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COMPREENDENDO MELHOR AS ERUPÇÕES SOLARES
15 de Abril de 2005
 


Protuberância solar X-7 de 15 de Julho de 2002.
Crédito: SOHO, ESA-NASA/JPL

Um estudo detalhado de uma enorme erupção solar revela que uma série de explosões mais pequenas se combinaram num efeito de dominó para produzir a projecção de material.

Esta descoberta melhora o conhecimento dos mais poderosos acontecimentos solares e pode levar a uma melhor previsão de tempestades, dizem os investigadores.

Os cientistas analisaram dados recolhidos de uma protuberâcia solar que ocorreu no Sol a 15 de Julho de 2002. A erupção, que foi classificada como de tipo X-7, foi uma das mais poderosas nos tempos mais recentes. Foi acompanhada de uma ejeção de massa coronal, uma descarga imensa de gás ionizado chamado plasma. Este acontecimento teve uma potência cinco mil milhões (5,000,000,000) de vezes maior que a bomba atómica de Hiroshima.

Os cientistas ainda não sabem exactamente o que despoleta estas erupções. Sabe-se, no entanto, que estão associadas a campos magnéticos muito fortes que emanam das manchas solares, regiões mais frias da superfície solar que podem ser considerados energia mantidos por campos magnéticos.

"As manchas solares encontram-se sobre a superfície do Sol e são essencialmente impressões do campo magnético", explicou Louise Harra do Mullard Space Science Laboratory da Universidade de College London. "O campo magnético espraia-se até à atmosfera exterior da mesma forma que uma barra magnética tem um campo magetico ao seu redor."

Os investigadores pensavam que as grandes erupções seriam criadas quando as linhas de campo magnético das manchas solares se entrelaçavam na alta atmosfera solar, ou seja na coroa solar. O novo estudo contradiz esta premissa.

A proeminência solar X-7 começou quando o plasma sob a superície do Sol teve uma erupção súbita.

"Sob a superfície do Sol um processo que actuou como dínamo criou um campo magnético" explicou Harra. "O plasma foi então impulsionado através da superfície solar até à coroa."

A colisão do plasma com um campo magnético muitíssimo forte despoletou a libertação de enormes quantidades de energia. Houve três erupções cada uma desencadeando a seguinte:

O gás foi aquecido até 20 milhões de graus Celsius antes de fluir através da atmosfera solar a 40 quilómetros por segundo.

"Observámos o fluxo de gás pela primeira vez, o que nos permitiu ver várias pequenas projecções combinando-se para criar uma gigantesca explosão" disse Harra. "Isto poderá ajudar-nos a prever grandes proeminências antes delas surgirem."

Nem todas as proeminências solares são acompanhadas de emissão de massa coronal e ninguém sabe ao certo porquê.

"Tem que haver uma combinação entre a intensidade do campo magnético e a sua configuração que permitam que o gás seja projectado para o espaço" segundo Harra.

As observações foram efectuadas usando a sonda SOHO, um projecto conjunto da NASA e da ESA. Estes resultados foram apresentados na semana passada numa reunião da Royal Astronomical Society.

 
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