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NASA PROLONGA GRANDE VIAGEM DA CASSINI
19 de Abril de 2008
 

A NASA vai prolongar a missão internacional Cassini-Huygens por mais dois anos. As históricas e espectaculares descobertas e imagens da sonda revolucionaram o nosso conhecimento de Saturno e das suas luas.

A missão da Cassini tinha originalmente um fim originalmente planeado para Julho de 2008. A recém-anunciada extensão de dois anos irá incluir 60 órbitas adicionais de Saturno e mais voos rasantes das suas exóticas luas. Ao todo, serão 26 de Titã, sete de Encelado, e um para Dione, Reia e Helena. O prolongamento também contém estudos dos anéis de Saturno, da sua complexa magnetosfera e do próprio planeta.

"Esta extensão não só é excitante para a comunidade científica, como também o é para o mundo. Vamos continuar a desvendar os segredos de Saturno," disse Jim Green, director da Divisão de Ciência Planetária da NASA em Washington, EUA. "As novas descobertas são os pontos altos do seu sucesso, bem como imagens de tirar a respiração enviadas para a Terra, simplesmente hipnotizantes".

"A sonda está a comportar-se excepcionalmente bem e a equipa está altamente motivada, por isso estamos ansiosos pela perspectiva de outros dois anos," disse Bob Mitchell, gestor do programa Cassini no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia.

Com base nas descobertas da Cassini, os cientistas pensam que a água líquida pode encontrar-se mesmo por baixo da superfície da lua de Saturno, Encelado. É por isso que a pequena lua, com apenas um-décimo do tamanho de Titã e um-sétimo do tamanho da nossa Lua, é um dos alvos prioritários da missão prolongada.

A Cassini descobriu geysers que expelem água gelada na superfície de Encelado. Estes, que alcançam uma altitude com três vezes o diâmetro da lua, proporcionam partículas que alimentam o maior anel de Saturno. Durante o prolongamento da missão, a sonda pode aproximar-se da superfície de Encelado até uma distância de 25 km.

As observações da Cassini, no que respeita à maior lua de Saturno, Titã, proporcionaram aos cientistas um breve olhar de como a Terra poderia ter sido antes do desenvolvimento da vida. Acreditam agora que Titã possui muitos paralelismos com a Terra, que incluem lagos, rios, canais, dunas, chuva, neve, nuvens, montanhas e possivelmente vulcões.

"Quando desenhámos a viagem original, não sabíamos o que íamos encontrar, especialmente em Encelado e em Titã," disse Dennis Matson, cientista do projecto Cassini no JPL. "Esta missão prolongada responde a estas novas descobertas e dá-nos uma hipótese de olhar novamente em busca de mais."

Ao contrário da Terra, os lagos, rios e a chuva em Titã são compostos por metano e etano, e as temperaturas alcançam uns frios -180º Celsius. Embora a densa atmosfera de Titã limite a observação da superfície, a cobertura em alta-resolução através do radar da Cassini e as imagens capturadas pelo espectómetro infravermelho deram aos cientistas um olhar penetrante.

A missão prolongada também contém outras actividades para os cientistas da Cassini, tais como o estudo das estações em Titã e em Saturno, a observação de eventos anulares únicos, tais como o equinócio de 2009, quando o Sol se encontrar no plano dos anéis, e a exploração de novos locais dentro da magnetosfera de Saturno.

A cassini já envia, há quase quatro anos, uma corrente diária de dados do sistema saturniano. No seu "passaporte" estão quase 140.000 imagens e informações recolhidas durante 62 revoluções em torno de Saturno, 43 voos rasantes por Titã e 12 pelas luas geladas.

Mais de 10 anos após o seu lançamento e quase quatro anos após ter entrado em órbita de Saturno, a Cassini continua a ser uma sonda robusta e saudável. Três dos seus instrumentos científicos têm pequenos incómodos, mas o impacto na recolha científica é mínimo. A sonda tem combustível suficiente, após o final da missão prolongada, para potencialmente permitir uma terceira fase de operações. Os dados do prolongamento poderão pavimentar possíveis novas missões a Titã e Encelado.

A Cassini foi lançada a 15 de Outubro de 1997, a partir de Cabo Canaveral, Flórida, numa viagem de sete anos até Saturno, percorrendo 3,5 mil milhões de quilómetros. É uma das sondas cientificamente mais capazes jamais lançadas, com um recorde de 12 instrumentos a bordo e outros seis incluidos na sonda da Agência Espacial Europeia, a Huygens, que aproveitou a boleia até Titã. A Cassini recebe energia eléctrica a partir de três geradores termoeléctricos de radioisótopos, que geram electricidade a partir do calor produzido pelo decaímento natural do plutónio. A sonda entrou em órbita de Saturno em Junho de 2004 e imediatamente começou a enviar dados para a Terra.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
New Scientist
SpaceRef
Science Daily
BBC News
MSNBC

Titã:
Solarviews
Wikipedia

Encelado:
Solarviews
Wikipedia

Saturno:
Solarviews
Wikipedia

Cassini:
Página oficial (NASA)
Vìdeo da missão prolongada (formato Quicktime)
Wikipedia

 


Esta montagem mostra Saturno e as luas Titã, Encelado, Dione, Reia e Helena, que irão ser estudadas na missão extendida.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute
(clique na imagem para ver versão maior)


Impressão de arista da sonda da NASA/ESA/ASI, Cassini-Huygens, em órbita de Saturno e dos seus magníficos anéis. O brilho no magnetómetro na parte de baixo da sonda é o reflexo do Sol.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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