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ROVERS EM MARTE HÁ QUASE CINCO ANOS
31 de Dezembro de 2008

 

Os rovers da NASA, Spirit e Opportunity, podem ter ainda muitos feitos pela frente à medida que se aproximam do quinto aniversário das suas memoráveis aterragens em Marte.

Das centenas de engenheiros e cientistas que aplaudiram a aterragem em segurança do Spirit no JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA em Pasadena, Califórnia, a 3 de Janeiro de 2004, e 21 dias depois quando foi a vez do Opportunity, ninguém previa que a equipa ainda estivesse a controlá-los em 2009.

"O plano principal da missão de cada rover tinha a duração de três meses," disse Ed Weiler, administrador associado do Directorado de Missões Científicas da NASA na sua sede em Washington. "Os gémeos já trabalharam quase 20 vezes esse tempo. É um retorno de investimento extraordinário nestas alturas de cortes."

Os rovers fizeram descobertas importantes acerca dos ambientes molhados e violentos do passado de Marte. Também já enviaram cerca um quarto de milhão de imagens, percorreram mais de 21 km, subiram uma montanha, desceram crateras, lutaram contra armadilhas de areia e a deterioração de hardware, sobreviveram a tempestades de areia e enviaram mais de 36 gigabytes de dados através da sonda Mars Odyssey da NASA. Até à data, os rovers continuam operacionais para as novas aventuras que a equipa científica tem planeadas.

"Estes rovers são incrivelmente resistentes tendo em conta o ambiente extremo com que o hardware tem que lutar todos os dias," disse John callas, gestor do projecto Spirit e Opportunity para o JPL. "Nós temos a noção que qualquer um dos componentes principais dos rovers pode falhar a qualquer momento e terminar a missão sem nenhum aviso prévio, mas por outro lado, podemos alcançar o equivalente a quatro vezes a duração da missão principal em cada rover no próximo ano."

A limpeza ocasional da poeira nos painéis solares pelo vento marciano tem providenciado aos rovers uma longevidade inesperada. No entanto, é uma ajuda inconstante. O Spirit já não tem uma boa limpeza há mais de 18 meses. Os painéis solares sujos já quase não forneceram energia suficiente para este sobreviver o seu terceiro Inverno no hemisfério sul de Marte, que terminou em Dezembro.

"Este último Inverno foi terrível para o Spirit," disse Callas. "Escapámos por pouco."

Com a energia do Spirit a crescer na Primavera e no Verão, a equipa planeia levá-lo a um par de destinos a cerca de 183 metros sul do local onde este passou grande parte de 2008. Um deles é um pequeno outeiro que poderá proporcionar suporte para a interpretação que um planalto que o Spirit estudou desde 2006, de nome Home Plate, é vestígio de uma camada, no passado mais extensa, de material vulcânico explosivo. O outro destino é um buraco natural com o tamanho de uma casa denominado Goddard.

"Goddard não aparenta ser uma cratera de impacto," disse Steve Squyres, da Universidade Cornell em Ithaca, Nova Iorque. Squyres é o investigador principal dos instrumentos científicos dos rovers. "Nós suspeitamos que possa ser uma cratera vulcânica explosiva, algo que não tínhamos visto até agora."

Um anel com tons claros em torno do interior da fossa pode fornecer informações acerca de um bocado de solo próximo, brilhante e rico em sílica, que Squyres diz ser a descoberta mais importante do Spirit até agora. O Spirit descobriu este solo em meados de 2007 com uma roda inamovível que arrastava como uma âncora desde que parou de funcionar em 2006. A sílica foi provavelmente produzida num ambiente de nascentes termais ou de respiradouros.

Para o Opportunity, o próximo grande destino é a Cratera Endeavour. Tem aproximadamente 22 quilómetros em diâmetro, mais de 20 vezes maior que a outra cratera de impacto, Victória, onde passou a maioria dos últimos 2 anos. Embora a cratera Endeavour esteja a 12 quilómetros da Victória, está consideravelmente longe pois o rover precisa de seguir um caminho seguro e de evitar grandes obstáculos.

Desde que saíu da Cratera Victória há quatro meses atrás, o Opportunity percorreu já aproximadamente 2 quilómetros do seu percurso até à Endeavour e parou para estudar a primeira de várias rochas soltas que a equipa planeia examinar ao longo do caminho. As imagens de alta-resolução da Mars Reconnaissance Orbiter da NASA, que chegou a Marte em 2006, estão a ajudar a equipa a planear caminhos em torno de potenciais armadilhas de areia que não eram anteriormente discerníveis a partir de órbita.

"Continuamos a manter a fasquia elevada para o que estes rovers podem fazer," disse Frank Hartman, condutor dos rovers no JPL. "Antes parecia uma ideia louca ir até à Endeavour, mas agora estamos mesmo a fazê-lo."

Squyres acrescenta, "As viagens têm sido motivadas pela ciência, mas levaram a outra coisa importante. Esta transformou-se na primeira expedição terrestre da humanidade noutro planeta. Daqui a décadas, quando olharmos para trás neste período da exploração de Marte, o Spirit e o Opportunity poderão ser considerados importantes não só pela ciência que produziram, mas porque foi a primeira vez que realmente explorámos a superfície de Marte."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
PHYSORG.com
MSNBC
TG Daily
PR Newswire

Rovers marcianos da NASA:
Página oficial
Wikipedia

Marte:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
Google Mars

 


Este panorama de 360 graus, obtido pelo Spirit, contém notas que indicam locais de vários eventos dos primeiros cinco anos [terrestres], desde que aterrou dentro da cratera Gusev.
Crédito: NASA/JPL/Universidade Cornell/Museu de História Natural e Ciência do Novo México
(clique na imagem para ver versão maior)


Este mosaico da câmara de navegação do Opportunity proporciona uma visão para Nordeste da posição do veículo no seu 1687.º dia marciano, ou sol (22 de Outubro de 2008). Nessa data, o Opportunity estava a dirigir-se para Sudoeste a partir da Cratera Victória, começando uma longa viagem para outra cratera, esta muito maior, de nome Endeavour.
Crédito: NASA/JPL-Caltech

 
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