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NOVA PISTA SOBRE COMO NASCEM AS ESTRELAS
3 de Novembro de 2007
 

Campos magnéticos, enrolados como longas cadeias de DNA, ajudam as estrelas a espiralar para a sua génese de acordo com o novo modelo publicado na edição de 1 de Novembro da revista Nature.

As estrelas formam-se a partir de nuvens de gás e poeiras que colapsam sob a sua própria gravidade em esferas densas. Os núcleos compactos que continuamente acretam a matéria à sua volta em dado momento iniciam as reacções nucleares. À medida que colapsam, as nuvens giram e, tal como quando um patinador em rotação quando fecha os braços, a velocidade de rotação aumenta à medida que a nuvem em colapso vai ficando mais pequena.

Parte de uma propriedade associada à rotação, chamada momento angular, tem que ser dissipada antes que a estrela possa contrair-se completamente. Sabia-se que a diminuição do momento angular era conseguida através de jactos e outflows de matéria perpendiculares ao plano da rotação. No entanto, não se sabia como é que tal era conseguido exactamente.

O novo modelo apresentado por Antonio Chrysostomou da Universidade de Hertfordshire no Reino Unido com outros colegas, sugere que o excesso de material e momento angular são dissipados ao longo das linhas helicoidais de campo magnético que rodeiam a estrela em formação. Esta expulsão de matéria permite o colapso final que leva à formação da estrela.

A nossa Via Láctea está repleta de campos magnéticos que são gerados em todos os momentos pela existência de partículas carregadas em movimento. O novo modelo prevê que as linhas de campo se enrolem à medida que se dá o colapso com rotação.

Este modelo foi baseado nas observações no infravermelho das partículas em torno do objecto HH 135-136 feitas no Observatório Anglo-Australiano Observatory. Observaram em concreto a direcção do movimento das partículas.

"Os grão interestelares alinham-se pelos campos magnéticos," disse Chrysostomou. "Comportam-se essencialmente como o Polaroid relativamente à radiação que passa através dele. Ao medir o grau de polarização, podemos deduzir alguma coisa acerca de estrutura do campo magnético."

O novo modelo da equipa prevê que as linhas de campo helicoidais em torno de HH 135-136 se possam espraiar até 50.000 UA da protoestrela (1 UA - unidade astronómica - é a distância média da Terra ao Sol, cerca de 150 milhões de quilómetros). Pensa-se que o material é ejectado pelo sistema a mais de 100.000 quilómetros por segundo.

O modelo prevê que eventualmente as linhas de campo se endireitem de modo a tornar-se semelhantes às linhas de campo galácticas. No entanto as observações do nosso Sol mostram que junto da estrela as linhas de campo terão que permanecer curvas.

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Nature
SPACE.com

 

Uma imagem a 3 cores (no infravermelho) do sistema estelar em formação HH 135-136, localizado a 9000 anos-luz da Terra na direcção da nebulosa de Carina.
Crédito: Antonio Chrysostomou
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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