Problemas ao ver este e-mail?
Veja no browser

 
 
  Arquivo | CCVAlg - Astronomia
Com o apoio do Centro Ciência de Tavira
   
 
  Astroboletim #1708  
  21/07 a 23/07/2020  
     
     
 
Astronomia no Verão CCVAlg | CCVTavira

Atividades astronómicas planeadas para o restante mês de julho:

24/07 - Marim, Olhão, a partir das 21:15, frente ao Centro de Educação Ambiental de Marim (atividade realizada pelo CCVAlg)

28/07 - Santa Catarina da Fonte do Bispo, a partir das 22:00, junto à Cooperativa Agrícola dos Produtores de Azeite de Santa Catarina da Fonte do Bispo (atividade realizada pelo CCVTavira)

31/07 - Carvoeiro, a partir das 21:30, junto ao Forte de Nossa Senhora da Encarnação (atividade realizada pelo CCVAlg)

Atividades astronómicas planeadas para o mês de agosto:

04/08 - Castelo de Paderne, Albufeira, a partir das 21:15, junto ao Castelo de Paderne (atividade realizada pelo CCVAlg)

05/08 - Ruinas Romanas de Milreu, Estoi, a partir das 21:15, no interior do Núcleo Museológico das Ruínas Romanas de Milreu (atividade realizada pelo CCVAlg)

07/08 - Rocha da Pena, Loulé, a partir das 20:45, ponto de encontro no estacionamento do café Bar das Grutas, no início do caminho para a Rocha da Pena (atividade realizada pelo CCVAlg)

07/08 - Tavira, a partir das 22:00, junto ao Forte do Rato (atividade realizada pelo CCVTavira)

14/08 - Passeio noturno pela Ria Formosa em barco solar, encontro às 20:30 no cais de embarque junto à Porta Nova (cais das portas do mar) na muralha Villa Adentro (parte antiga da cidade de Faro); atividade com custo (atividade realizada pelo CCVAlg)

18/08 - Santa Rita - Vila Nova de Cacela, a partir das 22:00, junto à Aldeia de Santa Rita, Vila Nova de Cacela (atividade realizada pelo CCVTavira)

22/08 - Portela, São Brás de Alportel, a partir das 21:00, junto ao Miradouro do Alto da Arroteia (atividade realizada pelo CCVAlg)

23/08 - Albufeira, Praia dos Salgados, a partir das 21:00, junto ao estacionamento da Praia dos Salgados (atividade realizada pelo CCVAlg)

26/08 - Aldeia da Rocha Amarela, Esteval dos Mouros - Alte, Loulé, a partir das 20:30, no entroncamento à entrada de Esteval dos Mouros (atividade realizada pelo CCVAlg)

26/08 - Castro Marim, a partir das 21:30, no parque de estacionamento do Agrupamento de Escolas de Castro Marim (atividade realizada pelo CCVTavira)

(obrigatório utilizar equipamento de proteção individual - máscara ou viseira - e seguir as instruções de higienização e distanciamento social; número limitado de presenças nas atividades seguindo as atuais regras de segurança da DGS; todas as atividades estão dependentes de condições meteorológicas favoráveis; consulte cada uma das atividades para obter mais informações e para fazer a sua inscrição obrigatória)

 
     
 
Efemérides

Dia 21/07: 203.º dia do calendário gregoriano.
História:
Em 1620, nascia Jean Picard, astrónomo francês, o primeiro a medir o raio da Terra com um grau de precisão razoável (6328,9 km, 0,44% mais pequeno que o valor moderno).
Em 1961, Gus Grissom, pilotando a cápsula Liberty Bell 7 da Mercury 4, torna-se o segundo americano a entrar em órbita à volta da Terra.
Em 1969, Neil Armstrong e Edwin "Buzz" Aldrin tornam-se nos primeiros humanos a andar na Lua, durante a missão Apollo 11 (20 de julho na América do Norte).

No mesmo dia, a sonda soviética Luna 15 colide com a superfície da Lua ao tentar aterrar. 
Em 1973 era lançada a sonda soviética Mars 4. Alcança Marte em fevereiro de 1974. No entanto, a sonda falha a entrada em órbita. Mesmo assim, consegue enviar alguns dados e imagens.
Em 2011, termina o programa do Vaivém Espacial da NASA, com a aterragem do vaivém Atlantis durante a missão STS-135.
Observações: Ainda o verão não chegou a meio, mas já a constelação em forma de "W", Cassiopeia, das noites de outono e inverno, sobe a norte-nordeste com o passar da noite. E o Grande Quadrado de Pégaso, emblema do outono, sobe para ficar apoiado num canto logo acima do horizonte a este.

Dia 22/07: 204.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1784, nascia Friedrich Bessel, astrónomo e matemático alemão, o primeiro a determinar a distância do Sol até outra estrela usando o método da paralaxe.

Em 1962, a Mariner 1 voa erraticamente durante vários minutos após o lançamento, acabando por ter que ser destruída.
Observações: Maior elongação oeste de Mercúrio (20º), pelas 22:22.
Conhece as três duplas do topo de Escorpião? A cabeça da constelação de Escorpião - a fila quase vertical de três estrelas para cima e para a direita de Antares - está alta a sul-sudoeste logo após o cair da noite. Não estão muito longe para a direita de Júpiter e Saturno.
A estrela de cima é Beta Scorpii ou Graffias, uma boa estrela dupla para telescópios.
A apenas 1º para baixo ou para baixo e para a esquerda (uma ponta de um dedo à distância do braço esticado) está o par largo Omega^1 e Omega^2 Scorpii, visível a olho nu, quase na vertical. Têm ambas magnitude 4 e separação de 0,25º. Os binóculos mostram a sua ligeira diferença de cor; são do tipo espectral B9 e G2.
Para a esquerda de Beta, a cerca de 1,6º, está Nu Scorpii (Jabbah), outro bom duplo telescópico. Ou melhor, triplo. Um alto poder de ampliação e um céu limpo e escuro revelam que o componente mais brilhante de Nu é ele próprio uma estrela dupla, com uma separação de 2 segundos de arco e alinhado quase na direção norte-sul.

Dia 23/07: 205.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1928, nascia Vera Rubin, astrónoma americana que fez trabalho pioneiro sobre a velocidade de rotação das galáxias. Descobriu a discrepância entre o movimento angular previsto das galáxias e o movimento observado, ao estudar as curvas de rotação de galáxias. Este fenómeno veio a ser conhecido como o problema de rotação das galáxias.
Em 1972, os Estados Unidos lançavam o satélite Landsat 1.

Em 1995, é descoberto o Cometa Hale-Bopp e torna-se visível a olho nu quase um ano depois.
Em 1999, lançamento da STS-93, do vaivém Columbia, com o Observatório de raios-X Chandra a bordo.
Em 2015, a NASA anuncia a descoberta de Kepler-452b, a primeira super-Terra na zona habitável de uma estrela parecida com o Sol.
Observações: Um dos mais bonitos enxames estelares do verão, para binóculos, é IC 4665, logo acima do ombro este de Ofíuco. É grande mais disperso, com dez estrelas de 7.ª e 8.ª magnitudes abrangendo cerca de 1/3 de um grau.
Porque é que este objeto bem visível só tem um número IC? Foi descoberto independentemente e registado pelo menos quatro vezes entre 1745 e 1908 quando, finalmente, Solon Bailey de Harvard o acrescentou ao "Index Catalogue", apêndice do NGC.

 
     
 
Curiosidades


O lançamento do Telescópio Espacial James Webb da NASA foi novamente adiado, desta vez para 31 de outubro de 2021, devido a desafios resultantes da pandemia de COVID-19, bem como a problemas técnicos.

 
 
   
Estrela "fugitiva" pode explicar brilho invulgar em redor de buraco negro
 
Esta ilustração mostra um buraco negro rodeado por um disco de gás. No painel à esquerda, uma corrente de detritos cai para o disco. No painel à direita, os detritos dispersaram parte do gás, fazendo com que a coroa (a bola de luz branca acima do buraco negro) desaparecesse.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
 

No centro de uma galáxia distante, um buraco negro está a consumir lentamente um disco de gás que gira em seu redor como água num dreno. À medida que um fluxo constante de gás é puxado para a "boca" do "monstro", partículas ultraquentes reúnem-se perto do buraco negro, acima e abaixo do disco, gerando um brilho de raios-X que pode ser visto a 300 milhões de anos-luz de distância, a partir da Terra. Sabemos que estas coleções de gás ultraquente, chamadas coroas, exibem mudanças visíveis na sua luminosidade, brilhando ou escurecendo por um factor de até 100 vezes quando um buraco negro se alimenta.

Mas há dois anos, os astrónomos assistiram com admiração os raios-X da coroa do buraco negro numa galáxia conhecida como 1ES 1927+654 a desaparecerem completamente, diminuindo por um factor de 10.000 em cerca de 40 dias. Quase imediatamente, começou a recuperar, e cerca de 100 dias depois tornou-se quase 20 vezes mais brilhante do que era antes do evento.

Os raios-X da coroa de um buraco negro são subprodutos diretos da alimentação do buraco negro, de modo que o desaparecimento desta radiação de 1ES 1927+654 provavelmente significa que o seu suprimento de alimentos foi cortado. Num novo estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters, os cientistas teorizam que uma estrela em fuga pode ter chegado demasiado perto do buraco negro e ter sido destruída. Se fosse esse o caso, os detritos em movimento da estrela podiam ter colidido com parte do disco, dispersando brevemente o gás.

"Normalmente, não vemos variações como esta na acreção de buracos negros," disse Claudio Ricci, professor assistente da Universidade Diego Portales, em Santiago, Chile, autor principal do estudo. "Foi tão estranho que ao início pensámos que havia algo errado com os nossos dados. Quando vimos que era real, foi muito excitante. Mas também não fazíamos ideia do que estávamos a lidar; nunca ninguém tinha visto nada como isto."

Quase todas as galáxias do Universo podem hospedar um buraco negro supermassivo no seu centro, como o de 1ES 1927+654, com massas milhões ou milhares de milhões de vezes maiores que a do nosso Sol. Crescem consumindo o gás que os rodeia, também conhecido como disco de acreção. Dado que os buracos negros não emitem ou refletem luz, não podem ser vistos diretamente, mas a luz das suas coroas e dos seus discos de acreção fornecem uma maneira de aprender mais sobre estes objetos escuros.

A hipótese estelar dos autores também é apoiada pelo facto de que alguns meses antes do desaparecimento do sinal de raios-X, observatórios na Terra viram o disco a aumentar consideravelmente de brilho em comprimentos de onda visíveis (aqueles que podem ser vistos pelo olho humano). Isto pode ter resultado da colisão inicial dos detritos estelares com o disco.

O evento de desaparecimento em 1ES 1927+654 é único não apenas por causa da dramática mudança no brilho, mas também devido à profundidade com que os astrónomos foram capazes de o estudar. A explosão de luz visível levou Ricci e colegas a solicitar observações de acompanhamento do buraco negro usando o NICER (Neutron star Interior Composition Explorer) da NASA, um telescópio de raios-X a bordo da Estação Espacial Internacional. No total, o NICER observou o sistema 265 vezes ao longo de 15 meses. Monitorização adicional em raios-X foi obtida com o Observatório Swift Neil Gehrels da NASA - que também observou o sistema sob luz ultravioleta - bem como com o NuSTAR (Nuclear Spectroscopic Telescope Array) da NASA e com o Observatório XMM-Newton da ESA.

Quando os raios-X da coroa desapareceram, o NICER e o Swift observaram raios-X menos energéticos do sistema, de modo que, coletivamente, estes observatórios forneceram um fluxo contínuo de informações durante todo o evento.

Embora uma estrela rebelde pareça a culpada mais provável, os autores observam que podem existir outras explicações para o evento sem precedentes. Uma característica notável das observações é que a queda geral no brilho não foi uma transição suave: dia a dia, os raios-X de baixa energia que o NICER detetou mostravam variação dramática, às vezes mudando o brilho por um factor de 100 em menos de 8 horas. Em casos extremos, sabe-se que as coroas dos buracos negros se tornam 100 vezes mais brilhantes ou mais ténues, mas em escalas de tempo muito mais longas. Tais mudanças rápidas, ocorrendo continuamente durante meses, são extraordinárias.

"Este conjunto de dados contém muitos quebra-cabeças," disse Erin Kara, professora assistente de física no MIT (Massachusetts Institute of Technology) e coautora do novo estudo. "Mas isso é emocionante, porque significa que estamos a aprender algo novo sobre o Universo. Pensamos que a hipótese estelar é boa, mas também acho que vamos continuar a analisar este evento durante muito tempo."

É possível que este tipo de variabilidade extrema em discos de acreção de buracos negros seja mais comum do que os astrónomos pensem. Muitos observatórios em operação e de próxima geração estão projetados para procurar mudanças a curto prazo nos fenómenos cósmicos, uma prática conhecida como "astronomia no domínio do tempo", que podem revelar mais eventos como este.

"Este novo estudo é um ótimo exemplo de como a flexibilidade na calendarização das observações permite que as missões da NASA e da ESA estudem objetos que evoluem relativamente depressa e procurem mudanças a longo prazo no seu comportamento médio," disse Michael Loewenstein, coautor do artigo e astrofísico da missão NICER da Universidade de Maryland em College Park e do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no mesmo estado norte-americano. "Será que este buraco negro ativo vai regressar ao estado em que se encontrava antes do evento de perturbação? Ou será que o sistema foi alterado fundamentalmente? Estamos a continuar as nossas observações para descobrir."

// NASA (comunicado de imprensa)
// MIT (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astrophysical Journal Letters)
// Artigo científico (arXiv.org)

 


Saiba mais

Notícias relacionadas:
SPACE.com
Space Ref
science alert

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

NICER:
NASA
Wikipedia

Estação Espacial Internacional (ISS):
ESA 
NASA
Wikipedia

Telescópio Swift:
NASA
Wikipedia

NuSTAR:
NASA
Caltech
Wikipedia

Observatório XMM-Newton:
ESA
Wikipedia

 
   
Avanço na decifração do nascimento de buracos negros supermassivos
 
O "Fantasma de Mirach" à esquerda, visto através do Telescópio Espacial Hubble. À direita, dados do ALMA revelam detalhes sem precedentes de gás rodopiante na mesma região.
Crédito: Universidade de Cardiff
 

Uma equipa de investigação liderada por cientistas da Universidade de Cardiff diz que está mais perto de entender como os buracos negros supermassivos nascem, graças a uma nova técnica que lhes permitiu ampliar um destes objetos cósmicos enigmáticos com detalhes sem precedentes.

Os cientistas não sabem ao certo se os buracos negros supermassivos se formaram em condições extremas logo após o Big Bang, ou num processo chamado de "colapso direto", ou foram cultivados muito mais tarde a partir de "sementes" de buracos negros que resultam da morte de estrelas massivas.

Caso o primeiro método fosse verdadeiro, os buracos negros supermassivos nasceriam com massas extremamente elevadas - centenas de milhares a milhões de vezes mais massivos do que o nosso Sol - e teriam um tamanho mínimo fixo.

Se o último caso fosse verdadeiro, então os buracos negros supermassivos começariam relativamente pequenos, com cerca de 100 vezes a massa do nosso Sol, e continuariam a crescer com o tempo, alimentando-se das estrelas e nuvens de gás que vivem em seu redor.

Os astrónomos há muito que se esforçam para encontrar os buracos negros supermassivos de menor massa, que são os elos perdidos necessários para decifrar este problema.

Num estudo publicado a semana passada, uma equipa expandiu os limites, revelando um dos buracos negros supermassivos de menor massa já observados no centro de uma galáxia próxima, com menos de um milhão de vezes a massa do nosso Sol.

O buraco negro supermassivo vive numa galáxia conhecida como "Fantasma de Mirach" (NGC 404), devido à sua proximidade relativa com uma estrela muito brilhante chamada Mirach, dando-lhe uma sombra fantasmagórica.

As descobertas foram feitas usando uma nova técnica e com o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), um radiotelescópio de última geração situado no alto do planalto de Chajnantor, nos Andes Chilenos, usado para estudar a luz de alguns dos objetos mais frios do Universo.

"O buraco negro supermassivo na galáxia 'Fantasma de Mirach' parece ter uma massa dentro do intervalo previsto pelos modelos de 'colapso direto'", disse o Dr. Tim Davis, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Cardiff.

"Sabemos que está atualmente ativo e a engolir gás, de modo que alguns dos modelos mais extremos de 'colapso direto', que apenas produzem buracos negros supermassivos de massa elevada, não podem ser verdadeiros."

Os buracos negros são objetos que colapsaram sob o peso da gravidade, deixando para trás regiões pequenas, mas incrivelmente densas, do espaço das quais nada pode escapar, nem mesmo a luz.

Os buracos negros supermassivos são o maior tipo de buraco negro, com centenas de milhares, se não milhares de milhões de vezes a massa do Sol.

Pensa-se que quase todas as galáxias grandes, como por exemplo a nossa Via Láctea, contenham um buraco negro supermassivo localizado no seu centro.

"Os buracos negros supermassivos também foram encontrados em galáxias muito distantes, como apareciam apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang," disse o Dr. Marc Sarzi, membro da equipa do Dr. Davis, do Observatório e Planetário Armagh.

"Isto sugere que pelo menos alguns dos buracos negros supermassivos podem ter crescido para massas gigantescas em pouco tempo, o que é difícil de explicar de acordo com modelos para a formação e evolução das galáxias."

"Todos os buracos negros crescem à medida que engolem nuvens de gás e perturbam estrelas que se aventuram demasiado perto deles, mas alguns têm vidas mais ativas do que outros."

"A procura pelos buracos negros supermassivos mais pequenos, nas galáxias mais próximas, pode, portanto, ajudar-nos a revelar como os buracos negros supermassivos começam," continuou o Dr. Sarzi.

No seu estudo, a equipa internacional usou novas técnicas para ampliar ainda mais o coração de uma pequena galáxia próxima, de nome NGC 404, permitindo observar as nuvens rodopiantes de gás que rodeiam o buraco negro supermassivo no seu centro.

O telescópio ALMA permitiu que a equipa resolvesse as nuvens de gás no coração da galáxia, revelando detalhes com apenas 1,5 anos-luz de diâmetro, tornando este num dos mapas de gás com mais alta resolução já obtidos para outra galáxia.

A capacidade de observar esta galáxia com tão alta resolução permitiu que a equipa superasse os resultados conflituantes de uma década e revelasse a verdadeira natureza do buraco negro supermassivo no centro da galáxia.

"O nosso estudo demonstra que, com esta nova técnica, podemos realmente começar a explorar as propriedades e as origens destes objetos misteriosos," continuou o Dr. Davis.

"Se existe uma massa mínima para os buracos negros supermassivos, ainda não a encontrámos."

Os resultados do estudo foram publicados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

// Universidade de Cardiff (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Monthly Notices of the Royal Astronomical Society)
// Artigo científico (arXiv.org)

 


Saiba mais

Notícias relacionadas:
SPACE.com
PHYSORG
science alert

Fantasma de Mirach (NGC 404):
Wikipedia

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

ALMA:
Página principal
ALMA (NRAO)
ALMA (NAOJ)
ALMA (ESO)
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

 
   
Cientistas confirmam que Universo tem 13,8 mil milhões de anos

De acordo com uma nova pesquisa publicada em vários artigos científicos por uma equipa internacional de astrofísicos, o Universo tem cerca de 13,8 mil milhões de anos.

Usando observações do ACT (Atacama Cosmology Telescope) no Chile, as suas descobertas confirmam medições anteriores de radiação antiga extraída de dados do satélite Planck.

A equipa de investigação do ACT é uma colaboração internacional de cientistas de 41 instituições em sete países. A equipa da professora Neelima Sehdal, do Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade Stony Brook, no estado de Nova Iorque, EUA, desempenha um papel essencial na análise da radiação cósmica de fundo em micro-ondas - radiação remanescente do Big Bang.

"Estamos a restaurar a 'foto de bebé' do Universo à sua condição original, eliminando o desgaste do tempo e do espaço que distorcem a imagem," explica a professora Sehgal, coautora dos artigos. "Somente vendo esta 'foto de bebé' mais nítida do Universo podemos melhor entender como o nosso Universo nasceu."

 
Uma porção da nova imagem da radiação mais antiga do Universo obtida pelo ACT. Esta parte cobre uma secção do céu com aproximadamente 50 vezes o diâmetro da Lua. Esta radiação, emitida 380.000 anos após o Big Bang, varia em polarização (representada pelas cores mais avermelhadas ou azuladas). Os astrofísicos usaram o espaçamento entre estas variações para calcular uma nova estimativa da idade do Universo.
Crédito: Colaboração ACT
 

A obtenção da melhor imagem do Universo primitivo, explica a professora Sehgal, ajuda os cientistas a entender melhor as origens do Universo, como chegámos onde estamos na Terra, as galáxias, para onde estamos a ir, o destino final do Universo e quando é que isso poderá ocorrer.

A equipa do ACT estima a idade do Universo medindo a sua luz mais antiga. Outros grupos científicos fazem medições de galáxias para fazer estimativas da idade do Universo.

A nova estimativa da idade do Universo, pelo ACT, corresponde à fornecida pelo modelo padrão do Universo e por medições da mesma radiação feita pelo satélite Planck. Isto acrescenta uma nova reviravolta ao debate atual na comunidade astrofísica, diz Simone Aiola, autora principal de um dos novos artigos sobre as descobertas divulgado no site arXiv.org.

"Agora, temos uma resposta em que o Planck e o ACT concordam," diz Aiola, investigadora do Centro de Astrofísica Computacional do Instituto Flatiron em Nova Iorque. "Isto é evidência de que estas medições complexas são confiáveis."

Em 2019, uma equipa de investigação que mede os movimentos das galáxias calculou que o Universo era centenas de milhões de anos mais jovem do que o previsto pela equipa do Planck. Essa discrepância sugeriu que um novo modelo para o Universo poderia ser necessário e suscitou preocupações de que um dos conjuntos de medições pudesse estar incorreto.

 
O ACT (Atacama Cosmology Telescope) mede a radiação mais antiga do Universo, conhecida como radiação cósmica de fundo em micro-ondas. Usando essas medições, os cientistas podem calcular a idade do Universo.
Crédito: Associated Press
 

A idade do Universo também revela a rapidez com que o cosmos está a expandir-se, um número quantificado pela constante de Hubble. As medições do ACT sugerem uma constante de Hubble de 67,6 quilómetros por segundo por megaparsec. Isto significa que um objeto a 1 megaparsec (cerca de 3,26 milhões de anos-luz) da Terra afasta-se de nós a 67,6 km/s devido à expansão do Universo. Este resultado está quase em total concordância com a estimativa anterior de 67,4 km/s/Mpc da equipa do satélite Planck, mas é mais lenta que os 74 km/s/Mpc inferidos graças às medições das galáxias.

"Eu não tinha uma preferência particular por nenhum valor em específico - ia ser interessante de uma maneira ou de outra," diz Steve Choi da Universidade de Cornell, autor principal de outro artigo divulgado no site arXiv.org. "Encontramos um ritmo de expansão que quase corresponde ao valor da equipa do Planck. Isto dá-nos mais confiança nas medições da radiação mais antiga do Universo."

À medida que o ACT continua a fazer observações, os astrónomos terão uma imagem ainda mais clara da radiação cósmica de fundo em micro-ondas e uma ideia mais exata de há quanto o cosmos se formou. A equipa do ACT também vai analisar essas observações em busca de sinais de física que não encaixa no modelo cosmológico padrão. Uma física tão estranha pode resolver o desacordo entre as previsões da idade e o ritmo de expansão do Universo decorrentes das medições da radiação cósmica de fundo em micro-ondas e dos movimentos das galáxias.

// Universidade de Stony Brook (comunicado de imprensa)
// Instituto Flatiron (comunicado de imprensa)
// Artigo científico #1 (arXiv.org)
// Artigo científico #2 (arXiv.org)

 


Saiba mais

CCVAlg - Astronomia:
17/01/2020 - "Lupas" cósmicas fornecem medição da expansão do Universo
12/11/2019 - Cientistas continuam a refinar o ritmo de expansão do Universo
19/07/2019 - Nova medição da Constante de Hubble faz crescer mistério da expansão do Universo
12/07/2019 - Novo método pode resolver a dificuldade de medir a expansão do Universo
30/04/2019 - Mistério do ritmo de expansão do Universo cresce com novos dados do Hubble
29/01/2019 - Galáxias ativas apontam para nova física na expansão do cosmos
25/01/2019 - "Vendo a dobrar" pode ajudar a resolver debate sobre rapidez da expansão do Universo
26/10/2018 - Ondas gravitacionais podem em breve fornecer medição da expansão do Universo
24/07/2018 - De um Universo quase perfeito ao melhor dos dois mundos
17/07/2018 - Hubbe e Gaia unem forças para alimentar enigma cósmico
13/06/2018 - Podem as ondas gravitacionais revelar quão depressa o Universo está a expandir-se?
27/02/2018 - "Escada" refinada do Hubble fornece evidências de uma nova física no Universo
25/04/2017 - Hubble observa primeiras imagens múltiplas de explosivo indicador de distância
27/01/2017 - Lentes cósmicas suportam descoberta de expansão do Universo mais rápida do que o previsto
07/06/2016 - Hubble descobre que Universo está a expandir-se mais depressa do que o esperado
08/03/2013 - Medindo o Universo com mais precisão do que nunca
05/10/2012 - Spitzer providencia melhor medição até agora da expansão do universo
11/08/2006 - Chandra confirma constante de Hubble

Notícias relacionadas:
ScienceDaily
Popular Mechanics

Universo:
A expansão acelerada do Universo (Wikipedia)
Universo (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)
Cronologia do Big Bang (Wikipedia)
Modelo Lambda-CDM (Wikipedia)

ACT (Atacama Cosmology Telescope):
Página principal (Universidade de Princeton)
Wikipedia

 
   
Também em destaque
  Cientistas descobrem que ainda existem vulcões ativos em Vénus (via Universidade de Maryland)
Um novo estudo identificou 37 estruturas vulcânicas recentemente ativas em Vénus. O estudo fornece algumas das melhores evidências, até agora, de que Vénus é ainda um planeta geologicamente ativo. Ler fonte
 
   
Álbum de fotografias - Encontrando o NEOWISE
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Tom Masterson
 
Se consegue ver as estrelas da Ursa Maior, consegue encontrar o cometa NEOWISE no seu céu noturno. Depois do pôr-do-Sol, procure o cometa a olho nu, para baixo da "tigela" do famoso utensílio de cozinha celeste acima do horizonte a noroeste. Está à procura de uma "estrela" nublada com cauda, embora provavelmente não tão longa quanto a desta imagem nítida obtida a partir da Floresta Nacional Los Padres, no estado norte-americano da Califórnia, na noite de 16 de julho. As fotografias recentes de C/2020 F3 (NEOWISE) geralmente mostram a cauda de poeira longa e a cauda iónica mais fraca, mas separada deste cometa estendendo-se para lá do que os olhos podem ver. Os observadores de todo o mundo têm ficado encantados quando encontram o NEOWISE, um visitante surpresa do Sistema Solar exterior.
 
   
Arquivo | Feed RSS | Contacte o Webmaster | Remover da lista
 
       
       
   
Centro Ciência Viva do Algarve
Rua Comandante Francisco Manuel
8000-250, Faro
Portugal
Telefone: 289 890 922
E-mail: info@ccvalg.pt
Centro Ciência Viva de Tavira
Convento do Carmo
8800-311, Tavira
Portugal
Telefone: 281 326 231 | Telemóvel: 924 452 528
E-mail: geral@cvtavira.pt
   

Os conteúdos das hiperligações encontram-se na sua esmagadora maioria em Inglês. Para o boletim chegar sempre à sua caixa de correio, adicione noreply@ccvalg.pt à sua lista de contactos. Este boletim tem apenas um caráter informativo. Por favor, não responda a este email. Contém propriedades HTML e classes CSS - para vê-lo na sua devida forma, certifique-se que o seu cliente de webmail suporta este tipo de mensagem, ou utilize software próprio, como o Outlook ou outras apps para leitura de mensagens eletrónicas.

Recebeu esta mensagem por estar inscrito na newsletter de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve e do Centro Ciência Viva de Tavira. Se não a deseja receber ou se a recebe em duplicado, faça a devida alteração clicando aqui ou contactando o webmaster.

Esta mensagem destina-se unicamente a informar e está de acordo com as normas europeias de proteção de dados (ver RGDP), conforme Declaração de Privacidade e Tratamento de dados pessoais.

2020 - Centro Ciência Viva do Algarve | Centro Ciência Viva de Tavira

ccvalg.pt cvtavira.pt