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DETECTADA ÁGUA NA SUPERFÍCIE DE UM COMETA
7 de Fevereiro de 2005
 

De acordo com observações da missão Deep Impact da NASA, água gelada está presente na superfície do Cometa Tempel 1. Esta é a primeira detecção directa de água gelada exposta num cometa.

Mas a equipa científica da missão diz que a água gelada está presente em quantidades surpreendentemente pequenas, cobrindo menos de 1% da superfície do Cometa Tempel 1. Esta descoberta sugere que a nuvem de gás e poeira em redor do cometa possa ser na sua grande maioria alimentada por gelos subterrâneos, em vez de gases libertados pela sua superfície.

O que se assumira sobre cometas está cada vez mais errado, à medida que os resultados emergem dos dados recolhidos pela sonda Deep Impact em Julho de 2005, quando um "impactor" se libertou da nave-mãe e colidiu com o cometa a 37,000 km/h.

Combinando imagens de alta resolução com espectos infravermelhos recolhidos durante a aproximação da sonda, uma equipa de quase duas dúzias de cientistas descobriu três áreas de água gelada na superfície da metade "superior" do cometa.

A equipa também descobriu que o cometa era muito mais fraco estruturalmente do que se pensava; o cometa tipo-soufflé é mais espaço vazio que rocha e gelo.

O modelo consensual de um cometa que levou à experiência Deep Impact já não é válido, diz Don Yeomans, do JPL da NASA na Califórnia, um membro da equipa científica da missão. "Não é certamente uma bola de gelo suja ou uma bola de poeira gelada," disse. "É uma estrutura muito, muito fraca, com gelos no interior."

A Deep Impact colidiu numa área sem gelo, diz Jessica Sunshine, que dirigiu o novo estudo. Mas ao analisar o material libertado do cometa após o impacto, diz: "uma das primeiras coisas que notámos foi água gelada". Isto indica que, embora a água gelada não se encontre logo à superfície do cometa, situa-se mesmo por baixo, a poucos metros de profundidade.

A equipa diz que os depósitos à superfície podem ser responsáveis por algumas das emissões naturais do cometa. "Mas o que é provavelmente mais interessante é que alguns destes jactos [de emissão] não são devidos ao gelo na superfície, mas a gelos à sub-superfície que de alguma maneira permeiam essa superfície," comenta Yeomans.

Esta observação pode, por seu lado, responder a outra questão de há muito tempo sobre cometas: porque é que os cometas parecem estar "desligados", ou dormentes.

Se a luz solar tem que penetrar a poeira cobrindo a água gelada do cometa de modo a aquecê-lo e produzir jactos, os dados da Deep Impact sugerem que os gelos em tais cometas dormentes podem não simplesmente terem sido "gastos", mas selados por camadas de detritos, por exemplo.

Um coisa é clara: "As pessoas costumavam pensar que os cometas eram só uma coisa que simplesmente ali estava e ficava mais pequeno e mais pequeno [à medida que a água gelada evaporava]. Mas é claramente mais complexo que isso."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA
SPACE.com
Reuters
National Geographic
USA Today
ABC News
Universe Today
Brown University
Physorg.com

Deep Impact:
Página da NASA
Wikipedia


Imagem do Cometa Tempel 1 tirada 67 segundos de ter obliterado a sonda Impactor da Deep Impact. A imagem revela características topográficas e possivelmente crateras impacto há muito tempo formadas.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD
(clique na imagem para ver versão maior)


As três pequenas áreas de água gelada na superfície do Cometa Tempel 1aparecem nesta imagem, tirada pela sonda Deep Impact.
Crédito: NASA

 
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