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  Arquivo | CCVAlg - Astronomia
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ciencia viva verao 2024
 
  Astroboletim #2133  
  16/08 a 19/08/2024  
     
 
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Astronomia no Verão pelo Centro Ciência Viva de Tavira
 

A Lua sobre a ponte
Local: Ponte romana - Tavira
16/08/2024, 21:00
21/08/2024, 21:00
13/09/2024, 21:00

(sem inscrição obrigatória)

Observação solar na ilha de Tavira
Local: perto dos restaurantes da ilha de Tavira
22/08/2024, 09:30 - Inscrição
12/09/2024, 09:30 - Inscrição

Observação noturna do céu na praia do Barril
Local: acesso ao trilho para a praia do Barril
24/08/2024, 21:00 - Inscrição

Observação solar na praia do Barril
Local: acesso ao trilho para a praia do Barril
10/09/2024, 09:30 - Inscrição

Observação noturna do céu de Tavira
Local: Forte do Rato
06/09/2024, 21:00 - Inscrição

 
 
Astronomia no Verão pelo Centro Ciência Viva do Algarve
 

Do Sol à sustentabilidade - Ilha da Culatra
Local: Ilha da Culatra
16/08/2024, 09:45
(sem inscrição obrigatória)

Astronomia na margem do Rio Arade em Messines
Local: parque de merendas do Rio Arade em São Bartolomeu de Messines
22/08/2024, 20:30 - Data esgotada - Lista de espera

Astronomia em Vale do Álamo
Local: Vale do Álamo - Benafim
23/08/2024, 20:30 - Data esgotada - Lista de espera

Astros nos Salgados
Local: Estacionamento da Praia dos Salgados, junto ao acesso
26/08/2024, 20:30 - Data esgotada - Lista de espera

Astronomia no Alto da Ameixeira
Local: Miradouro do Alto da Ameixeira
27/08/2024, 20:30 - Data esgotada - Lista de espera

 

Programa em atualização
Consulte sempre a página das atividades para informações mais detalhadas como o itinerário, ponto de encontro, coordenadas GPS, duração da iniciativa, etc., e para fazer a sua inscrição caso seja obrigatória.
Todas as atividades estão dependentes de condições meteorológicas favoráveis.
Não dispensa a consulta do FAQ no site da Ciência Viva no Verão

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EFEMÉRIDES

DIA 16/08: 229.º DIA DO CALENDÁRIO GREGORIANO
NESTE DIA ACONTECEU...

Em 1744, nascia Pierre Méchain, astrónomo francês que, além de Charles Messier, foi um grande contribuidor para os primeiros estudos de objetos de céu profundo e cometas.
Em 1989, uma proeminência solar cria uma tempestade geomagnética que afeta microchips, fazendo parar a bolsa de Toronto.
Em 2000, depois de 18 meses de observações pelo Satélite Astronómico de Ondas Sub-milimétricas da NASA, ou SWAS, é anunciada a deteção de vapor de água no espaço interestelar.
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"Podemos ver estes berçários estelares como gigantes fábricas químicas que produzem vapor de água a um ritmo tremendo. As grandes quantidades presentes nas regiões de formação estelar irão ajudar o gás interestelar a arrefecer, talvez eventualmente a despertar o nascimento de uma futura geração de estrelas." David Neufeld, professor de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins.
HOJE, NO COSMOS:
A Lua encontra-se logo para a esquerda da "pega do "bule de chá" de Sagitário.

 

DIA 17/08: 230.º DIA DO CALENDÁRIO GREGORIANO
NESTE DIA ACONTECEU...

Em 1877, Asaph Hall descobria Fobos, a maior e mais interior lua de Marte.
Em 1958, é lançada a Pioneer 0, a primeira tentativa dos EUA em atingir órbita lunar, usando os primeiros foguetões Thor-Able. A missão falha. No entanto, é notável por ser uma das primeiras a ir para lá da Terra. 
Em 1966 era lançada a sonda Pioneer 7.
Em 1970 a sonda soviética Venera 7 é lançada a partir do cosmódromo de Baikonur. Chega a Vénus no dia 15 de dezembro de 1970. É a primeira nave a enviar dados para a Terra a partir da superfície de outro planeta. A Venera 7 teve também uma sonda gémea, lançada a 22 de agosto, mas que permaneceu em órbita da Terra.
Em 1980, depois de 1400 órbitas em torno de Marte, a sonda Viking 1 foi desligada. Lançada a 25 de agosto de 1975, a missão Viking revelou, na altura, as melhores imagens do planeta. Uma das suas fotografias mais famosas é a "Cara em Marte". 
Em 1999 a sonda Cassini passava pela Terra (1166 km), sobre o lado este do Pacífico Sul.
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Este é um de 4 voos rasantes planetários (Vénus, Vénus novamente, Terra e Júpiter), para uma assistência gravitacional a fim da sonda chegar a Saturno em 2004. Este voo rasante deu à Cassini um aumento de velocidade de 20.000 quilómetros por hora. As vozes contra a Cassini e o seu plutónio respiraram de alívio.
HOJE, NO COSMOS:
À medida que o verão avança e Arcturo desce no céu a oeste, a figura do "papagaio-de-papel" de Boieiro inclina-se para a direita (dependendo da latitude do observador). O "papagaio-de-papel" é estreito, está ligeiramente torto e mede 23º de comprimento: cerca de dois punhos à distância do braço esticado. Arcturo é a ponta inferior do "papagaio", onde a cauda se junta.
A Ursa Maior inclina-se praticamente à mesma altura a noroeste, para a direita de Boieiro.

 

DIA 18/08: 231.º DIA DO CALENDÁRIO GREGORIANO
NESTE DIA ACONTECEU...

Em 1814 nascia Anders Jonas Angström, físico sueco e um dos fundadores da ciência da espetroscopia.
Em 1868, Pierre Janssen em conjunto com Norman Lockyer observam pela primeira vez hélio no espetro do Sol.
Em 1985 era lançado o Suisei, a segunda missão japonesa a estudar o cometa Halley.
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Detetou água cometária, monóxido de carbono e iões de dióxido de carbono.
HOJE, NO COSMOS:
As duas estrelas mais brilhantes do verão são Vega, agora bem por cima das nossas cabeças após o cair da noite, e Arcturo, brilhante a oeste. Desenhe uma linha de Vega até Arcturo. A um-terço do caminho, a linha atravessa Hércules. A dois-terços do caminho, atravessa o ténue semi-círculo de Coroa Boreal com a sua única estrela de brilho modesto, Alphecca ou Gemma.
Vega e a estrela de Hércules que lhe está mais próxima formam um triângulo equilátero com Eltanin para norte: o nariz de Dragão. Eltanin é a estrela mais brilhante da cabeça quadrilátera de Dragão. Como que está a "olhar" para Vega.

 

DIA 19/08: 232.º DIA DO CALENDÁRIO GREGORIANO
NESTE DIA ACONTECEU...

Em 1646 nascia John Flamsteed, astrónomo inglês, o primeiro Astrónomo Real. Catalogou mais de 3000 estrelas.
Em 1924 nascia Willard Boyle, físico canadiano que recebeu o prémio Nobel da Física pela invenção do CCD
Em 1960, os cães espaciais russos Belka ("Esquilo") e Strelka ("Flecha") começaram a orbitar a Terra a bordo do satélite Korabl-Sputnik-2.
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Iam também na missão 40 ratos brancos, 2 ratazanas e diversas qualidades de plantas. No dia seguinte todos foram recuperados em perfeitas condições.
Em 1964, lançamento do Syncom 3, o primeiro satélite de comunicações geoestacionário.
Em 1997, lançamento do Agila 2, a partir de Xichang, China. Foi o primeiro satélite de comunicações das Filipinas.
HOJE, NO COSMOS:
Lua Cheia, pelas 19:26.
Sempre que Vega brilha o mais perto do zénite, como o está a fazer agora após o cair da noite, sabemos que o "bule de chá" de Sagitário está na sua posição mais elevada a sul.
Duas horas mais tarde, quando Deneb passa o mais perto do zénite, é a vez da pequena constelação de Golfinho e de Capricórnio de estarem o mais altas a sul.

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Telescópios determinam o horário do "lanche" de um buraco negro
 
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Esta ilustração artística mostra uma estrela que foi parcialmente afetada por um buraco negro gigante no sistema conhecido como AT2018fyk. Os astrónomos previram corretamente quando terminou o último lanche do buraco negro (detritos da estrela) e previram que o próximo começaria entre maio e agosto de 2025. Desde que a estrela sobreviva às perturbações, estas refeições deverão ocorrer a cada 3,5 anos.
Crédito: NASA/CXC/M.Weiss
 

Os astrónomos conseguiram prever corretamente quando é que um buraco negro gigante terminou a sua última refeição - e prever quando será o seu próximo lanche.

Utilizando novos dados do Observatório de raios X Chandra da NASA e do Observatório Neil Gehrels Swift, bem como do XMM-Newton da ESA, uma equipa de investigadores fez importantes progressos na compreensão de como - e quando - este buraco negro supermassivo consome material.

Este resultado baseia-se no estudo de um buraco negro supermassivo - com cerca de 50 milhões de vezes mais massa do que o Sol - no centro de uma galáxia situada a cerca de 860 milhões de anos-luz da Terra.

Em 2018, o levantamento ótico ASAS-SN (All Sky Automated Survey for SuperNovae) notou que este sistema se tinha tornado muito mais brilhante. Depois de o observarem com o NICER (Neutron star Interior Composition Explorer) e Chandra, ambos da NASA, e com o XMM-Newton, os investigadores determinaram que o aumento do brilho resultou de um "evento de perturbação de marés", que indica que uma estrela foi completamente despedaçada e parcialmente ingerida depois de voar demasiado perto de um buraco negro. Chamaram ao evento de perturbação de marés AT2018fyk.

Quando o material da estrela destruída se aproximou do buraco negro, aqueceu e produziu raios X e ultravioleta (UV). Estes sinais desvaneceram-se, sugerindo que não restava nada da estrela para o buraco negro digerir.

No entanto, cerca de dois anos mais tarde, os raios X e a luz ultravioleta da galáxia voltaram a ficar muito mais brilhantes. De acordo com os astrónomos, a explicação mais plausível é que a estrela provavelmente sobreviveu ao agarrão gravitacional inicial do buraco negro e depois entrou numa órbita altamente elíptica com o buraco negro. Durante a sua segunda aproximação ao buraco negro, mais material foi arrancado, produzindo mais raios X e luz UV.

 
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Os dados de AT2018fyk, pelo Chandra, podem ser vistos no canto inferior direito desta imagem ótica que mostra uma vista mais abrangente da área.
Crédito: raios X - NASA/SAO/Instituto Kavli do MIT/D.R. Pasham; ótico - NSF/Legacy Survey/SDSS
 

Estes resultados foram publicados num artigo de 2023 na revista The Astrophysical Journal Letters, liderado por Thomas Wevers, do STscI (Space Telescope Science Institute), em Baltimore, EUA.

"Inicialmente, pensámos que se tratava de um caso típico de um buraco negro que despedaça totalmente uma estrela", disse Wevers. "Mas, em vez disso, a estrela parece estar a viver para morrer mais um dia."

Com base no que aprenderam sobre a estrela e a sua órbita, Wevers e a sua equipa previram que a segunda refeição do buraco negro terminaria em agosto de 2023, e pediram tempo de observação ao Chandra para verificar.

"O sinal revelador do fim deste petisco estelar seria uma queda súbita nos raios X e é exatamente isso que vemos nas nossas observações do Chandra no dia 14 de agosto de 2023", disse Dheeraj Pasham, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), líder de um novo artigo científico sobre estes resultados. "Os nossos dados mostram que, em agosto do ano passado, o buraco negro estava essencialmente a limpar a boca e a afastar-se da mesa".

Novos dados obtidos pelo Chandra e pelo Swift após a conclusão do artigo científico de 2023 dão aos investigadores uma estimativa ainda melhor do tempo que a estrela demora a completar uma órbita e das futuras horas de refeição do buraco negro. Determinaram que a estrela se aproxima do buraco negro uma vez em cada três anos e meio.

"Pensamos que uma terceira refeição do buraco negro, se ainda restar alguma coisa da estrela, terá início entre maio e agosto de 2025 e durará quase dois anos", disse Eric Coughlin, coautor do novo artigo, da Universidade de Syracuse, em Nova Iorque. "Provavelmente, será mais um lanche do que uma refeição completa, porque a segunda refeição foi mais pequena do que a primeira e a estrela está a ser reduzida".

Os autores pensam que a estrela condenada tinha originalmente outra estrela como companheira à medida que se aproximava do buraco negro. No entanto, quando o par estelar se aproximou demasiado do buraco negro, a gravidade do buraco negro separou as duas estrelas. Uma entrou em órbita com o buraco negro e a outra foi projetada para o espaço a grande velocidade.

"A estrela condenada foi forçada a fazer uma mudança drástica de companheira - de outra estrela para um buraco negro gigante", disse o coautor Muryel Guolo da Universidade Johns Hopkins em Baltimore. "A sua parceira estelar escapou, mas ela não".

A equipa planeia continuar a seguir AT2018fyk durante o máximo de tempo possível para estudar o comportamento de um sistema tão exótico.

O artigo científico que descreve estes resultados aparece na edição mais recente da The Astrophysical Journal Letters e está disponível online.

// Chandra/Harvard (comunicado de imprensa)
// NASA (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (The Astrophysical Journal Letters)
// Artigo científico (arXiv.org)

 


Quer saber mais?

CCVAlg - Astronomia:
24/01/2023 - XMM-Newton espia buracos negros a comer as mesmas estrelas repetidamente
21/05/2021 - Buracos negros supermassivos devoram gás como os seus irmãos mais pequenos

AT2018fyk:
TNS

Evento de perturbação de marés:
Wikipedia

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

Observatório de raios X Chandra:
NASA
Universidade de Harvard
Wikipedia

Observatório XMM-Newton:
ESA
Wikipedia

Observatório Neil Gehrels Swift:
NASA
Wikipedia

NICER:
NASA
Wikipedia

Levantamento ASAS-SN:
Universidade Estatal do Ohio
Universidade Estatal do Ohio #2
Wikipedia

 
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Os cientistas descobriram "oceanos" de água em Marte - apenas está demasiado profunda para ser acedida
 
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Uma fotografia de Marte durante uma tempestade de poeira, tirada em 2018 pelo Telescópio Espacial Hubble. Há mais de 3 mil milhões de anos, o poeirento Planeta Vermelho tinha oceanos e rios. Essa água desapareceu, deixando apenas gelo à superfície, a maior parte nas calotes polares. Uma nova análise do interior de Marte sugere que grande parte da água líquida ainda existe nos poros das rochas 10-20 quilómetros abaixo da superfície.
Crédito: NASA, ESA, STScI
 

Utilizando a atividade sísmica para sondar o interior de Marte, os geofísicos encontraram evidências da existência de um grande reservatório subterrâneo de água líquida - suficiente para encher oceanos à superfície do planeta.

Os dados do módulo de aterragem Insight da NASA permitiram aos cientistas estimar que a quantidade de água subterrânea poderia cobrir todo o planeta a uma profundidade entre 1 e 2 quilómetros.

Embora isso seja uma boa notícia para quem procura saber o destino da água no planeta depois dos oceanos terem desaparecido há mais de 3 mil milhões de anos, o reservatório não será de grande utilidade para quem tentar aproveitá-lo para abastecer uma futura colónia em Marte. Está localizado em pequenas fendas e poros na rocha no meio da crosta marciana, entre 11,5 e 20 quilómetros abaixo da superfície. Mesmo na Terra, perfurar a essa profundidade seria um desafio.

No entanto, esta descoberta aponta outro local promissor para procurar vida em Marte, se for possível aceder ao reservatório. Para já, ajuda a responder a questões sobre a história geológica do planeta.

"Compreender o ciclo da água marciana é fundamental para compreender a evolução do clima, da superfície e do interior", disse Vashan Wright, antigo pós-doutorando da Universidade da Califórnia em Berkeley que é agora professor assistente no Instituto Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia em San Diego. "Um ponto de partida útil é identificar onde a água está e qual a sua quantidade".

Wright, juntamente com os colegas Michael Manga da UC Berkeley e Matthias Morzfeld do Instituto Scripps de Oceanografia, detalhou a sua análise num artigo científico publicado esta semana na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).

 
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Um recorte do interior marciano por baixo do módulo de aterragem Insight da NASA. Os primeiros 5 quilómetros da crosta parecem estar secos, mas um novo estudo fornece evidências de uma zona de rocha fracturada 11,5-20 km abaixo da superfície que está cheia de água líquida - mais do que o volume proposto para encher os hipotéticos antigos oceanos marcianos.
Crédito: James Tuttle Keane e Aaron Rodriquez, cortesia do Instituto Scripps de Oceanografia
 

Os cientistas utilizaram um modelo matemático de física das rochas, idêntico aos modelos utilizados na Terra para mapear aquíferos subterrâneos e campos petrolíferos, para concluir que os dados sísmicos do Insight são melhor explicados por uma camada profunda de rocha ígnea fraturada saturada com água líquida. As rochas ígneas são magma quente arrefecido, como o granito.

"A determinação de que existe um grande reservatório de água líquida fornece uma janela sobre como era ou poderia ser o clima", disse Manga, professor de ciências terrestres e planetárias da Universidade de Berkeley. "E a água é necessária para a vida tal como a conhecemos. Não vejo porque é que [o reservatório subterrâneo] não pode ser um ambiente habitável. É certamente verdade na Terra - as minas profundas albergam vida, o fundo do oceano alberga vida. Não encontrámos qualquer evidência de vida em Marte, mas pelo menos identificámos um local que, em princípio, deveria ser capaz de sustentar vida".

Manga foi o orientador de pós-doutoramento de Wright. Morzfeld foi bolseiro de pós-doutoramento no departamento de matemática da Universidade da Califórnia em Berkeley e é agora professor associado de geofísica no Instituto Scripps de Oceanografia.

Manga salientou que muitas evidências - canais fluviais, deltas e depósitos lacustres, bem como rochas alteradas pela água - apoiam a hipótese de que a água já correu à superfície do planeta. Mas esse período húmido terminou há mais de 3 mil milhões de anos, depois de Marte ter perdido a sua atmosfera. Cientistas planetários na Terra enviaram muitas sondas e "landers" ao planeta para descobrir o que aconteceu a essa água - a água congelada nas calotes polares de Marte não é suficiente - bem como quando aconteceu, e se existe ou existiu vida no planeta.

As novas descobertas são uma indicação de que grande parte da água não escapou para o espaço, mas foi filtrada para a crosta.

 
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Uma imagem artística do módulo de aterragem InSight em Marte, depois do braço robótico do módulo de aterragem ter colocado um sismómetro (objeto em forma de cúpula à esquerda do módulo de aterragem) e uma sonda de calor diretamente no solo. O módulo de aterragem deixou de registar dados em 2022, mas os cientistas continuam a explorar os dados para obter informações sobre o interior de Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
 

O módulo de aterragem Insight foi enviado pela NASA a Marte em 2018 para investigar a crosta, o manto, o núcleo e a atmosfera, e registou informações valiosas sobre o interior de Marte antes da missão terminar em 2022.

"A missão excedeu em muito as minhas expetativas", afirmou Manga. "Ao olhar para todos os dados sísmicos que o Insight recolheu, foi determinada a espessura da crosta, a profundidade do núcleo, a composição do núcleo e até um pouco sobre a temperatura no interior do manto."

O Insight detetou sismos marcianos até uma magnitude de 5, impactos de meteoros e o "roncar" em áreas vulcânicas, todos eles produzindo ondas sísmicas que permitiram aos geofísicos sondar o interior.

Um artigo científico anterior referia que, acima de uma profundidade de cerca de 5 quilómetros, a crosta superior não continha água gelada, como Manga e outros suspeitavam. Isto pode significar que há pouca água gelada subterrânea acessível fora das regiões polares.

O novo artigo científico analisou a crosta mais profunda e concluiu que os "dados disponíveis são melhor explicados por uma crosta média saturada de água" abaixo da localização do Insight. Assumindo que a crosta é semelhante em todo o planeta, a equipa argumentou que deveria haver mais água nesta zona da crosta média do que os "volumes propostos para encher os hipotéticos antigos oceanos marcianos".

// Universidade da Califórnia em Berkeley (comunicado de imprensa)
// Instituto Scripps de Oceanografia da UC San Diego (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (Proceedings of the National Academy of Sciences)

 


Quer saber mais?

Notícias relacionadas:
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Marte:
CCVAlg - Astronomia
Wikipedia
Água em Marte (Wikipedia)

InSight:
NASA
X/Twitter
Wikipedia

 
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Novos dados do Telescópio Webb sugerem que o nosso modelo do Universo pode, afinal, estar correto
 
Os cientistas utilizaram novos dados obtidos pelo Telescópio Espacial James Webb para fazer uma nova leitura do ritmo a que o Universo se está a expandir ao longo do tempo, medindo a luz de 10 galáxias, incluindo NGC 3972, na imagem.
Crédito: Yuval Harpaz, dados via JWST
 

Sabemos muitas coisas sobre o nosso Universo, mas os astrónomos continuam a debater a velocidade exata a que se expande. De facto, ao longo das últimas duas décadas, duas das principais formas de medir este valor - conhecido como a "constante de Hubble" - forneceram respostas diferentes, levando alguns a pensar que faltava alguma coisa no nosso modelo de funcionamento do Universo.

Mas novas medições efetuadas pelo potente Telescópio Espacial James Webb parecem sugerir que, afinal, pode não haver um conflito, também conhecido por "tensão de Hubble".

Num artigo científico submetido à revista The Astrophysical Journal, a cosmóloga Wendy Freedman, da Universidade de Chicago, e colegas analisaram novos dados obtidos pelo potente Telescópio Espacial James Webb da NASA. Mediram a distância a dez galáxias próximas e determinaram um novo valor para o ritmo a que o Universo se está a expandir atualmente.

A sua medição, 70 quilómetros por segundo por megaparsec, sobrepõe-se ao outro grande método para a constante de Hubble.

"Com base nestes novos dados do JWST e usando três métodos independentes, não encontramos fortes indícios de uma tensão de Hubble", disse Freedman. "Pelo contrário, parece que o nosso modelo cosmológico padrão para explicar a evolução do Universo está a aguentar-se".

Tensão de Hubble?

Sabemos que o Universo se está a expandir ao longo do tempo desde 1929, quando Edwin Hubble fez medições de estrelas que indicavam que as galáxias mais distantes se estavam a afastar da Terra mais depressa do que as galáxias mais próximas. Mas tem sido surpreendentemente difícil determinar o valor exato desta velocidade a que o Universo se está a expandir atualmente.

Este valor, conhecido como a constante de Hubble, é essencial para compreender a história do Universo. É uma parte fundamental do nosso modelo de como o Universo está a evoluir ao longo do tempo.

 
Conceito artístico que mostra a expansão do Universo ao longo do tempo desde o Big Bang.
Crédito: Centro de Voo Espacial Goddard da NASA
 

"A confirmação da realidade da tensão de Hubble teria consequências significativas tanto para a física fundamental como para a cosmologia moderna", explicou Freedman.

Dada a importância e também a dificuldade em efetuar estas medições, os cientistas testam-nas com diferentes métodos para se certificarem de que são tão exatas quanto possível.

Uma das principais abordagens consiste em estudar a luz remanescente do Big Bang, conhecida como radiação cósmica de fundo em micro-ondas. A melhor estimativa atual da constante de Hubble com este método, que é muito preciso, é de 67,4 quilómetros por segundo por megaparsec.

O segundo método principal, em que Freedman se especializou, consiste em medir diretamente a expansão das galáxias na nossa vizinhança cósmica local, utilizando estrelas cujo brilho é conhecido. Tal como as luzes dos carros parecem mais fracas quando estão longe, a distâncias cada vez maiores, as estrelas parecem cada vez mais fracas. A medição das distâncias e da velocidade a que as galáxias se afastam de nós indica-nos então a velocidade a que o Universo se está a expandir.

No passado, as medições com este método forneceram um valor mais elevado para a constante de Hubble - perto de 74 quilómetros por segundo por megaparsec.

Esta diferença é suficientemente grande para que alguns cientistas especulem que algo significativo pode estar a faltar no nosso modelo padrão da evolução do Universo. Por exemplo, uma vez que um método olha para os primórdios do Universo e o outro olha para a época atual, talvez algo grande tenha mudado no Universo ao longo do tempo. Este aparente desfasamento ficou conhecido como a "tensão de Hubble".

O Webb entra em ação

O Telescópio Espacial James Webb, ou JWST, oferece à humanidade uma nova e poderosa ferramenta para observar as profundezas do espaço. Lançado em 2021, o sucessor do Telescópio Hubble tem captado imagens de uma nitidez impressionante, revelado novos aspetos de mundos longínquos e recolhido dados sem precedentes, abrindo novas janelas para o Universo.

 
Imagens de estrelas captadas pelo JWST (à esquerda) são visivelmente mais nítidas do que as mesmas estrelas vistas pelo Telescópio Espacial Hubble (à direita).
Crédito: Freedman et al
 

Freedman e os seus colegas utilizaram o telescópio para efetuar medições de dez galáxias próximas que fornecem uma base para a medição do ritmo de expansão do universo.

Para verificar os seus resultados, utilizaram três métodos independentes. O primeiro utiliza um tipo de estrela conhecido como estrela variável Cefeida, que varia previsivelmente o seu brilho ao longo do tempo. O segundo método é conhecido como "Ponta do Ramo das Gigantes Vermelhas" e utiliza o facto das estrelas de baixa massa atingirem um limite superior fixo para o seu brilho. O terceiro, e mais recente, emprega um tipo de estrela chamado estrelas de carbono, que têm cores e brilhos consistentes no espetro de luz do infravermelho próximo. A nova análise é a primeira a usar os três métodos simultaneamente, dentro das mesmas galáxias.

Em todos os casos, os valores estavam dentro da margem de erro do valor dado pelo método da radiação cósmica de fundo em micro-ondas, 67,4 quilómetros por segundo por megaparsec.

"Obter uma boa concordância em três tipos de estrelas completamente diferentes é, para nós, um forte indicador de que estamos no caminho certo", disse Freedman.

"As futuras observações com o JWST serão fundamentais para confirmar ou refutar a tensão de Hubble e avaliar as implicações para a cosmologia", disse o coautor do estudo, Barry Madore, do Instituto Carnegie e professor visitante da Universidade de Chicago.

// Universidade de Chicago (comunicado de imprensa)
// Artigo científico (arXiv.org)

 


Quer saber mais?

Universo:
A expansão acelerada do Universo (Wikipedia)
Universo (Wikipedia)
Lei de Hubble (Wikipedia)
Determinando a constante de Hubble (Wikipedia)
Idade do Universo (Wikipedia)
Estrutura a grande-escala do Universo (Wikipedia)
Big Bang (Wikipedia)
Cronologia do Big Bang (Wikipedia)
Modelo Lambda-CDM (Wikipedia)
Indicadores de distâncias cósmicas (Wikipedia)
"Escada" de distâncias cósmicas (Wikipedia)

Cefeidas:
Wikipedia
SEDS

Ponta do Ramo das Gigantes Vermelhas:
Wikipedia

Estrelas de carbono:
Wikipedia

JWST (Telescópio Espacial James Webb):
NASA
STScI
STScI (website para o público)
ESA
ESA/Webb
Wikipedia
Facebook
X/Twitter
Instagram
Blog do JWST (NASA)
Ciclo 3 GO do Webb (STScI)
Ciclo 3 GTO do Webb (STScI)
Ciclo 3 DDT do Webb (STScI)
NIRISS (NASA)
NIRCam (NASA)
MIRI (NASA)
NIRSpec (NASA)

 
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Também em destaque
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exemplo   Rover Perseverance vai começar longa subida da orla de uma cratera marciana (via NASA)
O Perseverance da NASA começará em breve uma subida de um mês até a orla oeste da Cratera Jezero, que provavelmente incluirá alguns dos terrenos mais íngremes e desafiadores que o rover encontrou até agora. Com início na semana de 19 de agosto, a escalada marcará o início da nova campanha científica da missão - a quinta desde que o rover pousou na cratera no dia 18 de fevereiro de 2021. Ler fonte
     
  Evidências de hidratação no asteroide Psique (via SwRI)
Utilizando dados do Telescópio Espacial James Webb da NASA, uma equipa liderada pelo SwRI (Southwest Research Institute) confirmou a presença de moléculas de hidroxilo na superfície do asteroide metálico Psique. A presença de minerais hidratados sugere uma história complexa para Psique, um contexto importante para a nave espacial da NASA a caminho deste interessante asteroide que orbita o Sol entre Marte e Júpiter. Ler fonte
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Álbum de fotografias
Jato Gigante visto da Estação Espacial Internacional

exemplo
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: NASATripulação da Expedition 71JSCESRSMatthew Dominick; processamento - Simeon Schmauß
 
O que é aquilo no horizonte? No início do mês passado, ao dar a volta à Terra na Estação Espacial Internacional, o astronauta Matthew Dominick viu um tipo invulgar de relâmpago logo acima da orla da Terra: um jato gigantesco. O poderoso jato aparece à esquerda da imagem em destaque a vermelho e azul. Os relâmpagos de jato gigante só são conhecidos há 23 anos. Os jatos atmosféricos estão associados a trovoadas e estendem-se para cima, em direção à ionosfera da Terra. A parte inferior da imagem mostra a Terra à noite, com a fina atmosfera da Terra tingida de verde devido ao brilho do ar. São visíveis as luzes das cidades, por vezes resolvidas, mas normalmente criando brilhos brancos difusos nas nuvens intervenientes. A parte superior da imagem revela estrelas distantes no escuro céu noturno. A natureza dos jatos gigantes e a sua possível associação com outros tipos de TLEs (Transient Luminous Events), como os jatos azuis e os "sprites" vermelhos, continua a ser um tópico ativo de investigação.
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