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Edição n.º 1166
12/05 a 14/05/2015
 
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15/05/15 - OBSERVAÇÃO NOTURNA
21:00 – 23:00 - Observação noturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável)
Local: Hotel Vila Galé Albacora - Tavira

22/05/15 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
20:30 – 22:30 - Apresentação sobre tema de astronomia, seguida de observação astronómica noturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável).
Público: Público em geral
Local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/ estudantes/ reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: consultar este link
Telefone: 289 890 922
E-mail: info@ccvalg.pt

 
EFEMÉRIDES

Dia 12/05: 132.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1965, a sonda soviética Luna 5 colide com a Lua.

Observações: Eclipse de Calisto, entre as 23:59 e as 05:04 (já de dia 13).

Dia 13/05: 133.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1713, nascia Alexis Claude Clairaut, astrónomo, matemático e geofísico francês, conhecido pelo seu teorema de Clairaut e pela sua co-computação do regresso do Halley em 1759, entre outros.
Em 1733, num registo de um eclipse solar transmitido para a Sociedade Real, o astrónomo sueco Bigerus Vassenius torna-se na primeira pessoa a notar o brilho da Terra na Lua durante a totalidade.

Ele escreve que o seu telescópio, com um diâmetro focal de 6,4 metros, consegue observar algumas das principais características da Lua durante a obscuridade total.
Em 1861, o Grande Cometa de 1861 é descoberto por John Tebbutt em Windsor, Nova Gales do Sul, Austrália.
Observações: Ocultação de Io, entre as 00:44 e as 03:06.
Eclipse de Io, entre as 02:01 e as 04:23.
Trânsito da sombra de Ganimedes, entre as 17:53 e as 21:42.
A estação de verão ainda está a mais de um mês de distância, mas o Triângulo de Verão começa já a aparecer a este. A primeira estrela a aparecer é Vega. É já visível, baixa a nordeste, ao anoitecer. A seguinte é Deneb, para baixo e para a esquerda de Vega. Deneb nasce pouco mais de uma hora depois de Vega, dependendo da latitude do local de observação. A terceira estrela é Altair, que aparece mais para baixo e para a direita por volta das 23:30.
Trânsito de Io, entre as 21:51 e as 00:13 (já de dia 14).
Trânsito da sombra de Io, entre as 23:09 e as 01:30 (já de dia 14).

Dia 14/05: 134º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1674, nascia Peder Horrebow, astrónomo holandês que inventou um método de determinar a latitude de um local a partir das estrelas, agora conhecido como Método Horrebow-Talcott.
Em 1861, um meteorito condrito de 859 gramas atinge a Terra perto de Barcelona e é apelidado de meteorito Canellas.
Em 1973, lançamento da primeira estação espacial americana, a Skylab.

É a última descolagem do foguetão Saturno V.
Observações: Ocultação de Io, entre as 19:14 e as 21:35.
Eclipse de Io, entre as 20:28 e as 22:52.
A constelação de Cães de Caça flutua perto do zénite por estas noites, dentro da curva da "pega" da "frigideira" de Ursa Maior. Agora que a Lua desapareceu do céu noturno, vá à "caça" de galáxias.

 
CURIOSIDADES


A Terra é o único planeta que não tem o nome de um deus romano ou grego.

 
HUBBLE DESCOBRE HALO GIGANTE EM REDOR DA GALÁXIA DE ANDRÓMEDA
A Galáxia de Andrómeda, o nosso maior vizinho galáctico, tem um halo seis vezes maior e 1000 vezes mais massivo que o medido anteriormente.
Crédito: NASA, ESA e A. Feild (STScI)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Cientistas que usavam dados do Telescópio Espacial Hubble descobriram que o enorme halo de gás que envolve a Galáxia de Andrómeda, o nosso maior vizinho galáctico, é cerca de seis vezes maior e 1000 vezes mais massivo do que o medido anteriormente. O halo, escuro e quase invisível, estende-se cerca de um milhão de anos-luz para lá da sua galáxia hospedeira, a meio caminho da nossa própria Via Láctea. Esta descoberta promete contar aos astrónomos mais sobre a evolução e estrutura das majestosas espirais gigantes, um dos tipos mais comuns de galáxias no Universo.

"Os halos são as atmosferas gasosas das galáxias. De acordo com os modelos de formação galáctica, as propriedades destes halos gasosos controlam a taxa a que as estrelas se formam nas galáxias," explicou o investigador principal Nicolas Lehner da Universidade de Notre Dame, no estado americano de Indiana. Estima-se que o halo gigantesco contenha metade da massa das estrelas da própria Galáxia de Andrómeda, sob a forma de um gás quente e difuso. Se pudesse ser visto a olho nu, o halo teria 100 vezes o diâmetro da Lua Cheia no céu. Isto é o equivalente à área do céu coberta por duas bolas de basquetebol, seguradas à distância de um braço esticado.

A Galáxia de Andrómeda encontra-se a 2,5 milhões de anos-luz de distância e mede cerca de 6 vezes o diâmetro da Lua Cheia. É considerada quase como uma gémea da Via Láctea.

Tendo em conta que o gás no halo de Andrómeda é escuro, a equipa analisou objetos brilhantes de fundo através do gás e observou como a luz mudava. É um pouco como observar uma luz brilhante no fundo de uma piscina à noite. As "luzes" de fundo ideais para este estudo são os quasares, núcleos brilhantes e muito distantes de galáxias ativas alimentadas por buracos negros. A equipa usou 18 quasares que residem para lá de Andrómeda a fim de estudar como o material é distribuído para além do disco visível da galáxia. Os resultados foram publicados na edição de 4 de maio da revista The Astrophysical Journal.

Pesquisas anteriores do programa Halos com o instrumento COS do Hubble estudaram 44 galáxias distantes e descobriram halos como o de Andrómeda, mas nunca antes tinha sido observado um halo tão massivo numa galáxia vizinha. Dado que as galáxias anteriormente estudadas estavam muito mais longe, apareciam muito mais pequenas no céu. Apenas um quasar pôde ser detetado por trás de cada galáxia distante, fornecendo apenas um ponto de luz para mapear o tamanho e a estrutura do halo. Graças à proximidade à Terra e à sua correspondentemente grande "pegada" no céu, Andrómeda fornece uma amostra bastante mais ampla de quasares no plano de fundo.

"À medida que a luz dos quasares viaja na direção do Hubble, o gás do halo absorve parte dessa luz e torna o quasar um pouco mais escuro apenas numa gama muito pequena de comprimentos de onda," explica o coinvestigador J. Christopher Howk, também de Notre Dame. "Ao medir a queda no brilho, podemos dizer quanto gás existe entre nós e esse quasar."

Os cientistas usaram a capacidade única do Hubble para estudar a radiação ultravioleta dos quasares. A radiação ultravioleta é absorvida pela atmosfera da Terra, o que torna difícil a observação com telescópios terrestres. A equipa utilizou 5 anos de observações guardadas nos arquivos do Hubble para realizar esta investigação. Muitas campanhas anteriores do Hubble usaram quasares para estudar gás a muito maiores distâncias que - mas na direção geral de - Andrómeda, por isso já existia este tesouro de dados.

Mas de onde é que veio o halo gigante? As simulações a larga escala de galáxias sugerem que o halo formou-se ao mesmo tempo que o resto de Andrómeda. A equipa também determinou que é rico em elementos muitos mais pesados que hidrogénio e hélio, e a única maneira de obter estes elementos pesados é na explosão de estrelas, um evento conhecido como supernova. As supernovas entram em erupção no disco galáctico de Andrómeda e expulsam violentamente estes elementos pesados para o espaço. Ao longo da vida de Andrómeda, quase metade de todos os elementos pesados produzidos pelas estrelas foram expulsos muito além do disco galáctico, que tem um diâmetro de 200.000 anos-luz.

O que é que isto significa para a nossa própria Galáxia? Tendo em conta que vivemos dentro da Via Láctea, os cientistas não conseguem determinar se tem (ou não) um halo igualmente tão massivo e extenso. Se a Via Láctea realmente possuir um halo semelhante, ambos podem já estar a tocar-se e a fundir-se quiescentemente muito antes da colisão entre as duas galáxias. As observações do Hubble indicam que Andrómeda e a Via Láctea vão fundir-se para formar uma galáxia elíptica gigante daqui a aproximadamente 4 mil milhões de anos.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universidade de Notre Dame (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Hubblesite
The Astrophysical Journal
Astronomy
Astronomy Now
PHYSORG
redOrbit
science 2.0
Discovery News
UPI
AstroPT

Galáxia de Andrómeda (M31):
SEDS
Wikipedia

Telescópio Espacial Hubble:
Site dos 25 anos do Hubble 
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais

 
ALMA DESCOBRE PROTO-SUPER-ENXAME - UM "OVO DE DINOSSAURO" CÓSMICO PRESTES A ECLODIR

Os enxames globulares - aglomerados deslumbrantes de até um milhão de estrelas antigas - estão entre os objetos mais antigos do Universo. Apesar de abundantes dentro e em redor de muitas galáxias, exemplos recém-nascidos são infimamente raros e nunca foram detetadas as condições necessárias para produzir novos. Até agora.

Astrónomos que usavam o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) descobriram o que parece ser o primeiro exemplo conhecido de um enxame globular prestes a nascer: uma nuvem de gás molecular incrivelmente massiva e extremamente densa, mas livre de estrelas.

"Podemos estar a testemunhar um dos mais antigos e extremos modos de formação estelar no Universo," afirma Kelsey Johnson, astrónoma da Universidade da Virginia em Charlottesville, EUA, e autora principal de um artigo aceite para publicação na revista The Astrophysical Journal. "Este objeto impressionante parece que foi diretamente arrancado do Universo primitivo. Descobrir algo com todas as características de um enxame globular, mas que ainda não começou a produzir estrelas, é como encontrar um ovo de dinossauro prestes a eclodir."

Este objeto, que os astrónomos chamam de "Firecracker", está localizado a aproximadamente 50 milhões de anos-luz da Terra dentro de um famoso par de galáxias em interação (NGC 4038 e NGC 4039), conhecidas coletivamente como "Antenas". As forças de maré geradas pela fusão em curso estão a despoletar a formação de estrelas numa escala colossal, grande parte ocorrendo dentro de aglomerados densos.

As Antenas, observadas no visível pelo Hubble (imagem de topo), foram estudadas com o ALMA, revelando nuvens gigantescas de gás molecular (imagem do centro à direita). Uma dessas nuvens (imagem inferior) é incrivelmente densa e massiva, e mesmo assim aparentemente sem estrelas, sugerindo que é o primeiro exemplo, já identificado, de um enxame globular pré-natal.
Crédito: NASA/ESA Hubble, B. Whitmore (STScI); K. Johnson; ALMA (NRAO/ESO/NAOJ); B. Saxton (NRAO/AUI/NSF)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

No entanto, o que torna "Firecracker" único é a sua massa extraordinária, o [comparativamente] pequeno tamanho e a sua aparente falta de estrelas.

Todos os outros análogos de enxames globulares que os astrónomos observaram até à data estão já repletos de estrelas. O calor e a radiação destas estrelas, portanto, alterou consideravelmente o ambiente circundante, apagando quaisquer evidências de uma formação mais fria e silenciosa.

Com o ALMA, os astrónomos foram capazes de encontrar e estudar em detalhe um exemplo imaculado de tal objeto antes de mudar para sempre as suas características únicas. Isto deu aos astrónomos o primeiro olhar das condições que podem ter levado à formação de muitos, se não todos os enxames globulares.

"Até agora, as nuvens com este potencial só têm sido vistas como 'adolescentes', depois da formação estelar ter começado," explica Johnson. "Isto significa que o berçário já havia sido perturbado. Para compreender a formação dos enxames globulares, precisamos de ver as suas verdadeiras origens."

A maioria dos enxames globulares formaram-se durante um verdadeiro "baby boom" há aproximadamente 12 mil milhões de anos atrás, aquando da formação das primeiras galáxias. Cada contém até um milhão de estrelas de "segunda geração", densamente agrupadas (estrelas de segunda geração são estrelas com visivelmente baixas concentrações de metais pesados, indicando que se formaram muito cedo na história do Universo). A nossa própria Via Láctea tem pelo menos 150 enxames deste género, embora possa ter muitos mais.

Por todo o Universo, formam-se ainda hoje enxames estelares de vários tamanhos. É provável, embora cada vez menos, que os maiores e mais densos continuem até tornarem-se aglomerados globulares.

Imagem do ALMA de núcleos densos de gás molecular nas galáxias Antenas. O objeto redondo e amarelo perto do centro pode ser o primeiro exemplo pré-natal, já identificado, de um enxame globular. Está rodeado por uma nuvem molecular gigante.
Crédito: K. Johnson; ALMA (NRAO/ESO/NAOJ)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"A probabilidade de sobrevivência de um enxame estelar jovem e massivo é muito baixa - cerca de 1%," comenta Johnson. "Várias forças externas e internas desmontam estes objetos, quer formando enxames abertos como as Plêiades ou desintegrando-se completamente para fazer parte do halo de uma galáxia."

Os astrónomos acreditam, no entanto, que o objeto que observaram com o ALMA, que contém 50 milhões de vezes a massa do Sol em gás molecular, é suficientemente denso para ter uma boa hipótese de se tornar "num dos sortudos".

Os enxames globulares evoluem para fora dos seus estágios embrionários (sem estrelas) muito rapidamente - até um milhão de anos. Isto significa que o objeto descoberto pelo ALMA está a passar por uma fase muito especial da sua vida, fornecendo aos astrónomos uma oportunidade única para estudar um componente importante do início do Universo.

Os dados do ALMA também indicam que a nuvem Firecracker está sob pressão extrema - aproximadamente 10.000 vezes maior que as pressões interestelares típicas. Isto apoia teorias anteriores de que são necessárias pressões elevadas para formar enxames globulares.

Ao explorar as galáxias Antenas, Johnson e colegas observaram a ténue emissão das moléculas de monóxido de carbono, o que lhes permitiu obter imagens e caracterizar nuvens individuais de poeira e gás. A falta de qualquer emissão térmica apreciável - o sinal revelador de gases aquecidos por estrelas vizinhas - confirma que este objeto recém-descoberto está ainda num estado pristino e imaculado.

Novos estudos com o ALMA poderão revelar exemplos adicionais de "proto-super-enxames estelares" nas Antenas e noutras galáxias em interação, lançando luz sobre as origens desses objetos antigos e sobre o papel que desempenham na evolução galáctica.

Links:

Notícias relacionadas:
NRAO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
ScienceDaily
SPACE.com
PHYSORG
SPACE DAILY
(e) Science News

Enxames globulares:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
SEDS
Wikipedia

NGC 4038 e NGC 4039 (Antenas):
Wikipedia

ALMA:
Página principal
ALMA (NRAO)
ALMA (NAOJ)
ALMA (ESO)
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Trio de Leão
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Philippe Durville
 
Este grupo famoso de galáxias é chamado Tripleto de Leão, um agrupamento de três galáxias fantásticas num único campo de visão. Agradáveis até através de telescópios modestos, podem ser introduzidas individualmente como NGC 3628 (esquerda), M66 (em baixo à direita) e M65 (topo). Todas as três são grandes galáxias espirais, mas parecem diferentes porque os seus discos galácticos têm diferentes inclinações em relação ao nosso ponto de vista. NGC 3628 é vista quase de lado e tem bandas escuras de poeira que cortam o plano da galáxia, enquanto os discos de M66 e M65 estão ambos inclinados o suficiente para mostrar a sua estrutura espiral. As interações gravitacionais entre as galáxias do grupo também deixaram sinais, incluindo o disco deformado e inchado de NGC 3628 e os braços espirais prolongados de M66. Esta bonita imagem abrange um diâmetro angular de 1º (duas vezes o diâmetro da Lua). O campo cobre cerca de 500 mil anos-luz e a distância estimada do trio é de 30 milhões de anos-luz.
 

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