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Edição n.º 747
03/05 a 05/05/2011
 
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EFEMÉRIDES

Dia 03/05: 123.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1715, durante um eclipse na Inglaterra, Edmond Halley é o primeiro a registar o fenómeno mais tarde conhecido por Contas de Baily (há quem diga que Francis Baily foi o primeiro a notar estes efeitos mais tarde em 1836, daí o seu nome).

Também observa vermelhas e brilhantes proeminências e a assimetria este-oeste na coroa, a que atribui a uma atmosfera na Lua ou no Sol
Observações: Sirius em Maio? Deve ser ainda capaz de observar a estrela de Cão Maior, baixa a Sudoeste ao cair da noite. Durante quantos mais dias a conseguirá observar?
Lua Nova, pelas 07:52.

Dia 04/05: 124.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1989 era lançada a missão Magalhães para Vénus.

O seu objectivo era obter imagens de alta-resolução de toda a superfície do planeta. Tempo de duração da viagem: 1 ano, 3 meses e 6 dias. Depois uma missão carregada de êxitos, ordenou-se à sonda para penetrar na densa atmosfera do planeta a 11 de Outubro de 1994. 
Observações: Olhe bem perto do horizonte a Oeste-Noroeste ao lusco-fusco para observar a finíssima Lua Crescente com as Plêiades para a sua direita. A alaranjada Aldebarã está para a esquerda da Lua.

Dia 05/05: 125.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1961, Alan Shepard torna-se o primeiro americano no espaço, a bordo da nave Freedom 7

Observações: Aproveite a noite para observar telescopicamente o enxame globular M5, na direcção da constelação de Serpente.

 
CURIOSIDADES


Hidra é a maior das constelações modernas em área.

 
SUPER-TERRA DESCOBERTA EM ESTRELA VISÍVEL A OLHO NU

55 Cancri foi uma das primeiras estrelas em que se descobriu a existência de um planeta extrasolar. O primeiro planeta neste sistema foi anunciado em 1997 e hoje sabe-se que o sistema tem pelo menos cinco planetas, sendo que o mais interior, 55 Cnc e, foi recentemente descoberto através de trânsitos estelares, o que permitiu angariar mais informações.

55 Cnc, em muitos aspectos, é um sistema interessante. A uns meros 41 anos-luz da Terra, o sistema é composto por uma estrela anã primária amarela numa larga órbita binária (1000 UA) com uma anã vermelha. O sistema planetário situa-se dentro desta órbita. A estrela primária tem uma magnitude inferior a 6, o que significa que é visível à vista desarmada sobre boas condições de observação.

Um destes planetas, 55 Cnc e, foi descoberto neste sistema através de medições da velocidade radial em 2004. Nessa altura, foi anunciado que o planeta tinha um período de 2,8 dias e uma massa mínima de 14,2 vezes a massa da Terra. No entanto, em 2010, Rebekah Dawson e Daniel Fabrycky do Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica argumentaram que paragens no período observacional distorceram as estatísticas e que o real período do planeta deveria ser de apenas 0,7365 dias.

Impressão de artista do sistema extrasolar 55 Cancri.
Crédito: Jason Rowe, NASA Ames and SETI Institute and Prof. Jaymie Matthews, UBC
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Um dos resultados desta alteração é que o planeta teria que orbitar muito mais perto da sua estrela-mãe. Por sua vez, isto aumentou a probabilidade de trânsito planetário de 13% para 33%. Uma equipa liderada por Joshua Winn do Instituto de Tecnologia do Massachusetts pesquisou o sistema em busca deste ténue trânsito e anunciou a sua detecção num artigo recente. Mas enquanto a própria estrela é a mais brilhante do céu que se conhece albergar planetas extrasolares, superior a qualquer outra por duas magnitudes, o eclipse está longe de ser visível a não ser com observações precisas, mudando por 0,0002%, uma das oscilações de brilho mais pequenas que se conhece. O "timing" dos eclipses confirma a correcção por Dawson e Fabrycky e fornece novas informações acerca do corpo.

Dado o raio determinado, bem como a massa, a equipa foi capaz de estimar a estrutura do planeta e anunciar que a massa é de 8,57 ± 0,64 massas terrestres. O raio estimado é de 1,63 ± 0,16 vezes o da Terra, e a densidade é 10,9 ± 3,1 g cm-3 (a densidade média da Terra é 5,515 g cm^-3). Isto coloca firmemente o planeta na categoria de super-Terra.

A equipa também explorou a ideia do planeta poder albergar uma atmosfera em tal curta órbita (apenas três vezes o raio da própria estrela). A uma distância tão curta, o planeta provavelmente está preso por forças de marés e, com um albedo típico dos planetas rochosos, o planeta terá provavelmente uma temperatura média de quase 2970 K. Se o planeta for capaz de redistribuir o calor, então não deverá ultrapassar os 2100 K. De qualquer modo, um planeta com esta massa teria dificuldade em reter uma atmosfera gasosa primordial. No entanto, a equipa anuncia que é possível que a existência de actividade vulcânica crie uma fina atmosfera de compostos moleculares pesados.

Embora esta nova descoberta acrescente poucas mas preciosas informações perante o grande esquema do cada vez maior corpo de conhecimento dos exoplanetas, os autores fecham com a nota que "existe um certo prazer em ser capaz de apontar para uma estrela visível a olho nu e saber a massa e raio de um dos seus planetas."

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Notícias relacionadas:
Artigo científico (formato PDF)
Artigo científico 2 (formato PDF)
SPACE.com
PHYSORG.com
Universe Today
UPI.com
Space Daily

Sistemas binários:
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

 
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ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Grande Mancha Vermelha de Júpiter
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASAJPLProcessamento Digital: Björn Jónsson (IAAA)
 
É um furacão com o dobro do tamanho da Terra. Já roda, pelo menos, desde que os telescópios o conseguem observar, e não mostra sinais de acabar. É a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, o maior sistema de tempestades do Sistema Solar. Tal como a maioria dos fenómenos astronómicos, a Grande Mancha Vermelha não foi prevista nem imediatamente compreendida após a sua descoberta. Ainda hoje, detalhes de como a Grande Mancha Vermelha muda de forma, tamanho e cor, permanecem por esclarecer. Um melhor conhecimento do clima de Júpiter pode ajudar a contribuír para o melhor conhecimento do clima aqui na Terra. A imagem acima é uma nova versão digital e melhorada de uma imagem de Júpiter obtida em 1979 pela sonda Voyager 1 à medida que passava pelo maior planeta do Sistema Solar. A cerca de 117 UA da Terra, a Voyager 1 é actualmente o objecto feito pelo Homem mais longínquo no Universo e espera-se que dentro de pouco tempo deixe o Sistema Solar.
 

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