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Núcleo de Astronomia do Centro Ciência Viva do Algarve
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ASTROBOLETIM N.º 546
De 08/06 a 09/06/2009
 
 
   

Dia 08/06: 160.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1625 nascia Giovanni Cassini.

Cassini foi um italiano que esteve à frente do Observatório de Paris durante muitos anos, o primeiro a observar as mudanças de estação em Marte e a medir a paralaxe (ou distância) do planeta, estabelecendo a escala do Sistema Solar pela primeira vez. Foi o primeiro a descrever as bandas e manchas de Júpiter e estudou as órbitas dos satélites jovianos. Descobriu quatro luas de Saturno, mas é mais conhecido por ter sido o primeiro a observar a divisão (agora com o seu nome) entre os anéis A e B de Saturno.
Em 1975, era lançada a Venera 9 (USSR). Alcançou Vénus a 22 de Outubro de 1975. Foi a primeira sonda a transmitir imagens da superfície do planeta.
Em 2004 teve lugar o último trânsito de Vénus pelo Sol, um evento que já não acontecia há mais de 120 anos.
Observações: Nesta altura começa a ter-se a cabeça do Escorpião acima do horizonte imediatamente após o por-do-sol, o que permite começar a observar os enxames mais fáceis desta constelação M4 (enxame globular), M6 (enxame aberto) e M7 (enxame aberto) ainda cedo na noite.

Dia 09/06: 161.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1812 nascia Johann Gottfried Galle, astrónomo alemão, que foi o primeiro a observar Neptuno.

Galle é também conhecido por ter sido assistente de Encke, e foi um dos poucos astrónomos a observar o cometa Halley duas vezes -- morrendo dois meses depois do cometa ter passado o periélio em 1910.
Observações: M13, o Enxame de Hércules e M57, nebulosa anular de Lira já vão altos nesta altura do ano ao início da noite. Tente observar M44 (o enxame do Presépio ou da Colmeia) na constelação do Caranguejo, com um simples par de binóculos.

 
 

O limite de Chandrasekhar é a massa máxima que uma anã branca pode ter que é 1,44 massas solares.

 
 
AIA 2009
 
 
  FINAL DAS OLÍMPIADAS DE ASTRONOMIA GANHA POR DOIS ALUNOS  
 

Decorreu durante os dias 5 e 6 de Junho, a Final Nacional das 4as. Olimpíadas de Astronomia (edição 2008/2009), que foram constituídas por uma prova teórica e uma prova prática. As Olimpíadas de Astronomia são uma iniciativa anual e constituem a interface mais continuada da Sociedade Portuguesa de Astronomia com as escolas secundárias portuguesas.

Esta iniciativa que foi este ano organizada por Pedro Gual, teve como juri Filipe Gameiro, Catarina Lobo, Mercedes Filho e Alexandre Costa.

A prova teórica realizada no Centro Ciência Viva de Constância envolvia a resolução de problemas de astrofísica. Na prova prática os alunos foram colocados perante três problemas observacionais e numéricos que envolviam Saturno, o enxame globular M13 e a nebulosa planetária M57.

Pela primeira vez na história das Olimpíadas de Astronomia houve dois alunos que se classificaram ex aequo na primeira posição, sendo que os alunos foram aqueles que haviam sido o vencedor e o segundo classificado da edição anterior. Os primeiros classificados receberam um cheque de compras de astronomia no valor de 1100 euros enquanto terceiro recebeu um cheque de compras de astronomia de 700 euros.

A classificação dos alunos foi a que se apresenta na tabela seguinte:

Classificação
Escola
Aluno(a)
Colégio St. Peter's School
Mariana Alves Vargas
Esc Sec Joaquim Ferreira Alves
João Tiago Rodrigues
Ancorensis - Cooperativa de Ensino
Pedro Miguel Borlido
Escola Básica e Sec. Das Flores
Cláudio Filipe Gomes
Escola Secundária Alves Martins
Rodrigo Paiva Tavares
Colégio St. Peter's School
Pedro Filipe Peres
Colégio Didálvi
Tiago André Portela
Escola Secundária da Maia
Alexandra Cristina Meireles
Escola Secundária Eng. Acácio Calazans Duarte
Núria Ferreira Santos
10º
Esc Sec Manuel Gomes Almeida
Simão Lopes

Na cerimónia de entrega dos prémios que decorreu no dia 6 de Junho no restaurante "Os Falcões", em Constância, o presidente da SPA, Miguel Avillez chamou a atenção para a importância da Astronomia como área de convergência da Física, da Matemática, da Informática e, inclusivamente, da Biologia na área da Astrobiologia, tendo referido que as Olimpíadas de Astronomia contribuem para que os alunos compreendam sobretudo a importância da Matemática e da Física no contexto em que a curiosidade humana se manifesta desde a mais tenra idade. Referiu ainda a importância da astronomia para a compreensão do nosso lugar no Universo.

Máximo Ferreira referiu que havia sido com grande alegria que o Centro Ciência Viva de Constância se havia associado a este evento, e referiu a disponibilidade e condições deste Centro Ciência Viva para colaborar com as escolas e outras instituições no desenvolvimento de projectos simples de investigação científica.

Alguns dos alunos finalistas com membros da organização, do juri e com o Presidente da SPA.
(Clique na imagem para ver maior)

Como membro do juri, Alexandre Costa salientou a enorme melhoria nos resultados que se têm verificado ao longo dos anos nas Olimpíadas de Astronomia e agradeceu aos professores o trabalho especial que têm desenvolvido na preparação dos alunos no âmbito dos conteúdos específicos de Astrofísica.

As Olimpíadas de Astronomia têm o apoio do Ciência Viva e da Fundação Calouste Gulbenkian.

Parabéns à SPA por mais esta iniciativa.

 
 
 
  ESPECTACULARES IMAGENS DO ENXAME DO ARCO OBTIDAS PELO VLT  
 

Usando o VLT (Very Large Telescope) do ESO, foi possível aos astrónomos obter uma das detalhadas imagens do Enxame do Arco - um aglomerado extraordinariamente supermassivo e denso de estrelas jovens próximo do buraco negro que se localiza no centro da Via Láctea. Apesar das condições extremas, os astrónomos ficaram surpresos ao encontrar as mesmas proporções de massas baixas e elevadas entre as estrelas jovens do enxame que as que são encontrados em locais bem mais tranquilos da Via Láctea.

O enxame do Arco (Arches cluster).
Crédito: ESO
(Clique na imagem para ver maior)

O massivo Enxame dos Arcos é um enxame de estrelas bastante peculiar. Está localizado a 25.000 anos-luz de distância na direcção da constelação de Sagitário (o Arqueiro), e contém cerca de um milhar de estrelas massivas jovens, com menos de 2,5 milhões de anos. É o laboratório ideal para estudar como nascem as estrelas massivas em condições extremas, como é o caso das proximidades do centro da Via Láctea, onde experimentam enormes interacções com as estrelas, com gás que as rodeia e com o buraco negro supermassivo que aí existe. O Enxame do Arco é dez vezes mais pesado do que os enxames típicos espalhados por toda a Via Láctea, e é enriquecido com elementos químicos mais pesados do que o hélio.

Usando a óptica adaptativa NACO no VLT, os astrónomos foram capazes de obter as imagens do Enxames do Arco mais detalhadas do que alguma vez havia sido feito. A observação do Enxame do Arco é um grande desafio devido à enorme quantidade de absorção de luz entre Terra e o Centro Galáctico devido à poeira do meio interestelar (extinção), que não permite a passagem da luz visível. Esta é a razão pela qual foi utilizado o NACO para observar esta região no infravermelho próximo.

O novo estudo confirma que o Enxame do Arco é o mais denso aglomerado de jovens estrelas massivas conhecido. Tem cerca de três anos-luz de diâmetro, com mais de mil estrelas contidas em cada ano-luz cúbico, uma densidade extrema cerca de um milhão de vezes superior à que se observa na vizinhança do Sol.

Os astrónomos que estudam enxames de estrelas constataram que as estrelas de maior massa são mais raras do que as suas irmãs menos massivas, e que a sua abundância relativa é a mesma que em toda parte, Uma proporção que parece ser uma lei universal.

Os astrónomos foram ainda capazes de estudar algumas das estrelas mais brilhantes do aglomerado. "A estrela mais massiva que encontrámos tem uma massa de cerca de 120 vezes a massa do Sol," diz o co-autor Fernando Selman. "Concluímos a partir daí que, se existem estrelas mais massivas do que 130 massas solares, elas devem viver de menos de 2,5 milhões de anos e terminam suas vidas sem explodir como supernovas, como habitualmente fazem as estrelas massivas ."

A massa total do enxame parece ser cerca de 30.000 vezes a massa do Sol, muito mais do que anteriormente se pensava . "Podemos ver muito mais devido ao requinte das imagens NACO", afirmou o co-autor Jorge Melnick.

Links:

Fonte:
ESO

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Universe Today

 
     
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