Top thingy left
 
DADOS DA VOYAGER 1 APONTAM PARA FUTURO INTERESTELAR
19 de Junho de 2012

 

Dados da sonda Voyager 1 da NASA indicam que a venerável exploradora de espaço-profundo encontrou uma região no espaço onde a intensidade das partículas carregadas que originam do exterior do Sistema Solar aumentou consideravelmente. Os cientistas da Voyager, ao olharem para este aumento rápido, aproximam-se de uma conclusão inevitável mas histórica - que o primeiro emissário da Humanidade para o espaço interestelar está no fim do Sistema Solar.

"As leis da física dizem que um dia a Voyager tornar-se-á no primeiro objecto feito pelo Homem a entrar no espaço interestelar, mas ainda não sabemos com certeza quando será esse dia," afirma Ed Stone, cientista do projecto Voyager no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, EUA. "Os últimos dados indicam que estamos claramente numa nova região onde as coisas mudam muito rapidamente. É muito excitante. Estamos a chegar à fronteira do Sistema Solar."

Os dados enviados pelas antenas da Voyager 1 fazem a viagem de 17,8 mil milhões de quilómetros em 16 horas e 38 minutos, até à Deep Space Network da NASA cá na Terra, e mostram o número de partículas carregadas medidas pelos dois telescópios a bordo da sonda com 34 anos. Estas partículas energéticas foram geradas quando as estrelas na nossa vizinhança cósmica se transformaram em supernovas.

"Entre Janeiro de 2009 e Janeiro de 2012, tem havido um aumento gradual de aproximadamente 25% na quantidade de raios cósmicos galácticos que a Voyager detecta," afirma Stone. "Mais recentemente, temos visto um aumento muito rápido nessa parte do espectro energético. A partir de 7 de Maio, os sinais de raios cósmicos aumentaram 5% numa semana e 9% num mês."

Este aumento é um de uma tríade de dados que necessitam oscilar significativamente para indicar uma nova era da exploração espacial. A segunda medição importante dos dois telescópios da sonda é a intensidade das partículas energéticas dentro da helioesfera, a bolha de partículas carregadas que o Sol sopra à sua volta. Embora tenha havia uma lenta diminuição nas medições destas partículas energéticas, ainda não decresceram precipitadamente, o que poderá acontecer quando a Voyager atravessar o limite solar.

O conjunto final de dados que os cientistas da Voyager acreditem revelarão uma grande mudança é a medição na direcção das linhas do campo magnético que rodeiam a nave. Embora a Voyager esteja ainda dentro da helioesfera, estas linhas percorrem Este para Oeste. Quando passar para o espaço interestelar, a equipa espera que a Voyager detecte que as linhas do campo magnético se orientem mais para Norte-Sul. Uma tal análise demorará semanas, e a equipa da Voyager está actualmente a estudar os dados do último conjunto enviado pela sonda.

"Quando as Voyagers foram lançadas em 1977, a era espacial tinha 20 anos," afirma Stone. "Muitos de nós cá na equipa apenas sonhávamos em alcançar o espaço interestelar, mas não tínhamos modo de saber a duração de tal viagem -- ou até se estes dois veículos em que investimos tanto do nosso tempo e energia conseguiam operar tempo suficiente para lá chegar."

Lançadas em 1977, a Voyager 1 e 2 estão de boa saúde. A Voyager 2 está a mais de 14,7 mil milhões de quilómetros do Sol. Ambas operam como parte da Missão Interestelar Voyager, a sua missão prolongada para explorar o Sistema Solar para lá da vizinhança dos planetas exteriores. As Voyagers da NASA são as representantes activas mais distantes da Humanidade e do seu desejo de exploração.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA (comunicado de imprensa)
Universe Today
PHYSORG
Discovery News
Reuters
UPI.com
BBC News
io9

Sonda Voyager 1:
Página oficial (NASA)
Heavens Above
Voyager 1 (Wikipedia)

Sistema Solar:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 


Impressão de artista da sonda Voyager 1.
Crédito: NASA/JPL
(clique na imagem para ver versão maior)


Esta impressão de artista mostra as duas sondas Voyager a explorar a turbulenta região da fronteira do nosso Sistema Solar, a concha exterior da bolha de partículas carregadas em torno do nosso Sol.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
(clique na imagem para ver versão maior)

 
Top Thingy Right