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SWIFT MEDE DISTÂNCIAS DE GRB'S
8 de Abril de 2005
 

Pela primeira vez, o telescópio espacial Swift da NASA foi usado para medir directamente a distância de gigantescas explosões cósmicas, os chamados GRB's (explosões de raios-gama). Estas medições são cruciais para determinar quanta energia estes "monstros" libertam.


Renderização computacional do Swift.
Crédito: NASA

Os GRB's são uma espécie de poderosíssimas ejecções de fotões de raios-gama altamente energéticos, que se pensa que sejam uma espécie de prenúncio do nascimento de buracos negros. Duram tipicamente menos de um minuto mas podem produzir efeitos de maior duração num intervalo de comprimentos de onda - desde raios-X a ondas de rádio - que podem permanecer durante horas ou até mesmo semanas. Estes podem revelar a distância e natureza das explosões, e o telescópio Swift foi desenhado para poder rapidamente apontar para o GRB em menos de um minuto.

O Swift já detectou mais de duas dúzias de GRB's desde o seu lançamento em Novembro de 2004, e encontrou efeitos residuais de raios-X em cerca de 15. Mas só recentemente é que não observou nenhuns efeitos ópticos - luz emitida no espectro visível - mesmo quando observadores terrestres o observaram, o que obviamente preocupou os cientistas da missão.

No entanto, o Telescópio Ultravioleta/Óptico do Swift compensou o tempo perdido, conseguindo observar este efeito óptico de um brilhante GRB a 18 de Março de 2005 e um segundo no mesmo dia. Parece que os anteriores eram demasiado ténues para o telescópio os observar.

Os efeitos ópticos - em oposição aos raios-X - são necessários para o Swift calcular a distância de um GRB. Isto é porque o hidrogénio gasoso no espaço absorve alguns comprimentos de onda da luz óptica dos efeitos, mas não as suas emissões de raios-X.

A expansão do Universo estica a luz de objectos distantes na direcção do vermelho no espectro, por isso ambos os raios-X e os comprimentos de onda ópticos parcialmente "bloqueados" de distantes GRB's parecem desviar-se para o vermelho em maneiras reveladoras. Sabendo as cores que observamos e as que não observamos, podemos ter uma estimativa da distância.


Efeito residual óptico do GRB-990123 observado a 23 de Janeiro de 1999. Na imagem da direita os filamentos em forma de dedos é a galáxia de onde o GRB é originário. Esta parece ser distorcida por uma colisão com outra galáxia.
Crédito: Hubble Space Telescope, STIS, A. Fruchter (STScl), NASA
(clique na imagem para ver versão maior)

A maioria dos GRB's observados originam a 9.3 mil milhões de anos-luz de distância, enquanto que os mais distantes já registados situam-se a 12.3 mil milhões de anos-luz. O Swift ainda não quebrou nenhum recorde, mas um dos dois recentemente observados esteve perto. A explosão de 18 de Março situa-se a 9.2 mil milhões de anos-luz de distância, enquanto que o evento de dia 19 explodiu a uma distância de 11.6 mil milhões de anos-luz.

Este último evento foi verdadeiramente espectacular. Está mesmo muito distante, mas no entanto é tão brilhante que ainda o conseguimos observar.

A distância é a chave para determinar a energia total de um GRB, pois as explosões distantes que parecem ténues podem ser muito mais violentas que outras mais próximas aparentemente mais brilhantes. O Swift pode ser capaz de detectar GRB's até no limite do Universo observável, numa altura em que as primeiras estrelas explodiram, tornando-se buracos negros. Enfim, como se fosse uma espécie de faróis do Universo primitivo.

Links:

Notícias relacionadas:
http://www.physorg.com/news3599.html
http://www.ccvalg.pt/astronomia/astronline/astro_news/swift_041123.htm

Swift:
http://www.nasa.gov/mission_pages/swift/main/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Swift_Gamma-Ray_Burst_Mission

GRB:
http://en.wikipedia.org/wiki/Gamma-ray_burst
http://imagine.gsfc.nasa.gov/docs/science/know_l1/bursts.html
http://www.batse.com/
http://www.astro.psu.edu/users/nnp/grbphys.html

 
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