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PODE TER SIDO DESCOBERTO PRIMEIRO PLANETA EXTRAGALÁCTICO
12 de Junho de 2009

 

De acordo com uma nova simulação, usando tecnologia actual, conseguimos descobrir planetas noutras galáxias. O estudo suporta uma tentativa na detecção de um planeta em Andrómeda, o nosso vizinho galáctico maior e mais próximo.

A ideia é usar microlentes gravitacionais, na qual uma fonte estelar distante é brevemente ampliada pela gravidade de um objecto passando em frente dela. Já se descobriram vários planetas na nossa galáxia com esta técnica, até distâncias de milhares de anos-luz.

Aumentar este método de milhares até milhões de anos-luz não vai ser fácil, diz Philippe Jetzer da Universidade de Zurique na Suíça, mas é possível.

Jetzer e cinco colegas simularam microlentes na Galáxia de Andrómeda, que se encontra a mais de 2 milhões de anos-luz de distância. Começaram a popular Andrómeda com planetas, assumindo que teriam os mesmos intervalos de tamanhos e órbitas que os planetas extrasolares conhecidos na nossa própria Galáxia. "Estas são suposições razoáveis, provavelmente certas até um factor de dois," disse Jetzer.

Depois calcularam como é que estes planetas se poderiam revelar. Quando um sistema estelar que faz de lente se move entre nós e o outro sistema, distorce a luz da estrela de fundo, que parece aumentar de bilho e rapidamente diminuir novamente ao longo de várias semanas ou meses. Se a estrela da lente tiver um planeta em órbita, então a gravidade adicional do planeta pode produzir um padrão irregular de aumento e diminuição de brilho, ou até mesmo proporcionar um breve "clarão" durante horas ou dias.

Ao observar Andrómeda, os telescópios não serão capazes de distinguir estrelas de fundo individuais, mas ao invés poderão observar um efeito similar no brilho de pixeis individuais - que poderão representar várias estrelas - quando uma grande estrela sofre efeito de microlentes.

Quão regularmente se verá um evento revelador de planetas depende de quão poderoso será o telescópio. Um instrumento de 4 metros que observe Andrómeda durante um total de 9 meses poderá descobrir um ou dois planetas - se as suposições por trás das simulações estiverem correctas.

Embora possa ser difícil no futuro obter tanto tempo de telescópio, já foram feitas observações em menor escala e estas irão continuar. No próximo ano, um grupo da Universidade Observatório de Munique começará a procurar eventos de microlentes em Andrómeda usando um novo telescópio de 2 metros no Monte Wendelstein na Alemanha.

Podem ter sorte e avistar o primeiro planeta noutra galáxia... a não ser que isso já tenha acontecido.

Jetzer fez parte de um grupo que avistou um evento de microlentes irregular em Andrómeda usando o Telescópio Isaac Newton na ilha espanhola de La Palma.

Quando anunciaram a sua descoberta em 2004, sugeriram que a lente poderia ser uma estrela binária, mas de acordo com novas simulações, o padrão de lente encaixa melhor numa estrela com uma companheira mais pequena com apenas 6 ou 7 vezes a massa de Júpiter.

"Poderá ser um planeta," diz Andrew Gould da Universidade Estatal do Ohio, que não fez parte da equipa. O debate provavelmente não terá fim, dado que os eventos de microlentes ocorrem aleatoriamente, não se repetem e, no futuro próximo, outras técnicas não serão capazes de detectar planetas para lá da Via Láctea.

Links:

Notícias relacionadas:
Artigo científico (formato PDF)
Universe Today
Technology Review

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

Galáxia de Andrómeda (M31):
SEDS.org
Wikipedia

 
A nossa vizinha galáxia de Andrómeda, o objecto mais distante visível à vista desarmada. Pode aí já ter sido descoberto um planeta.
Crédito: Robert Gendler
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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