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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 252
4 de Agosto de 2006
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ESTRELA SOBREVIVE APÓS SER "ENGOLIDA" POR OUTRA

Exemplo de fotografia e respectiva legenda
Concepção de artista de anã branca e anã castanha, tendo como pano de fundo uma galáxia espiral.
Crédito: Ron Miller

De acordo com uma equipa de cientistas, uma estrela anã castanha terá sobrevivido após ter sido engolida por uma sua companheira ao atingir o estado de gigante vermelha. Esta, que anteriormente era uma estrela semelhante ao Sol, cresceu após todo o hidrogénio ter sido consumido. Depois deste crescimento, a estrela terá já libertado a maior parte do seu gás para o espaço tendo-se tornado numa estrela densa, com aproximadamente as dimensões da Terra e que recebe o nome de anã branca.

Usando o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO, os astrónomos observaram o sistema binário remanescente: a anã castanha e a anã branca. Acreditam que a anã castanha terá sobrevivido ao facto de ter sido engolida pela companheira durante a fase de gigante vermelha.

A descoberta que foi descrita em detalhe na edição de 3 de Agosto da revista Nature, fornece a primeira evidência de um objecto tão pequeno como uma anã castanha que pode sobreviver à fase de gigante vermelha de uma companheira. Até agora apenas em anãs vermelhas se tinha observado o fenómeno. Recorde-se que uma anã vermelha tem cerca de um terço da massa do Sol e que as anãs castanhas são estrelas apenas um pouco maiores que planetas como Júpiter.

O sistema, chamado WD 0137-349, está localizado a cerca de 300 anos-luz da Terra e a distância que separa as duas companheiras é de alguns milésimos da distância Terra-Sol, sendo o período orbital dos dois objectos de apenas cerca de 2 horas.

No passado, as duas estrelas terão estado mais afastadas, mas a imersão temporária na atmosfera da gigante vermelha terá diminuido a velocidade orbital da anã castanha, o que terá provocado um espiralar na direcção da sua companheira.

Embora seja demasiado pequena para iniciar as reacções nucleares que fariam dela uma estrela brilhante, a anã castanha tinha ainda assim massa suficiente para evitar a sua vaporização quando foi engolida. Segundo o autor Pierre Maxted da Universidade de Keele, na Inglaterra, a anã castanha teria menos de 20 massas de Júpiter quando começou o processo de vaporização.

Os autores acreditam que o facto da anã castanha ter acelerado a fase de gigante vermelha também terá sido uma das causas da sua sobrevivência. Ela terá criado assimetrias no envelope da gigante vermelha, o que terá acelerado a emissão de gás para o espaço, diminuindo drasticamente a fase de gigante vermelha.

Segundo Matt Burleigh da Universidade de Leicester "é possível que a fase de gigante vermelha, que normalmente dura cem milhões de anos, não tenha durado mais que algumas décadas."

A sobrevivência da anã branca é, no entanto, temporária. A sua órbita está a diminuir de raio e em cerca de 1,4 mil milhões de anos estará suficientemente próxima para que a anã branca comece a acretar o seu gás. Quando isto ocorrer, a anã castanha perderá rapidamente massa superficial enquanto a acumulação de massa poderá originar de anos a anos explosões termonucleares massivas da anã branca. Este tipo de fenómeno é conhecido como nova.

Daqui a cerca de 5 mil milhões de anos esta história vai repetir-se no nosso Sistema Solar e o Sol vai tornar-se numa gigante vermelha com o tamanho da órbita da Terra. Infelizmente a Terra não terá a mesma sorte que a anã castanha e não sobreviverá. Pelo menos na sua forma actual.

Links:

Notícias Relacionadas:
SPACE.com (Fonte)

 
  ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
       
 

Foto

 

M27-Nebulosa do Haltere - Crédito:Rick Krejci (RicksAstro Astrophotography)
Enquanto buscava o céu de França do século XVIII em busca de cometas, Charles Messier assinalou este objecto com o número 27 no seu catálogo de objectos que definitivamente não eram cometas. Mas o que é este objecto? Hoje dizemos que se trata de uma nebulosa planetária, que é um objecto que resulta da morte de uma estrela de massa solar. No final da sua vida, as estrelas como o Sol emitem para o espaço o gás do seu envelope transformando-se em anãs brancas enquanto gás se vai afastando da estrela que lhe deu origem. A radiação ultravioleta intensa que é emitida pela anã branca é responsável, através da sua interacção com o gás, pelo brilho visível do gás que se afasta do objecto central. Conhecida pelo nome popular de Nebulosa do Haltere (devido às primeiras imagens que dela foram captadas), esta nebulosa encontra-se a 1200 anos-luz de nós na direcção da constelação da Raposa (Vulpecula).
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De 1 de Julho a 15 de Setembro, todas as noites excepto às Segundas, entre as 21:00 e as 23:00, na açoteia do Centro Ciência Viva do Algarve.
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Dia 04/08: 216º dia do  calendário gregoriano.
Observações: Antares a 0,4º N da Lua às 19h (hora local).

Dia 05/08: 217º dia do  calendário gregoriano.
História: Em 1864 Giovanni Donati faz as primeiras observações espectroscópicas de um cometa (Tempel, 1864 II) e vê o que é agora conhecido como as bandas Swan (3 delas), devido ao carbono molecular (C2).
Em 1930 nascia Neil Armstrong, o primeiro ser humano na Lua.
Em 1969 a sonda americana Mariner 7 passa por Marte a 3518 km, enviando de volta 125 imagens.
Em 1973 é lançada a sonda soviética Mars 6. A 12 de Março de 1974, a Mars 6 aterra suavemente em Marte a 24º S, 25º O. Enviou dados atmosféricos durante a descida.
Em 2000, a quebra do cometa Linear 1999/S4 é capturada pelo Telescópio Espacial Hubble.
Observações: Venha observar connosco ao CCVAlg.

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História: Em 1961 era lançada a Vostok 2 pela União Soviética, levando a bordo o cosmonauta Gherman Titov, o primeiro voo soviético com a duração de um dia.
Observações: Esta altura é a altura ideal para com uns binóculos observar ao início da noite os objectos de céu profundo das constelações de Escorpião e Sagitário.

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Em 2000, uma equipa internacional de pesquisa planetária descobre em Epsilon Eridani, a apenas 10.5 anos-luz da Terra, um novo planeta gasoso.
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