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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 419
De 31/05 a 03/06/2008
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  MARTE PROVAVELMENTE DEMASIADO SALGADO PARA A VIDA
   


As planícies equatoriais de Meridiani Planum em Marte são as pistas rolantes para o rover Opportunity da NASA. Agora no seu quinto ano de exploração em Marte, o Opportunity descobriu provas firmes de que a água líquida existia nestas planícies rochosas no passado distante. O seu gémeo robótico, Spirit, está também a trabalhar arduamente na Cratera Gusev, do outro lado de Marte.
Crédto: NASA/JPL

Em 2004, o rover Opportunity da NASA descobriu provas, no solo marciano, de que água já correu pela superfície no passado, despoletando a esperança que o Planeta Vermelho possa já ter suportado vida primitiva.

Mas um novo estudo pode destruir alguma dessa esperança, literalmente com mais que uma pitada de sal.

"Todas as espécies na Terra necessitam de água líquida e nós assumimos que a água é o mínimo dos mínimos necessários para a vida em Marte," disse o membro da equipa de estudo, Nicholas J. Tosca, cientista pósdoutoral da Universidade de Harvard. "No entanto, para realmente estudar a habitabilidade de Marte, precisamos considerar as propriedades da sua água. Nem toda a água na Terra suporta a vida, e os limites da vida terrestre são bem definidos pela temperatura, acidez e salinidade da água."

Tosca e a sua equipa analisaram depósitos de sal em rochas marcianas com 4 mil milhões de anos investigadas pelo Opportunity (e por sondas em órbita do planeta). A nova análise mostra que a água que pode ter percorrido por entre estas antigas rochas marcianas pode ter sido excessivamente salgada.

"O nosso conhecimento tem-nos dito que embora Marte seja actualmente um terrível ambiente para suportar vida, há muito tempo atrás pode ter sido parecido com o da Terra," disse Andrew H. Knoll, também de Harvard e da equipa de estudo. "Mas este resultado sugere fortemente que mesmo há 4 mil milhões de anos, a superfície de Marte poderia ter sido desafiadora à vida. Por mais longínqua que seja a história de Marte, nunca vemos um ponto no qual o planeta se poderia parecer com a Terra."

A pesquisa foi apresentada em Fevereiro na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência em Boston.

Sabe-se que os halófilos, organismos que conseguem tolerar águas com elevados níveis de salinidade, existem na Terra, mas os estudos sugerem que provavelmente evoluíram a partir de organismos que viviam em águas mais puras, tornando improvável que a vida poderia na realidade surgir inicialmente em águas extremamente salgadas.

A alta salinidade, no entanto, "não exclui formas de vida de um tipo que nunca encontrámos," acrescenta Knoll, "mas a vida que originasse e persistisse em tal salgado ambiente necessitaria de uma bioquímica bem diferente da conhecida até mesmo nos mais robustos halófilos na Terra."

Knoll e Tosca também dizem que o achado não exclui a possibilidade que águas menos salgadas pudessem ter fluído no planeta, embora Meridiani Planum, onde as rochas do Opportunity se encontram, seja considerado um dos locais mais molhados e hospitaleiros de Marte.

Links:

Notícias relacionadas:
Science Daily
Wired News
Revista Science
Discovery Channel
National Geographic

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars
Vídeo sobre a presença de água em Marte (formato Quicktime)
As descobertas em Marte

Rovers marcianos da NASA:
Página oficial
Wikipedia

 
  PHOENIX ESTICA BRAÇO E OBSERVA ÁRTICO MARCIANO
   

A sonda Phoenix Mars Lander da NASA mexeu o seu braço robótico pela primeira vez e tirou o primeiro panorama dos arredores.

"Alcançámos um grande marco nesta missão," disse o gestor do projecto Phoenix, Barry Goldstein, do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, via uma ligação vídeo de uma conferência na Universidade do Arizona.

A Phoenix enviou imagens que confirmaram que tinha desarrumado o seu braço escavatório, à medida que se familiariza com o seu lar polar norte depois da aterragem de Domingo passado.

"Estou ansioso por dizer-vos que [a libertação do braço robótico] foi bem sucedida," disse Matt Robinson, gestor do software que gere o braço no JPL. "Está a preparar-se para o trabalho. Está agora solto e pronto para avançar."


Esta vista panorâmica tirada pela Phoenix Mars Lander da NASA mostra as vastas planícies da região polar norte de Marte. É visível o braço robótico da sonda.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

A Phoenix também enviou o seu primeiro completo mosaico panorâmico a preto-e-branco do local de aterragem, mostrando os painéis solares, o braço robótico, o mastro meteorológico e o terreno plano que se estica até ao horizonte. A sonda de 422 milhões de dólares está desenhada para escavar o solo do ártico marciano, até às camadas de água gelada que se pensa situar-se por baixo da superfície.

"Temos um terreno com muitas mas pequenas elevações," disse Peter Smith, investigador principal da Phoenix e da Universidade do Arizona, descrevendo as "lombas" poligonais que cobrem a superfície ártica e que estão separadas por pequenas trincheiras no solo. Pensa-se que são formadas devido à expansão e contracção da água gelada por baixo. As imagens também mostram "rochas lisas, como que mesas", espalhadas pela paisagem.

A equipa científica da Phoenix já começou a dar nomes às rochas que encontram para serem mais fáceis de identificar, usando temas de contos de fandas e do folclore (segundo Smith, para que a equipa se possa divertir um pouco). As rochas já têm nomes como "Humpty-Dumpty" ou "Alice" (referindo-se a "Alice no País das Maravilhas").


Esta imagem mostra os vários nomes dos alvos ao alcance da sonda Phoenix, ancorada no ártico de Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

A equipa científica espera usar o braço robótico para mover algumas das rochas, que estão a apenas alguns centímetros de distância, de modo a ver o que está por baixo. Também irão investigar a origem das rochas. "As rochas não vêm com nomes, é um pouco difícil ver de onde vieram," disse Smith.

Mas primeiro, os controladores da missão planeiam testar as juntas do braço robótico em temperaturas altas e baixas no Planeta Vermelho, "porque precisamos que o braço robótico se mova durante um determinado intervalo de temperaturas," explica Robinson. Os relatórios meteorológicos da superfície, até agora, mostram uma temperatura máxima de -30 graus Celsius e uma mínima de -80 C.

Os controladores também irão posicionar o braço para que a câmara aí acoplada possa tirar uma imagem da superfície por baixo da sonda, para se certificarem que não existem aí rochas.

Os cientistas dividiram o terreno em duas partes: uma área de "parque nacional" que os cientistas da missão irão deixar intocada até que melhor caracterizem o ambiente, e uma área que irão usar para testar as capacidades escavatórias do braço robótico.

A escavação provavelmente só começará no meio da próxima semana, dizem os cientistas da missão.

Links:

Notícias relacionadas:
New Scientist
National Geographic
Universe Today

Phoenix:
Página oficial
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 31/05: 152.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2001, a sonda Cassini completa o veu voo rasante por Júpiter e dirige-se para Saturno.

Imagens de despedida de um eclipse de Io mostram actividade auroral na atmosfera Ioniana.
Observações: Já observou Porrima este ano? Há mais de um século que Porrima, ou Gamma Virginis, é uma famosa estrela dupla observável em telescópios pequenos. Mas nos últimos anos os seus componentes estiveram tão perto uns dos outros que as estrelas apareceram como uma única, pela primeira vez desde a década de 1830. Agora estão novamente a afastar-se: de 1.0 arco-segundo agora até 1.1" em Setembro. Já as consegue resolver? Precisará de um bom telescópio com uma abertura entre 4 e 6 polegadas, e uma excelente noite. Continue a observá-la durante o resto da sua vida; Porrima irá alargar-se durante os próximos 80 anos.

Dia 01/06: 153.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Aproveite esta noite para observar Saturno telescopicamente. Quantos satélites consegue ver?

Dia 02/06: 154.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1966, a Surveyor 1 torna-se na primeira sonda americana a aterrar com sucesso na Lua.
Em 1983, era lançada a Venera 15, uma missão dupla (em conjunto com a Venera 16) com o objectivo de estudar e mapear a superfície de Vénus.

Em 2003, a sonda Mars Express, carregando o "lander" britânico, Beagle 2, é lançada num foguetão russo Soyuz-Fregat, a partir de Baikonur (Cazaquistão) às 17:45 GMT.

Dia 03/06: 155.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1965 era lançada a Gemini 4, a primeira missão espacial tripulada com uma duração de vários dias.

Neste mesmo dia Edward White andou no exterior de uma nave espacial pela primeira vez num passeio que durou 21 minutos.
Observações: Lua Nova, pelas 20:24.

 
 
CURIOSIDADES:

O objecto natural com a mais rápida rotação do Sistema Solar é o asteróide vizinho da Terra, 2008 HJ. Completa uma volta em torno de si próprio em apenas 42.7 segundos!
 
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS:

Foto

Nuvens escuras na Nebulosa Carina
Crédito:
NASA, ESA, N. Smith (U. California, Berkeley) et al., and The Hubble Heritage Team (STScI/AURA)

Que formas escuras se escondem nas nuvens da Nebulosa Carina? Estas figuras são na realidade nuvens moleculares, nós de gás molecular e poeira tão espessos que se tornaram opacos. Em comparação, no entanto, estas nuvens são tipicamente muito menos densas que a atmosfera da Terra. Na imagem do lado está parte da mais detalhada imagem já registada da Nebulosa Carina, onde as nuvens moleculares escuras são particulamente comuns. A nebulosa cobre uma área com mais de 300 anos-luz e situa-se a cerca de 7500 anos-luz na direcção da constelação da Quilha. NGC 3372, conhecida como a Grande Nebulosa de Carina, é o lar de estrelas massivas e nebulosas em mutação. Eta Carinae, a estrela mais energética da nebulosa, foi uma das estrelas mais brilhantes no céu na década de 1830, mas que diminuiu de brilho drasticamente. Também estão disponíveis imagens anotadas de campo-largo e versões ampliáveis do mosaico.
Ver imagem em alta-resolução

 
 
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