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Edição n.º 1195
21/08 a 24/08/2015
 
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EFEMÉRIDES

Dia 21/08: 233.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1965, lançamento da Gemini 5.
Em 1993, a NASA perdia o contacto com a sonda Mars Observer três dias antes da entrada planeada na atmosfera de Marte.. 

Observações: A "estrela" para a esquerda da Lua esta noite é o planeta Saturno. Para baixo e para a esquerda de Saturno pica a mais ténue estrela Delta Scorpii. Ainda mais para baixo e para a esquerda está a alaranjada supergigante vermelha Antares.

Dia 22/08: 234.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1989 era descoberto o primeiro anel de Neptuno.

Observações: Saturno na sua quadratura este, pelas 00:24.
Lua em Quarto Crescente, pelas 20:31. À medida que anoitece, a Lua brilha perto de Saturno e Beta Scorpii. Beta Scorpii é um bom binário telescópico. Tal como Nu Scorpii, para cima e para a esquer dade Beta (cerca de 1,6º).

Dia 23/08: 235.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1962 estreia a série televisiva, "The Jetsons", uma produção da Hanna-Barbara que introduziu a uma geração um futuro com base na tecnologia. 
Em 1966, a Lunar Orbiter 1 tira a primeira fotografia da Terra a partir de órbita lunar. 
Em 1993, a sonda Galileu descobre uma lua, mais tarde chamada Dactyl, em torno de 243 Ida, a primeira lua conhecida em torno de um asteroide.

Observações: A estrela para baixo da Lua é a supergigante vermelha Antares.

Dia 24/08: 236.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1492 Cristovão Colombo partia pela segunda vez para o Novo  Mundo.
Em 1966, a Luna 11 era lançada de uma plataforma em órbita da Terra.

Esta missão soviética tinha como objetivo estudar a composição química e anomalias gravitacionais da Lua
Em 2006, a União Astronómica Internacional (UAI) redefine o termo "planeta", e Plutão é a partir daí considerado um planeta anão.
Observações: Após o anoitecer, aviste Vega por cima das nossas cabeças e Arcturo a oeste. A um-terço do caminho entre Vega e Arcturo está a ténue constelação de Hércules. A dois-terços está o ténue semi-círculo de Coroa Boral. Coroa Boreal tem apenas uma estrela de brilho moderado, Alphecca.

 
CURIOSIDADES


Entusiastas de Marte por todo o mundo podem participar na viagem da NASA até Marte ao colocar os seus nomes num microchip que será colocado a bordo do módulo de aterragem InSight, com lançamento previsto para o próximo ano. Participe!

 
O CORAÇÃO TUMULTUOSO DA NOSSA GALÁXIA
As regiões centrais da nossa Galáxia, a Via Láctea, observadas pelo observatório de raios-X XMM-Newton da ESA.
A imagem combina dados recolhidos a energia entre 0,5 e 2 keV (vermelho), de 2 a 4,5 keV (verde) e 4,5 e 12 keV (azul). Corresponde a cerca de 2,5º no céu, equivalente a mais ou menos mil ano-luz.
Crédito: ESA/XMM-Newton/G. Ponti et al. 2015
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Esta nova imagem de poderosos remanescentes de estrelas mortas e da sua ação poderosa sobre o gás circundante, obtida pelo observatório de raios-X XMM-Newton da ESA, revela alguns dos processos mais intensos que ocorrem no centro da nossa Galáxia, a via Láctea.

As fontes brilhantes e parecidas a pontos que se destacam ao longo da imagem rastreiam sistemas estelares binários em que uma das estrelas chegou ao fim da sua vida, evoluindo para um objeto compacto e denso - uma estrela de neutrões ou um buraco negro. Por causa das suas altas densidades, estes remanescentes compactos devoram massa da sua estrela companheira, aquecendo o material e fazendo-o brilhar em raios-X.

A região central da nossa Galáxia também contém estrelas jovens e enxames estelares, e alguns destes são visíveis como fontes brancas ou vermelhas espalhadas pela imagem, que abrange cerca de mil anos-luz.

A maioria da ação ocorre no centro, onde as nuvens difusas de gás estão sendo esculpidas por ventos poderosos aquecidos por estrelas jovens, bem como por supernovas, a morte explosiva de estrelas gigantes.

O buraco negro supermassivo situado no centro da Via Láctea é também responsável por parte desta ação. Conhecido como Sagitário A*, este buraco negro tem uma massa milhões de vezes superior à do Sol e está localizado dentro da fonte difusa e brilhante para a direita do centro da imagem.

Apesar dos buracos negros não emitirem luz, a sua imensa força gravitacional puxa matéria circundante que, no processo, emite luz em vários comprimentos de onda, mais notavelmente em raios-X. Além disso, dois lóbulos de gás quente prolongam-se para cima e para baixo do buraco negro.

Os astrónomos acreditam que estes lóbulos são provocados, ou diretamente pelo buraco negro, que engole parte do material que flui na sua direção mas expele a maioria, ou pelo efeito cumulativo de inúmeros ventos estelares e explosões de supernova que ocorrem neste ambiente denso.

Esta imagem, que mostra uma visão sem precedentes do núcleo energético da Via Láctea, foi processada num novo estudo graças à compilação de todas as observações desta região levadas a cabo pelo XMM-Newton, somando cerca de mês e meio de exposição no total.

As regiões centrais da nossa Galáxia, a Via Láctea, observadas em raios-X pelo observatório de raios-X XMM-Newton da ESA.
A imagem combina dados recolhidos a energias que correspondem à luz emitida por elementos pesados como o silício e árgon, produzidos principalmente em explosões de supernova, bem como noutras bandas mais estreitas. Corresponde a cerca de 2,5º no céu, equivalente a mais ou menos mil ano-luz.
Crédito: ESA/XMM-Newton/G. Ponti et al. 2015
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A grande estrutura elíptica para baixo e para a direita de Sagitário A* é uma super-bolha de gás quente, provavelmente inchado pelos remanescentes de várias supernovas no seu centro. Embora esta estrutura já seja conhecida pelos astrónomos, este estudo confirma pela primeira vez que consiste de uma única bolha gigante, em vez da superposição de vários remanescentes individuais ao longo da nossa linha de visão.

Outra grande bolsa de gás quente, designada "Bolha de Arco" devido à sua forma de crescente, pode ser vista perto do centro da imagem, para baixo e para a esquerda do buraco negro supermassivo. A bolsa é inflada pelos ventos fortes de estrelas num enxame próximo, bem como por supernovas; o remanescente de uma dessas explosões, uma candidata a nebulosa de vento de pulsar, foi detetada no núcleo da bolha.

O rico conjunto de dados compilados neste levantamento contém observações que abrangem toda a gama de energias de raios-X cobertas pelo XMM-Newton; estas incluem algumas energias correspondentes à luz emitida por elementos pesados como o silício, enxofre e árgon, luz esta produzida principalmente pelas explosões de supernova. Ao combinar estas informações adicionais presentes nos dados, os astrónomos obtiveram outra visão complementar do Centro Galáctico, que revela bem os lóbulos e as bolhas descritas anteriormente.

Em adição, esta imagem alternativa também exibe a emissão, embora muito fraca, de plasma quente nas secções superior e inferior da imagem. Este plasma quente pode ser o efeito macroscópico coletivo de fluxos gerados pela formação estelar ao longo desta zona central inteira.

Outra das possíveis explicações para tal emissão liga-a ao passado turbulento do buraco negro supermassivo, agora não tão ativo. Os astrónomos pensam que, no início da história da nossa Galáxia, Sagitário A* reunia e expelia massa a um ritmo muito mais elevado, tal como os buracos negros encontrados no centro de muitas galáxias, e que estas nuvens difusas de plasma quente poderão ser um legado da sua atividade antiga.

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
Instituto Max Planck (comunicado de imprensa)
Artigo científico (Monthly Notices of the Royal Astronomical Society)
PHYSORG

Sagitário A*:
Wikipedia

Via Láctea:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
SEDS

Observatório XMM-Newton:
ESA
Wikipedia

 
"PEDRAS PLANETÁRIAS" FORAM OS BLOCOS DE CONSTRUÇÃO DOS MAIORES PLANETAS

Investigadores do SwRI (Southwest Research Institute) e da Universidade de Queen, no Canadá, desvendaram o mistério de como Júpiter e Saturno provavelmente foram formados. A descoberta, que muda a nossa visão de como todos os planetas se podem ter formado, foi publicada na edição de ontem (20 de agosto) da revista Nature.

Ironicamente, os maiores planetas do Sistema Solar foram provavelmente formados primeiro. Júpiter e Saturno, que são na sua maioria hidrogénio e hélio, presumivelmente acumularam os seus gases antes da nebulosa solar se dispersar. As observações de sistemas estelares jovens mostram que os discos gasosos que formam planetas geralmente têm uma vida útil de apenas 1 a 10 milhões de anos, o que significa que os gigantes gasosos no nosso Sistema Solar formaram-se provavelmente dentro desse espaço de tempo. Em contraste, a Terra provavelmente demorou pelo menos 30 milhões de anos a formar-se e, no máximo, até 100 milhões de anos. Assim sendo, como é que Júpiter e Saturno formaram-se tão rapidamente?

A teoria mais aceite para a formação dos gigantes gasosos é o chamado modelo de acreção de núcleo. Neste modelo, um núcleo do tamanho de um planeta, constituído por gelo e rocha, forma-se primeiro. Em seguida, o fluxo de gás e poeira interestelar anexa-se ao planeta em crescimento. No entanto, este modelo tem um calcanhar de Aquiles; especificamente, o primeiro passo do processo. A acumulação de uma atmosfera massiva requer um núcleo sólido com cerca de 10 vezes a massa da Terra. No entanto, estes objetos grandes, semelhantes a Úrano e Neptuno, tiveram de formar-se em apenas alguns milhões de anos.

Esta impressão de artista de um sistema estelar jovem mostra que os gigantes gasosos formam-se primeiro, enquanto a nebulosa ainda está presente. Cientistas do SwRI usaram simulações computacionais para determinar como Júpiter e Saturno evoluiram no nosso próprio Sistema Solar. Os novos cálculos mostram que os núcleos dos gigantes gasosos provavelmente formaram-se através da acumulação gradual de uma população de pedras planetárias - objetos gelados com aproximadamente 30 centímetros em diâmetro.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

No modelo padrão de formação planetária, os núcleos rochosos crescem à medida que objetos de tamanho similar são acumulados e assimilados através de um processo chamado acreção. As rochas incorporam outras rochas, criando montanhas; montanhas fundem-se com outras montanhas, levando a objetos do tamanho de cidades, e assim por diante. No entanto, este modelo não é capaz de produzir núcleos planetários suficientemente grandes num suficientemente curto espaço de tempo, a fim de explicar Saturno e Júpiter.

"O problema da escala de tempo está preso nas nossas gargantas há já algum tempo," afirma o Dr. Hal Levison, cientista do Diretorado de Ciência Planetária do SwRI e autor principal do artigo. "Não se sabia exatamente como objetos como Júpiter e Saturno podiam sequer existir," continua Levison. Novos cálculos feitos pela equipa mostram que os núcleos de Júpiter e Saturno podem formar-se dentro do espaço de tempo de 10 milhões de anos caso cresçam acumulando gradualmente uma população de "pedras" planetárias - objetos gelados com cerca de 30 centímetros em diâmetro. Observações recentes mostraram que o gás pode desempenhar um papel fundamental no aumento da eficiência da acreção. Assim, as pedras que entrem em órbita podem espiralar para o protoplaneta e ser assimiladas, assistidas pelo gás.

No seu artigo, Levison, a Dra. Katherine Kretke e o Dr. Martin Duncan (ambos da Universidade de Queen em Kingston, Ontário) mostram que a acreção de "seixos" planetários pode produzir a estrutura observada do Sistema Solar desde que os seixos se tenham formado a um ritmo suficientemente lento para que os planetas em crescimento tenham tempo para interagir gravitacionalmente uns com os outros.

"Caso as pedras se formem demasiado depressa, a acreção levaria à formação de centenas de Terra geladas," afirma Kretke. "Os núcleos em crescimento precisam de algum tempo para arremessar os seus concorrentes para longe dos seixos, efetivamente fazendo com que 'passem fome'. É por isso que foram formados apenas um par de gigantes gasosos."

"Que eu saiba, este é o primeiro modelo a reproduzir a estrutura do Sistema Solar exterior, com dois gigantes gasosos, dois gigantes de gelo (Úrano e Neptuno) e uma cintura de Kuiper intocada," comenta Levison.

"Depois de muitos anos a realizar simulações computacionais do modelo padrão sem sucesso, é um alívio encontrar um novo modelo que é tão bem sucedido," acrescenta Duncan.

Links:

Notícias relacionadas:
SwRI (comunicado de imprensa)
Nature
SPACE.com
(e) Science News
AstronomyNow
PHYSORG
Discovery News
spaceref

Formação e evolução do Sistema Solar:
Wikipedia

 
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ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - M27: Não é um Cometa
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Francesco di Biase
 
Enquanto estudava o céu por cima da França durante o século XVIII em busca de cometas, o astrónomo Charles Messier assinalou este objeto com o número 27 no seu catálogo de objetos que definitivamente não eram cometas. Mas o que é este objeto? Hoje dizemos que se trata de uma nebulosa planetária, que é um objeto que resulta da morte de uma estrela de massa solar. No final da sua vida, as estrelas como o Sol emitem para o espaço o gás do seu invólucro, transformando-se em anãs brancas enquanto o gás se vai afastando da estrela que lhe deu origem. A radiação ultravioleta intensa que é emitida pela anã branca é responsável, através da sua interação com o gás, pelo brilho visível do gás que se afasta do objeto central. Conhecida pelo nome popular de Nebulosa do Haltere (devido às primeiras imagens que dela foram captadas), esta nebulosa mede mais de 2,5 anos-luz de diâmetro e encontra-se a 1200 anos-luz de nós na direção da constelação da Raposa (Vulpecula). Esta impressionante imagem a cores realça detalhes dentro da sua bem estudada região central e características do seu halo exterior, fotografadas com menos frequência. Incorpora imagens de banda-estreita e banda-larga registadas através de filtros sensíveis à emissão dos átomos de enxofre, hidrogénio e oxigénio.
 

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