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Edição n.º 1016
03/12 a 05/12/2013
 
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ACTIVIDADES

27.12.13 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
20:30 – 23:00 - Apresentação sobre tema de astronomia, seguida de observação astronómica nocturna com telescópio.
Público: Público em geral, local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/ estudantes/ reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 922
Palestra sobre um tema de astronomia seguida de observação do céu noturno com telescópio (dependente de meteorologia favorável)

28.12.13 - DESCOBRINDO O SOL 15:30 – 16:30 (actividade incluída na visita ao centro; 1€ para participantes que não visitem o Centro – crianças até 12 anos grátis)
Observação do Sol em segurança para conhecer um pouco melhor alguns aspectos da nossa estrela. Público: Público em geral, local: CCVAlg

 
EFEMÉRIDES

Dia 03/12: 337.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1904, Charles Dillon Perrine descobre a lua joviana Himalia.
Em 1958, o JPL era transferido do controlo do exército americano para o controlo da NASA.
Em 1971, a sonda soviética Mars 3 torna-se na primeira a aterrar com sucesso em Marte
Em 1973, a Pioneer 10 enviava para a Terra as primeiras imagens de Júpiter.

Em 1974, voo rasante da sonda Pioneer 11 por Júpiter
Em 1999, a NASA perdia o contacto com a Mars Polar Lander, minutos antes da entrada na atmosfera de Marte.
Observações: Lua Nova, pelas 00:22.
O Triângulo de Verão está ainda alto após o lusco-fusco durante Dezembro. Aviste Vega, a sua estrela mais brilhante, a Oeste-Noroeste. A estrela mais brilhante para cima de Vega é Deneb. Mais distante, e para a esquerda de Vega, está Altair.

Dia 04/12: 338.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1965, lançamento da missão Gemini 7.

Frank Borman e James A. Lovell Jr.completam um voo de 14 dias, ao todo 220 órbitas. A missão tinha dois objectivos: estudar os efeitos a longo-prazo do voo espacial e fazer o "rendezvous" com a Gemini 6
Em 1978, a sonda americana Pioneer/Venus torna-se na primeira a orbitar Vénus.
Em 1996, é lançada a Mars Pathfinder.
Em 1998, é lançado o módulo Unity, o segundo módulo da Estação Espacial Internacional.
Observações: Procure a Lua Crescente, finíssima, para a direita e para baixo de Vénus, depois do por-do-Sol.

Dia 05/12: 339.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1990, a primeira fotografia (galáxia NGC 1232 em Erídano) tirada com o telescópio Keck é publicada no Los Angeles Times.

Em 2001, é lançada a missão Expedition 4, rumo à ISS.
Observações: A Lua, ainda muito fina, encontra-se ao anoitecer para a direita do planeta Vénus (ambos a Sudoeste).

 
CURIOSIDADES


Vénus (Grécia: Afrodite; Babilónia: Ishtar) é a deusa do amor e da beleza. O planeta é assim chamado por ser o planeta com o maior brilho conhecido pelas antigas culturas.

 
COMETA ISON ENFRAQUECE APÓS "RESSURREIÇÃO"

Se há uma coisa que sabemos sobre os cometas, é que o seu comportamento é muito difícil de prever. Os cometas conseguem sempre surpreender-nos, às vezes para nossa desilusão.

Parece que o Cometa ISON, ou a maior parte dele, não vai sobreviver o seu encontro com o Sol, depois de passar a aproximadamente 1,2 milhões de quilómetros da sua superfície ardente. Esta distância pode parecer imensa, mas é perto o suficiente para submeter o cometa a temperaturas que rondam os 2700 graus Celsius. Pode parecer improvável que sobreviva a uma passagem tão próxima com o Sol, mas outros cometas rasantes já o conseguiram no passado, até mesmo com periélios mais íntimos. Por isso, algumas pessoas tinham esperanças que o ISON desafiasse a morte e emergisse intacto.

Mesmo assim, o ISON não nos deixa sem um mistério final. Pouco depois de alcançar o seu ponto mais próximo do Sol, não apareciam sinais de "vida". Os media e as redes sociais lamentavam a perda e assumiam que tinha sido destruído.

Mas pouco tempo depois surgiram novas imagens que apontavam para algo que aparecia no outro lado do Sol. Seria o Cometa ISON, mas mais pequeno, ou apenas uma versão fantasmagórica do que tinha sido? Nem mesmo os especialistas cometários têm ainda a certeza.

A imagem mostra que o que quer que apareceu depois do periélio tinha material suficiente para produzir uma cauda, que começou a desvanecer com a maior distância ao Sol.

O Cometa C/2012 S1 (ISON) em imagens da sonda STEREO (Ahead) da NASA.
Crédito: NRL/NASA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

A fim de poderem saber mais, os cientistas precisam de mais dados - que ainda não têm. Só quando o objecto se afastar mais do Sol é que os equipamentos podem recolhê-los e obter respostas definitivas. O que pode ser dito com certeza é que, seja qual for o tamanho do núcleo remanescente (se é que ainda existe), será muito mais pequeno do que era há algumas semanas atrás, quando era visível com binóculos a partir da Terra.

O Cometa ISON foi apelidado de Cometa do Século. Quando foi detectado pela primeira vez em Setembro de 2012, alguns cientistas acreditavam que tinha potencial para brilhar mais do que a Lua. Não alcançou esse nível, mas certamente deu um bom espectáculo na sua viagem a partir da nuvem de Oort, uma região de corpos gelados situada a quase um ano-luz do Sol. O ISON orbitou na nuvem de Oort durante 4,6 mil milhões de anos.

Nas últimas semanas, o ISON libertou vários níveis de poeira e gelo do seu núcleo. À medida que se aproximava do Sol, a produção de poeira parecia, por vezes, desligar-se por completo. Isto levou alguns cientistas a suspeitar que teria uma morte antecipada, extinguindo o seu potencial. Mas então o ISON surpreendeu-nos "ligando as luzes" novamente - as últimas aparições antes do periélio sugeriam que ainda não tinha ficado sem combustível.

Os cometas brilhantes da nuvem de Oort que passam pela Terra são extremamente raros. Os astrónomos estudam estes objectos gelados para aprender mais sobre o Sistema Solar exterior. O ISON contém segredos com 4,6 mil milhões de anos, incluindo informações sobre os primeiros gases e poeiras do nosso Sistema Solar. Mas apesar do que aconteceu com o Cometa ISON, os cientistas obtiveram novos dados sobre o cometa durante a sua viagem em direcção ao Sol. Isto vai ajudá-los a compreender, e quem sabe a melhor prever, o comportamento dos futuros visitantes cometários.

A raridade deste evento explica a incerteza dos cientistas no que toca à previsão do comportamento do Cometa ISON, simplesmente não têm muito para comparar. A passagem tão perto do Sol não é certamente um ritual fácil para os cometas: os extremos de gravidade e calor a que são sujeitos rasgam os seus núcleos e podem vaporizá-los numa fracção de segundo.

Foi-nos provavelmente negada a oportunidade de observar um lindo cometa a rasgar os nossos céus nocturnos em Dezembro, mas nem tudo são más notícias. A curta vida do ISON permitiu-nos aprender mais sobre o comportamento destas antigas e sujas "bolas de neve". E enquanto os cientistas se debruçam sobre os novos dados e tentam determinar o destino final do que resta do ISON, todos nós podemos aguardar com antecipação o próximo cometa que passar perto do Sol. Até lá, podem passar anos, mas uma coisa não falha - os cometas levam-nos sempre numa viagem emocionante.

Links:

Notícias relacionadas:
NASA
ESA
Universe Today
Sky & Telescope
SPACE.com
Discover
PHYSORG
National Geographic
AstroPT

Cometa ISON:
Wikipedia
NASA
Centro de Planetas Menores da UAI
Gary W. Kronk's Cometography
Stereo Science Center

Cometas:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
NASA

 
LANÇAMENTO DO PRIMEIRO ROVER LUNAR CHINÊS

A primeira missão da China para tentar aterrar um rover na Lua começou a sua jornada para a fronteira lunar.

Montados no topo de um foguetão "Long March 3B" modificado, o "lander" lunar chinês Chang'e 3 e o seu rover Yutu descolaram às 17:30 (hora portuguesa) de Domingo a partir do Centro Espacial de Xichang, na província de Sichuan deste país.

Se continuar no caminho certo, o Chang'e 3 vai pousar na superfície lunar em meados deste mês, tornando-se no primeiro a fazê-lo em mais de 37 anos. A última aterragem na Lua foi levada a cabo pela soviética Luna 24 em 1976, uma missão robótica de recolha e envio de amostras.

Pouco depois da separação entre o Chang'e 3 e o seu foguetão, os oficiais de lançamento declararam o lançamento um sucesso.

Lançamento do primeiro rover lunar chinês, no passado dia 1 de Dezembro (hora portuguesa), a partir do Centro Espacial Xichang, na China.
Crédito: CCTV
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"A nave Chang'e 3 está a caminho da Lua e é um símbolo da bravura nacional da China," afirma Zhang Zhenzhoung, director do Centro Espacial Xichang da China, a partir de uma tradução da transmissão do canal de notícias estatal CCTV. "Vamos trabalhar juntos... para fazer mais esforços na exploração do espaço e realizar o sonho chinês."

O Chang'e 3 tem aterragem prevista para dia 14 ou 15 de Dezembro, e começará a realizar pesquisas científicas na Lua. É a primeira missão chinesa a aterrar na superfície de um corpo extraterrestre e assinala a mudança para a segunda etapa do programa de exploração lunar da China. Este programa consiste de três etapas principais: órbita lunar, aterragem lunar e envio de amostras lunares para a Terra até 2020.

As primeiras duas missões lunares não tripuladas da China, os satélites Chang'e 1 e Chang'e 2, foram lançados em 2007 e 2010, respectivamente. O Chang'e 3 é parte "lander", parte "rover", e transporta instrumentos científicos.

O "lander" tem aterragem prevista para a região Sinus Iridum da Lua, também conhecida como a Baía dos Arco-Íris. Uma vez na superfície lunar, irá libertar o rover Yutu - um robô de seis rodas que pesa quase 140 kg.

Yutu, que significa "Coelho de Jade", é o coelho de estimação da deusa da Lua Chang'e. O nome foi escolhido pelo público através de sites da Internet. Participantes de todo o mundo votaram quase 3,5 milhões de vezes, e o nome Yutu recebeu a maioria dos votos ao longo de um período de 10 dias.

Impressão de artista do rover lunar chinês, o Yutu.
Crédito: Agência Espacial Chinesa
(clique na imagem para ver versão maior)
 

O Yutu vai patrulhar a Lua pelo menos durante três meses sob controlo de cientistas na Terra. Na parte de baixo do Yutu encontra-se um radar que irá estudar a estrutura e camadas da Lua até algumas centenas de metros de profundidade, à medida que atravessa o terreno lunar.

Levar o Chang'e 3 e o rover até à Lua é um negócio arriscado. A fase de descida da nave espacial e o processo de aterragem lunar não demorará muito tempo, aproximadamente 700 segundos.

O "lander" está equipado com sensores de alta precisão e de resposta rápida para analisar o seu movimento e arredores. Um motor de puxo variável será utilizado para travar a descida da nave durante a aterragem. O pouso depende do uso bem-sucedido de dispositivos que controlam a distância da nave até à Lua e a sua velocidade de descida, bem como sensores de reconhecimento de terreno e de desvio de obstáculos.

O Chang'e 3 está equipado com uma câmara ultravioleta que, de acordo com os cientistas espaciais chineses, pode monitorizar a Terra e estudar a formação da plasmasfera do planeta, ou magnetosfera interior, e a sua mudança de densidade. O "lander" também transporta um telescópio óptico para estudos astronómicos.

Impressão de artista do "lander" Chang'e 3 e do rover Yutu.
Crédito: Instituto de Engenharia de Sistemas de Naves Espaciais de Pequim
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Numa entrevista no site CCTV.com, Ouyang Ziyuan, consultor sénior do projecto lunar chinês, afirma que o "lander" vai pairar acima da Lua a cerca de 100 metros. "De seguida, usando câmaras espaciais, vai procurar um local plano para aterrar. Então, quando estiver a cerca de 4 metros do chão, o seu motor vai parar," realça Ouyang. "As quatro pernas do lander são à prova de choque e garantirão um pouso suave." O Chang'e 3 estendeu as suas pernas de aterragem pouco tempo depois da separação do foguetão "Long March 3B".

O Chang'e 3 começará a trabalhar imediatamente após a aterragem na Lua, observando o espaço através de um telescópio óptico, realça Ouyang.

Um duro teste que a missão terá que passar é suportar as condições extremas de frio na Lua. Para isso, tanto o "lander" como o "rover" entrarão em modo de suspensão durante a noite lunar. Através da utilização de unidades de aquecimento de radioisótopos e especialmente fluídos especialmente concebidos, os engenheiros espaciais chineses esperam que o hardware sobreviva o mergulho de temperatura.

O lançamento do Chang'e 3 marca o 25.º lançamento do foguetão "Long March 3B" - actualmente o veículo de lançamento mais poderoso da frota "Long March" da China - e ocorreu durante uma pequena janela de lançamento de apenas quatro minutos.

Logo após a descolagem, a estação terrestre da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, começou a receber sinais da missão e a enviar comandos em nome do centro de controlo chinês do Chang'e 3. Este esforço está sendo executado a partir do Centro de Controlo Estrack no Centro Europeu de Operações Espaciais da ESA em Darmstadt, Alemanha.

Vista espectacular dos disparos dos motores do Chang'e 3 após a separação do estágio superior com a Terra como pano de fundo.
Crédito: CCTV
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Detectámos os sinais do Chang'e 3 a partir da nossa estação em Kourou às 18:34 (UT), um pouco mais cedo que o planeado," afirma Gerhard Billig da ESA, engenheiro de sistemas da ESOC. "Vamos ter novamente passagens de comunicações a partir de dia 4, e diariamente até à chegada à Lua, prevista para 6 de Dezembro."

O rastreamento da ESA funcionará diariamente durante a viagem de cinco dias do Chang'e 3 até à Lua. As estações da ESA vão ajudar durante a descida e após a aterragem, localizando o percurso da nave o seu local de aterragem.

"Não tivemos problemas em receber os sinais, pois estamos seguindo normas técnicas acordadas internacionalmente," realça Billig. "Isto faz realmente toda a diferença para o suporte cooperativo que oferecemos, não só para a agência espacial chinesa, mas também para os nossos parceiros japoneses, russos e norte-americanos."

As operações de aterragem e do rover na Lua serão comandadas via duas estações chinesas de rastreamento em Kashi, no extremo Oeste da China, e em Jiamui, no Nordeste.

Links:

Notícias relacionadas:
Vídeo do lançamento (via YouTube)
Universe Today
SPACE.com
redOrbit
PHYSORG
Space Daily
Spaceflight Now
Discovery News
CCTV.com
Reuters
UPI
BBC News
CNN
AstroPT
Em Órbita

Chang'e 3:
SPACEFLIGHT101
Wikipedia

Lua:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Cometa Lovejoy "perto" de M63
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Damian Peach
 
Esta imagem do Cometa Lovejoy foi capturada a semana passada, quando este passava em frente da galáxia espiral M63. Descoberto há apenas três meses e actualmente perto do seu brilho máximo, o Cometa Lovejoy pode ser visto com binóculos antes do amanhecer, na direcção da constelação de Boieiro e em locais do Hemisfério Norte com acesso a um céu muito escuro. Um rival inesperado do Cometa ISON, o C/2013 R1 (Lovejoy) mostra actualmente uma grande cabeleira esverdeada e uma linda cauda de iões. O Cometa Lovejoy viaja agora na direcção do Sistema Solar exterior mas deverá permanecer um objecto visível através de binóculos durante mais algumas semanas. Por outro lado, a galáxia espiral M63, muito mais distante, deverá continuar estacionária no céu e manter o seu brilho relativo durante pelo menos os próximos milhões de anos.
 

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