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  Astroboletim #2204  
  22/04 a 24/04/2025  
     
 
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MANHÃS ASTRONÓMICAS EM FARO
O Centro Ciência Viva do Algarve, em conjunto com o Centro Ciência Viva de Tavira, irá realizar uma sessão de observação do Sol na seguinte data:
Data: 28 de abril de 2025
Hora: 10:00 - 12:00
Local: Jardim Manuel Bívar, junto à marina
A realização desta atividade está dependente das condições atmosféricas.
A sessão é gratuita e não sujeita a marcação.
Participe!
Informações: 289 890 920 | info@ccvalg.pt

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EFEMÉRIDES

DIA 22/04: 112.º DIA DO CALENDÁRIO GREGORIANO
NESTE DIA ACONTECEU...

Em 1500, Pedro Álvares Cabral chegava pela primeira vez ao Brasil, numa viagem épica em que o Oceano era o equivalente atual do Espaço.
Em 1891, nascia Harold Jeffreys, astrogeofísico e o primeiro a teorizar o núcleo líquido da Terra. Jeffreys também fez contribuições para o nosso conhecimento da fricção de marés, nutação, estrutura planetária geral e da origem do Sistema Solar. 
Em 1904, nascia Robert Oppenheimer, físico americano mais conhecido pelo seu papel como diretor científico do Projeto Manhattan.
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É por isso lembrado como o "Pai da Bomba Atómica". 
Em 1970 comemorava-se pela primeira vez o Dia da Terra.
HOJE, NO COSMOS:
Arcturo brilha alta a este por estas noites. A igualmente brilhante Capella está a descer, também alta, mas a noroeste. Arcturo e Capella estão praticamente à mesma altura acima do horizonte algures entre as 21:30 e as 22:00, dependendo de quão para este ou oeste o observador se encontra no fuso horário.
Com que precisão consegue determinar a hora deste acontecimento? Tal como tudo relacionado com as constelações, ocorre 4 minutos mais cedo a cada noite.
Pico da chuva de meteoros das Líridas.

 

DIA 23/04: 113.º DIA DO CALENDÁRIO GREGORIANO
NESTE DIA ACONTECEU...

Em 1792, nascia John Thomas Romney Robinson, astrónomo irlandês que compilou o catálogo estelar Armagh, fez trabalhos sobre a construção de instrumentos astronómicos e foi também provavelmente o inventor de um aparelho que media a velocidade do vento, o anemómetro de Robinson. A cratera Robinson na Lua tem o seu nome.
Em 1858, nascia Max Planck, físico alemão considerado o fundador da teoria quântica, pela qual recebeu o Prémio Nobel da Física em 1918.
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Em 1967, era lançada a missão Soyuz 1 com o Coronel Valentim Komarov a bordo, que viria a morrer no dia seguinte quando a nave se despenhou contra o solo na reentrada.
Em 2009, a explosão de raios-gama GRB 090423 é observada durante 10 segundos, classificada à data como o segundo objeto mais distante e antigo do Universo conhecido.
HOJE, NO COSMOS:
Capella é a estrela mais brilhante alta a oeste-noroeste durante e após o anoitecer. A sua pálida cor amarelada é parecida à do Sol, o que significa que têm ambas mais ou menos a mesma temperatura. Mas, para além disso, Capella é muito diferente. É constituída por duas estrelas gigantes amarelas que se orbitam uma à outra a cada 104 dias.
Isto é do conhecimento geral para os observadores estelares. Mas sabia que, para os observadores telescópicos, Capella é acompanhada por um par distante e íntimo de anãs vermelhas? Capella H e L, magnitudes 10 e 13.

 

DIA 24/04: 114.º DIA DO CALENDÁRIO GREGORIANO
NESTE DIA ACONTECEU...

Em 1967, o cosmonauta Vladimir Komarov morre a bordo da Soyuz 1, quando o pára-quedas se recusa a abrir. É o primeiro ser humano a morrer numa missão espacial.
Em 1970, é lançado o primeiro satélite chinês, o Dong Fang Hong I.
Em 1971, a Soyuz 10 acopla com a Salyut 1. 
Em 1990, STS-31: o telescópio espacial Hubble é lançado a bordo do vaivém Discovery.
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Em 1992, o COBE envia dados que confirmam a existência de flutuações de temperatura na radiação de fundo dos confins do Universo. Esta observação suporta a teoria do Big Bang
Em 2007, Gliese 581 d é descoberto por um observatório chileno, que se pensa ser um exoplaneta habitável.
HOJE, NO COSMOS:
Bem acima da Ursa Maior por estas noites, passando perto do zénite, estão três pares de estrelas ténues mas visíveis a olho nu, todas de magnitude três ou quatro, que assinalam os pés da Ursa. São também conhecidas como os "Três Saltos da Gazela" na mitologia árabe. Formam uma linha longa este-oeste mais ou menos a meio entre a "frigideira" da Ursa Maior e a "foice" de Leão. A linha tem 30º (cerca de três punhos à distância do braço esticado).
De acordo com a mitologia árabe, a gazela estava a beber num lago - o ténue mas grande enxame estelar de Cabeleira de Berenice - e fugiu quando assustada pelo movimento da cauda de Leão, Denébola. Leão, no entanto, parece não estar ao corrente da sua potencial presa; está a olhar para o outro lado.
Outra versão desta história diz que a Cabeleira de Berenice é a cauda estendida de Leão e o lago é formado por estrelas na Ursa Maior.
Se tiver acesso a um horizonte desimpedido a este, olhe nessa direção cerca de 40 ou 30 minutos antes do nascer-do-Sol para avistar Vénus logo para cima da fina Lua Minguante. Use binóculos para tentar ver os mais difícieis planetas Mercúrio e Saturno. Saiba também que um quarto planeta esconde-se nesta vista astronómica: Neptuno, de oitava magnitude.

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Os indícios mais fortes de atividade biológica para lá do Sistema Solar
 
Impressão de artista do exoplaneta K2-18 b.
Crédito: A. Smith/N. Mandhusudhan
 

Os astrónomos detetaram os sinais mais promissores de uma possível bioassinatura para lá do Sistema Solar, embora se mantenham cautelosos.

Utilizando dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), os astrónomos, liderados pela Universidade de Cambridge, detetaram as impressões digitais químicas de sulfureto de dimetilo (ou dimetilsulfureto, DMS) e/ou dissulfureto de dimetilo (ou dimetildissulfureto, MDS), na atmosfera do exoplaneta K2-18b, que orbita a sua estrela na zona habitável.

Na Terra, o DMS e o DMDS só são produzidos por vida, principalmente vida microbiana, como o fitoplâncton marinho. Embora um processo químico desconhecido possa ser a fonte destas moléculas na atmosfera de K2-18 b, os resultados são a evidência mais forte, até agora, de que pode existir vida num planeta para lá do nosso Sistema Solar.

As observações atingiram o nível "3 sigma" de significância estatística - o que significa que há uma probabilidade de 0,3% de que tenham ocorrido por acaso. Para atingirem a classificação aceite para uma descoberta científica, as observações teriam de ultrapassar o limiar de 5 sigma, o que significa que a probabilidade de terem ocorrido por acaso seria inferior a 0,00006%.

Os investigadores afirmam que entre 16 e 24 horas de tempo de observação de acompanhamento com o JWST podem ajudá-los a atingir a tão importante significância de 5 sigma. Os seus resultados foram apresentados na revista The Astrophysical Journal Letters.

Observações anteriores de K2-18 b - que é 8,6 vezes mais massivo e 2,6 vezes maior que a Terra, e que se encontra a 124 anos-luz de distância na direção da constelação de Leão - identificaram metano e dióxido de carbono na sua atmosfera. Esta foi a primeira vez que se descobriram moléculas à base de carbono na atmosfera de um exoplaneta situado na zona habitável. Esses resultados foram consistentes com as previsões de um planeta "Hiceano": um mundo habitável coberto de oceanos sob uma atmosfera rica em hidrogénio.

No entanto, outro sinal, mais fraco, indicava a possibilidade de algo mais estar a acontecer em K2-18 b. "Não sabíamos ao certo se o sinal que vimos da última vez se devia ao DMS, mas só o facto de o termos visto foi suficientemente excitante para darmos outra vista de olhos com o JWST usando um instrumento diferente", disse o professor Nikku Madhusudhan do Instituto de Astronomia de Cambridge, que liderou a investigação.

Para determinar a composição química das atmosferas de planetas longínquos, os astrónomos analisam a luz da sua estrela-mãe à medida que o planeta transita, ou passa em frente da estrela, da perspetiva da Terra ou do Sistema Solar. Quando K2-18 b transita, o JWST consegue detetar uma queda no brilho estelar, e uma pequena fração da luz estelar passa pela atmosfera do planeta antes de chegar à Terra. A absorção de alguma da luz estelar na atmosfera do planeta deixa marcas no espetro estelar que os astrónomos podem juntar para determinar os gases constituintes da atmosfera do exoplaneta.

A inferência anterior, provisória, de DMS foi feita usando os instrumentos NIRISS (Near-Infrared Imager and Slitless Spectrograph) e NIRSpec (Near-Infrared Spectrograph) do JWST, que em conjunto cobrem a gama de comprimentos de onda do infravermelho próximo (0,8-5 micrómetros). A nova observação independente utilizou o MIRI (Mid-Infrared Instrument) do Webb na gama do infravermelho médio (6-12 micrómetros).

"Esta é uma linha de evidência independente, usando um instrumento diferente dos que usámos anteriormente e uma gama de comprimentos de onda diferente, onde não há sobreposição com as observações anteriores", disse Madhusudhan. "O sinal chegou forte e claro".

 
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Espetro de transmissão do exoplaneta K2-18 b, situado na zona habitável da sua estrela hospedeira, usando o espetrógrafo MIRI do JWST.
Crédito: A. Smith, N. Madhusudhan
 

"Foi uma realização incrível ver os resultados emergirem e permanecerem consistentes ao longo das extensas análises independentes e testes de robustez", disse o coautor Måns Holmberg, um investigador do STScI (Space Telescope Science Institute) em Baltimore, nos EUA.

O DMS e o DMDS são moléculas da mesma família química e prevê-se que ambas sejam bioassinaturas. Ambas as moléculas têm características espetrais que se sobrepõem na gama de comprimentos de onda observada, embora mais observações ajudem a diferenciar as duas moléculas.

No entanto, as concentrações de DMS e DMDS na atmosfera de K2-18 b são muito diferentes das da Terra, onde são geralmente inferiores a uma parte por milhar de milhão em volume. Em K2-18 b, estima-se que sejam milhares de vezes mais fortes - mais de dez partes por milhão.

"Trabalhos teóricos anteriores previram que níveis elevados de gases à base de enxofre, como o DMS e o DMDS, seriam possíveis em mundos Hiceanos", disse Madhusudhan. "E agora observámo-lo, de acordo com o que foi previsto. Tendo em conta tudo o que sabemos sobre este planeta, um mundo Hiceano com um oceano repleto de vida é o cenário que melhor se adapta aos dados que temos".

Madhusudhan diz que, embora os resultados sejam excitantes, é vital obter mais dados antes de afirmar que foi encontrada vida noutro mundo. Madhusudhan diz que, embora esteja cautelosamente otimista, podem existir processos químicos anteriormente desconhecidos em K2-18 b que podem explicar as observações. Trabalhando com colegas, espera realizar mais trabalho teórico e experimental para determinar se o DMS e o DMDS podem ser produzidos de forma não biológica ao nível atualmente inferido.

"A inferência destas bioassinaturas coloca questões profundas sobre os processos que as podem estar a produzir", disse o coautor Subhajit Sarkar da Universidade de Cardiff.

"O nosso trabalho é o ponto de partida para todas as investigações que são agora necessárias para confirmar e compreender as implicações destas excitantes descobertas", disse o coautor Savvas Constantinou, também do Instituto de Astronomia de Cambridge.

"É importante que sejamos profundamente céticos em relação aos nossos próprios resultados, porque só testando e voltando a testar é que conseguiremos chegar a um ponto em que tenhamos confiança neles", disse Madhusudhan. "É assim que a ciência tem de funcionar".

Apesar de ainda não estar a reivindicar uma descoberta definitiva, Madhusudhan diz que com ferramentas poderosas como o JWST e os futuros telescópios planeados, a humanidade está a dar novos passos para responder à mais essencial das questões: estamos sozinhos?

"Daqui a décadas, talvez olhemos para este momento e reconheçamos que foi quando o Universo vivo ficou ao nosso alcance", disse Madhusudhan. "Este pode ser o ponto de viragem, em que, de repente, a questão fundamental de saber se estamos sozinhos no Universo é uma questão a que somos capazes de responder".

// Universidade de Cambridge (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astrophysical Journal Letters)
// Os indícios mais fortes de atividade biológica para lá do Sistema Solar (Universidade de Cambridge via YouTube)
// Indícios de possível atividade biológica para lá do Sistema Solar, observados com o JWST (Hycean Worlds via YouTube)

 


Quer saber mais?

CCVAlg - Astronomia:
21/03/2025 - Estes gases podem esconder sinais de vida extraterrestre
15/09/2023 - Webb descobre metano e dióxido de carbono na atmosfera de K2-18 b
27/08/2021 - Nova classe de exoplanetas habitáveis representa um grande passo em frente na busca por vida
28/02/2020 - Grande exoplaneta pode ter as condições ideais para a vida
13/09/2019 - Hubble encontra, pela primeira vez, vapor de água num exoplaneta na zona habitável da sua estrela
12/12/2017 - Duas super-Terras em redor de K2-18

Sulfureto de dimetilo (ou dimetilsulfureto, DMS):
Wikipedia

Dissulfureto de dimetilo (ou dimetildissulfureto, MDS):
Wikipedia

K2-18 b:
NASA
Exoplanet.eu
Wikipedia

Planeta Hiceano:
Wikipedia

Exoplanetas:
Wikipedia
Lista de planetas (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de exoplanetas mais próximos (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Lista de exoplanetas candidatos a albergar água líquida (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
NASA
Exoplanet.eu

JWST (Telescópio Espacial James Webb):
NASA
STScI
STScI (website para o público)
ESA
ESA/Webb
Wikipedia
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X/Twitter
Instagram
Blog do JWST (NASA)
NIRISS (NASA)
NIRCam (NASA)
MIRI (NASA)
NIRSpec (NASA)

 
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A gémea mais distante da Via Láctea alguma vez observada
 
Imagem de Zhúlóng, a galáxia espiral mais distante descoberta até à data. Tem braços espirais notavelmente bem definidos, um bojo central antigo e um grande disco de formação estelar, semelhante à estrutura da Via Láctea. Esta galáxia foi descoberta no âmbito do programa PANORAMIC - um levantamento de imagem de grande área que está a ser realizado com o Telescópio Espacial James Webb (JWST).
Crédito: NOIRLab/NSF/AURA/NASA/CSA/ESA/M. Xiao (Universidade de Genebra)/G. Brammer (Instituto Niels Bohr)/D. de Martin e M. Zamani (NOIRLab da NSF)
 

Uma equipa internacional liderada pela Universidade de Genebra (UNIGE) descobriu a candidata a galáxia espiral mais distante conhecida até à data. Este sistema ultramassivo existiu apenas mil milhões de anos após o Big Bang e já apresenta uma estrutura notavelmente madura, com um bojo central antigo, um grande disco de formação estelar e braços espirais bem definidos. A descoberta foi feita com dados do Telescópio Espacial James Webb e fornece uma perspetiva importante sobre o modo como as galáxias se podem formar e evoluir tão rapidamente no Universo primitivo. O estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Espera-se que grandes galáxias espirais como a Via Láctea demorem vários milhares de milhões de anos a formar-se. Durante os primeiros mil milhões de anos da história cósmica, pensa-se que as galáxias eram pequenas, caóticas e de forma irregular. No entanto, o Telescópio Webb está a começar a revelar uma imagem muito diferente. As suas imagens profundas no infravermelho estão a revelar galáxias surpreendentemente massivas e bem estruturadas em épocas muito anteriores ao que se esperava previamente - levando os astrónomos a reavaliar como e quando as galáxias tomam forma no Universo primitivo.

Uma gémea da Via Láctea no Universo primitivo

Entre estas novas descobertas encontra-se Zhúlóng, a candidata a galáxia espiral mais distante identificada até à data, observada num desvio para o vermelho de 5,2 - apenas mil milhões de anos após o Big Bang. Apesar deste período inicial, a galáxia exibe uma estrutura surpreendentemente madura: um bojo central antigo, um grande disco de formação estelar e braços espirais - características tipicamente observadas em galáxias próximas.

"Chamámos a esta galáxia Zhúlóng, que significa 'Dragão Flamejante' na mitologia chinesa. No mito, Zhúlóng é um poderoso dragão solar vermelho que cria o dia e a noite abrindo e fechando os olhos, simbolizando a luz e o tempo cósmico", diz a Dra. Mengyuan Xiao, investigadora de pós-doutoramento no Departamento de Astronomia da Faculdade de Ciências da UNIGE e autora principal do estudo.

"O que faz com que Zhúlóng se destaque é o quanto se assemelha à Via Láctea em forma, tamanho e massa estelar", acrescenta. O seu disco estende-se por mais de 60.000 anos-luz, comparável à nossa Galáxia, e contém mais de 100 mil milhões de massas solares de estrelas. Isto torna-a um dos análogos mais atraentes da Via Láctea alguma vez encontrados numa época tão precoce, levantando novas questões sobre o modo como galáxias espirais massivas e bem ordenadas se poderiam formar tão cedo após o Big Bang.

Uma descoberta por acaso

Zhúlóng foi descoberta em imagens profundas do levantamento PANORAMIC do Telescópio Webb, um programa extragaláctico de grande área liderado por Christina Williams (NOIRLab) e Pascal Oesch (UNIGE). O PANORAMIC explora o modo único de "paralelo puro" do JWST - uma estratégia eficiente para obter imagens de alta qualidade enquanto o instrumento principal do JWST está a recolher dados sobre outro alvo. "Isto permite ao JWST mapear grandes áreas do céu, o que é essencial para descobrir galáxias massivas, uma vez que são incrivelmente raras", diz a Dra. Christina Williams, astrónoma assistente do NOIRLab e investigadora principal do programa PANORAMIC. "Esta descoberta realça o potencial dos programas paralelos puros para descobrir objetos raros e distantes que testam os modelos de formação de galáxias".

Reescrevendo a história

Anteriormente, pensava-se que as estruturas em espiral demoravam milhares de milhões de anos a desenvolver-se, e esperava-se que as galáxias massivas existissem só até muito mais tarde no Universo, porque tipicamente se formam depois de galáxias mais pequenas se terem fundido ao longo do tempo. "Esta descoberta mostra como o JWST está a mudar fundamentalmente a nossa visão do Universo primitivo", diz Pascal Oesch, professor associado do Departamento de Astronomia da Faculdade de Ciências da UNIGE e coinvestigador principal do programa PANORAMIC.

As futuras observações do JWST e do ALMA (Atacama Large Millimeter Array) ajudarão a confirmar as suas propriedades e a revelar mais sobre a sua história de formação. À medida que os levantamentos do JWST prosseguem, os astrónomos esperam encontrar mais galáxias deste tipo - fornecendo novas perspetivas sobre os complexos processos que moldam as galáxias no Universo primitivo.

// Universidade de Genebra (comunicado de imprensa)
// NOIRLab (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Astronomy & Astrophysics)

 


Quer saber mais?

Galáxia Zhúlóng:
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Galáxias espirais:
CCVAlg - Astronomia
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JWST (Telescópio Espacial James Webb):
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STScI (website para o público)
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NIRISS (NASA)
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ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array):
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ALMA (NRAO)
ALMA (ESO)
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Rover Curiosity pode ter resolvido o mistério do carbonato em falta de Marte
 
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O rover Curiosity, da NASA, viu os seus rastos a afastarem-se num local apelidado de "Ubajara", no dia 30 de abril de 2023. Foi neste local que o Curiosity fez a descoberta de siderite, um mineral que pode ajudar a explicar o destino da antiga atmosfera mais espessa do planeta.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS
 

Novas descobertas do rover Curiosity da NASA poderão dar uma resposta ao mistério do que aconteceu à antiga atmosfera de Marte e de como o planeta evoluiu ao longo do tempo.

Há muito que os investigadores pensam que Marte já teve uma atmosfera espessa, rica em dióxido de carbono, e água líquida à superfície do planeta. Esse dióxido de carbono e a água deveriam ter reagido com as rochas marcianas para criar minerais de carbonato. Até agora, porém, as missões dos rovers e as análises espetroscópicas no infravermelho próximo efetuadas por satélites em órbita de Marte não encontraram as quantidades de carbonato na superfície do planeta previstas por esta teoria.

Num artigo científico publicado na revista Science, dados de três dos locais de perfuração do Curiosity revelaram a presença de siderite, um mineral composto por carbonato de ferro, nas camadas rochosas ricas em sulfato do Monte Sharp, na Cratera Gale de Marte.

"A descoberta de siderite abundante na Cratera Gale representa um avanço surpreendente e importante na nossa compreensão da evolução geológica e atmosférica de Marte", disse Benjamin Tutolo, professor associado da Universidade de Calgary, Canadá, e principal autor do artigo científico.

Para estudar a composição química e mineral do Planeta Vermelho, o Curiosity perfura três a quatro centímetros na subsuperfície e depois deixa cair as amostras de rocha em pó no seu instrumento CheMin. O instrumento, liderado pelo Centro de Investigação Ames da NASA, em Silicon Valley, no estado norte-americano da Califórnia, utiliza a difração de raios X para analisar rochas e solo. Os dados do CheMin foram processados e analisados por cientistas da Divisão ARES (Astromaterials Research and Exploration Science) do Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston.

"Perfurar a superfície marciana em camadas é como percorrer um livro de história", disse Thomas Bristow, investigador de Ames e coautor do artigo científico. "Apenas alguns centímetros de profundidade dão-nos uma boa ideia dos minerais que se formaram à superfície ou perto dela há cerca de 3,5 mil milhões de anos".

A descoberta deste mineral de carbonato em rochas abaixo da superfície sugere que o carbonato pode ser mascarado por outros minerais em análises de satélite no infravermelho próximo. Se outras camadas ricas em sulfato em Marte também contiverem carbonatos, a quantidade de dióxido de carbono armazenada seria uma fração da necessária na atmosfera antiga para criar condições suficientemente quentes para suportar água líquida. O resto pode estar escondido noutros depósitos ou ter-se perdido para o espaço ao longo do tempo.

No futuro, missões ou análises de outras áreas ricas em sulfatos em Marte poderão confirmar estas descobertas e ajudar-nos a compreender melhor a história inicial do planeta e como se transformou à medida que a sua atmosfera se foi perdendo.

// NASA (comunicado de imprensa)
// Universidade de Calgary (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Science)

 


Quer saber mais?

Siderite:
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Cratera Gale:
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Marte:
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CCVAlg - Astronomia
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The Nine Planets

Rover Curiosity:
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Também em destaque
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exemplo   Cientistas investigam o mistério dos deltas em falta de Titã (via Universidade Brown)
Uma nova investigação revela que, apesar dos grandes rios e mares de metano líquido, a lua de Saturno, Titã, parece estar praticamente desprovida de deltas fluviais, levantando novas questões sobre a dinâmica da superfície deste mundo alienígena. Ler fonte
     
  Astrónomos descobrem que o Universo pode estar a girar (via Universidade do Hawaii)
Um novo estudo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society sugere que o Universo pode girar - mas de forma extremamente lenta. Esta descoberta pode ajudar a resolver um dos maiores enigmas da astronomia. Os modelos atuais dizem que o Universo se expande uniformemente em todas as direcções, sem qualquer sinal de rotação. Esta ideia encaixa na maior parte do que os astrónomos observam. Mas não explica a chamada "tensão de Hubble" - um desacordo de longa data entre duas formas de medir a rapidez com que o Universo se está a expandir. Ler fonte
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Um Buraco Invulgar em Marte

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(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASAMROHiRISEJPLUniversidade do Arizona
 
O que é que criou este buraco invulgar em Marte? Na realidade, existem vários buracos nesta paisagem de "queijo suíço", e todos eles, exceto um, mostram um terreno marciano escuro e poeirento por baixo de gelo de dióxido de carbono claro e evaporado. O buraco mais invulgar encontra-se no canto superior direito, estende-se por cerca de 100 metros e parece perfurar até um nível inferior. A razão da existência deste buraco e do facto de estar rodeado por uma cratera circular continua a ser um tópico de especulação, embora uma das principais hipóteses postule que tenha sido criado pelo impacto de um meteoro. Buracos como este são de particular interesse porque podem ser portais para níveis mais baixos que se estendem a extensas grutas subterrâneas. Se assim for, estes túneis naturais estão relativamente protegidos da superfície inóspita de Marte, o que os torna candidatos relativamente bons para albergar vida marciana. Estes locais são também alvos privilegiados para possíveis futuras naves espaciais, robots e até mesmo exploradores interplanetários humanos.
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