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JUNO DA NASA ENCONTRA MUDANÇAS NO CAMPO MAGNÉTICO DE JÚPITER
24 de maio de 2019

 


Esta imagem faz parte de uma animação que ilustra o campo magnético de Júpiter durante um único momento no tempo. A Grande Mancha Azul, uma concentração invisível do campo magnético perto do equador, sobressai como uma característica particularmente forte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Harvard/Moore et al.

 

A missão Juno da NASA fez, em Júpiter, a primeira deteção definitiva, para lá da Terra, de um campo magnético interno que muda com o tempo, um fenómeno chamado variação secular. A Juno determinou que a variação secular do gigante gasoso é provavelmente impulsionada pelos ventos atmosféricos profundos do planeta.

A descoberta ajudará os cientistas a melhor entender a estrutura interior de Júpiter - incluindo a dinâmica atmosférica - bem como as mudanças no campo magnético da Terra. O artigo sobre a descoberta foi publicado na revista Nature Astronomy.

"A variação secular há décadas que faz parte da lista de desejos dos cientistas planetários," disse Scott Bolton, investigador principal da Juno no SwRI (Southwest Research Institute) em San Antonio, no estado norte-americano do Texas. "Esta descoberta só pôde ser feita graças aos instrumentos científicos extremamente precisos da Juno e à natureza única da órbita de Juno, que a aproxima muito do planeta enquanto viaja de polo a polo."

A caracterização do campo magnético de um planeta requer medições de muito perto. Os cientistas da Juno compararam dados de missões anteriores da NASA a Júpiter (Pioneer 10 e 11, Voyager 1 e Ulysses) com um novo modelo do campo magnético de Júpiter (chamado JRM09). O novo modelo tem por base dados recolhidos pelo seu magnetómetro durante as primeiras passagens científicas da Juno por Júpiter, um instrumento capaz de gerar um mapa tridimensional detalhado do campo magnético.

O que os cientistas descobriram é que, desde os primeiros dados do campo magnético de Júpiter fornecidos pelas naves espaciais Pioneer, até aos dados mais recentes fornecidos pela Juno, houve mudanças pequenas, mas distintas, no campo.

"A descoberta de algo tão minúsculo quanto estas mudanças, em algo tão imenso quanto o campo magnético de Júpiter, foi um desafio," disse Kimee Moore, cientista da Juno e da Universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts, EUA. "Ter uma linha de base de observações íntima, durante quatro décadas, forneceu-nos dados suficientes para confirmar que o campo magnético de Júpiter realmente muda com o tempo."

Assim que a equipa da Juno provou a existência de variação secular, procuraram explicar como tal mudança pode ocorrer. A operação dos ventos atmosféricos (ou zonais) de Júpiter explica melhor as mudanças no seu campo magnético. Estes ventos estendem-se desde a superfície do planeta até mais de 3000 quilómetros de profundidade, onde o interior do planeta começa a mudar de gás para metal líquido altamente condutor. Pensa-se que cortam os campos magnéticos, esticando-os e transportando-os pelo planeta.

Em nenhum lugar de Júpiter a variação secular é tão grande quanto na Grande Mancha Azul do planeta, uma mancha intensa de campo magnético perto do equador de Júpiter. A combinação da Grande Mancha Azul, com os seus fortes campos magnéticos localizados e fortes ventos zonais nesta latitude resultam nas maiores variações seculares no campo do mundo joviano.

"É incrível que uma mancha magnética estreita, a Grande Mancha Azul, possa ser responsável por quase toda a variação secular de Júpiter, mas os números confirmam," disse Moore. "Com esta nova compreensão dos campos magnéticos, durante as futuras passagens científicas vamos começar a criar um mapa global da variação secular de Júpiter. Também poderá ter aplicações para os cientistas que estudam o campo magnético da Terra, que ainda contém muitos mistérios por resolver."

 


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Esta imagem impressionante da Grande Mancha Vermelha de Júpiter e do seu turbulento hemisfério sul foi capturada pela sonda Juno da NASA enquanto realizava uma passagem íntima pelo gigante gasoso.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Kevin M. Gill


// NASA (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Nature Astronomy)

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