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Edição n.º 1389
30/06 a 03/07/2017
 
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30/06/17 - DIA DO ASTEROIDE - OBSERVAÇÃO NOTURNA
20:30 - Palestra e sessão de observação às estrelas comemorativa do dia do asteroide. No dia em que se comemora o Dia Internacional do Asteroide, promovido pela ONU, o Centro Ciência Viva do Algarve promove uma palestra com observação astronómica noturna com telescópio para toda a Família (dependente de meteorologia favorável). Este evento encontra-se inserido na Noite Europeia dos Investigadores e é completamente gratuito mediante inscrição.
Local: CCVAlg
Pré-inscrição: siga este link
Telefone: 289 890 920
E-mail: info@ccvalg.pt

 
EFEMÉRIDES

Dia 30/06: 181.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1905, Albert Einstein publica o artigo "Sobre a Electrodinâmica dos Corpos em Movimento", no qual introduz a relatividade especial.
Em 1908, ocorria o grande impacto de Tunguska na Sibéria.

Em 1971, três cosmonautas são encontrados mortos no seu veículo de regresso, Soyuz 11, depois de uma missão com problemas da Salyut 1. A tripulação morreu devido a uma de fuga de ar através de uma válvula. Permanecem os únicos humanos a não ter morrido na Terra.
Em 1972, é adicionado o primeiro segundo ao sistema UTC
Em 2001, era lançado o WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe) a partir do Centro Espacial Kennedy.
Observações: A "estrela" para a esquerda da Lua, esta noite, é o planeta Júpiter.

Dia 01/07: 182.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1770, o Cometa Lexell passa a uns meros 2,2 milhões de quilómetros da Terra, menos de 9 vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Em 1917, o espelho de 2,5 m chega ao Monte Wilson.

O empresário John D. Hooker doou os fundos para o vidro, que foi o mesmo utilizado para as garrafas de vinho feito pela companhia de Saint Gobrain em França.
Em 2004, inserção orbital da Cassini-Huygens em Saturno.
Em 2013, descoberta da lua S/2004 N 1 de Neptuno
Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 01:51.
Esta noite, a Lua forma um triângulo com Júpiter e Espiga a sudoeste.

Dia 02/07: 183.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1967, os satélites de raios-gama Vela 3 e 4, lançados com a intenção de detetar explosões de bombas nucleares, tornam-se famosos pela sua inesperada descoberta dos GRB's (explosões de raios-gama).
Em 1985, era lançada a missão Giotto. O seu objetivo era passar pelo cometa Halley e enviar de volta as primeiras imagens do núcleo de um cometa.

O primeiro encontro ocorreu a 13 de março de 1986, a uma distância de 596 km. A Giotto também estudou o Cometa P/Grigg-Skjellerup durante a sua missão.
Em 2013, a União Astronómica Internacional dá os nomes Cérbero e Estige à 4.ª e 5.ª luas de Plutão, respetivamente.
Observações: Trânsito da sombra de Ganimedes, entre as 19:04 e as 21:48.
A Lua já se afastou ainda mais do planeta Júpiter e de Espiga, formando um triângulo invertido ainda mais largo do que o de ontem.

Dia 03/07: 184.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1969, ocorre a maior explosão na história dos foguetões quando o soviético Soyuz N-1 (5L) explode e subsequentemente destroi a sua plataforma de lançamento. Esta é também uma das maiores explosões artificiais não-nucleares da História da Humanidade.
Em 2006, o asteroide denominado 2004 XP14 passa a 432.308 km da Terra.

Observações: Esta é a altura do ano em que duas das mais brilhantes estrelas do verão, Arcturo e Vega, estão à mesma altura pouco depois do anoitecer: Arcturo está a sudoeste, Vega para este. Arcturo e Vega estão a 37 e 25 anos-luz de distância, respetivamente. São exemplos dos dois tipos mais comuns de estrelas: uma gigante amarelada do tipo K e uma estrela esbranquiçada de sequência principal do tipo A. Sâo 150 e 50 vezes mais brilhantes que o Sol - por isso é que, em combinação com a sua distância, dominam o céu noturno.

 
CURIOSIDADES


Em 2011, astrónomos descobriram o maior buraco negro do Universo conhecido. Este buraco negro supermassivo encontra-se no centro da galáxia NGC 4889, a uma distância de 336 milhões de anos-luz, e é 5200 vezes mais massivo que o buraco negro central da Via Láctea, equivalente a 21 mil milhões de massas solares.

 
INCRÍVEL DESCOBERTA CONFIRMA EXISTÊNCIA DE BURACOS NEGROS SUPERMASSIVOS EM ÓRBITA UM DO OUTRO

Pela primeira vez, astrónomos dizem que conseguiram observar e medir o movimento orbital entre dois buracos negros supermassivos a centenas de milhões de anos-luz da Terra - uma descoberta já esperada há mais de uma década.

Karishma Bansal é estudante do Departamento de Física e Astronomia da Universidade do Novo México e a autora principal do artigo, publicado recentemente na revista The Astrophysical Journal. Ela, juntamente com o professor Greg Taylor e colegas da Universidade de Stanford, do Observatório Naval dos EUA e do Observatório Gemini, têm vindo a estudar a interação entre estes buracos negros há já 12 anos.

"Há muito tempo que tentamos encontrar um par desses buracos negros supermassivos orbitando como resultado da fusão de duas galáxias," comenta Taylor. "Embora tenhamos teorizado tal evento, nunca ninguém havia visto um até agora."

Impressão de artista de dois buracos negros supermassivos, parecidos àqueles observados por investigadores da Universidade do Novo México, orbitando-se um ao outro a 750 milhões de anos-luz da Terra.
Crédito. Josh Valenzuela/Universidade do Novo México
(clique na imagem para ver versão maior)
 

No início de 2016, uma equipa internacional de investigadores, trabalhando no projeto LIGO, detetou a existência de ondas gravitacionais, confirmando a previsão com 100 anos de Albert Einstein e surpreendendo a comunidade científica. Estas ondas gravitacionais foram o resultado de dois buracos negros de massa estelar (+/-30 massas solares) colidindo no espaço. Agora, graças a esta pesquisa mais recente, os cientistas serão capazes de começar a compreender o que leva à fusão de buracos negros supermassivos que criam ondulações no tecido do espaço-tempo e começar a aprender mais sobre a evolução das galáxias e sobre o papel que estes buracos negros desempenham.

Usando o VLBA (Very Long Baseline Array), uma rede composta por 10 radiotelescópios espalhados pelos EUA e operado em Socorro, no estado do Novo México, investigadores foram capazes de observar várias frequências rádio emitidas por estes buracos negros supermassivos. Ao longo do tempo, os astrónomos foram essencialmente capazes de traçar a sua trajetória e de confirmá-los como um sistema binário visual. Por outras palavras, observaram estes buracos negros em órbita um do outro.

"Quando o Dr. Taylor me deu estes dados, estava apenas a começar a aprender como os entender," comenta Bansal. "E, quando descobrimos que existiam dados que remontavam até 2003, determinámos que se orbitam um ao outro. É muito emocionante."

Mapa VLBA da radiogaláxia 0402+379 a 15 GHz. Alberga dois buracos negros supermassivos no seu centro, legendados C1 e C2.
Crédito: Universidade do Novo México
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Para Taylor, a descoberta é o resultado de mais de 20 anos de trabalho e uma façanha incrível dada a precisão necessária para obter estas medições. A mais ou menos 750 milhões de anos-luz da Terra, a galáxia 0402+379 e os buracos negros supermassivos no seu interior, estão incrivelmente longe; mas também estão à distância perfeita da Terra, e entre eles, para serem observados.

Bansal realça que estes buracos negros supermassivos têm uma massa combinada de 15 mil milhões de vezes a do nosso Sol, ou 15 mil milhões de massas solares. O tamanho inacreditável destes buracos negros significa que o seu período orbital ronda os 24.000 anos, assim que apesar da equipa já os observar há uma década, ainda não conseguiram ver a menor das curvaturas na sua órbita.

"Imagine um caracol à superfície do recém-descoberto planeta parecido com a Terra em órbita de Proxima Centauri - a 4,243 anos-luz de distância - movendo-se a 1 cm/s; esse é o movimento angular que resolvemos aqui," comenta Roger W. Romani, professor de física na Universidade de Stanford e membro da equipa de investigação.

Mapa colorido, pelo VLBA, da radiogaláxia 0402+379 a 22 GHz. Alberga dois buracos negros supermassivos no seu centro, legendados C1 e C2.
Crédito: Universidade do Novo México
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"O que conseguimos fazer é uma verdadeira conquista técnica ao longo deste período de 12 anos usando o VLBA para alcançar a resolução e precisão suficientes, na astrometria, para ver realmente a órbita a acontecer," acrescenta Taylor. "É um pequeno triunfo tecnológico termos sido capazes de o fazer."

Embora o feito técnico desta descoberta seja realmente surpreendente, Bansal e Taylor dizem que a investigação também nos pode ensinar mais sobre o Universo, sobre a origem das galáxias e da evolução futura.

"As órbitas das estrelas binárias fornecem muitas informações sobre elas," afirma Bob Zavala, astrónomo do Observatório Naval do EUA. "Agora, podemos usar técnicas semelhantes para compreender os buracos negros supermassivos e as galáxias onde residem."

A continuação da observação da órbita e da interação entre estes dois buracos negros supermassivos também nos pode ajudar a melhor compreender o futuro da nossa própria Galáxia. Atualmente, a Galáxia de Andrómeda, que também tem um buraco negro supermassivo no seu centro, está num percurso de colisão com a Via Láctea, o que significa que o evento que Bansal e Taylor estão atualmente a observar, pode ocorrer na nossa Galáxia daqui a alguns milhares de milhões de anos.

Imagem a cores falsas, pelo VLBA, da radiogaláxia 0402+379 a 15 GHz. Alberga dois buracos negros supermassivos no seu centro, legendados C1 e C2.
Crédito: Universidade do Novo México
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Os buracos negros supermassivos têm muita influência sobre as estrelas em seu redor e no crescimento e evolução da galáxia," explica Taylor. "De modo que sabermos mais sobre eles, e o que acontece quando se fundem uns com os outros, poderá ser importante para a nossa compreensão do Universo."

Bansal diz que a equipa de investigação fará outra observação do sistema daqui a três ou quatro anos para confirmar o movimento e obter uma órbita precisa. Entretanto, a equipa espera que esta descoberta incentive trabalhos relacionados de outros astrónomos espalhados pelo globo.

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade do Novo México (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
The Astrophysical Journal
Science alert
PHYSORG
ScienceDaily
Space Daily
Forbes
UPI

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

Fusões galácticas:
Wikipedia

VLBA:
NRAO
Wikipedia

 
BURACOS NEGROS EM ÓRBITA EXPLICADOS COM SUPERCOMPUTADOR
Impressão de artista de um sistema binário massivo.
Crédito: ESO/M. Kornmesser/S.E. de Min
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Dois buracos negros, em próxima órbita um do outro. Será que se aproximaram lentamente, ou emergiram de duas estrelas em órbita? Juntamente com dois colegas de Amesterdão, Simon Portegies Zwart da Universidade de Leiden calculou que o segundo cenário é mais provável.

A sua publicação, com base em simulações de computador, foi aceite pela revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

No início de junho de 2017, foi novidade pela terceira vez: dois buracos negros em fusão provocaram uma explosão de ondas gravitacionais. Os astrónomos, porém, não concordam sobre a formação dos buracos negros duplos. Uma hipótese é que dois buracos negros se formam bem longe um do outro, aproximando-se lentamente e só depois começam a orbitar-se respetivamente. A segunda hipótese diz que duas estrelas gigantes orbitam-se uma à outra, explodem e colapsam para formar dois buracos negros.

Mais frequente do que o esperado

Ed van den Heuvel (Universidade de Amesterdão), que em 1972 foi um dos primeiros astrónomos a estudar a evolução de estelas duplas massivas, é o autor principal do artigo atual. "Se os nossos cálculos estão corretos, os buracos negros duplos, com uma massa combinada de quinze a trinta vezes a do Sol, surgem mais frequentemente do que o esperado. Na nossa própria Via Láctea, por exemplo, e de acordo com novos cálculos, tal fusão de buracos negros ocorre uma vez a cada 100.000 anos. Claro, isto é ainda considerado raro em escalas humanas de tempo, mas é dez vezes mais do que se pensava."

"Little Green Machine"

Simon Portegies Zwart, que realizou as novas simulações no "seu" supercomputador, "Little Green Machine": "Quando a mais massiva das duas estrelas colapsa num buraco negro, há uma situação estável na qual a segunda estrela pode sobreviver por muito tempo antes de formar o segundo buraco negro. Entretanto, o primeiro buraco negro puxa uma grande quantidade de matéria da segunda estrela e ejeta grande parte novamente. Esta emissão em massa provoca um considerável encolhimento da órbita da estrela dupla. Então, quando a segunda estrela colapsa para formar outro buraco negro, uma estrela dupla íntima é formada por dois buracos negros que mais tarde se fundem."

Van den Heuvel: "Até agora, pensava-se que os binários quase sempre se fundiam numa única grande estrela e que depois formava um buraco negro. E que apenas em casos extremos com estrelas binárias numa órbita muito larga ou muito próxima é que um buraco negro duplo se formaria. Agora, mostramos que as condições não precisam de ser tão extremas."

Links:

Notícias relacionadas:
Universidade de Leiden (comunicado de imprensa)
Artigo científico (arXiv.org)
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
PHYSORG

Buraco negro duplo:
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - O Sistema Simbiótico de R Aquarii
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: raios-X - NASA,CXC,SAO, R. Montez et al.; Ótico - Adam BlockMt. Lemmon SkyCenterU. Arizona
 
Uma estrela variável a olho nu conhecida há muito tempo, R Aquarii é na realidade um sistema binário em interação, duas estrelas que parecem ter um relacionamento próximo e simbiótico. A cerca de 710 anos-luz de distância, consiste de uma fria gigante vermelha e de uma quente e densa anã branca em órbita mútua em torno do seu centro de massa comum. A luz visível do sistema binário é dominada pela gigante vermelha, ela própria uma estrela variável de longo período do tipo-Mira. Mas o material no invólucro estendido da fria gigante é puxado pela gravidade até à superfície da mais pequena e densa anã branca, eventualmente despoletando uma explosão termonuclear e expelindo material para o espaço. Os dados óticos (vermelho) mostram o anel, ainda em expansão, de detritos provenientes de uma explosão que teria sido vista no início da década de 1770. A evolução dos eventos energéticos, menos entendidos, que produzem altas emissões de energia no sistema R Aquarii, tem sido monitorizada desde 2000 usando dados do Observatório de raios-X Chandra (azul). Esta composição mede menos de um ano-luz de comprimento à distância estimada de R Aquarii.
 

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