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Edição n.º 1504
07/08 a 09/08/2018
 
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ASTRONOMIA NO VERÃO DO CCVAlg

Atividades astronómicas planeadas para o restante mês de agosto:

08/08 - Observar o Sol, Ilha do Farol - Faro, junto ao Farol, a partir das 10:15

10/08 - Observação astronómica noturna, Lagoa, Sr.ª da Rocha, junto à Capela da Nossa Senhora da Rocha, a partir das 21:00

13/08 - Astros e sons noturnos na Ria Formosa, junto Centro de Educação Ambiental de Marim, a partir das 20:30

22/08 - Observar o Sol, Ilha Deserta - Faro, junto ao restaurante Estaminé, a partir das 10:45

24/08 - Observação astronómica noturna, Olhão, na Marina (Jardim dos Pescadores), a partir das 21:00

(todas as atividades estão dependentes de condições meteorológicas favoráveis)

 
EFEMÉRIDES

Dia 07/08: 219.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1959, lançamento do Explorer 6 que, com uma massa de 64,4 kg, torna-se no primeiro satélite a enviar fotos da Terra a partir de órbita. 

Em 1976, a Viking 2 entra em órbita de Marte.
Em 2000, uma equipa internacional de pesquisa planetária descobre em Epsilon Eridani, a apenas 10,5 anos-luz da Terra, um novo planeta gasoso. A descoberta foi, alguns anos depois, colocada em causa.
Observações: Júpiter na sua quadratura este, pelas 00:10.
Trânsito de Ganimedes, entre as 20:22 e as 22:50.
Vénus, Júpiter e Marte atualmente são mais brilhantes do que as duas estrelas mais brilhantes do verão, Vega e Arcturo. Vega está quase no zénite pouco depois do anoitecer e Arcturo brilha a oeste.
Desenhe uma linha de Vega a Arcturo. A um-terço do caminho, a linha atravessa a constelação de Hércules. A dois-terços atravessa o semicírculo de Coroa Boreal, que tem apenas uma estrela de brilho modesto, Alphecca ou Gemma.

Dia 08/08: 220.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1576, é colocada a pedra angular do observatório Uraniborg de Tycho Brahe, em Ven, Dinamarca.

Em 1977, a estação soviética Salyut 5 arde na atmosfera. Lançada no dia 22 de junho de 1976, a estação esteve tripulada durante 67 dias. 
Em 1989 era lançada a missão STS-28, a quarta missão secreta do Departamento de Defesa americano.
Em 2001, lançamento da sonda Genesis, a primeira missão de recolha de material desde o programa Apollo, a primeira a enviar material desde para lá da órbita da Lua (amostras de vento solar).
Observações: Com o avançar do verão, o "Bule de Chá" de Sagitário movendo-se agora para sul depois do cair da noite, começa a inclinar-se e a deitar o seu chá para a direita. Saturno está um pouco acima. O "Bule de Chá" inclina-se cada vez durante o resto desta estação - ou o resto da noite se ficar acordado(a) até tarde.

Dia 09/08: 221.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1973 era lançada a sonda soviética Mars 7. A 6 de março de 1974 o "orbiter"/"lander" falha a entrada na órbita de Marte. A órbita torna-se, assim, solar. 

Em 1976, lançamento da soviética Luna 24, a última missão do programa Luna e a terceira a enviar amostras lunares. A cápsula aterrou na Terra no dia 22 de agosto do mesmo ano.
Observações: Mercúrio na sua conjunção inferior, pelas 03:03.
Trânsito de Europa, entre as 19:35 e as 22:04.
Vega passa perto do zénite pouco depois do cair da noite. Consegue determinar a hora? Deneb passa o mais perto do zénite exatamente quase duas horas depois de Vega.
Trânsito de Io, entre as 21:54 e as 00:09 (já de dia 10).
Trânsito da sombra de Europa, entre as 22:14 e as 00:41 (já de dia 10).

 
CURIOSIDADES

Ao passar pelo periélio, a Parker Solar Probe atingirá uma velocidade de até 200 km/s, o que a torna temporariamente no mais rápido objeto alguma vez feito pelo Homem (tal como todos os objetos em órbita, devido à gravidade a sonda acelera quando passa pelo periélio e desacelera novamente quando passa pelo afélio).
 
VLA DETETA OBJETO MAGNÉTICO E EXOSOLAR DE MASSA PLANETÁRIA
Impressão de artista de SIMP J01365663+0933473, um objeto com 12,7 vezes a massa de Júpiter, mas com um campo magnético 200 vezes mais poderoso que o de Júpiter. Está a 20 anos-luz da Terra.
Crédito: Caltech/Chuck Carter; NRAO/AUI/NSF
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Astrónomos usaram o VLA (Karl G. Jansky Very Large Array) do NSF (National Science Foundation) para fazer a primeira deteção radiotelescópica de um objeto de massa planetária para lá do nosso Sistema Solar. O objeto, com cerca de 12 vezes a massa de Júpiter, é uma potência magnética surpreendentemente forte e um "fugitivo", viajando pelo espaço sem estar ligado a qualquer estrela.

"Este objeto está bem no limite entre um planeta e uma anã castanha ou 'estrela falhada', e está a proporcionar algumas surpresas que podem potencialmente ajudar-nos a compreender os processos magnéticos tanto nas estrelas quanto nos planetas," comenta Melodie Kao, que liderou este estudo enquanto estudante em Caltech, agora bolsista de pós-doutoramento Hubble na Universidade Estatal do Arizona.

As anãs castanhas são objetos demasiado grandes para serem considerados planetas, mas não suficientemente grandes para sustentar a fusão nuclear de hidrogénio nos seus núcleos - o processo que alimenta as estrelas. Os teóricos sugeriram a existência de tais objetos na década de 1960, mas o primeiro só foi descoberto em 1995. Originalmente pensava-se que não emitiam ondas de rádio, mas em 2001 um surto de rádio, descoberto com o VLA, revelou que um destes astros tinha uma atividade magnética forte.

Observações subsequentes mostraram que algumas anãs castanhas têm auroras fortes, semelhantes àquelas vistas nos planetas gigantes do nosso próprio Sistema Solar. As auroras vistas na Terra são provocadas pela interação do campo magnético do nosso planeta com o vento solar. No entanto, as anãs castanhas solitárias não possuem vento solar de uma estrela próxima para interação. Não se sabe como é que existem auroras nas anãs castanhas, mas os cientistas pensam que uma possibilidade é um planeta ou lua em órbita que interage com o campo magnético da anã castanha, como o que acontece entre Júpiter e a sua lua Io.

O estranho objeto neste último estudo, chamado SIMP J01365663+0933473, tem um campo magnético 200 vezes mais forte que o de Júpiter. O objeto foi originalmente detetado em 2016 como uma das cinco anãs castanhas que os cientistas estudaram com o VLA a fim de obter novos conhecimentos sobre os campos magnéticos e sobre os mecanismos pelos quais alguns destes objetos mais frios podem emitir rádio. As massas das anãs castanhas são manifestamente difíceis de determinar e, na época, pensava-se que o objeto era uma anã castanha antiga e muito mais massiva.

No ano passado, uma equipa independente de cientistas descobriu que SIMP J01365663+0933473 fazia parte de um grupo muito jovem de estrelas. A sua jovem idade significa que era, de facto, muito menos massiva, e que podia ser um "planeta flutuante" - apenas 12,7 vezes mais massivo que Júpiter, com um raio 1,22 vezes maior. Com 200 milhões de anos e a 20 anos-luz da Terra, o objeto tem uma temperatura de superfície que ronda os 825 graus Celsius. Em comparação, a temperatura da superfície do Sol é de aproximadamente 5500º C.

A diferença entre um gigante gasoso e uma anã castanha continua sendo debatida entre os astrónomos, mas uma regra que usam é a massa abaixo da qual a fusão de deutério cessa, conhecida como "limite de queima de deutério", mais ou menos 13 massas de Júpiter.

Simultaneamente, a equipa de Caltech que detetou originalmente a sua emissão de rádio em 2016 havia observado o objeto novamente num novo estudo com frequências rádio ainda mais altas e confirmou que o seu campo magnético era ainda mais forte do que o medido pela primeira vez.

"Quando foi anunciado que SIMP J01365663+0933473 tinha uma massa perto do limite de queima de deutério, tinha acabado de analisar os novos dados do VLA," afirma Kao.

As observações do VLA forneceram tanto a primeira deteção rádio como a primeira medição do campo magnético de um possível objeto de massa planetária para lá do nosso Sistema Solar.

Um campo magnético tão forte "apresenta enormes desafios para a nossa compreensão do mecanismo do dínamo que produz os campos magnéticos nas anãs castanhas e nos exoplanetas e que ajuda a impulsionar as auroras que vemos," comenta Gregg Hallinan do Caltech.

"Este objeto em particular é empolgante porque o estudo dos seus mecanismos de dínamo magnético pode fornecer-nos novas informações sobre como o mesmo tipo de mecanismos pode operar nos exoplanetas - planetas para lá do nosso Sistema Solar. Nós pensamos que esses mecanismos podem funcionar não só nas anãs castanhas, mas também em planetas gigantes gasosos e terrestres," realça Kao.

"A deteção de SIMP J01365663+0933473 com o VLA, através da sua emissão auroral de rádio, também significa que podemos ter uma nova maneira de detetar exoplanetas, incluindo aqueles que não estão em órbita de uma estrela hospedeira," acrescenta Hallinan.

Links:

Notícias relacionadas:
NRAO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (The Astrophysical Journal)
Astronomy
ScienceDaily
Astronomy Now
Science alert
Discover
PHYSORG
Blah blah blah 2

SIMP J013656.5+093347:
Wikipedia
Exoplanet.eu

Planetas flutuantes:
Wikipedia

VLA:
Página oficial
NRAO
Wikipedia

 
CONHEÇA A PARKER SOLAR PROBE
Impressão de artista da Parker Solar Probe da NASA. A sonda vai voar pela coroa do Sol e traçar como a energia e o calor se movem pela atmosfera da estrela.
Crédito: APL/NASA GSFC
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A Parker Solar Probe da NASA deverá descolar este mês de agosto, numa janela de lançamento entre os dias 11 e 23 de agosto. O foguetão Delta IV Heavy vai transportar até ao espaço a nave com o tamanho de um automóvel, com o objetivo de estudar o Sol mais perto do que qualquer outro objeto feito pelo ser humano.

O nosso Sol é muito mais complexo do que aparenta ser. Em vez do disco constante e imutável que parece aos olhos humanos, o Sol é uma estrela dinâmica e magneticamente ativa. A atmosfera do Sol envia constantemente material magnetizado para o exterior, envolvendo o nosso Sistema Solar muito além da órbita de Plutão e influenciando todos os mundos pelo caminho. Bobinas de energia magnética explodem com radiação e luz, que viajam pelo espaço e criam interrupções temporárias na nossa atmosfera, por vezes afetando os sinais de rádio e as comunicações perto da Terra. A influência da atividade solar na Terra e nos outros planetas é coletivamente conhecida como "clima espacial", e a chave para entender as suas origens está na compreensão do próprio Sol.

"A energia do Sol está sempre a passar pela Terra," comenta Nicky Fox, cientista do projeto Parker Solar Probe no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins em Laurel, no estado norte-americano de Maryland. "E embora o vento solar seja invisível, podemos vê-lo a rodear os polos nas auroras, que são muito bonitas, mas que revelam a enorme quantidade de energia e de partículas que entram em cascata na nossa atmosfera. Não temos uma forte compreensão dos mecanismos que orientam esse vento na nossa direção e é por isso que vamos partir nesta jornada."

É aqui que entra a Parker Solar Probe. A nave transporta várias "suites" de instrumentos construídos para estudar o Sol tanto remotamente quanto "in situ", ou diretamente. Em conjunto, os dados destes instrumentos de última geração deverão ajudar os cientistas a responder a três perguntas fundamentais sobre a nossa estrela.

Uma dessas questões é o mistério da aceleração do vento solar, o constante fluxo de material do Sol. Embora compreendamos em grande parte as origens do vento solar no Sol, sabemos que existe um ponto - ainda não observado - onde o vento solar é acelerado a velocidades supersónicas. Os dados mostram que essas mudanças acontecem na coroa, uma região da atmosfera solar pela qual a Parker Solar Probe voará diretamente, e os cientistas planeiam usar as medições remotas e "in situ" para descobrir como é que isto acontece.

A maioria do que sabemos sobre a coroa está intimamente ligada com a história dos eclipses solares. A Parker Solar Probe vai voar por esta região, procurando pistas sobre o comportamento do Sol. Esta foto foi captada em Madras, no estado norte-americano do Oregon, durante o eclipse solar total de 21 de agosto de 2017.
Crédito: GSFC da NASA/Gopalswamy
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Em segundo lugar, os cientistas esperam desvendar o segredo das temperaturas extremamente altas da coroa. A superfície visível do Sol tem aproximadamente 5600º C mas, por razões que não compreendemos completamente, a coroa é centenas de vezes mais quente, chegando a vários milhões de graus Celsius. Isto é contraintuitivo, pois a energia do Sol é produzida no seu núcleo.

"É como se nos afastássemos de uma fogueira e de repente a temperatura subisse muito mais," comenta Fox.

Finalmente, os instrumentos da Parker Solar Probe deverão revelar os mecanismos em funcionamento por trás da aceleração das partículas energéticas solares, que podem atingir velocidades superiores a metade da velocidade da luz à medida que se afastam do Sol. Tais partículas podem interferir com os componentes eletrónicos dos satélites, especialmente aqueles para lá do campo magnético da Terra.

Para responder a estas perguntas, a Parker Solar Probe usa quatro conjuntos de instrumentos.

A "suite" FIELDS, liderada pela Universidade da Califórnia em Berkeley, mede os campos elétricos e magnéticos em redor da nave. O conjunto de instrumentos FIELDS vai captar ondas e turbulência na heliosfera interior com alta resolução para compreender os campos associados com as ondas, choques e com a reconexão magnética, um processo pelo qual as linhas do campo magnético se realinham de forma explosiva.

O instrumento WISPR (Wide-Field Imager for Parker Solar Probe) é a única câmara a bordo da sonda. Captará imagens de estruturas como ejeções de massa coronal, jatos e outras características expelidas pelo Sol, a fim de ajudar a relacionar o que acontece na estrutura coronal a grande escala com as medições físicas detalhadas recolhidas diretamente no ambiente próximo do Sol. É liderado pelo Laboratório de Investigação Naval em Washington, DC.

A "suite" SWEAP (Solar Wind Electrons Alphas and Protons Investigation) usará dois instrumentos complementares para recolher dados. Conta as partículas mais abundantes no vento solar - eletrões, protões e iões de hélio - e mede propriedades como a velocidade, densidade e temperatura com o objetivo de melhorar a nossa compreensão do vento solar e do plasma coronal. O conjunto de instrumentos SWEAP é liderado pela Universidade do Michigan, pela Universidade da Califórnia em Berkeley e pelo Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts.

Finalmente, a "suite" ISʘIS (Integrated Science Investigation of the Sun, que inclui o símbolo ʘ - o símbolo do Sol - na sua sigla) medirá partículas através de uma ampla gama de energias. A medição dos eletrões, protões e iões vai permitir entender os ciclos de vida das partículas - de onde vieram, como se tornam aceleradas e como saem do Sol e se movem através do espaço interplanetário. O conjunto de instrumentos ISʘIS é liderado pela Universidade de Princeton em Nova Jersey.

A Parker Solar Probe é uma missão já planeada há cerca de sessenta anos. Com o alvorecer da Era Espacial, a Humanidade foi apresentada à dimensão total da poderosa influência do Sol sobre o Sistema Solar. Em 1958, o físico Eugene Parker publicou um artigo científico inovador, teorizando a existência do vento solar. A missão honra este cientista e é a primeira missão da NASA a receber o nome de uma pessoa ainda viva.

Somente nas últimas décadas a tecnologia se tornou suficientemente avançada para tornar a Parker Solar Probe uma realidade. A ousada viagem da nave é possível graças a três grandes avanços: o escudo térmico de ponta, o sistema de arrefecimento solar e o avançado sistema de gestão de falhas.

Uma missão solar como a Parker Solar Probe é o sonho dos cientistas há décadas, mas só há relativamente pouco tempo temos a tecnologia necessária - como o escudo de calor, o sistema de arrefecimento dos painéis solares e o sistema de gestão de falhas - para tornar esta missão uma realidade.
Crédito: NASA/Johns Hopkins APL/Ed Whitman
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"O Sistema de Proteção Térmica (o escudo de calor) é uma das tecnologias que possibilitam a missão da nave," comenta Andy Driesman, gerente do projeto Parker Solar Probe no Laboratório de Física Aplicada de Johns Hopkins. "Permite que a nave opere praticamente à temperatura ambiente."

As outras inovações críticas são o sistema de arrefecimento dos painéis solares e o sistema de gestão de falhas a bordo. O sistema de arrefecimento dos painéis solares permite com que estes produzam energia sob a intensa carga térmica do Sol e o sistema de gestão de falhas protege a nave durante os longos períodos em que não consegue comunicar com a Terra.

Usando dados de sete sensores colocados em redor dos limites da sombra provocada pelo escudo de calor, o sistema de gestão de falhas da Parker Solar Probe protege a sonda durante os longos períodos de tempo em que não consegue comunicar com a Terra. Se detetar um problema, a sonda corrige automaticamente a sua trajetória para garantir que os seus instrumentos científicos permaneçam frescos e em funcionamento durante os períodos de perda de comunicação.

O escudo de calor da Parker Solar Probe - TPS (Thermal Protection System) - é uma "sanduiche" de carbono-carbono que envolve quase quatro polegadas e meia de espuma de carbono, que é aproximadamente 97% ar. Embora tenha quase 2,5 metros em diâmetro, o TPS só acrescenta cerca de 73 kg à massa da Parker Solar Probe graças aos seus materiais leves.

Embora o Delta IV Heavy seja um dos foguetões mais poderosos do mundo, a Parker Solar Probe é relativamente pequena, mais ou menos do tamanho de um carro pequeno. Mas o que a Parker Solar Probe precisa é energia - alcançar a sua órbita em torno do Sol exige muita energia no lançamento. Isto porque qualquer objeto lançado da Terra começa a viajar em redor do Sol à mesma velocidade que a Terra - cerca de 29,8 km/s - de modo que um objeto tem que viajar incrivelmente depressa para contrabalançar este momento, para mudar de direção e para se aproximar do Sol.

A Parker Solar Probe vai ser lançada a bordo de um foguetão Delta IV Heavy a partir de Cabo Canaveral, na Flórida. A missão requer um veículo de lançamento assim tão poderoso - apesar do relativamente pequeno tamanho da nave - devido à energia necessária para alcançar a sua órbita que "raspa" o Sol.
Crédito: NASA/Johns Hopkins APL/Ed Whitman
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A janela de lançamento da Parker Solar Probe - entre as 4 e as 6 horas EDT (Eastern Daylight Time, 09:00-11:00 em Portugal), durante um período de duas semanas - foi escolhida com muita precisão a fim de enviar a sonda para o seu primeiro e vital alvo, para ajudar a chegar à órbita final: Vénus.

"A energia de lançamento para alcançar o Sol é 55 vezes a necessária para alcançar Marte, e duas vezes a necessária para chegar a Plutão," comenta Yanping Guo do Laboratório de Física Aplicada de Johns Hopkins, que projetou a trajetória da missão. "Durante o verão, a Terra e os outros planetas no nosso Sistema Solar estão no alinhamento mais favorável para nos permitir chegar perto do Sol."

A nave realizará uma assistência gravitacional para "deitar fora" alguma da sua velocidade no poço de energia orbital de Vénus, colocando a Parker Solar Probe numa órbita que - já na sua primeira passagem - a leva para mais perto da superfície solar do que qualquer outra sonda alguma vez esteve, bem dentro da coroa. A Parker Solar Probe realizará manobras idênticas mais seis vezes ao longo da sua missão de sete anos, auxiliando a nave na sequência final de órbitas que passam a pouco mais de 6,1 milhões de quilómetros da fotosfera.

"Ao estudar a nossa estrela, podemos aprender mais não só sobre o Sol," comenta Thomas Zurbuchen, administrador associado do Diretorado de Missões Científicas na sede da NASA, "mas também podemos aprender mais sobre todas as outras estrelas espalhadas pela Galáxia, pelo Universo e até mais sobre o começo da vida."

Links:

Cobertura da missão Parker Solar Probe pelo Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
22/05/2018 - Duas novas sondas serão as mais próximas do Sol

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
NASA - 2 (comunicado de imprensa)
NASA - 3 (comunicado de imprensa)
NASA - 4 (comunicado de imprensa)
Parker Solar Probe - Visão Geral (NASA Goddard via YouTube)
Como a Parker Solar Probe vai Sobreviver ao Sol (NASA Goddard via YouTube)
Maçarico vs. Escudo de Calor (NASA Goddard via YouTube)
Descobrindo a Quente e Misteriosa Atmosfera do Sol (NASA Goddard via YouTube)
Recursos visuais do "Briefing" científico da Parker Solar Probe (NASA)

Sol:
Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve 
Wikipedia
Ejeção de massa coronal (Wikipedia)
Tempestades solares e clima espacial - FAQ (NASA)

Vento solar:
NASA
SWPC/NOAA
Wikipedia

Parker Solar Probe:
NASA
Wikipedia

Eugene Parker:
Wikipedia

 
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