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CIENTISTAS ABREM CÁPSULA DA STARDUST
24 de Janeiro de 2006
 

Cientistas em Houston, Texas, ficaram "excitados e espantados" depois de abrir a cápsula Stardust que trouxe do espaço amostras de pó cometário.

O líder científico da agência espacial americana disse que existem "mais de um milhão" de partículas de material no reservatório da cápsula.

A sonda Stardust libertou a cápsula enquanto passava pela Terra depois de uma viagem de 4.6 mil milhões de quilómetros.

A nave em forma de disco aterrou no deserto do Utah no Domingo passado.

As partículas cometárias e a poeira interestelar que alberga são as primeiras enviadas à Terra; os cientistas dizem que com isso aprofundar-se-á as origens do Sistema Solar.

O reservatório, selado dentro da uma concha protectora, foi aberto depois de ter sido movido para o Centro Espacial Johnson da NASA.

A Stardust regressou à Terra depois de uma missão de sete anos com o objectivo de recolher partículas do Cometa Wild-2 e amostras de poeira interestelar que viajam até ao Sistema Solar vindas de outras partes da Galáxia.

O cometa data da formação do Sistema Solar há aproximadamente 4.6 mil milhões de anos.

"Excedeu todas as nossas expectativas," disse Donald Brownlee, professor de Astronomia da Universidade de Washington, líder principal do projecto Stardust.

"É um enorme sucesso. Conseguimos ver imensos impactos. Existem grandes, e existem pequenos."

O professor Brownlee calcula que possam haver mais de um milhão de partículas microscópicas de poeira embebidas no aerogel da Stardust.

"O aerogel é um material espantoso que é praticamente composto por 99.9% de espaço vazio, reduzindo drasticamente o stress do impacto nas partículas", disse.

As marcas em forma de cenoura de partículas bem maiores são visíveis no aerogel a alguns centímetros de distância, acrescenta, e em alguns dos registos, a poeira escura do cometa é visível no limite.

Um desses, diz, "é grande o suficiente para tocar com o dedo mínimo."

O professor Brownlee disse que a missão já tem os seus primeiros resultados científicos: a primeira partícula cometária que a equipa estudou veio-se a revelar um grão de mineral.

"Tem havido muita discussão sobre se os cometas contêm minerais ou vidro ou água," disse aos jornalistas numa conferência de imprensa no Centro Espacial Johnson.

O co-investigador da Stardust, Mike Zolensky, afirma que alguns dos impactos podem ter sido de grãos contendo gelo, e que alguma dessa água gelada pode ainda estar no aerogel.

"Já detectámos locais onde as partículas entraram e explodiram. Podemos ver pequenos grãos curvando-se em todas as direcções a partir da cavidade. Isso pode ser uma partícula gelada e de poeira onde a água evaporou," disse o Dr. Zolensky.

"O aerogel combina-se com a água e se nos livrarmos dele e a secarmos, nem toda a água desaparece. Alguma fica para trás, colada ao aerogel. É possível que alguma água cometária esteja alojada nos interiores das cavidades em torno desses grandes impactos."

Cerca de 150 cientistas de todo o mundo irão ter uma hipótese de levar a cabo análises preliminares do conteúdo.

"Uma parte muito importante do estudo dos grãos cometários é o estudo da sua orgânica. Sabemos que os cometas contêm compostos orgânicos abundantes e água abundante. Não temos é certeza sobre quais os tipos lá presentes," disse Mike Zolensky.

"Mas pensamos que a maioria da orgânica e água da Terra - a maioria das moléculas nos nossos corpos - veio dos cometas."

Está a ser pedido a membros do público em geral o estudo dos milhões de imagens do gel para melhor localizar as posições precisas das pequeníssimas partículas de poeira interestelar.

O projecto, conhecido como Stadust@home, foi elaborado por cientistas na Universidade da Califórnia em Berkeley. Os voluntários irão ser capazes de aceder às imagens a partir de um "microscópio virtual" on-line.

Links:

Notícias relacionadas:
LA Times
Xinhua
National Geographic
Reuters
MSNBC
Spaceflight Now
ABC News
Universe Today

Stardust:
Página da NASA
Wikipedia
Stardust@Home

Cometa Wild 2:
NASA
Wikipedia


O primeiro olhar ao reservatório de aerogel da Stardust.
Crédito: NASA

(clique na imagem para ver versão maior)


Dois grandes impactos das partículas no aerogel são aqui bem vísveis.
Crédito: NASA

(clique na imagem para ver versão maior)


Partícula cometária embutida no aerogel da Stardust.
Crédito: NASA

(clique na imagem para ver versão maior)

 
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