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Onda solar comprimiu a bolha de Júpiter para libertar calor
8 de abril de 2025
 

Projeções cartográficas das temperaturas registadas ao meio-dia local no planeta Júpiter.
O painel a mostra as temperaturas em função da longitude e da latitude, com a principal oval auroral delineada em preto sólido. Esta oval corresponde a regiões mapeadas magneticamente ao longo de linhas de campo a uma distância de 25 raios de Júpiter no plano equatorial do planeta.
O painel b mostra uma projeção equirectangular de uma parte do painel a com o ajuste ao centro da característica quente.
O painel c indica onde na magnetosfera equatorial a característica quente se encontra, em termos de raios de Júpiter.
O painel d apresenta a distância entre a característica quente e a oval, onde as velocidades são calculadas dividindo a mudança na distância pelo intervalo de tempo entre os pontos de dados.
Crédito: O'Donoghue et al., 2025
 
     
 
 
 

Foi detetada pela primeira vez uma enorme onda de vento solar que comprimiu a bolha protetora de Júpiter.

Cientistas da Universidade de Reading, no Reino Unido, descobriram um evento de vento solar de 2017 que atingiu Júpiter e comprimiu a sua magnetosfera - uma bolha protetora criada pelo campo magnético de um planeta. Este evento criou uma região quente que se estendeu por metade da circunferência de Júpiter e que apresentou temperaturas superiores a 500° C - significativamente mais elevadas do que a típica temperatura atmosférica de fundo de 350° C.

Um novo estudo, publicado na passada quinta-feira, dia 3 de abril, na revista Geophysical Research Letters, descreve pela primeira vez uma erupção solar que, segundo os cientistas, atinge Júpiter 2 a 3 vezes por mês.

O Dr. James O'Donoghue, autor principal da investigação na Universidade de Reading, afirmou: "Nunca antes tínhamos captado a reação de Júpiter ao vento solar - e a forma como alterou a atmosfera do planeta foi muito inesperada. É a primeira vez que vemos uma coisa destas num mundo exterior.

"O vento solar comprimiu o escudo magnético de Júpiter como uma bola de squash gigante. Isto criou uma região superquente que se estendeu por metade do planeta. O diâmetro de Júpiter é 11 vezes maior do que o da Terra, o que significa que esta região aquecida é enorme.

"Na última década, estudámos Júpiter, Saturno e Úrano com cada vez mais pormenor. Estes planetas gigantes não são tão resistentes à influência do Sol como pensávamos - são vulneráveis, como a Terra. Júpiter atua como um laboratório, permitindo-nos estudar a forma como o Sol afeta os planetas em geral. Observando o que lá acontece, podemos prever e compreender melhor os efeitos das tempestades solares que podem perturbar o GPS, as comunicações e as redes elétricas na Terra".

Impactos diferentes para planetas grandes

Combinando observações terrestres do telescópio Keck com dados da nave espacial Juno da NASA e modelação do vento solar, os investigadores determinaram que uma região densa de vento solar tinha comprimido a enorme magnetosfera de Júpiter pouco antes do início das observações. Esta compressão parece ter intensificado o aquecimento auroral nos polos de Júpiter, fazendo com que a atmosfera superior se expandisse e derramasse gás quente em direção ao equador.

Os cientistas pensavam anteriormente que a rápida rotação de Júpiter confinaria o aquecimento auroral às suas regiões polares através de ventos fortes. Esta descoberta mostra o contrário, sugerindo que as atmosferas planetárias em todo o nosso Sistema Solar podem ser mais vulneráveis às influências solares do que se pensava. As erupções solares podem alterar significativamente a dinâmica da atmosfera superior dos grandes planetas, gerando ventos globais que conduzem à distribuição de energia em todo o planeta.

O professor Mathew Owens, coautor do estudo, da Universidade de Reading, afirmou: "O nosso modelo de vento solar previu corretamente quando a atmosfera de Júpiter seria perturbada. Isto ajuda-nos a compreender melhor a precisão dos nossos sistemas de previsão, o que é essencial para proteger a Terra do perigoso clima espacial".

// Universidade de Reading (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Geophysical Research Letters)

 


Quer saber mais?

Júpiter:
NASA
CCVAlg - Astronomia
Nine Planets
Wikipedia
Magnetosfera de Júpiter (Wikipedia)

Clima espacial:
Wikipedia

Observatório W. M. Keck:
Página principal
Wikipedia

Missão Juno:
NASA
SwRI
Wikipedia

 
   
 
 
 
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