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HUBBLE FORNECE PRIMEIRAS PISTAS DO POSSÍVEL CONTEÚDO DE ÁGUA DOS PLANETAS DE TRAPPIST-1
5 de setembro de 2017

 


Impressão de artista que mostra a superfície de um dos planetas do sistema TRAPPIST-1. Com pelo menos sete planetas em órbita desta anã ultrafria a 40 anos-luz da Terra, todos têm aproximadamente o tamanho da Terra. Alguns dos planetas estão às distâncias ideais, em relação à sua estrela, para a possibilidade de existência de água à superfície.
Esta impressão de artista tem por base parâmetros físicos conhecidos dos planetas e das estrelas e usa uma vasta base de dados de objetos no Universo.
Crédito: ESO/N. Bartmann/spaceengine.org
(clique na imagem para ver versão maior)

 

Uma equipa internacional de astrónomos usou o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA para estimar a possibilidade de existência de água nos sete planetas de tamanho terrestre em órbita da anã próxima TRAPPIST-1. Os resultados sugerem que os planetas mais exteriores do sistema podem ainda albergar quantidades substanciais de água. Isto inclui os três planetas dentro da zona habitável da estrela, dando mais peso à possibilidade de que possam ser habitáveis.

No dia 22 de fevereiro de 2017, os astrónomos anunciaram a descoberta de sete planetas do tamanho da Terra em órbita da anã ultrafria TRAPPIST-1. Isto torna TRAPPIST-1 o sistema planetário com o maior número de planetas de tamanho terrestre já encontrado até agora.

Após a descoberta, uma equipa internacional de cientistas liderada pelo astrónomo suíço Vincent Bourrier do Observatório da Universidade de Genebra usou o STIS (Space Telescope Imaging Spectrograph) a bordo do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA para estudar a quantidade de radiação ultravioleta recebida por cada planeta do sistema. "A radiação ultravioleta é um fator importante na evolução cósmica dos planetas," explica Bourrier. "Tal como na nossa própria atmosfera, onde a luz ultravioleta do Sol quebra as moléculas, a radiação ultravioleta da anã pode quebrar o vapor de água nas atmosferas dos exoplanetas em hidrogénio e oxigénio."

Embora a radiação ultravioleta menos energética quebre as moléculas de água - um processo chamado fotólise - os raios ultravioleta mais energéticos e os raios-X aquecem a atmosfera superior de um planeta, o que permite com que os produtos da fotólise, o hidrogénio e o oxigénio, escapem para o espaço.

Dado que é muito leve, o hidrogénio gasoso pode escapar das atmosferas exoplanetárias e ser detetado em redor dos exoplanetas com o Hubble, agindo como um possível indicador de vapor de água atmosférico. A quantidade observada de radiação ultravioleta emitida por TRAPPIST-1 sugere, de facto, que os planetas podem ter perdido quantidades enormes de água ao longo da sua história.

Isto é especialmente verdadeiro para os dois planetas mais interiores do sistema, TRAPPIST-1b e TRAPPIST-1c, que recebem a maior quantidade de energia ultravioleta. "Os nossos resultados indicam que o escape atmosférico pode desempenhar um papel importante na evolução desses planetas," resume Julien de Wit, do MIT, EUA, coautor do estudo.

Os planetas interiores podem ter perdido o equivalente a mais de 20 oceanos terrestres de água durante os oito mil milhões de anos. No entanto, os planetas exteriores do sistema - incluindo os planetas e, f e g que se encontram na zona habitável - devem ter perdido muito menos água, sugerindo que podem ter retido alguma dessa água à superfície. As quantidades de água perdida, bem como o escape geofísico da água, também favorecem a ideia de que os planetas mais exteriores e massivos retiveram água. No entanto, com os dados e telescópios atuais, nenhuma conclusão final pode ser extraída acerca do conteúdo de água dos planetas em órbita de TRAPPIST-1.

"Apesar dos nossos resultados sugerirem que os planetas mais exteriores são os melhores candidatos para a busca de água com o futuro Telescópio Espacial James Webb, também destacam a necessidade de estudos teóricos e observações complementares em todo os comprimentos de onda a fim de determinar a natureza dos planetas de TRAPPIST-1 e a sua potencial habitabilidade," conclui Bourrier.

 


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Esta imagem mostra o Sol e a anã ultrafria TRAPPIST-1 à escala. A pequena estrela só tem 11% do diâmetro do Sol e é muito mais avermelhada.
Dado que os planetas do sistema TRAPPIST-1 orbitam muito mais perto do que Mercúrio está do Sol, estão expostos a níveis parecidos de radiação como Vénus, Terra e Marte.
Crédito: ESO
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TRAPPIST-1 é uma estrela anã ultrafria na direção da constelação de Aquário e os seus sete planetas orbitam muito perto dela.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
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Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
15/07/2017 - TRAPPIST-1 é mais antiga que o nosso Sistema Solar
18/07/2017 - Baixa probabilidade de existência de vida em TRAPPIST-1
13/06/2017 - Astrónomos explicam formação de sete exoplanetas em redor de TRAPPIST-1
23/05/2017 - Astrónomos confirmam detalhes orbitais do planeta menos compreendido de TRAPPIST-1
02/05/2017 - Sistema solar recém-descoberto pode "semear" vida entre exoplanetas
28/02/2017 - Planetas do tamanho da Terra: a geração mais recente e estranha
24/02/2017 - Anã ultrafria e os sete planetas
10/02/2017 - NASA descobre que planetas de anãs vermelhas podem perder oxigénio nas zonas habitáveis
28/10/2016 - Preferencialmente, planetas do tamanho da Terra com muita água
16/09/2016 - Conheça a estrela, conheça o planeta 
22/07/2016 - Hubble faz o primeiro estudo atmosférico de exoplanetas do tamanho da Terra
03/05/2016 - Três mundos potencialmente habitáveis em torno de uma estrela anã muito fria

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
MIT News (comunicado de imprensa)
Artigo científico (PDF)
The Astronomical Journal
Science
SPACE.com
New Scientist
Universe Today
COSMOS
PHYSORG
EarthSky
Astrobiology web
Popular Mechanics
Engadget
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TRAPPIST-1:
Wikipedia
Open Exoplanet Catalogue
TRAPPIST-1b (Wikipedia)
TRAPPIST-1b (Exoplanet.eu) 
TRAPPIST-1c (Wikipedia) 
TRAPPIST-1c (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1d (Wikipedia)
TRAPPIST-1d (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1e (Wikipedia)
TRAPPIST-1e (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1f (Wikipedia)
TRAPPIST-1f (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1g (Wikipedia)
TRAPPIST-1g (Exoplanet.eu)
TRAPPIST-1h (Wikipedia)
TRAPPIST-1h (Exoplanet.eu)

Planetas extrasolares:
Wikipedia
NASA Exoplanet Arquive
Lista de planetas (Wikipedia)
Lista de exoplanetas potencialmente habitáveis (Wikipedia)
Lista de extremos (Wikipedia)
Open Exoplanet Catalogue
PlanetQuest
Enciclopédia dos Planetas Extrasolares

Zona habitável:
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Anãs vermelhas:
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Telescópio Espacial Hubble:
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JWST (Telescópio Espacial James Webb):
NASA
STScI
ESA
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