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EXOPLANETA MAIS PEQUENO CONHECIDO PODE NA REALIDADE TER APROXIMADAMENTE A MASSA DA TERRA
21 de Janeiro de 2009

 

O planeta mais pequeno em torno de uma estrela normal que não o Sol pode ser mais pequeno do que se pensava. Uma nova análise sugere que o corpo rochoso tem uma massa de apenas 1,4 Terras - menos de metade da estimativa original. As observações ao longo dos próximos meses irão testar as previsões.

A maioria dos planetas extrasolares conhecidos são gigantes gasosos, com centenas de vezes a massa da Terra, e foram descobertos através da oscilação que provocam nas suas estrelas-mãe.

Mas em 2008, os astrónomos descobriram um planeta que estimaram ter apenas três vezes a massa da Terra. Com o nome MOA-2007-BLG-192-L b, reteve o título do exoplaneta com a menor massa conhecida, além de um pequeno mundo descoberto em torno de uma estrela morta conhecida como um pulsar.

O planeta foi detectado usando uma técnica na qual uma estrela passa em frente de outra, do ponto de vista da Terra. A luz da estrela de fundo é gravitacionalmente distorcida e ampliada por um período de dias até semanas durante o evento. Mas se a estrela mais próxima tiver um planeta, a gravidade do planeta pode dar um impulso adicional à luz da estrela de fundo durante várias horas.

A análise destes eventos demora tempo, porque existem muitas variáveis a ter em conta, incluindo os tamanhos do planeta e da estrela, a sua separação e a distância da Terra.

Inicialmente, a equipa acreditava que esta estrela-mãe era uma anã castanha - um objecto demasiado pequeno para suster fusão nuclear, como acontece com as estrelas normais. Isso sugeriu que MOA-2007-BLG-192-L b tinha 3,3 massas terrestres.

O membro da equipa, Jean Beaulieu do Instituto Astrofísico de Paris, anunciou a semana passada numa reunião da Sociedade Astronómica Real em Londres, que as observações mais recentes sugerem que a estrela-mãe é na realidade mais massiva do que pensava - um tipo de estrela chamada anã vermelha.

Isto indica que o planeta tem uma massa de 1,4 Terras. Em termos de tamanhos, torna-o um quase gémeo do nosso planeta, mais perto em massa do que qualquer outro planeta conhecido à excepção de Vénus.

Scott Gaudi da Universidade Estatal do Ohio em Columbus, que não pertence à equipa, diz que as novas medições "dão uma estimativa muito mais robusta" da massa do planeta e da sua estrela-mãe.

"O resultado é importante porque este é o planeta de menor massa já detectado, e está extremamente perto da massa da Terra," afirma. "Obviamente, a descoberta de um planeta com realmente a massa da Terra é um dos maiores objectivos das pesquisas por planetas extrasolares. Estamos agora muito próximo de atingi-lo."

A equipa planeia obter mais dados sobre a estrela-mãe em Abril ou Maio ao usar o VLT (Very Large Telescope) no Norte do Chile.

Se a sua análise se confirmar, permanece incerto se o pequeno planeta pode conter vida. Devido à sua estrela ser uma anã vermelha muito ténue, o planeta é provavelmente gelado - mesmo se orbite à mesma distância que Vénus do nosso Sol.

No entanto, se o planeta tiver uma espessa atmosfera de hidrogénio, poderá ter uma temperatura à superfície capaz de suportar algum tipo de vida.

Links:

Notícias relacionadas:
CCVAlg (4/06/08)
Universe Today
New Scientist

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

 
Impressão de artista do planeta MOA-2007-BLG-192-L b, assumindo que a estrela-mãe é uma anã vermelha.
Crédito: Programa de Exploração de Exoplanetas da NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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