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BOLETIM ASTRONÓMICO - EDIÇÃO N.º 421
De 07/06 a 10/06/2008
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  PHOENIX USA PELA PRIMEIRA VEZ O SEU MICROSCÓPIO ÓPTICO
   


Este mosaico de quatro imagens microscópicas lado-a-lado (uma a cores) foi adquirido pelo Microscópio Óptico, uma parte do pacote de instrumentos MECA (Microscopy, Electrochemistry, and Conductivity Analyzer) a bordo da sonda Phoenix. Tirado a 3 de Junho de 2008, a imagem mostra um alvo de silicone com 3 milímetros depois ter sido exposto a poeira levantada pela aterragem.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

Um microscópio a bordo da sonda da NASA, a Mars Phoenix Lander, tirou imagens de partículas de poeira e areia na imagem com maior ampliação jamais enviada a partir de outro planeta.

O Microscópio Óptico da missão observou partículas que caíram numa superfície exposta, revelando grãos tão pequenos quanto um décimo do diâmetro de um cabelo humano.

"Temos imagens que mostram a diversidade da mineralogia em Marte numa escala sem precedentes na exploração planetária," disse Michael Hecht do JPL da NASA em Pasadena, EUA. Ele é o líder científico para o pacote de instrumentos MECA (Microscopy, Electrochemistry and Conductivity Analyzer) da Phoenix.

Entretanto, a Phoenix recebeu o comando na Quinta-feira passada para recolher a sua primeira amostra de solo a ser entregue ao laboratório da sonda. Os comandos para essa actividade já tinham sido enviados na Quarta-feira mas não alcançaram a Phoenix porque a sonda em órbita com a tarefa de retransmitir a ordem, a Mars Odyssey, tinha sido automaticamente posta em modo de segurança pouco tempo antes de receber os comandos.


A imagem a cores foi tirada a 3 de Junho de 2008. A comparação com uma imagem a preto-e-branco (esquerda) adquirida durante o voo da Phoenix desde a Terra até Marte, identifica novas partículas depositadas durante a aterragem. As partículas são provavelmente amostras da superfície marciana, embora a própria contaminação da sonda não possa ser posta de parte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

Na Quarta, a Phoenix completou um plano de actividades que tinha sido previamente enviado, afirma Chris Lewicki do JPL da NASA, gestor da missão para as operações da Phoenix à superfície durante o seu 11.º dia marciano. O plano incluia o estudo da meteorologia e recolha adicional de imagens para um panorama em alta-resolução e a cores do local de aterragem.

As imagens do Microscópio Óptico foram tiradas a 3 de Junho, de partículas que tinham sido recolhidas numa superfície pegajosa exposta durante a aterragem da Phoenix e durante cinco dias depois da aterragem. "É um primeiro rápido olhar," disse Hecht. "Esta experiência foi em parte uma política de segurança para observar algo com o microscópio antes de colocar uma amostra do solo recolhida pelo braço, e em parte uma caracterização do Microscópio Óptico. Todas as ferramentas estão a funcionar bem."

Algumas das partículas poderão ter vindo de dentro da sonda durante os eventos da aterragem, mas muitas coincidem com o esperado pelas partículas marcianas. "Iremos usar futuras observações de amostras de solo recolhidas pelo braço robótico para confirmar se os tipos de partículas nesta amostra são também observados em amostras que de certeza vieram da superfície de Marte," disse Hecht.


Esta imagem foi tirada a 3 de Junho de 2008, para examinar poeira que tinha caído numa superfície pegajosa e exposta. A partícula translucente realçada no centro e em baixo é de tamanho comparável às partículas brancas numa amostra de solo marciano recolhida pelo braço robótico (imagens de cima) dois dias marcianos antes. As partículas brancas podem ser exemplos de sais abundantes já observados no solo marciano por missões anteriores.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Universidade do Arizona
(clique na imagem para ver versão maior)

As partículas mostram grandes variedades de formas e cores.

"Podemos ver a grande variedade no que parece ser solo castanho-avermelhado," disse Tom Pike, membro da equipa científica da Phoenix e do Colégio Imperial de Londres. Ele realça que uma partícula translucente assemelha-se a um grão de sal, mas é ainda muito cedo para dizer com certeza.

Os comandos de Quinta-feira foram reenviados para a Phoenix via sonda Mars Reconnaissance Orbiter. O retransmissor rádio nessa sonda tem trabalhado bem durante os últimos dias, depois de se ter desligado intermitentemente a semana passada. A Phoenix continuará a receber comandos através da sonda Mars Reconnaissance Orbiter até que a Odyssey regresse ao seu estado normal, e aí a Phoenix irá usar ambas as sondas orbitais.

"Estamos actualmente a trazer a Odyssey até às suas operações normais, e iremos continuar com o serviço de retransmissão pela Odyssey dentro de um ou dois dias," disse Chad Edwards do JPL, engenheiro de telecomunicações do Programa de Exploração de Marte do JPL.

"Nós pensamos que a Odyssey ligou o seu modo de segurança devido a um único evento que afectou a memória do computador," disse Edwards. "O modo de segurança de ontem parece ser muito semelhante aos eventos que levaram a Odyssey a entrar neste modo já por duas ou três vezes durante a sua longa operação em torno de Marte." A Mars Odyssey já orbita o Planeta Vermelho desde 2001.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
SPACE.com
Universe Today
New Scientist
Washington Post
Reuters
Wired News

Phoenix:
Página oficial
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
  PODEM OS MICRÓBIOS DA PHOENIX SOBREVIVER EM MARTE?
   


Os micróbios na Phoenix podem ter sobrevivido à viagem até Marte, mas o braço robótico da sonda, que irá provavelmente entrar em contacto com água gelada, foi cuidadosamente esterilizado e protegido por uma película de 'biobarreira', até que a sonda aterrasse.
Crédito: NASA/JPL
(clique na imagem para ver versão maior)

A sonda Phoenix pode ter sido coberta por dúzias de espécies de bactérias quando deixou a Terra - e de acordo com um novo estudo, algumas podem ser fortes o suficiente para sobreviver em Marte.

Mas os cientistas dizem que as partes da sonda que irão entrar em contacto com o gelo em Marte - que poderá albergar sinais de vida passada em Marte - foram cuidadosamente esterilizadas, minimizando as hipóteses que a vida terrestre tem em colonizar o planeta.

A NASA há muito que sabe que as sondas podem potencialmente semear vida terrestre noutros planetas. Para cortar as hipóteses de transportar micróbios para o espaço em sondas como a Phoenix - que aterrou nas planícies norte de Marte no passado dia 25 de Maio -, estas são agora construídas em zonas esterilizadas e com sistemas de filtragem de ar.

A NASA também analisa as sondas para medir os níveis de bactérias particularmente resistentes, que conseguem permanecer inactivas durante décadas e sobreviver a temperaturas extremas. Mas a agência não analisa rotineiramente aquelas bactérias ou micróbios mais fracos que não podem ser cultivados, pois pensa-se que a forte radiação ultravioleta em Marte mate rapidamente tais organismos.

Para preencher esta lacuna, uma equipa do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA, levou a cabo um estudo de toda a vida microbiana que vivia na área de montagem da Phoenix à medida que a missão avançava.

Aproximadamente quatro meses antes do lançamento, em Abril de 2007, pelo menos 100.000 células microbiais - incluindo 132 tipos diferentes de bactérias - cobriam cada metro quadrado da sala. Em Junho, a equipa do JPL descobriu provas de pelo menos 35.000 células por metro quadrado, pertencendo a 45 diferentes tipos de bactérias - um decréscimo muito provavelmente devido ao aumento dos esforços de limpeza.

Por volta da altura do lançamento, em Agosto, a sala albergava pelo menos 26.000 células por metro quadrado e 100 tipos de bactérias. Em comparação, os intestinos humanos contêm biliões de bactérias e mais mil espécies, enquanto um grama de solo contém dezenas de milhões de micróbios e centenas de espécies.

Entre as bactérias na sala de montagem, encontram-se aquelas que conseguem tolerar calor, frio e sal. Uma das bactérias particularmente resistentes chama-se Bacillus pumilus. Consegue aguentar grandes doses de luz ultravioleta, suficientes para matar quase todas as outras formas de vida. "Este é o organismo mais forte que já isolámos," diz Parag Vaishampayan, microbiólogo do JPL, que apresentou os resultados a semana passada na reunião anual da Sociedade Americana de Microbiologia em Boston, Massachusetts, EUA.

O seu colega Kasthuri Venkateswaran também testou o que aconteceria aos micróbios que conseguissem apanhar boleia até Marte na Phoenix, uma ideia bastante provável. Para simular as condições do planeta, os cientistas puseram bactérias em câmaras especiais de crescimento, que simulavam a pressão de ar, a temperatura e a radiação UV do Planeta Vermelho.


A Câmara Simulatória de Marte.
Crédito: Andrew Schuerger
(clique na imagem para ver versão maior)

Em apenas cinco minutos, três espécies de bactérias tinham morrido, incluindo uma resistente à radiação. Mas quando a equipa do JPL acrescentou solos tipo-Marte do deserto de Atacama e de um vulcão do Hawaii, que poderiam proteger os micróbios da mortífera radiação, algumas bactérias conseguiram sobreviver. "Todos estes dados sugerem que sim, algumas morrem, mas não vamos conseguir uma esterilização a 100%", diz o membro da equipa Rocco Mancinelli, microbiólogo do Instituto SETI em Mountain View, Califórnia, EUA. Mesmo assim, acrescenta, uma falta aparente de água líquida ou de nutrientes em Marte significa que quaisquer bactérias terrestres fortes o suficiente para aguentar a viagem teriam dificuldades em se multiplicar.

Andrew Schuerger, microbiólogo da Universidade da Flórida em Gainesville, EUA, que colaborou nas experiências simulatórias de Marte, diz que a única hipótese dos micróbios clandestinos da Phoenix em prosperar é durante experiências que aquecem e humidificam as amostras de solo marciano. No entanto, a NASA tomou grandes precauções para esterilizar e proteger as partes da sonda com uma camada protectora chamada 'biobarreira'. Existe uma probabilidade de haver contaminação, mas é muito baixa," disse.

A Phoenix não possui a capacidade de detectar ou discernir vida - está apenas à procura da química orgânica que pode suportar vida, diz o membro da missão Sam Kounaves da Universidade Tufts em Medford, Massachussetts, EUA. Mas se quaisquer missões futuras descobrirem um pequeno vislumbre de vida em Marte, é importante saber quais os micróbios que foram transportados da Terra, afirma Vaishampayan.

Como resultado da pesquisa de Vaishampayan, a NASA irá agora medir os micróbios nas sondas com métodos mais sensíveis. Isto é importante, pois a contaminação torna-se mais provável, embora ainda remota, se missões como a Phoenix continuarem a visitar áreas propícias às bactérias da Terra, diz o astrobiólogo John Rummel, que já pertenceu ao gabinete de protecção planetária da NASA. "Se vamos alcançar estas regiões, temos que ir com uma sonda muito limpa," conclui Rummel.

Links:

Notícias relacionadas:
SPACE.com

Phoenix:
Página oficial
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
 
 
EFEMÉRIDES:

Dia 07/06: 159.º dia do calendário gregoriano.
Observações: Procure Marte a apenas 3º da Lua esta noite. Embora Marte pareça muito mais pequeno, tem na realidade o dobro do seu diâmetro - mas está 780 vezes mais longe.
Mercúrio em conjunção inferior, pelas 16:29.

Dia 08/06: 160.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1625 nascia Giovanni Cassini, o maior observador a seguir a Galileu.

Cassini foi um italiano que esteve à frente do Observatório de Paris durante muitos anos, o primeiro a observar as mudanças de estação em Marte e a medir a paralaxe (ou distância) do planeta, estabelecendo a escala do Sistema Solar pela primeira vez. Foi o primeiro a descrever as bandas e manchas de Júpiter e estudou as órbitas dos satélites jovianos. Descobriu quatro luas de Saturno, mas é mais conhecido por ter sido o primeiro a observar a divisão (agora com o seu nome) entre os anéis A e B de Saturno.
Em 1975, era lançada a Venera 9 (USSR). Alcançou Vénus a 22 de Outubro de 1975. Foi a primeira sonda a transmitir imagens da superfície do planeta.
Em 2004 teve lugar o último trânsito de Vénus pelo Sol, um evento que já não acontecia há mais de 120 anos.
Observações: Aproveite a noite para observar Régulo, a estrela mais brilhante da constelação de Leão, que se encontra muito perto da Lua.

Dia 09/06: 161.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1812 nascia Johann Gottfried Galle, astrónomo alemão, o primeiro a observar Neptuno.

Galle é também conhecido por ter sido assistente de Encke, e foi um dos poucos astrónomos a observar o cometa Halley duas vezes -- morrendo dois meses depois do cometa ter passado o periélio em 1910.
Observações: Vénus em conjunção superior com o Sol (ou seja, exactamente por trás do Sol), pelas 05:00.

Dia 10/06: 162.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2003 era lançada a Spirit Rover começando a missão Mars Exploration Rover da NASA.

Observações: Lua em Quarto Crescente, pelas 16:04.

 
 
CURIOSIDADES:

Uma das luas de Júpiter, chamada Europa, é composta essencialmente de água. Sob a superfície gelada, existe  um imenso oceano que poderá haver interesse em explorar.
 
 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS:

Foto

Via Láctea do Spitzer
Crédito: GLIMPSE, MIPSGAL, NASA, JPL-Caltech, Univ. Wisconsin

A visão infravermelha da nossa Via Láctea pelo Telescópio Espacial Spitzer é difícil de apreciar em apenas uma imagem. De facto, mais de 800.000 imagens obtidas pelas câmaras do Spitzer foram agora montadas num único enorme mosaico do plano galáctico - a mais detalhada imagem infravermelha da nossa Galáxia jamais feita. A pequena porção vista aqui cobre apenas 8 graus, mais ou menos o tamanho aparente de um punho com o braço esticado, ao longo do centro galáctico. A totalidade do mosaico cobre 120 graus. Realçados nesta imagem em cores-falsas, estão filamentos avermelhados oriundos de moléculas complexas - hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs) - que na Terra são os produtos comuns de uma combustão incompleta. Os PAHs encontram-se em regiões de formação estelar, bem como partículas de grafite, na imagem com emissão vermelha. As zonas azuis na imagem são estrelas individuais da Via Láctea.
Ver imagem em alta-resolução

 
 
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