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NOVA TÉCNICA PODERÁ REVELAR PLANETAS EXTRASOLARES COM ÁGUA
3 de Junho de 2009

 

No que toca à vida como a conhecemos, nada é mais importante do que água líquida. Agora, cientistas inventaram uma maneira de avistar água em planetas distantes quase inobserváveis com a nossa tecnologia actual. Isto, por sua vez, poderá ajudar a revelar se são ou não capazes de suportar vida.

Nas últimas duas décadas, os astrónomos detectaram mais de 300 planetas em órbita de outras estrelas. Embora a maioria destes planetas extrasolares sejam gigantes gasosos como Júpiter, poderosos telescópios espaciais como o recentemente lançado pela NASA, Kepler, vão tornar mais fácil a detecção de planetas extrasolares mais pequenos e rochosos, semelhantes à Terra.

Observado a dúzias de anos-luz de distância, um planeta extrasolar tipo-Terra aparecerá em telescópios como pouco mais que um pálido ponto azul. Uma equipa de astrónomos e astrobiólogos inventou um método de determinar se tal planeta contém água líquida, usando a sonda Deep Impact da NASA.

A sonda observou a Terra em dois dias separados, a 18 de Março e a 4 de Junho de 2008. Nesses dias, a Deep Impact estava respectivamente a 27 milhões e a 53 milhões de quilómetros do nosso planeta e directamente por cima do equador. Mediu a intensidade luminosa do nosso planeta em sete bandas de luz visível, desde comprimentos de onda mais longos e mais avermelhados, até comprimentos de onda mais curtos e azulados.

Os cientistas analisaram pequenos desvios da cor média da Terra provocados por características à superfície, como nuvens e oceanos saíndo do campo de visão devido à rotação do planeta. Esta experiência foi feita "como se fôssemos extraterrestres olhando para a Terra com as ferramentas que iremos possuír daqui a 10 anos" e como se não soubéssemos a composição da Terra, explicou o investigador Nicolas Cowan, astrónomo e astrobiólogo da Universidade de Washington em Seattle.

A luz oriunda da Terra foi agregada como se se tratasse de um único pixel. Dado que as nuvens cobrem metade do nosso planeta, a maior parte do tempo o ponto parecia muito cinzento. No entanto, à medida que cada dia passava, as nuvens rodavam para fora e para dentro do campo de visão, "e a cor daquele pequeno ponto de luz mudava muito pouco, talvez uns 10 ou 20%," disse Cowan.

Cowan e seus colegas descobriram que o estudo era dominado principalmente por duas cores, uma a comprimentos de onda mais avermelhados, interpretada como sendo massas terrestres, e outra a comprimentos de onda mais azulados, que se pensa serem os oceanos.

"Conseguimos determinar que havia oceanos líquidos no planeta," disse Cowan.

Embora alguns planetas não habitáveis, tal como Neptuno, possam também ser azuis, no caso deste a cor é provavelmente provocada pelo metano na atmosfera. Cowan realçou que existem pistas que se podem utilizar para distinguir um planeta com água de outros planetas azuis. Por exemplo, Neptuno "parece azul de todos os ângulos, sempre o mesmo azul à volta," afirma. "Para a Terra, o azul varia de um lugar para outro, o que indica que não é algo na atmosfera."

Os cientistas nos últimos três anos já detectaram água na atmosfera de planetas extrasolares gigantes, gasosos e quentes, "mas não podemos dizer que esses são bons lugares para se viver," disse Cowan. "Se se descobrisse água num planeta rochoso que se encontra realmente na zona habitável, não muito perto nem muito longe da sua estrela-mãe para a água não estar completamente congelada ou vaporizada, seria uma descoberta importante, pois a água líquida parece o ingrediente mais importante da vida."

O estudo científico de Cowan e seus colegas será publicado na edição de Agosto de revista Astrophysical Journal.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Sky & Telescope
Universe Today
Scientific American
Science Daily
Space Daily
Space Fellowship
PHYSORG.com
UPI
Discover
MSNBC

Planetas extrasolares:
Wikipedia
Wikipedia (lista)
Wikipedia (lista de extremos)
Catálogo de planetas extrasolares vizinhos (PDF)
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares
Exosolar.net
Extrasolar Visions

Deep Impact:
NASA
Wikipedia

 
Uma imagem do EPOXI que mostra a Lua passando em frente da Terra. Foram observadas em diferentes comprimentos de onda, por isso é que existem diferenças visíveis nos detalhes. As primeiras imagens de um planeta extrasolar tipo-Terra não são serão assim tão detalhadas.
Crédito: Donald J. Lindler, Sigma Space Corpoation/GSFC; EPOCh/DIXI Science Teams
 
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