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  Astroboletim #1620  
  17/09 a 19/09/2019  
     
 

05/10/19 - Observação da Lua
20:00-21:00 - No âmbito da Semana Mundial do Espaço que decorre de 4 a 10 de outubro e da Noite Internacional de Observação da Lua promovida pela NASA - National Aeronautics and Space Administration, o Centro Ciência Viva de Tavira irá realizar uma sessão de observação da Lua na Praça da República. Será também possível fazer um registo fotográfico da Lua e das suas crateras com auxílio de telescópio. Esta atividade é gratuita. Participe!
Local: Praça da República, Tavira
Informações:
281 326 231; 924 452 528; geral@cvtavira.pt

 
     
 
Efemérides

Dia 17/09: 260.º dia do calendário gregoriano.
História:
Em 1789, William Herschel descobre a Lua de Saturno, Mimas.

Em 1976, era apresentado pela NASA o primeiro Space Shuttle (ou vaivém espacial), Enterprise.
Observações: A estação está a mudar: chegámos àquela altura do ano em que, logo após o cair da noite, Cassopeia já subiu mais a nordeste do que a Ursa Maior desceu a noroeste. Cassiopeia reina alta às primeiras horas da noite durante a metade fira de outono-inverno do ano. A Ursa Maior volta a liderar nas noites mais amenas de primavera e verão.
Quase no ponto médio entre as duas encontra-se a Estrela Polar. Está atualmente um pouco acima do seu ponto intermédio.

Dia 18/09: 261.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1959, a Vanguard 3 é lançada para órbita terrestre.
Em 1977, a Voyager 1 tira a primeira fotografia da Terra e da Lua juntas. 
Em 1980, a Soyuz 38 transporta 2 cosmonautas (1 cubano) para a estação espacial Salyut 6.
Em 2013, lançamento da Cygnus Orb-D1.

Observações: Esta é a altura do ano em que a rica zona da Via Láctea da constelação de Cisne atravessa o zénite ao início da noite (para observadores a latitudes médias norte). A Via Láctea estende-se para cima desde o horizonte a sudoeste, passando por cima das nossas cabeças, e desce a nordeste.

Dia 19/09: 262.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1988, Israel lança o seu primeiro satélite, o Ofeq 1.

Observações: A oeste, para o lado esquerdo da Ursa Maior, a brilhante estrela Arcturo, a "Estrela da Primavera", brilha um pouco mais baixa ao anoitecer cada semana. A partir de Arcturo, o padrão estreito da constelação de Boieiro, parecido a um papagaio-de-papel ou a uma posta de bacalhau, estende-se 24º para cima e para a direita.

 
     
 
Curiosidades


A NASA ganhou dois Emmys, da Academia de Televisão, Artes e Ciências dos EUA. A equipa do Centro Espacial Kennedy da NASA e da SpaceX ganhou na categoria de Melhor Programa Interativo, pela cobertura multimédia da Missão de Demonstração 1, o voo de testes da cápsula Dragon até à ISS. O JPL da NASA ganhou na categoria de Melhor Programa Interativo Original pela sua cobertura - notícias, web, educação, televisão e redes sociais - da missão InSight da NASA a Marte.

 
 
   
Cometa recém-descoberto é provavelmente visitante interestelar

Um cometa recém-descoberto empolgou a comunidade astronómica a semana passada porque parece ter tido origem fora do Sistema Solar. O objeto - designado C/2019 Q4 (Borisov) - foi descoberto no dia 30 de agosto de 2019 por Gennady Borisov no Observatório MARGO em Nauchnij, Crimeia. A confirmação oficial de que o Cometa C/2019 Q4 é um cometa interestelar ainda não foi feita, mas se for interestelar, seria apenas o segundo objeto detetado dessa classe. O primeiro, 'Oumuamua, foi observado e confirmado em outubro de 2017.

O novo cometa, C/2019 Q4, ainda está a dirigir-se em direção ao Sol, mas permanecerá para lá da órbita de Marte e não chegará a menos de 300 milhões de quilómetros da Terra.

 
Esta ilustração mostra a trajetória do cometa C/2019 Q4. Classificado como um possível objeto interestelar, a sua maior aproximação à Terra será de 300 milhões de quilómetros.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
 

Após as deteções iniciais do cometa, o sistema Scout, localizado no JPL da NASA em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia, sinalizou automaticamente o objeto como possivelmente interestelar. Davide Farnocchia do CNEOS (Center for Near-Earth Object Studies) da NASA, no JPL, trabalhou com astrónomos e com o NEOCC (Near-Earth Object Coordination Center) da ESA em Frascati, Itália, para obter observações adicionais. Trabalhou de seguida com o Centro de Planetas Menores em Cambridge, Massachusetts, para estimar a trajetória precisa do cometa e determinar se teve origem dentro do nosso Sistema Solar ou se veio de outro lugar da Galáxia.

Atualmente, o cometa está a 420 milhões de quilómetros do Sol e vai alcançar o seu ponto mais próximo, ou periélio, no dia 8 de dezembro de 2019, a uma distância de 300 milhões de quilómetros.

"A velocidade atual do cometa é alta, cerca de 150.000 km/h, bem acima das velocidades típicas de objetos que orbitam o Sol a essa distância," disse Franocchia. "A alta velocidade indica não apenas que o objeto provavelmente teve origem fora do nosso Sistema Solar, mas também que irá sair e voltar para o espaço interestelar."

 
Composição colorida de C/2019 Q4 (Borisov), com quatro exposições de 60 segundos obtidas pelo Observatório Gemini. Os riscos azuis e vermelhos são estrelas de fundo que parecem "mover-se" devido ao movimento do cometa.
Crédito: composição por Travis Rector; Observatório Gemini/NSF/AURA
 

Atualmente numa trajetória de entrada, o cometa C/2019 Q4 está a dirigir-se para o Sistema Solar interior. No dia 26 de outubro, passará pelo plano da eclíptica - o plano no qual a Terra e os outros planetas orbitam o Sol - vindo de cima, aproximadamente a um ângulo de 40 graus.

C/2019 Q4 foi estabelecido como sendo cometário devido à sua aparência difusa, o que indica que o objeto tem um corpo central gelado que está a produzir uma nuvem circundante de poeira e partículas à medida que se aproxima do Sol e aquece. A sua localização no céu (a partir do ponto de vista da Terra) coloca-o perto do Sol - uma área do céu geralmente não examinada por grandes levantamentos terrestres de asteroides ou pela sonda caçadora de asteroides NEOWISE da NASA

 
Animação que mostra o movimento de C/2019 Q4.
Crédito: G. Borisov
 

C/2019 Q4 só poderá ser observado com telescópios profissionais nos próximos meses. "O objeto terá o seu pico de brilho em meados de dezembro e continuará a ser observável com telescópios de tamanho médio até abril de 2020," acrescentou Farnocchia. "Depois, só será observável com telescópios profissionais maiores até outubro de 2020."

As observações concluídas por Karen Meech e pela sua equipa na Universidade do Hawaii indicam que o núcleo do cometa tem entre 2 e 16 quilómetros em diâmetro. Os astrónomos vão continuar a recolher observações para caracterizar ainda mais as propriedades físicas do cometa (tamanho, rotação, etc.) e vão também continuar a melhor identificar a sua trajetória.

// NASA (comunicado de imprensa)
// ESA (comunicado de imprensa)
// Instituto de Astrofísica das Canárias (comunicado de imprensa)
// Observatório Gemini (comunicado de imprensa)
// Universidade do Hawaii (comunicado de imprensa)
// Instituto SETI (comunicado de imprensa)

 


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C/2019 Q4 (Borisov):
NASA/JPL
Wikipedia

'Oumuamua:
NASA/JPL
Wikipedia

Objeto interestelar:
Wikipedia

 
   
Buraco negro no centro da nossa Galáxia parece estar ficando mais faminto
 
Renderização de uma estrela chamada S0-2 orbitando o buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea. Não caiu no buraco negro, mas a sua passagem próxima pode ser uma razão para o cada vez maior apetite do buraco negro.
Crédito: Nicolle Fuller/NSF
 

O enorme buraco negro no centro da nossa Galáxia está a ter uma refeição extraordinariamente grande de gás e poeira interestelar, e os investigadores ainda não entendem porquê.

"Nunca vimos algo assim durante os 24 anos em que temos vindo a estudar o buraco negro supermassivo," disse Andrea Ghez, professora de física e astronomia da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) e coautora da investigação. "Geralmente, é um buraco negro muito calmo e fraco sob dieta. Não sabemos o que está a motivar este grande banquete."

O artigo sobre o estudo, liderado pelo Grupo do Centro Galáctico da UCLA, que Ghez lidera, foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

Os cientistas analisaram mais de 13.000 observações do buraco negro recolhidas durante 133 noites desde 2003. As imagens foram obtidas pelo Observatório W. M. Keck no Hawaii e pelo VLT (Very Large Telescope) do ESO no Chile. A equipa descobriu que, no dia 13 de maio, a área logo do lado de fora do "ponto de não-retorno" do buraco negro (assim chamado porque quando a matéria entra, nunca poderá escapar) era duas vezes mais brilhante do que a observação mais brilhante seguinte.

Eles também observaram grandes mudanças noutras duas noites este ano; todas estas três mudanças foram "sem precedentes", disse Ghez.

O brilho observado pelos cientistas é provocado pela radiação do gás e poeira que caem no buraco negro; as descobertas levaram-nos a perguntar se este foi um evento singular extraordinário ou um percursor do aumento significativo de atividade.

"A grande questão é se o buraco negro está a entrar numa nova fase - por exemplo, se a 'torneira' foi aberta e o ritmo de queda do gás para o buraco negro aumentou por um longo período - ou se acabámos de ver os fogos-de-artifícios de algumas 'gotas' invulgares de gás," disse Mark Morris, professor de física e astronomia da UCLA e coautor sénior do artigo.

A equipa continuou a observar a área e tentará resolver esta questão com base no que veem em novas imagens.

"Queremos saber como é que os buracos negros crescem e como afetam a evolução das galáxias e do Universo," acrescentou Ghez. "Queremos saber por que razão o buraco negro supermassivo fica mais brilhante e como fica mais brilhante."

Os novos achados têm por base observações do buraco negro - chamado Sagitário A* ou Sgr A* - durante quatro noites em abril e maio no Observatório Keck. O brilho em torno do buraco negro varia sempre um pouco, mas os cientistas ficaram impressionados com as variações extremas de brilho durante esse período de tempo, incluindo com as suas observações no dia 13 de maio.

"Na primeira imagem que vi naquela noite, o buraco negro estava tão brilhante que inicialmente o confundi com a estrela S0-2, porque nunca tinha visto Sagitário A* tão brilhante," disse Tuan Do, o autor principal do estudo. "Mas rapidamente ficou claro que a fonte tinha que ser o buraco negro, o que foi realmente emocionante."

Uma hipótese sobre o aumento de atividade é que, quando uma estrela chamada S0-2 se aproximou mais do buraco negro durante o verão de 2018, lançou uma grande quantidade de gás que atingiu este ano o buraco negro.

Outra possibilidade envolve um objeto bizarro conhecido como G2, que provavelmente é um par de estrelas binárias, que se aproximou mais do buraco negro em 2014. É possível que o buraco negro possa ter arrancado a camada externa de G2, disse Ghez, o que poderia ajudar a explicar o aumento de brilho do lado de fora do buraco negro.

Morris disse que outra possibilidade é que o brilho corresponde ao desaparecimento de grandes asteroides atraídos para o buraco negro.

Nenhum perigo para a Terra

O buraco negro está a cerca de 26.000 anos-luz de distância e não representa perigo para o nosso planeta. Do disse que a radiação teria que ser 10 mil milhões de vezes mais forte do que a radiação que os astrónomos detetaram para afetar a vida na Terra.

A revista The Astrophysical Journal Letters também publicou um segundo artigo dos investigadores, descrevendo a técnica que lhes permitiu extrair e usar informações muito fracas de 24 anos de dados que registaram perto do buraco negro.

A equipa de Ghez relatou, dia 25 de julho na revista Science, o teste mais compreensivo da icónica teoria geral da relatividade de Einstein, perto do buraco negro. A sua conclusão de que a teoria de Einstein passou no teste e que está correta, pelo menos por agora, foi baseada no estudo de S0-2, durante uma órbita completa em torno do buraco negro.

A equipa de Ghez estuda mais de 3000 estrelas que orbitam o buraco negro supermassivo. Desde 2004 que os cientistas usam uma técnica poderosa que Ghez ajudou a desenvolver, chamada ótica adaptativa, que corrige os efeitos de distorção da atmosfera da Terra em tempo real. A técnica descrita no segundo artigo permitiu que os cientistas melhorassem os dados da década anterior ao início da utilização da ótica adaptativa. A reanálise desses dados ajudou a equipa a concluir que não via este nível de brilho próximo do buraco negro há 24 anos.

"Foi como fazer uma cirurgia LASIK nas nossas primeiras imagens," afirmou Ghez. "Recolhemos os dados para responder a uma pergunta e, acidentalmente, revelámos outras descobertas científicas empolgantes que não prevíamos."

// UCLA (comunicado de imprensa)
// Observatório W. M. Keck (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astrophysical Journal Letters)
// Artigo científico #2 (The Astrophysical Journal Letters)
// Buraco negro no centro da nossa Galáxia parece estar ficando mais faminto (UCLA via YouTube)

 


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Notícias relacionadas:
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S0-2:
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Sagitário A*:
Wikipedia

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

Via Láctea:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
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SEDS

G2:
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Observatório W. M. Keck:
Página oficial
Wikipedia

VLT:
ESO
Wikipedia

ESO:
Página oficial
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Hubble explora a formação e evolução dos enxames estelares na Grande Nuvem de Magalhães

Assim como as pessoas da mesma idade podem variar muito em aparência e forma, o mesmo acontece com coleções de estrelas ou enxames estelares. Novas observações com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA sugerem que a idade cronológica, por si só, não conta a história completa quando se trata da evolução dos aglomerados de estrelas.

Investigações anteriores sobre a formação e evolução de enxames estelares sugeriram que estes sistemas tendem a ser compactos e densos quando se formam, antes de expandirem com o tempo para se tornarem tanto aglomerados grandes como pequenos. Novas observações do Hubble, na Grande Nuvem de Magalhães (GNM), aumentaram a nossa compreensão de como o tamanho dos enxames de estrelas na GNM muda com o tempo.

 
Imagem de NGC 1466, uma "bola" antiga e brilhante de estrelas, pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA. É um enxame globular - uma coleção de estrelas todas mantidas juntas pela gravidade - que está a mover-se lentamente pelo espaço na orla da Grande Nuvem de Magalhães, um dos nossos vizinhos galácticos mais próximos.
NGC 1466 é certamente um objeto extremo. Tem uma massa equivalente a 140.000 sóis e uma idade de mais ou menos 13,1 mil milhões de anos, o que o torna quase tão velho quanto o próprio Universo. Esta relíquia fóssil do Universo primitivo está a cerca de 160.000 anos-luz de distância.
NGC 1466 é um dos cinco enxames na GNM no qual foi medido o nível de evolução dinâmica (ou "idade dinâmica").
Crédito: ESA/Hubble e NASA
 

Os enxames são agregados de muitas (até um milhão) estrelas. São sistemas ativos nos quais as interações gravitacionais mútuas entre as estrelas mudam a sua estrutura ao longo do tempo (mudança conhecida pelos astrónomos como "evolução dinâmica"). Devido a estas interações, as estrelas mais massivas tendem a "afundar" progressivamente em direção à região central de um enxame, enquanto as estrelas mais leves podem escapar do sistema. Isto provoca uma contração progressiva do núcleo do enxame ao longo de diferentes escalas de tempo e significa que os aglomerados estelares com a mesma idade cronológica podem variar muito em aparência e forma devido às diferentes "idades dinâmicas."

Localizada a quase 160.000 anos-luz da Terra, a GNM é uma galáxia satélite da Via Láctea, que hospeda enxames de estrelas que abrangem uma ampla faixa de idades. Isto difere da nossa própria Via Láctea, que contém principalmente enxames de estrelas mais antigos. A distribuição de tamanhos em função da idade observada para enxames de estrelas na GNM é muito intrigante, pois os aglomerados jovens são compactos, enquanto os sistemas mais antigos têm tamanhos pequenos e grandes.

 
As estrelas retardatárias azuis são, obviamente, azuis e brilhantes, com uma massa superior à média para um enxame, e espera-se que "afundem" na direção do centro de um enxame com o passar do tempo. Aquelas mais próximas do núcleo do aglomerado são as primeiras a migrar para dentro, enquanto as retardatárias azuis mais distantes movem-se progressivamente para dentro.
Crédito: ESA/Hubble & NASA, L. Calçada
 

Verificou-se que todos os enxames, incluindo os da GNM, hospedam um tipo especial de estrelas revigoradas chamadas retardatárias azuis ("blue stragglers" em inglês, assim denominadas devido à sua cor e ao facto da sua evolução "atrasar-se" em relação à das suas vizinhas). Sob certas circunstâncias, as estrelas recebem combustível extra que as faz subir de massa e que as faz aumentar substancialmente de brilho. Isto pode acontecer se uma estrela retira matéria de uma vizinha, ou se colidem.

Como resultado do envelhecimento dinâmico, as estrelas mais massivas "afundam" em direção ao centro do enxame à medida que fica mais velho, num processo semelhante à sedimentação, chamado "segregação central". As retardatárias azuis são brilhantes, o que as torna relativamente fáceis de observar, e possuem massas elevadas, o que significa que são afetadas pela segregação central e que podem ser usadas para estimar a idade dinâmica de um aglomerado estelar (isto não quer dizer que todas as estrelas mais massivas e brilhantes dos enxames são retardatárias azuis).

Francesco Ferraro da Universidade de Bolonha, na Itália, e a sua equipa usaram o Telescópio Espacial Hubble para observar retardatárias azuis em cinco velhos enxames de estrelas na GNM, com tamanhos diferentes, e conseguiram classificá-los em termos da sua idade dinâmica.

 
Esta ilustração demonstra os dois cenários de formação das retardatárias azuis.
A imagem da esquerda mostra o modelo de colisão onde duas estrelas de baixa massa, num ambiente lotado, sofrem uma colisão frontal, combinando o seu combustível e massa para formar uma única estrela quente.
A imagem da direita ilustra o modelo "vampiro" que consiste num par de estrelas que sofre uma transformação, em que a estrela de massa mais baixa "suga" hidrogénio à companheira mais massiva, alimentando o seu renascimento.
Crédito: ESA/Hubble, M. Kornmesser
 

"Demonstrámos que diferentes estruturas de enxames estelares são devidas a diferentes níveis de envelhecimento dinâmico: têm formas diferentes físicas, apesar de terem nascido no mesmo tempo cósmico. É a primeira vez que o efeito do envelhecimento dinâmico é medido nos enxames da GNM," diz Ferraro.

"Estes achados apresentam áreas intrigantes para investigações adicionais, pois revelam uma nova e valiosa maneira de ler os padrões observados de aglomerados estelares na Grande Nuvem de Magalhães, fornecendo novas pistas sobre a história da formação de enxames nessa galáxia," acrescenta a coautora Barbara Lanzoni.

// ESA (comunicado de imprensa)
// Hubblesite (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Nature Astronomy)
// Artigo científico (arXiv.org)
// Animação das retardatárias azuis (HubbleESA via YouTube)

 


Saiba mais

Notícias relacionadas:
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Enxames estelares:
Enxame globular (Wikipedia)

"Blue stragglers" (estrelas retardatárias azuis):
Wikipedia

Grande Nuvem de Magalhães:
Wikipedia
SEDS.org

Telescópio Espacial Hubble:
Hubble, NASA 
ESA
STScI
SpaceTelescope.org
Base de dados do Arquivo Mikulski para Telescópios Espaciais

 
   
Álbum de fotografias - Retrato mais Recente de Saturno, pelo Hubble
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASA, ESA, A. Simon (Centro de Voo Espacial Goddard), and M.H. Wong (Universidade da Califórnia em Berkeley)
 
O Telescópio Hubble da NASA/EA observou Saturno no dia 20 de junho de 2019 enquanto o planeta fazia a sua maior aproximação à Terra deste ano, a aproximadamente 1,36 mil milhões de quilómetros de distância. Saturno tem muitas características reconhecíveis, principalmente o seu sistema de anéis, agora inclinado para a Terra. Isto dá-nos uma vista magnífica da sua brilhante estrutura gelada. Outra característica intrigante é a estrutura em forma de hexágono que rodeia o polo norte do planeta. É tão grande que podiam caber quatro Terras no seu interior (não existe estrutura semelhante no polo sul). A aparência de Saturno muda com as estações do seu ano, provocada pela inclinação axial de 27 graus do planeta. Esta imagem foi capturada durante o verão no hemisfério norte do planeta.
 
   
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