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PROJECTO WMAP COMPLETA AS SUAS OPERAÇÕES OBSERVACIONAIS
8 de Outubro de 2010

 

Após nove anos a estudar o céu, a sonda WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe) concluiu as suas observações da radiação cósmica de fundo, a luz mais antiga do Universo. A sonda não só deu aos cientistas o seu melhor olhar sobre este brilho remanescente, como também estabeleceu o modelo científico que descreve a história e a estrutura do Universo.

"A WMAP abriu uma janela para o Universo antigo que só podíamos imaginar há uma geração atrás," afirma Gary Hishaw, astrofísico do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, EUA, que gere a missão. "A equipa ainda está ocupada a analisar os dados dos 9 anos, dados estes que a comunidade científica anseia."

A sonda foi desenhada para providenciar um olhar mais detalhado sobre as diferenças de temperatura na radiação cósmica de fundo, detectadas pela primeira vez em 1992 pela sonda COBE (Cosmic Background Explorer) da NASA. A equipa da WMAP respondeu a muitas questões acerca da idade e composição do Universo. Adquiriu os seus dados científicos finais a 20 de Agosto e a 8 de Setembro, o satélite ligou os seus motores, deixou a sua órbita de estudo, e entrou numa órbita permanente em torno do Sol.

"Lançámos esta missão em 2001, realizámos muito mais do que os nossos objectivos científicos iniciais, e agora é altura de uma conclusão responsável para as operações do satélite," afirma Charles Bennett, investigador principal da WMAP na Universidade Johns Hopkins em Baltimore.

A WMAP detecta um sinal do brilho remanescente do jovem e quente Universo, um padrão "congelado" de quando o Cosmos tinha apenas 380.000 anos. À medida que o Universo crescia durante os 13 mil milhões de anos seguintes, esta luz perdeu energia e esticou-se para comprimentos de onda cada vez mais longos. Hoje, é detectável no microondas.

O satélite está no Livro Guiness dos Recordes pela "mais precisa medição da idade do Universo." A missão estabeleceu que o cosmos tem 13,75 mil milhões de anos, com um erro de 1%.

A missão também mostrou que os átomos normais constituem apenas 4,6% do cosmos de hoje em dia, e verificou que a maioria do Universo consiste de duas entidades que os cientistas ainda não compreendem muito bem.

A matéria escura, que constitui 23% do Universo, é um material que ainda tem que ser detectado em laboratório. A energia escura é uma entidade gravitacionalmente repulsiva que pode ser uma característica do próprio vácuo. A WMAP confirmou a sua existência e determinou que corresponde a 72% do cosmos.

Outra descoberta importante da WMAP envolve uma hipótese cósmica de "explosão de crescimento" chamada de inflação. Durante décadas, os cosmólogos sugeriram que o Universo passou por uma fase de crescimento extremamente rápido no seu primeiro bilionésimo de segundo de existência. As observações da WMAP suportam a noção que a inflação realmente ocorreu, e as suas medições detalhadas agora excluem vários cenários bem-estudados de inflação enquanto providenciam suporte para outros.

"Surpreende-me sempre o facto de conseguirmos fazer uma medição que pode distinguir entre o que pode ou não ter acontecido no primeiro bilionésimo de segundo do Universo," afirma Bennett.

O WMAP foi o primeiro satélite a usar o ponto de balanço gravitacional conhecido como ponto L2 (Terra-Sol) como seu local de observação. Este ponto está a 1,5 milhões de quilómetros.

"A WMAP deu-nos medições definitivas dos parâmetros fundamentais do Universo," afirma Jaya Bapayee, executivo do programa WMAP na sede da NASA em Washington. "Os cientistas vão usar os dados durante anos, na sua busca de melhor compreender o Universo."

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
PHYSORG.com
Spaceflight Now
Wired

WMAP:
NASA
Wikipedia

Universo:
Universo (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)
Cronologia do Big Bang (Wikipedia)

 
Esta detalhada imagem de todo o céu mostra o jovem Universo a partir de sete anos de dados do WMAP. A imagem revela flutuações de temperatura com 13,7 mil milhões de anos (vistas entre as diferenças de cor) que correspondem às sementes que cresceram para se tornarem nas galáxias. O sinal da Via Láctea foi subtraído usando dados de várias frequências. A imagem mostra um intervalo de temperatura de +/- 200 microKelvin.
Crédito: NASA / Equipa científica da WMAP
(clique na imagem para ver versão maior)
 
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