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Edição n.º 970
21/06 a 24/06/2013
 
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28/06/13 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
21:00 - 23:00
Preço: 1€ (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: info@ccvalg.pt ou 289 890 920/22
Palestra sobre um tema de astronomia seguida de observação do céu nocturno com telescópio (dependente da meteorologia favorável)

29/06/13 - DESCOBRINDO O SOL
16:00 - 17:00 (actividade incluída na visita ao Centro; 1€ para participantes que não visitem o Centro - crianças até 12 anos grátis)
Nesta actividade os participantes poderão observar os fenómenos visíveis na "superfície" do Sol e participar em experiências que ajudam a conhecer melhor o astro-rei.

 
EFEMÉRIDES

Dia 21/06: 172.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2003, quase 20 anos depois da sua viagem ao espaço, Sally Ride entra no Corredor da Fama dos Astronautas, tornando-se na primeira mulher a ser honrada por esta instituição. 

Em 2004, o SpaceShipOne torna-se no primeiro avião espacial privado a voar no espaço.
Em 2006, as recém-descobertas luas de Plutão são oficialmente denominadas Nix e Hydra.
Observações: Solstício de Verão, pelas 06:04.
Antares brilha esta noite para baixo da Lua.

Dia 22/06: 173.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1633, a Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, força Galileu a retirar a sua visão que o Sol, não a Terra, era o centro do Universo.

Em 1675 era fundado o Observatório Real de Greenwich
Em 1978 James Christy, do Observatório Naval dos Estados Unidos em Flagstaff, Arizona, descobre o satélite de Plutão, Caronte, acerca do qual quase nada se sabia mais de uma década depois. Plutão foi também descoberto em Flagstaff (no Observatório Lowell) em 1930.
Observações: Agora que já é Verão, o Triângulo de Verão está na sua plena glória após o pôr-do-Sol. A sua estrela mais brilhante é Vega, alta a Este. A estrela mais brilhante para baixo e para a esquerda de Deneb é Vega. Para baixo e para a direita de Vega está Altair. O Triângulo de Verão é grande, tem 35º de comprimento.

Dia 23/06: 174.º dia do calendário gregoriano.
Observações: A maior Lua Cheia de 2013 (alcança esta fase às 12:32) nasce ao pôr-do-Sol e brilha toda a noite. Por coincidir com o perigeu desta órbita, a menor distância à Terra, a Lua Cheia de hoje tem o nome de "super Lua". No entanto, é apenas ligeiramente maior que uma Lua Cheia normal, mais 7% em diâmetro.

Dia 24/06: 175.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1881, Sir William Huggins faz o seu primeiro espectro fotográfico de um cometa (1881 III) e descobre a emissão do cianogénio (CN) em comprimentos de onda do ultra-violeta, o que causa histeria em massa quando a Terra passa pela cauda do cometa Halley 29 anos mais tarde. 
Em 1915, nascia Fred Hoyle, astrónomo britânico.

É principalmente famoso pela sua contribuição para a teoria da nucleosíntese estelar e pela sua posição bastante controversa acerca de outros assuntos cosmológicos e científicos - particularmente pela sua rejeição da teoria do Big Bang, um termo originalmente da sua autoria. 
Em 1938, um meteorito de 450 toneladas (aquando da entrada na atmosfera) atinge a Terra perto de Chicora, Pennsylvania, EUA.
Em 1985, o vaivém Discovery completa a sua missão STS-51-G, mais conhecida por ter a bordo o Sultão bin Salman Al Saud, o primeiro árabe e o primeiro muçulmano no espaço.
Observações: Aproveite a noite para observar telescopicamente Saturno, localizado para cima do ponto intermédio entre Espiga de Virgem e Zubenelgenubi de Balança.

 
CURIOSIDADES


A NASA produziu um espectacular panorama a partir de imagens obtidas pelo rover Curiosity em Marte, um panorama que contém 1,3 mil milhões de pixeis.

 
OS VELOZES VENTOS DE VÉNUS ESTÃO FICANDO MAIS RÁPIDOS

O registo mais detalhado do movimento de nuvens na atmosfera de Vénus narrado pela sonda Venus Express da ESA revelou que os ventos do planeta têm ficado cada vez mais rápidos ao longo dos últimos seis anos.

Vénus é bem conhecido pela curiosa super-rotação da sua atmosfera, que chicoteia em torno do planeta a cada quatro dias terrestres. Isto contrasta com a rotação do próprio planeta - a duração do dia venusiano - que demora uns laboriosos 243 dias terrestres.

Ao seguir os movimentos de características distintas no topo das nuvens, cerca de 70 km por cima da superfície do planeta e ao longo de um período de 10 anos venusianos (6 anos terrestres), os cientistas foram capazes de monitorizar padrões a longo termo nas velocidades globais dos ventos.

Seguindo nuvens em Vénus.
Crédito: Figura 3 de Khatuntsev et al., câmara da Venus Express, Icarus (2013); doi: 10.1016/j.icarus.2013.05.018
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Quando a Venus Express chegou ao planeta em 2006, a velocidade média dos ventos no topo das nuvens a latitudes de 50º dos dois lados do equador rondava os 300 km/h. Os resultados de dois estudos separados revelaram que estes ventos já extremamente rápidos estão a tornar-se ainda mais velozes, subindo para 400 km/h ao longo da missão.

"Este é um enorme aumento nas velocidades já elevadas dos ventos na atmosfera. Esta grande variação nunca foi antes observada em Vénus, e não compreendemos ainda porque é que ocorreu," afirma Igor Khatuntsev do Instituto de Pesquisas Espaciais em Moscovo e autor principal do artigo russo a ser publicado na revista Icarus.

A equipa do Dr. Khatuntsev determinou as velocidades dos ventos ao medir como as características das nuvens se moviam entre imagens: mais de 45.000 características foram minuciosamente seguidas à mão e mais de 350.000 outras características foram seguidas automaticamente usando um programa de computador.

Num estudo complementar, uma equipa japonesa usou o seu próprio método automatizado de monitorização de nuvens para derivar os seus movimentos: os seus resultados serão publicados na revista Journal of Geophysical Research.

No entanto, a acrescentar a este aumento a longo prazo na velocidade média do vento, ambos os estudos também revelaram variações regulares ligadas com a hora local do dia, com a altitude do Sol por cima do horizonte e com o período de rotação de Vénus.

O aumento na velocidade dos ventos em Vénus.
Crédito: dados: Khatuntsev et al; imagem de fundo: ESA
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Uma oscilação normal ocorre aproximadamente a cada 4,8 dias perto do equador e pensa-se que esteja ligada com ondas atmosféricas a altitudes mais baixas.

Mas a pesquisa também revelou algumas curiosidades mais difíceis de explicar.

"A nossa análise dos movimentos das nuvens a baixas altitudes no hemisfério sul mostrou que durante os seis anos de estudo, a velocidade dos ventos mudou até 70 km/h ao longo de uma escala de tempo de 255 dias terrestres - um pouco mais de um ano em Vénus," afirma Toru Kouyama do Instituto de Pesquisas Tecnológicas em Ibaraki, Japão.

As duas equipas também viram variações dramáticas na velocidade média do vento entre órbitas consecutivas da Venus Express em redor do planeta.

Nalguns casos, as velocidades dos ventos a baixas altitudes variaram de tal forma que as nuvens completaram uma viagem em torno do planeta em 3,9 dias, enquanto noutras ocasiões levaram 5,3 dias.

Os cientistas actualmente não têm explicação para qualquer destas variações, ou para o aumento global a longo prazo nas velocidades dos ventos.

"Embora não haja evidências claras de que as velocidades médias globais dos ventos têm aumentado, são necessárias mais investigações a fim de explicar o que impulsiona os padrões de circulação atmosféricas e para explicar as mudanças observadas em áreas localizadas e em prazos mais curtos," afirma Håkan Svedhem, cientista do projecto Venus Express da ESA.

"A super-rotação atmosférica de Vénus é um dos grandes mistérios por explicar do Sistema Solar. Estes resultados só acrescentam mais mistério, à medida que a Venus Express continua a surpreender-nos com as suas observações deste planeta dinâmico e em mudança."

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
Artigo científico russo (requer subscrição)
Artigo científico japonês (requer subscrição)
Universe Today
Astronomy
redOrbit
Sky & Telescope
SPACE.com
Space Daily
Discovery News

Venus Express:
ESA 
NASA
Wikipedia

Vénus:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg 
Wikipedia

 
SURPRESA POEIRENTA EM TORNO DE BURACO NEGRO GIGANTE

O interferómetro do VLT (Very Large Telescope) do ESO obteve as observações mais detalhadas de sempre da poeira situada em torno do enorme buraco negro que se encontra no centro de uma galáxia activa. Em vez de encontrar toda a poeira brilhante num toro em forma de donut circundando o buraco negro, os astrónomos descobriram que muita desta poeira se encontra acima e abaixo do toro. Estas observações mostram que a poeira está a ser empurrada para longe do buraco negro sob a forma de vento frio - uma descoberta surpreendente que desafia as actuais teorias e nos diz como é que um buraco negro de elevada massa evolui e interage com o meio que o circunda.

Nos últimos vinte anos, os astrónomos descobriram que quase todas as galáxias têm um enorme buraco negro no seu centro. Alguns destes buracos negros estão em fase de crescimento sugando matéria do meio circundante e dando origem neste processo aos objectos mais energéticos do Universo: os núcleos activos de galáxias (NAGs). As regiões centrais destas brilhantes centrais de energia encontram-se rodeadas por donuts de poeira cósmica arrancada ao espaço circundante, um pouco como a água dá origem a um redemoinho em torno do ralo de um lava-loiças. Pensa-se que a maior parte da intensa radiação infravermelha emitida pelos NAGs tem origem nestes donuts.

No entanto, novas observações de uma galáxia activa próxima chamada NGC 3783, obtidas por uma equipa internacional de astrónomos, com o auxílio do Interferómetro do VLT (VLTI) no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, surpreenderam a equipa. Embora a poeira quente - com uma temperatura de cerca de 700 a 1000 graus Celsius - apresente, de facto, a forma de um toro como o esperado, encontraram-se igualmente enormes quantidades de poeira mais fria acima e abaixo do toro principal.

Esta impressão de artista mostra os arredores do buraco negro de elevada massa que se encontra no coração da galáxia activa NGC 3783, situada na constelação austral do Centauro.
Crédito: ESO/M. Kornmesser
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Como explica Sebastian Hönig (Universidade da Califórnia em Santa Barbara, EUA e Christian-Albrechts e Christian-Albrechts-Universität zu Kiel, Alemanha), autor principal do artigo que descreve estes resultados: "esta é a primeira vez que conseguimos combinar observações detalhadas no infravermelho médio da poeira fria, isto é, à temperatura ambiente, em torno de um NAG com observações igualmente detalhadas da poeira muito quente. Estas observações representam igualmente a maior colecção de dados de um NAG obtidos no infravermelho pelo método de interferometria, publicados até à data."

A poeira recém-descoberta forma um vento frio que sopra para longe do buraco negro. Este vento deve desempenhar um papel importante na relação complexa entre o buraco negro e o meio circundante. O buraco negro sacia o seu apetite devorador com material circundante, mas a intensa radiação que produz nesse processo parece estar ao mesmo tempo a afastar o material. Não é ainda claro como é que estes dois processos interagem, permitindo ao buraco negro crescer e evoluir no coração das galáxias, mas a presença de um vento de poeira acrescenta uma nova peça a este cenário.

De modo a investigar as regiões centrais da NGC 3783, os astrónomos necessitaram de combinar o poder dos telescópios principais do VLT. A utilização destes telescópios em uníssono forma um interferómetro que consegue obter uma resolução equivalente à de um telescópio de 130 metros de diâmetro.

Outro membro da equipa, Gerd Weigelt (Max-Planck-Institut für Radioastronomie, Bona, Alemanha), explica: "ao combinarmos a excelente sensibilidade dos espelhos grandes do VLT pelo método da interferometria, conseguimos recolher radiação suficiente para observar objectos ténues, o que nos permite estudar uma região tão pequena quanto a distância do Sol à estrela mais próxima, e isto numa galáxia a dezenas de milhões de anos-luz de distância. Nenhum outro sistema óptico ou infravermelho actualmente em existência seria capaz deste feito."

Estas novas observações podem levar a alterações na compreensão dos NAGs. Temos agora uma evidência directa de que a poeira está a ser empurrada pela radiação intensa. Os modelos que prevêem como é que a poeira se distribui e como é que os buracos negros crescem e evoluem têm que, a partir de agora, levar em linha de conta este efeito recém-descoberto.

Hönig conclui: "tenho uma grande expectativa relativamente ao MATISSE, que permitirá combinar os quatro telescópios principais do VLT ao mesmo tempo e observar simultaneamente no infravermelho próximo e médio, o que nos dará dados muito mais detalhados." O MATISSE, um instrumento de segunda geração para o VLTI, está actualmente a ser construído.

Links:

Notícias relacionadas:
ESO (comunicado de imprensa)
Artigo científico (formato PDF)
Universe Today
SPACE.com
redOrbit
PHYSORG

NGC 3783:
Wikipedia
SEDS

Buracos negros supermassivos:
Wikipedia

ESO:
Página oficial
Wikipedia

VLT:
Página oficial
Wikipedia

 
ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Auto-retrato ao Pôr-do-Sol no Solstício
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Danilo Pivato
 
Às 06:04 de hoje ocorreu o solstício, o Sol alcançando a sua declinação mais a norte da sua viagem anual pelo céu do planeta Terra. O solstício de Junho marca o começo astronómico do Verão no Hemisfério Norte e do Inverno no Sul. Também traz com ele o dia mais longo a Norte, o maior período entre o nascer-do-Sol e o pôr-do-Sol. Esta composição segue o percurso do Sol até ao fim de Junho de 2012 entre nascer e pôr-do-Sol, à medida que se aproxima do horizonte Oeste. A cena aponta para Norte e Oeste ao longo da costa do Mar Tirreno a partir de Santa Severa, Itália. Aparecendo na sequência, a pequena figura do próprio fotógrafo é iluminada contra a parede do castelo medieval da cidade.
 

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