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NOVA ESTRELA DESCOBERTA NA URSA MAIOR
11 de Dezembro de 2009

 

A Ursa Maior tem uma nova estrela.

Novas observações revelaram que uma das estrelas da pega da frigideira do asterismo, Alcor, tem uma anã avermelhada mais pequena como companheira.

Alcor é uma estrela relativamente jovem com duas vezes a massa do Sol. Estrelas assim tão massivas são relativamente raras (poucos pontos percentuais relativamente ao universo de estrelas), têm uma curta vida, e são brilhantes.

Alcor e suas primas na Ursa Maior formaram-se da mesma nuvem de matéria há cerca de 500 milhões de anos atrás, o que é algo invulgar para uma constelação dado que a maioria destes padrões no céu são compostos por estrelas sem relação.

Alcor parece estar na mesma posição na Ursa Maior, que outra estrela, Mizar, vista da perspectiva da Terra. De facto, ambas as estrelas foram usadas como um simples teste de visão - ser capaz de distinguir duas estrelas e não apenas uma - em tempos remotos.

Um dos colegas de Galileu observou que a própria Mizar é na realidade uma estrela dupla, o primeiro sistema binário a ser resolvido por telescópio. Muitos anos mais tarde, as duas componentes Mizar A e B foram elas próprias descobertas como sendo binárias, formando num todo um sistema quádruplo.

Agora descobriu-se que Alcor, relativamente perto das quatro estrelas do sistema de Mizar, tem também uma companheira.

Em Março, um grupo de astrónomos acoplou um coronógrafo e ópticas adaptivas ao Telescópio Hale de 200 polegadas no Observatório Palomar na Califórnia, EUA, e apontaram-no a Alcor (as ópticas adaptivas neutralizam a inferferência da atmosfera da Terra ao fazer mudanças súbitas e em tempo-real na forma do espelho do telescópio durante as observações).

"Rapidamente avistei um ténue ponto próximo da estrela," disse Neil Zimmerman, estudante a trabalhar no seu doutoramento com o Museu Americano de História Natural em Nova Iorque. "Ninguém tinha antes registado este objecto, e estava muito perto de Alcor, por isso apercebemo-nos que era provavelmente uma companheira desconhecida."

Poucos meses depois, a equipa observou a estrela novamente, à espera de provar que as duas eram realmente companheiras, através do estudo do seu pequeno movimento em relação à distantes estrelas de fundo, à medida que a Terra se move em torno do Sol, o denominado movimento paraláctico. Se a companheira proposta fosse apenas uma estrela de fundo, não se movia com Alcor.

"Voltámos a observá-la 103 dias depois e descobrimos que tinha o mesmo movimento que Alcor," disse Ben R. Oppenheimer, Curador e Professor no Departamento de Astrofísica do Museu Americano de História Natural.

Alcor e a sua recém-descoberta companheira mais pequena, Alcor B, estão a cerca de 80 anos-luz da Terra e orbitam-se uma à outra a cada 90 anos ou mais.

A equipa foi também capaz de determinar a cor, o brilho e até a composição básica de Alcor B porque o método singular de observação que usam regista imagens em muitas cores simultaneamente. A equipa determinou que Alcor B é uma estrela anã do tipo-M, com cerca de 250 vezes a massa de Júpiter, ou aproximadamente um quarto da massa do nosso Sol. A companheira é muito mais pequena e fria que Alcor A.

"As anãs vermelhas não são muito usuais perto de estrelas mais brilhantes e massivas como Alcor, mas temos um pressentimento que são na realidade muito comuns," disse Oppenheimer. "Esta descoberta mostra que mesmo até as estrelas mais brilhantes e famosas no céu escondem segredos por descobrir."

As novas observações são detalhadas no Astrophysical Journal.

Oppenheimer e a sua equipa esperam usar a mesma técnica de movimento paraláctico na busca por planetas extrasolares.

"Esperamos usar a mesma técnica para verificar que outros objectos, como planetas extrasolares, estão realmente ligados à sua estrela-mãe," afirma Zimmerman. "De facto, antecipamos que outros grupos de busca por planetas extrasolares usem também esta técnica para acelerar o processo de descoberta."

Links:

Notícias relacionadas:
Universe Today
SPACE.com
Science Daily
EurekAlert!
PHYSORG.com

Sistemas estelares:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg

 
Alcor, uma estrela no meio da pega da frigideira de Ursa Maior, tem uma anã vermelha como companheira. Os astrónomos do Projecto 1640 descobriram a ténue estrela bloqueando quase toda a luz de Alcor com um coronógrafo. O halo de espículas em torno da máscara do coronógrafo é provocado pela propriedades tipo-onda da luz do brilho residual de Alcor. Os diâmetros reais de ambas as estrelas ocupam apenas uma pequena fracção de um pixel.
Crédito: Projecto 1640/AMNH e Digital Universe Atlas
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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