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PREPARANDO PARA O IMPACTO
31 de Maio de 2005
 

No dia 4 de Julho de 2005, a nave "Deep Impact" da NASA irá visitar o Cometa 9P/Tempel 1. Irá lançar uma sonda com 370 kg que deverá produzir uma cratera na superfície do cometa e uma pluma de gás, poeira e material ejectado.

Embora possam ser enviadas imagens do impacto quase em tempo real pela "Deep Impact" e pela sua companheira suicida, têm ambas uma capacidade remota limitada.

A nave-mãe irá observar o impacto a uma distância de 500 km, e depois virar-se para estudar o outro lado do núcleo. No entanto, a maioria das observações do evento serão levadas a cabo por outras sondas e cá na Terra.

Por esta razão, uma rede mundial de observadores, tanto profissionais como amadores, fazem parte do projecto "Deep Impact". Dentro da rede global de telescópios terrestres e espaciais com lugar marcado para este evento astronómico sem precedentes, a Europa desempenha um papel crucial.

Duas sondas da ESA, a caçadora de cometas Rosetta e o seu observatório espacial XMM-Newton, em conjunto com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, irão monitorizar o cometa antes do evento, o próprio impacto, e depois.

As instalações do Very Large Telescope (VLT) do ESO no Chile irão tornar o evento numa grande campanha de observação. A estação terrestre óptica da ESA em Tenerife, Espanha, irá também estar atenta ao impacto.

A sonda Rosetta está na posição espacial mais privilegiada para ver este acontecimento único, e será capaz de monitorizar o cometa continuamente ao longo de um grande período de tempo. É provável que a Rosetta seja um dos observatórios chave deste evento, devido ao seu conjunto de poderosos e sensíveis instrumentos científicos.

A experiência "Deep Impact" será a primeira oportunidade para estudar a crosta e o interior de um cometa. Dado que o material dentro do núcleo se encontra no seu estado original ou "puro", espera-se que revele novas informações acerca dos primeiros estágios do Sistema Solar.

Providenciará também aos cientistas novos dados acerca da física da formação de crateras, e por isso proporcionar uma melhor compreensão sobre o registo de crateras em cometas e outros corpos do Sistema Solar.

O resultado científico da experiência depende altamente das observações antes e depois do impacto. É por isso necessário descobrir o máximo possível sobre o cometa, tal como o tamanho, albedo (reflectividade) e período de rotação.

É essencial ter um bom conjunto de observações antes do impacto para distinguir claramente entre os efeitos da colisão e a actividade natural do cometa.

Devido ao nosso conhecimento actualmente limitado da estrutura destas "bolas-de-neve" sujas, não se sabe qual o efeito que o impacto irá ter. Alguns cientistas prevêm a ejecção de uma pluma e a criação de uma cratera com o tamanho de um estádio de futebol. Outros pensam que o cometa "engolirá" a sonda suicida sem qualquer efeito visível, e ainda que o cometa se irá fragmentar.

Para preparar este evento, já há alguns meses que duas equipas de astrónomos têm usado os telescópios do ESO para monitorizar o pré-impacto, tirando imagens e espectros do cometa, tanto no visível como em comprimentos de onda no infravermelho.

Estas equipas fazem observações regularmente uma vez por mês, usando os telescópios NTT (New Technology Telescope) de 3.6 ou de 3.5 metros em La Silla.

Os telescópios do ESO irão também ser utilizados em observações do pós-impacto. Logo que o cometa se torne visível posteriormente a partir do Chile, todos os telescópios principais do ESO - as quatro unidades do VLT em Paranal, bem como os telescópios NTT e os ESO/MPG de 2.2m em La Silla - irão observar o Tempel 1, numa colaboração muito próxima com a ESA e com a equipa científica da missão.

Links:

Notícias relacionadas:
http://www.ccvalg.pt/astronomia/astronline/astro_news/deep_impact_050111.htm
http://astronomia.ultimate.pt/forum/viewtopic.php?t=65
http://www.universetoday.com/am/publish/deep_impact_target.html

Deep Impact:
http://deepimpact.jpl.nasa.gov/
http://www.nasa.gov/mission_pages/deepimpact/main/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Deep_Impact_%28space_mission%29


Imagem do Cometa 9P/Tempel 1 tirada na noite de 4/5 de Maio com um telescópio do ESO.
Crédito: ESO


Impressão de artista da sonda Rosetta.
Crédito: ESA/AOES Medialab
(clique na imagem para ver versão maior)


O Very Large Telescope (VLT) em Cerro Paranal, Chile.
Crédito: ESO

 
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