De acordo com a JAXA (Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa), a sonda espacial Hayabusa conseguiu com sucesso recolher amostras do asteróide Itokawa.
A sonda de seis metros aterrou às 22:07 GMT de Sexta passada e o seu sistema informático disparou uma bola de metal para o asteróide de modo a libertar material para recolha. A operação decorreu "sem falhas," disse Yasunori Matoba, da JAXA, e depois a sonda levantou voo outra vez.
A equipa da Hayabusa só terá a certeza se a recolha de material da superfície decorreu com sucesso quando a sonda regressar à Terra em 2007, depois de uma viagem de dois mil milhões de quilómetros, mas estão confiantes que tenha resultado.
"Os membros da equipa do projecto estavam maravilhados por terem visto todos os passos da recolha acabar aparentemente sem problemas," disse o gerente do projecto, Junichiro Kawaguchi. "Conseguimos ultrapassar o maior desafio do projecto."
Se assim foi, será a primeira vez que amostras foram retiradas de um asteróide, e espera-se o regresso triunfante de uma missão amaldiçoada pelo azar até à data.
A primeira aterragem no Itokawa sempre aconteceu há dois domingos anteriores, culminando em falhanço quando um dos pedaços de metal não conseguiu ser disparado. No entanto, existe uma ligeira hipótese de alguma poeira ter sido deslocada e recolhida durante esta manobra da sonda que saltou pela superfície.
A 12 de Novembro, a Hayabusa perdeu contacto como um pequeno rover robótico - chamado Minerva - que foi desenhado para saltitar pela superfície do asteróide capturando imagens e fazendo medições da temperatura. Os controladores da missão acreditam que Minerva falhou por completo o asteróide e está agora vagueando pelo espaço.
E a 4 de Novembro, um teste de descida foi abortado quando a sonda enviou um "sinal anómalo" de volta ao controlo da missão. Finalmente, dois dos seus três giroscópios falharam a 31 de Julho e a 3 de Outubro de 2005, respectivamente.
Mas a missão está longe de ser simples. Aterrar numa superfície-alvo plana no Itokawa é difícil devido ao asteróide da forma de uma batata - 540 por 270 metros - ter movimento de rotação. É também pequeno e tem por isso pouca gravidade, o que significa que a sonda não é gentilmente puxada na direcção do objecto.
A Hayabusa foi lançada em Maio de 2003 com um orçamento de 90 milhões de Euros e está planeada regressar à Terra em Junho de 2007. Uma vez perto da Terra, a cápsula contendo as amostras do asteróide irá libertar-se da sonda e aterrar no deserto australiano.
O asteróide foi formado há 4.6 mil milhões de anos atrás, na mesma altura que o Sistema Solar, e representa um "fóssil" geológico dessa época. As amostras podem também providenciar informação acerca da composição e estrutura dos asteróides, que será vital para qualquer futuro plano de desviar um objecto celeste duma trajectória de colisão com a Terra.
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Sonda Hayabusa:
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