A sonda Phoenix Mars Lander da NASA mexeu o seu braço robótico pela primeira vez e tirou o primeiro panorama dos arredores.
"Alcançámos um grande marco nesta missão," disse o gestor do projecto Phoenix, Barry Goldstein, do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, via uma ligação vídeo de uma conferência na Universidade do Arizona.
A Phoenix enviou imagens que confirmaram que tinha desarrumado o seu braço escavatório, à medida que se familiariza com o seu lar polar norte depois da aterragem de Domingo passado.
"Estou ansioso por dizer-vos que [a libertação do braço robótico] foi bem sucedida," disse Matt Robinson, gestor do software que gere o braço no JPL. "Está a preparar-se para o trabalho. Está agora solto e pronto para avançar."
Esta vista panorâmica tirada pela Phoenix Mars Lander da NASA mostra as vastas planícies da região polar norte de Marte. É visível o braço robótico da sonda.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
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A Phoenix também enviou o seu primeiro completo mosaico panorâmico a preto-e-branco do local de aterragem, mostrando os painéis solares, o braço robótico, o mastro meteorológico e o terreno plano que se estica até ao horizonte. A sonda de 422 milhões de dólares está desenhada para escavar o solo do ártico marciano, até às camadas de água gelada que se pensa situar-se por baixo da superfície.
"Temos um terreno com muitas mas pequenas elevações," disse Peter Smith, investigador principal da Phoenix e da Universidade do Arizona, descrevendo as "lombas" poligonais que cobrem a superfície ártica e que estão separadas por pequenas trincheiras no solo. Pensa-se que são formadas devido à expansão e contracção da água gelada por baixo. As imagens também mostram "rochas lisas, como que mesas", espalhadas pela paisagem.
A equipa científica da Phoenix já começou a dar nomes às rochas que encontram para serem mais fáceis de identificar, usando temas de contos de fandas e do folclore (segundo Smith, para que a equipa se possa divertir um pouco). As rochas já têm nomes como "Humpty-Dumpty" ou "Alice" (referindo-se a "Alice no País das Maravilhas").
Esta imagem mostra os vários nomes dos alvos ao alcance da sonda Phoenix, ancorada no ártico de Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
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A equipa científica espera usar o braço robótico para mover algumas das rochas, que estão a apenas alguns centímetros de distância, de modo a ver o que está por baixo. Também irão investigar a origem das rochas. "As rochas não vêm com nomes, é um pouco difícil ver de onde vieram," disse Smith.
Mas primeiro, os controladores da missão planeiam testar as juntas do braço robótico em temperaturas altas e baixas no Planeta Vermelho, "porque precisamos que o braço robótico se mova durante um determinado intervalo de temperaturas," explica Robinson. Os relatórios meteorológicos da superfície, até agora, mostram uma temperatura máxima de -30 graus Celsius e uma mínima de -80 C.
Os controladores também irão posicionar o braço para que a câmara aí acoplada possa tirar uma imagem da superfície por baixo da sonda, para se certificarem que não existem aí rochas.
Os cientistas dividiram o terreno em duas partes: uma área de "parque nacional" que os cientistas da missão irão deixar intocada até que melhor caracterizem o ambiente, e uma área que irão usar para testar as capacidades escavatórias do braço robótico.
A escavação provavelmente só começará no meio da próxima semana, dizem os cientistas da missão.
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Notícias relacionadas:
New Scientist
National Geographic
Universe Today
Phoenix:
Página oficial
Wikipedia
Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
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