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CASSINI DESCOBRE ATMOSFERA DE OXIGÉNIO E DIÓXIDO DE CARBONO EM REIA
30 de Novembro de 2010

 

Num voo rasante por Reia, a segunda maior lua de Saturno, a sonda Cassini da NASA revelou a presença de uma fina atmosfera constituída por 70% oxigénio e 30% dióxido de carbono, aparentemente sustentada pela decomposição química da superfície gelada da lua.

Cientistas dos EUA, Reino Unido e Alemanha, que analisavam os dados da Cassini, dizem que a presença de uma atmosfera oxidante é consistente com observações remotas do Telescópio Hubble e com observações das luas de Júpiter, Europa e Ganimedes, pela sonda Galileu, mas esta é a primeira vez que é detectada directamente a presença de oxigénio em qualquer lua ou planeta.

Reia tem uns meros 1500 km de diâmetro e está sempre coberta por uma espessa camada de água gelada. A temperatura média à superfície está estimada em -180º C. A atmosfera recém-descoberta de oxigénio e dióxido de carbono tem apenas 100 km de espessura, e é tão fina que se estivesse a temperaturas e pressões terrestres, o todo da atmosfera caberia num edifício médio.

Pensa-se que o oxigénio seja formado quando as moléculas de água são divididas por partículas energéticas num processo chamado radiólise. O oxigénio é então expelido para a atmosfera e é capturado pela gravidade de Reia. Os dados sugerem que sejam produzidos cerca de 130 gramas de oxigénio em cada segundo. O dióxido de carbono pode originar de "gelo seco" capturado no interior da lua, ou então de meteoritos ricos em carbono que ao colidir com a superfície são divididos pelas partículas carregadas de modo semelhante à água gelada. Outra possibilidade é que poderá estar a escapar do interior do planeta.

A lua está a cerca de 527.000 km de Saturno e orbita dentro do seu campo magnético. Acredita-se que esta radiação, oriunda da magnetosfera, provoque a separação química do gelo à superfície e crie a atmosfera.

O líder da equipa de pesquisa, Ben Teolis da Divisão de Ciência Espacial e Engenharia do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em San Antonio, Texas, EUA, afirma que esta descoberta implica que as atmosferas de oxigénio, associadas com luas geladas, podem ser mais comuns pelo Universo se estas tiverem massa suficiente para conter uma atmosfera. Ele acrescenta que estes achados podem também ajudar os cientistas a compreender como e onde o oxigénio provavelmente existe, o que vai ajudar a planear missões espaciais futuras, tripuladas e não-tripuladas.

A Cassini já orbita Saturno e suas luas desde 2004, e passou por Reia a uma altitude de 97 km no passado mês de Março. Das luas de Saturno, apenas Reia e Titã têm massa suficiente para conter uma atmosfera, mas a deste último satélite é na sua maioria constituída por nitrogénio e metano, com apenas traços de oxigénio e dióxido de carbono.

As descobertas foram publicadas na edição online de 25 de Novembro da revista Science.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Science (requer subscrição)
Universe Today
SPACE.com
New Scientist
PHYSORG.com
National Geographic
Wired
io9
UPI
BBC News
MSNBC

Reia:
Wikipedia
Solaviews

Saturno:
Solarviews
Wikipedia

Cassini:
Página oficial (NASA)
Wikipedia

 


As planícies crateradas de Reia.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute
(clique na imagem para ver versão maior)


Crateras sobre crateras registam a longa história dos impactos sofridos na lua de Saturno, Reia.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute
(clique na imagem para ver versão maior)

 
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