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SEGUINDO AS PEGADAS DO HUBBLE: MAIORES E MELHORES TELESCÓPIOS ESPACIAIS
27 de Abril de 2010

 

O Hubble celebra por esta altura o seu 20.º aniversário. Mas nem por isso os cientistas deixam de trabalhar na próxima geração de telescópios espaciais, sucessores maiores e mais poderosos que o famoso instrumento orbital.

O Telescópio Espacial Hubble foi lançado no dia 24 de Abril de 1990, com um espelho imperfeito, mas sobreviveu duas décadas em grande parte devido às cinco missões de manutenção e reparação levadas a cabo pelos astronautas a bordo dos vaivéns espaciais. O seu olhar cósmico levou a descobertas sem paralelo acerca do Universo e a espantosas imagens do Cosmos que agora estão embebidas nos corações e mentes do público.

"O Hubble tornou-se num ícone da Ciência porque consegue produzir imagens gloriosas," afirma Rick Fienberg, astrónomo da Sociedade Astronómica Americana.

Mas dentro em breve a Ciência dará outros passos em frente.

O Telescópio Espacial James Webb da NASA tem lançamento previsto para daqui a alguns anos. E outros novos observatórios espaciais estão também a ser considerados, mesmo que ainda não tenham recebido um avale oficial.

A visão colectiva destes telescópios espaciais gigantes cobre um espectro que varia desde o infravermelho até aos raios-X, e poderá permitir aos cientistas ver ainda mais para o passado, na direcção do início do Universo.

"Cada geração de telescópios lançada para o espaço é largamente superior que as anteriores, parcialmente devido à maior abertura mas também a melhores detectores," realça Fienberg.

O muito antecipado Telescópio James Webb (JWST) da NASA representa o próximo sucessor do Hubble, com lançamento previsto para 2014.

Com um espelho primário de 6,5 metros, tem quase sete vezes o poder do espelho do Hubble (2,4 metros). O JWST também bate o seu antecessor com um comprimento de 22 metros, quase o tamanho de um campo de ténis, em comparação com o tamanho de um autocarro escolar, 13,4 metros.

O Hubble observa o Universo principalmente na luz visível e em comprimentos de onda ultravioleta, com também uma pitada de infravermelho. Mas o JWST vai focar as suas observações em maiores comprimentos de onda. Isto significa que o JWST conseguirá ver as primeiras galáxias que se moveram devido à expansão do Universo, dado que a luz emitida por estas galáxias-bebés deslocou-se para a parte mais vermelho do espectro.

Existe um outro sucessor do Hubble e (já) do JWST ainda maior, mas por enquanto apenas em papel. O Advanced Technology Large Aperture (ATLAST) tem um espelho principal de pelo menos 8 metros de diâmetro, mas possivelmente poderá chegar aos 16 m. Este telescópio teórico da NASA representa um dos seus pontos altos para os anos entre 2025 e 2035.

Outros telescópios espaciais poderão complementar os sucessores directos do Hubble e ajudar a substituír outros telescópios espaciais actualmente em órbita como o Observatório de raios-X Chandra, o Telescópio Espacial Spitzer ou o Observatório Espacial Herschel. Tais instrumentos cobrem as periferias mais extremas do espectro, que raramente conseguem atravessar a atmosfera da Terra até telescópios no chão.

A próxima geração do Spitzer e Herschel poderá ser lançada em 2015. O observatório Single Apertur Far-InfraRed (SAFIR) usa um único espelho primário que mede entre 5 e 10 metros de diâmetro, em comparação com os 0,85 metros do Spitzer.

Assim sendo, o SAFIR será 1000 vezes mais sensível que o Spitzer e o Herschel a detectar sinais infravermelhos e microondas.

Outro projecto, o Observatório Internacional de raios-X (IXO), representa um esforço conjunto entre a NASA, a ESA e a JAXA (a agência espacial japonesa). Está desenhado como tendo um espelho raios-X concatenado com cerca de 20 vezes mais área que qualquer outro observatório em raios-X, e com um lançamento possível por volta de 2021.

Mas ao contrário dos telescópios que observam o Universo no infravermelho ou no ultravioleta, o IXO usa espelhos primários e secundários colocados quase de lado na direcção oriunda dos raios-X, para que a radiação ressalte de ambos num ângulo baixo. Isto impede com que os raios-X sejam simplesmente absorvidos pelos espelhos.

Outro projecto implica a construção de um telescópio raios-X numa escala ainda maior que a do IXO. A missão Generation-X tem 500 vezes a área de recolha do Observatório Chandra, e poderá examinar o nascimento e evolução das primeiras estrelas, galáxias e buracos negros.

Ainda outros projectos, como o Terrestrial Planet Finder (TPF) proposto pela NASA, envolvem uma rede de dois ou mais telescópios espaciais. Tais instrumentos podem imitar a resolução angular de lentes telescópicas muito maiores, ou até complementar observatórios na observação de fenómenos diferentes, como é o caso do TPF.

Os astrónomos naturalmente anseiam pela próxima geração de maiores e melhores telescópios espaciais, porque cada destas importantes missões custa para cima de mil milhões de dólares e podem levar entre 10 e 20 anos a desenvolver. As missões de serviço ajudaram o venerável Hubble a exceder o seu tempo esperado de vida, mas a maioria dos instrumentos apenas dura entre 5 e 10 anos.

"Mesmo que se construa um hoje e lance amanhã outro, estamos já a pensar no próximo e a fazer planos," explica Fienberg. "Caso contrário, acabamos com missões separadas por uma década."

Só o JWST vai custar à NASA, à ESA e ao Canadá qualquer coisa como 5 mil milhões de dólares, durante todo o seu ciclo de vida. "De momento, todos estes projectos à excepção do James Webb estão apenas no papel," afirma Fienberg. "O JWST vai ser o maior telescópio em órbita ainda durante algum tempo."

Links:

Telescópio Espacial Hubble: 
20.º Aniversário do Hubble (NASA)
Hubble, NASA 
ESA
STScI
Wikipedia

Telescópio Espacial James Webb:
NASA
STScI
ESA
Wikipedia

ATLAST:
STScI
Wikipedia

SAFIR:
JPL (NASA)

IXO:
NASA
ESA
Wikipedia

Missão Gen-X:
CfA (Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica)

TPF:
JPL (NASA)
Wikipedia

 


Os futuros telescópios espaciais, desenhados à escala com o Hubble.
Crédito: Karl Tate, SPACE.com, NASA


Modelo do JWST em tamanho normal, no centro Goddard da NASA.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)


Impressão de artista do Terrestrial Planet Finder da NASA.
Crédito: NASA
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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