschel não só nos fornece uma visão do que acontece para lá da nossa vizinhança cósmica, é também uma maneira crucial para juntar as peças do passado do Sol e do Sistema Solar," afirma Göran Pilbratt, cientista do projecto Herschel da ESA.

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
The Astrophysical Journal Letters (requer subscrição)
PHYSORG
redOrbit

Formação estelar:
Evolução estelar (Wikipedia)
Formação e evolução do Sistema Solar (Wikipedia)

Observatório Espacial Herschel:
ESA (ciência e tecnologia)
ESA (centro científico)
ESA (página de operações)
NASA
Caltech
Wikipedia

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
  Rocha espacial sueca poderá ser peça do puzzle para vida primitiva (via Earth and Planetary Science Letters)
Um meteorito fóssil, diferente de tudo já descoberto, foi encontrado numa pedreira sueca. A rocha misteriosa pode ser o primeiro pedaço da "bala" que despoletou uma explosão de vida na Terra. Ler fonte
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - NGC 4651: A Galáxia do Guarda-Chuva
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito:   R Jay Gabany (Observatórios Blackbird); Colaboração: C.Foster (Observatório Astronómico Australiano), H.Lux (U. Nottingham, Oxford), A.Romanowsky (San Jose State, UCO), D.Martínez-Delgado (Heidelberg), et al.
 
A galáxia espiral NGC 4651 está a uns meros 62 milhões de anos-luz de distância, na direcção da constelação de Cabeleira de Berenice. Com aproximadamente o tamanho da Via Láctea, este universo-ilha parece ter uma estrutura fraca parecida a um guarda-chuva que estende-se (esquerda) cerca de 100 mil anos-luz para lá do brilhante disco galáctico. Sabe-se agora que esta sombrinha cósmica gigante é composta por correntes estelares de maré - trilhas gigantescas de estrelas gravitacionalmente despojadas de uma galáxia satélite mais pequena. A galáxia pequena acabou sendo dilacerada em encontros repetidos, à medida que serpenteava para a frente e para trás em órbitas excêntricas por NGC 4651. De facto, a inserção de imagem amplia o núcleo remanescente da galáxia satélite, identificada durante uma exploração extensa do sistema, usando dados do telescópios Subaru e Keck em Mauna Kea. O trabalho derivou de uma notável colaboração entre astrónomos amadores e profissionais que tentaram fotografar estruturas ténues em torno de galáxias brilhantes, que sugeriu que mesmo em galáxias vizinhas, as correntes estelares são marcadores comuns de tais fusões galácticas. O resultado é explicado por modelos de formação galáctica que também se aplicam à nossa própria Via Láctea.
 

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