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Edição n.º 862
08/06 a 11/06/2012
 
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EFEMÉRIDES

Dia 08/06: 160.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1625 nascia Giovanni Cassini

Cassini foi um italiano que esteve à frente do Observatório de Parisdurante muitos anos, o primeiro a observar as mudanças de estação em Marte e a medir a paralaxe (ou distância) do planeta, estabelecendo pela primeira vez a escala do Sistema Solar. Foi o primeiro a descrever as bandas e manchas de Júpiter e estudou as órbitas dos satélites jovianos. Descobriu quatro luas de Saturno, mas é mais conhecido por ter sido o primeiro a observar a divisão (agora com o seu nome) entre os anéis A e B de Saturno.
Em 1975, era lançada a Venera 9(USSR). Alcançou Vénus a 22 de Outubro de 1975. Foi a primeira sonda a transmitir imagens da superfície do planeta.
Em 2004 teve lugar o último trânsito de Vénus pelo Sol visível de Portugal, um evento que já não acontecia há mais de 120 anos.
Observações: Agora que Junho está quase a meio, a Ursa Maior deu a volta e pendura-se pela sua pega bem alta a Noroeste durante a noite. A estrela do meio da pega é Mizar, com a pequena Alcor mesmo ao seu lado. De que lado de Mizar deverá procurar Alcor? Como sempre, do lado que aponta para Vega, que brilha agora a Este-Nordeste.
Marte em Quadratura Este, pelas 02:56.

Dia 09/06: 161.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1812 nascia Johann Gottfried Galle, astrónomo alemão, que foi o primeiro a observar Neptuno.

Galle é também conhecido por ter sido assistente de Encke, e foi um dos poucos astrónomos a observar o cometa Halley duas vezes -- morrendo dois meses depois do cometa ter passado o periélio em 1910.
Observações: Aos observadores binoculares é normalmente dito para reconhecer um enxame globualr como uma "estrela nublada". Quão nublada? Poderá fazer a comparação muito directamente entre o enxame globular M5 e a estrela 5 Serpentis, mesmo para Sudeste desta. A estrela tem magnitude 5; o enxame, 6,7 no total.

Dia 10/06: 162.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2003 era lançada o Spirit Rover começando a missão Mars Exploration Rover da NASA. Em Marte, operou durante largos anos, até que deixou de contactar com a Terra em Março de 2010.

Observações: Aproveite a noite para observar telescopicamente Marte e Saturno.

Dia 11/06: 163.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1723 nascia Johann Georg Palitzsch, astrónomo alemão que observaria em 1758 o regresso do cometa Halley, tal como previsto por Edmond Halley em 1705.

Em 2004, a sonda Cassini-Huygens faz a sua maior aproximação a Febe.
Observações: Lua em Quarto Minguante, pelas 11:41.

 
CURIOSIDADES

O limite de Chandrasekhar é a massa máxima que uma anã branca estável pode ter, que é 1,44 massas solares.

 
TELESCÓPIO SPITZER DESCOBRE QUE PRIMEIROS OBJECTOS DO UNIVERSO ARDIAM FURIOSAMENTE
Estes dois painéis mostram a mesma "fatia" do céu na constelação de Boieiro, denominada "Faixa Estendida Groth". A área coberta mede cerca de 1 por 0,12 graus.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/GSFC
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O brilho ténue e áspero emitido pelos primeiros objectos do Universo pode ter sido detectado com a melhor precisão de sempre, graças ao Telescópio Espacial Spitzer. Estes ténues objectos podem ser estrelas muito massivas ou vorazes buracos negros. Estão demasiado longínquos para serem observados individualmente, mas o Spitzer recolheu evidências novas e convincentes do que parece ser o padrão colectivo da sua radiação infravermelha.

As observações ajudam a confirmar que os primeiros objectos eram abundantes em quantidade e que queimaram furiosamente combustível cósmico.

"Estes objectos eram tremendamente brilhantes," afirma Alexander "Sasha" Kashlinksy do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado americano de Maryland, autor principal de um novo artigo científico publicado na revista Astrophysical Journal. "Ainda não podemos descartar directamente fontes misteriosas para esta luz que podem ser provenientes do nosso Universo próximo, mas é cada vez mais provável que estamos a ter um vislumbre de uma época antiga. O Spitzer está a estabelecer um roteiro para o próximo grande telescópio espacial da NASA, o James Webb, que nos vai dizer exactamente o que são e onde estavam esses primeiros objectos."

O Spitzer capturou as primeiras pistas deste padrão remoto de luz, conhecido como plano de fundo cósmico infravermelho, em 2005 e, novamente mas com mais precisão, em 2007. Agora, o Spitzer está na fase prolongada da sua missão, durante a qual realiza estudos mais aprofundados de zonas específicas do céu. Kashlinsky e seus colegas usaram o Spitzer para observar duas zonas do céu durante mais de 400 horas cada.

Impressão de artista do Telescópio Espacial Spitzer visto contra o céu infravermelho. A banda de luz é a emissão brilhante da poeira da Via Láctea vista a 100 microns. O disco da Via Láctea perto de da região de formação estelar Rho Ophiuchi prolonga-se para trás do Spitzer.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A equipa posteriormente subtraiu cuidadosamente todas as estrelas e galáxias conhecidas na imagem. Ao invés de ficarem com uma zona escura e vazia do céu, descobriram padrões ténues de radiação com várias características tantalizantes da radiação cósmica infravermelha. Estes aglomerados no padrão observado são consistentes com o modo como se pensa que os objectos muito distantes estão agrupados.

Kashlinsky compara as observações com o procurar fogos-de-artifício em Nova Iorque a partir de Los Angeles. Primeiro, teria que remover todas as luzes do pano da frente entre as duas cidades, bem como as luzes da própria cidade de Nova Iorque. Por fim, ficaria com um mapa nublado de como os fogos-de-artifício estão distribuídos, mas estariam muito distantes para ser vistos individualmente.

"Podemos recolher pistas acerca da luz dos primeiros fogos-de-artifício do Universo," afirma Kashlinsky. "Isto fornece-nos mais informações acerca das fontes, ou as 'faíscas', que queimam intensamente o seu combustível nuclear."

O Universo formou-se há aproximadamente 13,7 mil milhões de anos durante o violento e explosivo Big Bang. Com o passar do tempo, arrefeceu, e cerca de 500 milhões de anos depois, as primeiras estrelas, galáxias e buracos negros começaram a tomar forma. Os astrónomos dizem que a "primeira luz" deve ter viajado milhares de milhões de anos até chegar ao Telescópio Spitzer. A luz deverá ter sido originada em comprimentos de onda visíveis ou até ultravioletas e, devido à expansão do Universo, foi esticada para comprimentos de onda maiores, neste caso a radiação infravermelha observada pelo Spitzer.

O novo estudo melhora as observações anteriores ao medir a radiação cósmica infravermelha de fundo até escalas equivalente a duas Luas Cheias -- significativamente maior do que tinha sido detectado anteriormente. Imagine tentar descobrir um padrão no ruído de uma antiga televisão ao olhar apenas para uma pequena zona do ecrã. Seria difícil saber com certeza a existência real de um padrão suspeito. Ao observar uma maior secção do ecrã, seria capaz de resolver padrões tanto a pequena como a larga-escala, confirmando ainda mais a sua suspeita inicial.

Do mesmo modo, os astrónomos que usam o Spitzer aumentaram a quantidade de céu examinado para obter provas mais definitivas do fundo cósmico infravermelho. Os investigadores planeiam explorar mais zonas do céu no futuro para recolher mais provas escondidas na radiação desta era antiga.

"Esta é uma das razões porque estamos a construir o Telescópio Espacial James Webb," afirma Glenn Wahlgren, cientista do programa Spitzer na sede da NASA em Washington. "O Spitzer está a proporcionar-nos pistas tantalizantes, mas o James Webb vai mostrar-nos realmente a era das primeiras estrelas do Universo."

Os outros autores do estudo são Richard Arendt do Centro Goddard e da Universidade do Maryland em Baltimore County; Matt Ashby e Giovanni Fazio do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica em Cambridge, estado americano de Massachusetts; e John Mather e Harvey Moseley também de Goddard. Fazio liderou as observações iniciais destes campos estelares.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
PHYSORG
Universe Today

Universo:
Universo (Wikipedia)
Cronologia do Universo (Wikipedia)
Desvio para o Vermelho (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)

Telescópio Espacial Spitzer:
Página oficial 
NASA
Centro Espacial Spitzer 
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Trânsito de Vénus de 2012
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Chris Hetlage
 
Ocorrendo em pares separados por mais de cem anos, desde a invenção do telescópio em 1608 houveram apenas oito trânsitos de Vénus. O próximo será em Dezembro de 2117. Mas muitos telescópios e câmaras modernas foram apontadas para o trânsito de Vénus desta semana, capturando o planeta numa rara silhueta contra o Sol. Nesta incrível imagem telescópica obtida nos EUA, foi usado um filtro H-alpha para mostrar o disco planetário contra uma superfície solar repleta de filamentos escuros, manchas solares e proeminências. O próprio trânsito durou 6 horas e 40 minutos. Historicamente, os astrónomos usaram os tempos do trânsito, obtidos a partir de locais diferentes, para triangular a distância até Vénus, enquanto os astrónomos modernos buscam activamente por planetas que transitam sóis distantes.
 

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