Ontem foi anunciado que o rover Spirit da NASA fotografou um rasto luminoso que fez provavelmente parte de uma chuva de estrelas marcianas.
A fotografia é a primeira de uma estrela cadente sobre Marte. O rasto foi já associado ao cometa que lhe deu origem, pelo que a partir de agora deverá ser possível fazer a previsão de chuvas de estrelas marcianas.
As chuvas de estrelas na Terra são provocadas pelos restos das caudas de cometas que ficam na trajectória da orbita do cometa em torno do Sol. Quando a Terra passa num local onde ficaram restos de um cometa (que podem ser desde o tamanho de grãos de areia até ao tamanho de pedras) esses restos são vaporizados pela atmosfera deixando um rasto à medida que penetram nela.
Os amantes da observação amadora ficam muitas vezes estasiados pelos espectáculos anuais das Leónidas no Inverno e das Perseidas no Verão, entre outras. Seria de esperar que chuvas de estrelas semelhantes ocorressem em Marte, embora Marte tenha uma atmosfera muito ténue quando comparada com a da Terra. Esta imagem da Spirit, datada de 7 de Março de 2004, mostra precisamente essa realidade.
A imagem foi posta em circulação entre a comunidade científica mas pensou-se durante algum tempo que o rasto podia pertencer à Viking Orbiter 2, que ainda orbita Marte após a sua missão nos anos 70.
Após análise detalhada da imagem dessa data e análise da orbita da Viking Orbiter 2, os cientistas pensam tratar-se de facto de um meteoro, sobretudo porque uma análise das caudas de cometas deixadas na órbitas de Marte permite de facto associar uma chuva de estrelas àquela data.
O meteoro terá sido um resto de um cometa chamado Wiseman–Skiff, de acordo com uma equipa liderada por Franck Selsis do Centre de Recherche Astronomique de Lion em França.
Esta análise foi publicada na revista Nature de 2 de Junho.
Links:
Resumo na Nature:
http://www.nature.com/nature/journal/v435/n7042/abs/435581a.html
Outros Links relacionados:
http://www.news.cornell.edu/Chronicle/96/3.14.96/planetary.html
