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O IMPACTO DA ACTIVIDADE HUMANA NOS OCEANOS DA TERRA
16 de Fevereiro de 2008
 

Se precisávamos de mais provas que nós, como raça, estamos a destruir os oceanos, então pela primeira vez, o nosso impacto foi mapeado pelo novo estudo publicado na revista Science. É algo desconfortável. Tendo em conta 17 tipos conhecidos de impacto humano nos ecosistemas marinhos, esta nova pesquisa sugere que apenas 4% dos oceanos estão relativamente intocados, enquanto 40% estão fortemente sofrendo o impacto da actividade humana. Os ecosistemas marinhos mais afectados são o Mar do Norte, os Mares Sul e Norte da parte Este da China, o mar das Caraíbas, o Mediterrâneo, o Mar Vermelho, o Mar de Bering, a costa Este da América do Norte e em grande parte do Pacífico Oeste.

O novo mapa de alta-resolução, de regiões predominantemente amarelas e de pontos vermelhos, pode ser facilmente confundido com um mapa da temperatura global. No entanto, este mapa é o primeiro do seu género, mapeando como a actividade humana afecta os oceanos da Terra. À primeira vista é óbvio que a maioria dos oceanos já foi afectado, de uma ou outra maneira, pela contínua e destruidora actividade humana, com apenas as regiões polares contendo alguns dos mares mais pristinos e intocados. Estas são praticamente as únicas porções do mapa onde o alcance da actividade humana não consegue ainda chegar, mas à medida que o aquecimento global aumenta, as calotes polares poderão revelar mais mares para a Humanidade explorar.

Esta nova pesquisa foi anunciada no passado dia 14 na reunião anual da AAAS (American Association for the Advancement of Science), e foi publicada na edição de 15 de Fevereiro da revista Science. Embora este trabalho saliente as preocupações acerca dos estragos nos oceanos, pode também ajudar os futuros esforços na preservação de áreas de baixo impacto humano e irá ajudar-nos a identificar as regiões mais afectadas.

O mapa foi criado através da divisão dos oceanos da Terra numa grelha com quadrados de 1 por 1km. Os 17 factores humanos (estes incluem a pesca, o desenvolvimento costeiro, a fuga de fertilizantes e a poluição de tráfego marítimo) que mais contribuem para a destruição dos oceanos foram identificados e a amplitude em cada dos pontos da grelha foi influenciado pelo cálculo da contribuição de cada factor. Um "ponto de impacto" foi então alocado em cada local para pontuar como 20 tipos diferentes de ecosistemas estão sendo afectados por cada factor. Descobriu-se que, surpreendentemente, 41% dos oceanos da Terra tinham pontuações médias-altas e altas. 0,5% têm pontuações muito altas, representando 2,2 milhões de quilómetros quadrados.

Embora estes resultados pareçam terríveis, é a primeira oportunidade que os cientistas tiveram para avaliar quais os oceanos mais afectados, e muitos parecem mais dipostos em melhor gerir os oceanos, preservando o que resta dos nossos mares "virgens".

"Os nossos resultados mostram que quando estes e outros impactos individuais são somados, o panorama geral parece muito pior do que eu e a maioria das pessoas poderia imaginar. Foi certamente uma surpresa para mim. [...] Com um maior esforço, é possível proteger os locais dos oceanos que permanecem relativamente intocados, e temos boas hipóteses de preservar essas áreas em boas condições," disse Ben Halpern, cientista da Universidade de Califórnia, líder da pesquisa.

Links:

Notícias relacionadas:
Science (requer subscrição)
AAAS
The Guardian
New Scientist
The Register
Washington Post
National Geographic
BBC News
MSNBC
LiveScience.com
ScienceDaily

Reportagem do novo mapa:
BBC News (formato Windows Media Player)

 

Mapa do impacto global que 17 diferentes actividades humanas estão a ter nos ecosistemas marinhos. As ampliações mostram 3 das regiões mais afectadas, e uma das menos afectadas.
Crédito: B. S. Halpern
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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