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  Astroboletim #1700  
  23/06 a 25/06/2020  
     
 
Efemérides

Dia 23/06: 175.º dia do calendário gregoriano.
Observações: As estrelas centrais da constelação de Lira, que formam um pequeno triângulo e paralelograma, apoiam-se para baixo e para a direita de Vega a este. As duas estrelas mais brilhantes do padrão, depois de Vega, são as estrelas que perfazem a parte de baixo do paralelograma: Beta e Gamma Lyrae (Sheliak e Sulafat, respetivamente). Estão atualmente alinhadas na vertical. Beta é a que está no topo.

Dia 24/06: 176.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 451, 10.ª passagem registada do Cometa Halley.
Em 1881, Sir William Huggins faz o seu primeiro espectro fotográfico de um cometa (1881 III) e descobre a emissão do cianogénio (CN) em comprimentos de onda ultravioleta, o que causa histeria em massa quando a Terra passa pela cauda do cometa Halley 29 anos mais tarde.
Em 1883, nascia Victor Hess, físico austríaco-americano, que descobriu os raios cósmicos.
Em 1915, nascia Fred Hoyle, astrónomo britânico.

É principalmente famoso pela sua contribuição para a teoria da nucleosíntese estelar e pela sua posição bastante controversa acerca de outros assuntos cosmológicos e científicos - particularmente pela sua rejeição da teoria do Big Bang, um termo originalmente da sua autoria.
Em 1929, nascia Carolyn S. Shoemaker, astrónoma americana e codescobridora do cometa Cometa Shoemaker-Levy 9. Já deteve o recorde do maior número de descobertas cometárias por um único indivíduo.
Em 1938, um meteorito de 450 toneladas (aquando da entrada na atmosfera) atinge a Terra perto de Chicora, Pennsylvania, EUA.
Em 1985, o vaivém Discovery completa a sua missão STS-51-G, mais conhecida por ter a bordo o Sultão bin Salman Al Saud, o primeiro árabe e o primeiro muçulmano no espaço.
Observações: Olhe para a esquerda da Lua, a oeste, logo depois do anoitecer. A estrela brilhante para a esquerda e um pouco para cima do nosso satélite natural é Régulo, a estrela mais brilhante da constelação de Leão, que assinala a sua pata dianteira. O "ponto de interrogação" invertido da Leão encontra-se quase na horizontal, para a direita de Régulo.

Dia 25/06: 177.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1997, a MIR colide com a nave de abastecimento Progress, o que despressuriza as cabinas e danifica os painéis solares.

No mesmo ano, a sonda Galileu passa pela lua joviana Calisto a uma distância de apenas 415 km.
Observações: A Lua Crescente está hoje entre o "ponte de interrogação" invertido e quase na horizontal de Leão, entre as estrelas Régulo (para baixo) e Algieba (para a direita e um pouco para cima).
Agora que já começou o verão, é altura de dar as boas-vindas oficiais às constelações tão bem conhecidas e bem visíveis durante a estação, nomeadamente as das estrelas que perfazem o Triângulo de Verão (Vega - Lira; Deneb - Cisne; Altair - Águia), Hércules, Golfinho, Coroa Boreal, Escorpião e Sagitário. Antes da meia-noite Júpiter e Saturno já começam a estar em boa posição para observação (para a direita de Sagitário). Vão continuar a aparecer cada vez mais cedo com o passar das semanas.

 
     
 
Curiosidades


A New Horizons está atualmente a 46,63 UA da Terra. Os sinais de rádio demoram quase 6 horas e meia a viajar até à Terra (12:55:39, ida e volta, à velocidade da luz).

 
 
   
Raios-X de estrela recém-nascida fornecem pistas dos primeiros dias do nosso Sol
 
Ilustração de artista de HOPS 383.
Crédito: raios-X NASA/CXC/Universidade de Aix-Marseille/N. Grosso et al.; ilustração - NASA/CXC/M. Weiss
 

Ao detetar um surto de raios-X de uma estrela muito jovem com o Observatório de raios-X Chandra da NASA, investigadores redefiniram a linha temporal de quando estrelas como o Sol começam a libertar radiação altamente energética para o espaço. Isto é significativo porque pode ajudar a responder a algumas perguntas sobre os primeiros dias do nosso Sol e também sobre o Sistema Solar de hoje.

A ilustração de artista mostra o objeto onde os astrónomos descobriram o surto de raios-X. HOPS 383 é chamada uma "protoestrela" jovem porque está na fase inicial da evolução estelar que ocorre logo após o início do colapso de uma grande nuvem de gás e poeira. Uma vez amadurecida, HOPS 383, localizada a cerca de 1400 anos-luz da Terra, terá uma massa equivalente a mais ou menos metade da massa do Sol.

A ilustração mostra HOPS 383 rodeada por um casulo de material com a forma de um donut (castanho escuro) - contendo cerca de metade da massa da protoestrela - que está a cair em direção à estrela central. Grande parte da luz da estrela bebé em HOPS 383 é incapaz de perfurar este casulo, mas os raios-X do surto (azul) são poderosos o suficiente para o fazer. A radiação infravermelha emitida por HOPS 383 é espalhada pelo interior do casulo (branco e amarelo). Uma versão da ilustração com uma região do casulo recortada mostra o surto brilhante de raios-X de HOPS 383 e um disco de material caindo em direção à protoestrela.

 
Versão recortada da impressão de artista de HOPS 383.
Crédito: NASA/CXC/M. Weiss
 

As observações do Chandra, em dezembro de 2017, revelaram o surto de raios-X, que durou cerca de 3 horas e 20 minutos. A explosão pode ser vista na caixa de inserção da imagem. O rápido aumento e a lenta diminuição da quantidade de raios-X são semelhantes ao comportamento dos raios-X de estrelas jovens mais evoluídas que HOPS 383. Não foram detetados raios-X oriundos da protoestrela fora deste período, o que implica que durante essas vezes HOPS 383 era pelo menos dez vezes mais fraca, em média, do que o surto no seu máximo. Também é 2000 vezes mais potente do que o surto de raios-X mais brilhante observado no Sol, uma estrela de meia-idade com massa relativamente baixa.

À medida que o material do casulo cai para dentro em direção ao disco, há também um êxodo de gás e poeira. Este fluxo exterior remove momento angular do sistema, permitindo que o material caia do disco para a jovem protoestrela em crescimento. Os astrónomos viram um fluxo deste tipo em HOPS 383 e pensam que os poderosos surtos de raios-X como o observado pelo Chandra podem retirar eletrões dos átomos. Isto pode ser importante para direcionar o fluxo por forças magnéticas.

Além disso, quando a estrela expeliu raios-X, provavelmente também teria impulsionado fluxos energéticos de partículas que colidiram com grãos de poeira localizados na orla interna do disco de material que gira em torno da protoestrela. Supondo que algo semelhante aconteceu no nosso Sol, as reações nucleares provocadas por esta colisão podem explicar as abundâncias invulgares de elementos em certos tipos de meteoritos encontrados na Terra.

Não foi detetado nenhum outro surto em HOPS 383 ao longo de três observações com o Chandra, totalizando um tempo de exposição pouco inferior a um dia. Os astrónomos vão precisar de observações de raios-X mais longas para determinar a frequência de tais explosões durante esta fase inicial de desenvolvimento de estrelas como o nosso Sol.

// NASA (comunicado de imprensa)
// Chandra/Harvard (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Astronomy & Astrophysics)
// Artigo científico (arXiv.org)
// Um rápido olhar sobre HOPS 383 (Chandra via YouTube)

 


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HOPS 383:
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Formação estelar:
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Observatório de raios-X Chandra:
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Planetas com oceanos são comuns na nossa Galáxia? É provável, dizem cientistas da NASA
 
Esta ilustração mostra a sonda Cassini da NASA a voar pelas plumas de Encélado em outubro de 2015.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
 

Há vários anos, a cientista planetária Lynnae Quick começou a perguntar-se se algum dos mais de 4000 exoplanetas conhecidos, ou planetas para lá do nosso Sistema Solar, podiam assemelhar-se com algumas das luas com grandes quantidades de água em torno de Júpiter e Saturno. Embora algumas destas luas não tenham atmosferas e estejam cobertas de gelo, ainda estão entre os principais alvos na busca da NASA por vida para lá da Terra. A lua de Saturno, Encélado, e a lua de Júpiter, Europa, que os cientistas classificam como "mundos oceânicos", são bons exemplos.

"Plumas de água emergem de Europa e Encélado, de modo que sabemos que estes corpos têm oceanos subterrâneos por baixo das suas conchas de gelo, e têm energia que impulsiona as plumas, que são dois requisitos para a vida como a conhecemos," diz Quick, cientista planetária da NASA especialista em vulcanismo e mundos oceânicos. "Assim sendo, se pensarmos nestes lugares como possivelmente habitáveis, talvez versões maiores noutros sistemas planetários também sejam habitáveis."

Quick, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado norte-americano de Maryland, decidiu explorar se - hipoteticamente - existem planetas semelhantes a Europa e Encélado na nossa Via Láctea. E se também podiam ser geologicamente ativos o suficiente para expelir plumas através das suas superfícies, quem sabe um dia detetadas por telescópios.

Através de uma análise matemática de várias dúzias de exoplanetas, incluindo planetas no sistema vizinho TRAPPIST-1, Quick e colegas aprenderam algo significativo: mais de um-quarto dos exoplanetas que estudaram podem ser mundos oceânicos, com a maioria possivelmente abrigando oceanos sob camadas de gelo superficial, semelhantes a Europa e Encélado. Além disso, muitos destes planetas podem estar a libertar mais energia do que Europa e Encélado.

Os cientistas podem um dia ser capazes de testar as previsões de Quick medindo o calor emitido por um exoplaneta ou detetando erupções vulcânicas ou criovulcânicas (líquido ou vapor em vez de rocha derretida) nos comprimentos de onda da luz emitida por moléculas na atmosfera de um planeta. Por agora, os cientistas não podem ver muitos exoplanetas em detalhe. Infelizmente, estão demasiado distantes e demasiado ofuscados pelo brilho das suas estrelas. Mas, considerando a única informação disponível - os tamanhos, massas e distâncias dos exoplanetas às suas estrelas - cientistas como Quick e colegas podem explorar modelos matemáticos e a nossa compreensão do Sistema Solar para tentar imaginar as condições que podiam moldar exoplanetas em mundos habitáveis (ou não).

Apesar das suposições que entram nestes modelos matemáticos serem suposições educadas, podem ajudar os cientistas a restringir a lista de exoplanetas promissores para procurar condições favoráveis à vida, para que o Telescópio Espacial James Webb da NASA ou outras missões espaciais possam observar.

"As missões futuras com o objetivo de procurar sinais de vida para lá do Sistema Solar estarão focadas em planetas como o nosso, que possuem uma biosfera global tão abundante que mudam a química de toda a atmosfera," diz Aki Roberge, astrofísica da NASA em Goddard que colaborou com Quick na sua análise. "Mas no Sistema Solar, luas geladas com oceanos, que estão longe do calor do Sol, ainda mostraram que possuem características que achamos necessárias para a vida."

Para procurar possíveis mundos oceânicos, a equipa de Quick selecionou 53 exoplanetas com tamanhos parecidos ao da Terra, embora possam ter até oito vezes mais massa. Os cientistas assumem que os planetas deste tamanho são mais sólidos do que gasosos e, portanto, mais propensos a suportar água líquida nas superfícies ou abaixo delas. Pelo menos mais 30 planetas que encaixam nestes parâmetros foram descobertos desde que Quick e colegas começaram o seu estudo em 2017, mas não foram incluídos na análise, publicada no dia 18 de junho na revista Publications of the Astronomical Society of the Pacific.

Com os seus planetas do tamanho da Terra identificados, Quick e a sua equipa procuraram determinar quanta energia cada um podia gerar e libertar como calor. A equipa considerou duas fontes principais de calor. A primeira, calor radiogénico, é gerado ao longo de milhares de milhões de anos pelo lento decaimento de materiais radioativos no manto e crosta de um planeta. Esta taxa de decaimento depende da idade de um planeta e da massa do seu manto. Outros cientistas já haviam determinado estas relações para planetas do tamanho da Terra. Assim, Quick e a sua equipa aplicaram a taxa de decaimento à sua lista de 53 planetas, assumindo que cada um tem a mesma idade da sua estrela e que o seu manto ocupa a mesma proporção de volume planetário do que o manto da Terra.

De seguida, os cientistas calcularam o calor produzido por outra coisa: forças de maré, que é a energia gerada a partir de atração gravitacional quando um objeto orbita outro. Os planetas em órbitas alongadas, mais elípticas, mudam a distância à estrela enquanto a orbitam. Isto leva a mudanças na força gravitacional entre os dois objetos e faz com que o planeta "estique", gerando calor. Eventualmente, o calor é perdido para o espaço através da superfície.

Uma rota de saída para o calor é através de vulcões ou criovulcões. Outra rota é através das placas tectónicas, que é um processo geológico responsável pelo movimento da camada rochosa ou gelada mais externa de um planeta ou lua. Qualquer que seja a maneira como o calor é libertado, é importante saber a quantidade, pois pode validar ou invalidar a habitabilidade.

 
Vénus pode já ter tido oceanos de água líquida e vulcões ativos, um ambiente hospitaleiro para a vida. Mas, com o tempo, o planeta ficou tão quente que os oceanos se dissiparam. Gradualmente, os gases vulcânicos criaram uma atmosfera superespessa em Vénus, com nuvens de ácido sulfúrico.
Crédito: Michael Lentz e Mike Mirandi/Centro de Voo Espacial Goddard da NASA
 

Por exemplo, demasiada atividade vulcânica pode transformar um mundo habitável num pesadelo derretido. Mas pouca atividade pode impedir a libertação de gases que compõem uma atmosfera, deixando uma atmosfera fria e árida. A quantidade ideal suporta um planeta habitável e húmido como a Terra, ou uma lua possivelmente habitável como Europa.

Na próxima década, a sonda Europa Clipper da NASA irá explorar a superfície e a subsuperfície de Europa e fornecer informações sobre o seu ambiente. Quanto mais os cientistas puderem aprender sobre Europa e sobre outras luas potencialmente habitáveis no nosso Sistema Solar, melhor serão capazes de entender mundos semelhantes em torno de outras estrelas - que podem ser abundantes, de acordo com as descobertas publicadas.

"As próximas missões vão dar-nos a hipótese de ver se as luas oceânicas no nosso Sistema Solar podem sustentar a vida," diz Quick, que faz parte da equipa científica tanto da missão Clipper como da missão Dragonfly, com destino à lua de Saturno, Titã. "Se encontrarmos assinaturas químicas da vida, podemos tentar procurar sinais semelhantes a distâncias interestelares".

Quando o Webb for lançado, os cientistas vão tentar detetar assinaturas químicas nas atmosferas de alguns dos planetas no sistema TRAPPIST-1, que fica a 39 anos-luz de distância na direção da constelação de Aquário. Em 2017, os astrónomos anunciaram que este sistema possuía sete planetas do tamanho da Terra. Há quem tenha sugerido que alguns destes planetas possam ser oceânicos, e a equipa de Quick suporta esta ideia. Segundo os cálculos da sua equipa, TRAPPIST-1 e, f, g e h podem ser mundos oceânicos, o que os colocaria entre os 14 mundos oceânicos que os cientistas identificaram neste estudo.

 
Este gráfico animado mostra níveis de atividade geológica prevista entre os exoplanetas, com e sem oceanos, em comparação com atividade geológica conhecida em corpos do Sistema Solar, com e sem oceanos.
Crédito: Lynnae Quick e James Tralie/Centro de Voo Espacial Goddard da NASA
 

Os investigadores previram que estes exoplanetas tinham oceanos, tendo em conta as temperaturas da superfície de cada um. Esta informação é revelada pela quantidade de radiação estelar que cada planeta reflete para o espaço. A equipa de Quick também levou em consideração a densidade de cada planeta e a quantidade estimada de aquecimento interno que geram em comparação com a Terra.

"Se virmos que a densidade de um planeta é menor que a da Terra, isso é uma indicação de que pode haver mais água lá e não tanta rocha e ferro," explica Quick. E se a temperatura do planeta permitir água líquida, então teremos um mundo oceânico.

"Mas se a temperatura à superfície de um planeta for inferior a 0º C, onde a água está congelada," diz Quick, "então temos um mundo oceânico gelado e as densidades destes planetas são ainda mais baixas."

Outros cientistas que participaram nesta análise com Quick e Roberge incluem Amy Barr Mlinar do PSI (Planetary Science Institute) em Tucson, no estado norte-americano do Arizona, e Matthew M. Hedman da Universidade de Idaho, em Moscow, EUA.

// NASA (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Publications of the Astronomical Society of the Pacific)

 


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Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
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Europa Clipper:
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Dragonfly:
NASA
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JWST (Telescópio Espacial James Webb):
NASA
STScI
ESA
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Até seis mil milhões de planetas semelhantes à Terra na nossa Galáxia, de acordo com novas estimativas
 
Impressão de artista do telescópio Kepler a observar planetas que transitam uma estrela distante.
Crédito: NASA Ames/W. Stenzel
 

De acordo com novas estimativas de astrónomos da Universidade da Colúmbia Britânica, usando dados da missão Kepler da NASA, pode haver até um planeta semelhante à Terra para cada cinco estrelas parecidas com o Sol na Via Láctea.

Para ser considerado parecido à Terra, um planeta deve ser rochoso, ter aproximadamente o tamanho da Terra e orbitar uma estrela parecida com o Sol (tipo-G). Também tem que orbitar na zona habitável da sua estrela - o intervalo de distâncias na qual um planeta rochoso pode hospedar água líquida, e potencialmente vida, à sua superfície.

"Os meus cálculos estabelecem um limite superior de 0,18 planetas parecidos com a Terra por cada estrela do tipo-G," diz a investigadora Michelle Kunimoto, da Universidade da Columbia Britânica, Canadá, coautora do novo estudo publicado na revista The Astronomical Journal. "Estimar quão comuns são os diferentes tipos de planetas, em torno de estrelas diferentes, pode fornecer restrições importantes às teorias de formação e evolução planetária, e ajudar a otimizar futuras missões dedicadas a encontrar a exoplanetas."

De acordo com o astrónomo Jaymie Matthews, da mesma universidade: "A nossa Via Láctea tem até 400 mil milhões de estrelas, sendo 7% do tipo-G. Isso significa que menos de seis mil milhões de estrelas podem ter planetas parecidos com a Terra na nossa Galáxia."

Estimativas anteriores da frequência de planetas parecidos com a Terra variam de aproximadamente 0,02 planetas potencialmente habitáveis por cada estrela parecida com o Sol, a mais de um por cada estrela parecida com o Sol.

Normalmente, planetas como a Terra têm mais probabilidade de não serem descobertos por um levantamento planetário do que outros tipos, pois são muito pequenos e orbitam muito longe das suas estrelas. Isso significa que um catálogo planetário representa apenas um pequeno subconjunto dos planetas que estão realmente em órbita das estrelas examinadas. Kunimoto usou uma técnica de modelagem avançada para superar estes desafios.

"Comecei por simular toda a população de exoplanetas em torno das estrelas que o Kepler investigou," explicou. "Marquei cada planeta como 'detetado' ou 'perdido' dependendo da probabilidade do meu algoritmo de busca planetária os encontrar. Depois, comparei os planetas detetados com o meu catálogo real de planetas. Se a simulação produzisse uma correspondência íntima, então a população inicial era uma boa representação da população real de planetas que orbitam essas estrelas."

A investigação de Kunimoto também lançou mais luz sobre uma das questões mais salientes da ciência exoplanetária hoje em dia: o "hiato de raio" dos planetas. O "hiato de raio" demonstra que é invulgar que planetas com períodos orbitais inferiores a 100 dias tenham um tamanho entre 1,5 e 2 vezes o da Terra. Ela descobriu que o hiato de raio existe numa gama muito mais estreita de períodos orbitais do que se pensava anteriormente. Os seus resultados observacionais podem fornecer restrições aos modelos de evolução planetária que explicam as características do hiato de raio.

Anteriormente, Kunimoto pesquisou dados de arquivo de 200.000 estrelas da missão Kepler da NASA. Descobriu 17 novos planetas para lá do Sistema Solar, além de recuperar milhares de planetas já conhecidos.

// Universidade da Colúmbia Britânica (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astronomical Journal)
// Artigo científico (arXiv.org)

 


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Estrela do tipo-G:
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Telescópio Espacial Kepler:
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Álbum de fotografias - Lua Oculta Vénus
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Dzmitry Kananovich
 
Pode parecer o nascer-da-Terra a partir da Lua, mas é na realidade o pôr-de-Vénus. Há 4 dias atrás, logo após o nascer-do-Sol, a Lua e Vénus também nasceram com a nossa estrela. Na sequência de imagens em destaque, centrada na Lua, Vénus é visto cada vez mais [angularmente] perto da Lua. Na famosa imagem do nascer-da-Terra, obtida há pouco mais de 50 anos, a Terra foi capturada a subir ao longo da orla da Lua, vista pela tripulação da Apollo 8 em órbita do nosso satélite natural. Esta imagem parecida, mas de Vénus, foi, claro, captada da Terra, especificamente na Estónia. Vénus mostra um crescente fino porque na semana passada passou quase em frente do Sol, da perspetiva da Terra.
 
   
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