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Edição n.º 932
08/02 a 11/02/2013
 
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EFEMÉRIDES

Dia 08/02: 39.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1969, o meteorito Allende cai perto de Pueblito de Allende, Chihuahua, México.
Em 1974, após 84 dias no espaço, a tripulação da primeira estação espacial americana, a Skylab, regressa à Terra.
Em 1986 regressava o cometa Halley.

Observações: Continua a conjunção entre Mercúrio e Marte. Marte está a apenas 0,16º de Mercúrio, baixos a Oeste-Sudoeste cerca de meia-hora depois do pôr-do-Sol - um bom par telescópico, embora apareçam pequenos e nublados.
A partir das 19:20, Europa passa em frente de Júpiter. O satélite reaparece no outro lado do planeta pelas 21:45. 5 minutos depois é a vez da sua sombra fazer o mesmo percurso.

Dia 09/02: 40.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1913, um grupo de meteoros é visível ao longo da costa Este do continente americano, levando os astrónomos a concluir que a fonte foi um pequeno e de curta vida satélite natural da Terra.
Em 1971, o módulo lunar da missão Apollo 14 faz a sua aterragem após ter colocado homens na Lua pela 3ª vez.
Alan Shepard em Fra Mauro (Crédito: NASA)
Em 1975, a Soyuz 17 regressa à Terra.
Em 1995, os astronautas do vaivém espacial Bernard A. Harris, Jr. e Michael Foale tornam-se no primeiro africano-americano e primeiro inglês, respectivamente a fazer passeios espaciais.
Observações: Pelas 00:10 (de dia 8 para 9), assim que a sombra de Europa começa a desaparecer, é a vez de Io desaparecer por trás de Júpiter.
Marte está agora 0,57º para baixo de Mercúrio, baixos no brilho do lusco-fusco. Durante quanto mais tempo consegue seguir Marte, até mesmo de binóculos? Marte está finalmente terminando a sua aparição que começou há mais de ano e meio atrás.
Pelas 21:20, Io desaparece em frente de Júpiter. A sua sombra torna-se visível pelas 22:35. O satélite reaparece no outro lado do planeta pelas 23:30, e a sua sombra desaparece pelas 00:45 (de dia 10).

Dia 10/02: 41.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1992, a sonda espacial Ulysses usa a gravidade de Júpiter para poder explorar os pólos do Sol.
Crédito: NASA
Em 2009, os satélites de comunicação Iridium 33 e Kosmos-2251 colidem em órbita, resultando na destruição de ambos.
Observações: Lua Nova, pelas 07:22.

Dia 11/02: 42.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1997, o vaivém espacial Discovery é lançado numa missão com o objectivo de reparar o Hubble.

Observações: Pelas 23:20, Ganimedes desaparece por trás de Júpiter. Reaparece do outro lado do planeta pelas 01:40 já de dia 12.

 
CURIOSIDADES


Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol, é uma anã vermelha, assim como 20 das 30 estrelas seguintes.

 
PLANETAS TIPO-TERRA NA "PORTA AO LADO"

Usando dados publicamente disponíveis do Telescópio Espacial Kepler da NASA, astrónomos do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica (CfA) descobriram que 6% das estrelas anãs vermelhas têm planetas habitáveis do tamanho da Terra. Dado que as anãs vermelhas são as estrelas mais comuns da nossa Galáxia, o planeta tipo-Terra mais próximo pode estar a apenas 13 anos-luz de distância.

"Nós pensávamos que tínhamos que pesquisar vastas distâncias para encontrar um planeta tipo-Terra. Agora percebemos que outra Terra está, provavelmente, no nosso próprio quintal, à espera de ser descoberta," afirma Courtney Dressing, astrónoma de Harvard e a autora principal do estudo.

Dressing apresentou as suas descobertas no passado dia 6 numa conferência no Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica em Cambridge, no estado americano de Massachusetts.

As anãs vermelhas são estrelas mais pequenas, frias e ténues que o nosso Sol. Uma anã vermelha normal tem apenas um-terço do tamanho e um milésimo do brilho do Sol. Da Terra, nenhuma anã vermelha é visível a olho nu.

Esta impressão de artista mostra um hipotético planeta habitável com duas luas em órbita de uma anã vermelha.
Crédito: David A. Aguilar (CfA)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Apesar do seu fraco brilho, estas estrelas são bons lugares para procurar planetas semelhantes à Terra. As anãs vermelhas constituem três-quartos das estrelas na Via Láctea, num total de pelo menos 75 mil milhões. O sinal de um planeta em trânsito é maior uma vez que a própria estrela é mais pequena, por isso um mundo tipo-Terra bloqueia mais do disco da estrela. E uma vez que o planeta tem que orbitar mais perto de uma estrela fria a fim de estar na zona habitável, é mais provável que transite a partir do nosso ponto de vista.

Dressing estudou o catálogo Kepler de 158.000 estrelas-alvo para identificar todas as anãs vermelhas. Ela então reanalisou essas estrelas para calcular tamanhos mais precisos e temperaturas. Descobriu que quase todas essas estrelas eram mais pequenas e mais frias do que se pensava anteriormente.

Dado que o tamanho de um planeta em trânsito é determinado relativamente ao tamanho da estrela, com base na quantidade de disco estelar que o planeta cobre, ao encolher a estrela encolhemos o planeta. E uma estrela mais fria terá uma zona habitável mais próxima.

Dressing identificou 95 candidatos a planeta em órbita de estrelas anãs vermelhas. Isto implica que pelo menos 60% destas estrelas têm planetas mais pequenos que Neptuno. No entanto, a maioria não tinha o tamanho ideal ou temperatura para serem considerados verdadeiros planetas tipo-Terra. Três candidatos planetários eram quentes e aproximadamente do tamanho da Terra. Estatisticamente, isto significa que 6% de todas as anãs vermelhas devem ter um planeta como a Terra.

Os três candidatos planetários (a azul) têm 0,9, 1,4 e 1,7 vezes o tamanho da Terra. Neste gráfico, a luz recebida pelo planeta aumenta da esquerda para a direita, e por isso a distância à estrela diminui da esquerda para a direita. O tamanho dos planetas aumenta de baixo para cima.
Crédito: C. Dressing (CfA)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Sabemos agora a taxa de ocorrência de planetas habitáveis em torno das estrelas mais comuns da Galáxia," afirma David Charbonneau, co-autor do estudo, também do CfA. "Esta taxa significa que será muito mais fácil procurar vida fora do Sistema Solar do que se pensava anteriormente."

O nosso Sol é rodeado por um enxame de estrelas anãs vermelhas. Cerca de 75% das estrelas mais próximas são anãs vermelhas. Dado que 6% devem acolher planetas habitáveis, o mundo tipo-Terra mais próximo pode estar provavelmente a apenas 13 anos-luz de distância.

A localização de planetas tipo-Terra próximos pode exigir um pequeno telescópio espacial dedicado, ou uma grande rede de telescópios terrestres. Mais estudos com instrumentos como o Grande Telescópio Magalhães ou o Telescópio Espacial James Webb podem dizer-nos se algum destes planetas em trânsito tem uma atmosfera e mais detalhes da sua química.

Tal planeta seria muito diferente do nosso. Orbitando tão perto da sua estrela-mãe, o planeta estaria provavelmente preso pelas forças de marés (fenómeno que acontece, por exemplo, no sistema Terra-Lua). No entanto, isso não impede vida desde que uma atmosfera razoavelmente espessa ou um oceano profundo possa transportar calor pelo planeta. E enquanto as jovens anãs vermelhas emitirem fortes proeminências de radiação ultravioleta, uma atmosfera poderia proteger a vida à superfície do planeta. De facto, estes desafios podem ajudar a vida a evoluir.

Quando é jovem, uma anã vermelha expele frequentemente radiação ultravioleta, como visto aqui na impressão de artista.
Crédito: David A. Aguilar (CfA)
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Não precisamos de um clone da Terra para ter vida," realça Dressing.

Dado que as anãs vermelhas vivem muito mais tempo do que estrelas semelhantes ao Sol, esta descoberta levanta a interessante possibilidade de que a vida em tal planeta possa ser muito mais velha e evoluída do que a vida na Terra.

"Podemos encontrar uma Terra com 10 mil milhões de anos," especula Charbonneau.

Os três candidatos planetários na zona habitável identificados neste estudo são KOI (Kepler Object of Interest) 1422.02, com 90% do tamanho da Terra numa órbita de 20 dias; KOI 2626.01, 1,4 vezes o tamanho da Terra numa órbita de 38 dias; e KOI 854.01, 1,7 vezes o tamanho da Terra numa órbita de 56 dias. Todos os três estão localizados entre 300 e 600 anos-luz de distância e orbitam estrelas com temperaturas entre os 3150 e 3260º C (em comparação, a superfície do nosso Sol ronda os 5500º C).

Os resultados serão publicados na revista The Astrophysical Journal.

Links:

Notícias relacionadas:
Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
Universe Today
Sky & Telescope
New Scientist
PHYSORG
SPACE.com
SPACE.com - 2
redOrbit
The Space Reporter
UPI.com
Discovery News
BBC News
AstroPT

Anãs vermelhas:
Wikipedia

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Lista de planetas confirmados (Wikipedia)
Lista de planetas não confirmados (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net

Telescópio Espacial Kepler:
NASA (página oficial)
Arquivo de dados do Kepler
Mapa das zonas de estudo do Kepler (formato PDF)
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Cometa Lemmon Perto do Pólo Celeste Sul
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Peter Ward (Observatório Barden Ridge)
 
Actualmente varrendo os céus do Hemisfério Sul, o Cometa Lemmon (C/2012 F6) tem este nome pois foi descoberto o ano passado como parte do Mount Lemmon Survey (Arizona, EUA). Mais brilhante do que o esperado, mas ainda um pouco abaixo da visibilidade a olho nu, o Cometa Lemmon ostenta uma impressionante cabeleira verde limão e uma cauda fraca dividida nesta imagem telescópica obtida dia 4 de Fevereiro. Capturada num observatório perto de Sydney, Austrália, a composição colorida é construída a partir de uma série de exposições individuais registadas do cometa. No campo de visão com um grau de comprimento, os rastos das estrelas são uma consequência do movimento relativamente rápido do cometa contra o fundo de estrelas perto do Pólo celeste Sul. Movendo-se para Norte, o cometa deverá ficar mais brilhante, alcançando uma magnitude máxima de aproximadamente 3, quando estiver o mais próximo do Sol no final de Março. No início de Abril deverá já ser visível a partir do Hemisfério Norte. Claro, este ano o Cometa Lemmon pode ser apenas mais outro cometa giro, pois os observadores do céu da Terra ansiosamente antecipam os cometas PANSTARRS e ISON.
 

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