OBSERVATÓRIO DE RAIOS-X CHANDRA CELEBRA 15.º ANIVERSÁRIO
25 de Julho de 2014
Há quinze anos atrás, o Observatório de raios-X Chandra da NASA era lançado para o espaço a bordo do vaivém espacial Columbia. Desde 23 de Julho de 1999 que o Chandra tem ajudado a revolucionar a nossa compreensão do Universo graças à sua incomparável visão de raios-X.
O Chandra, um dos actuais "Grandes Observatórios" da NASA, juntamente com o Telescópio Espacial Hubble e o Telescópio Espacial Spitzer, foi especialmente desenhado para detectar emissão de raios-X de regiões quentes e energéticas do Universo.
Com a sua soberba sensibilidade e resolução, o Chandra observou objectos que vão desde os planetas e cometas mais próximos até aos quasares mais distantes conhecidos. Fotografou restos de estrelas que explodiram, ou remanescentes de supernova, observou a região em torno do buraco negro supermassivo no centro da nossa Via Láctea e descobriu buracos negros por todo o Universo. O Chandra também fez um grande avanço no estudo da matéria escura ao examinar a separação da matéria normal em colisões de enxames galácticos. Também está a contribuir para a investigação sobre a natureza da energia escura.
Para comemorar o 15.º aniversário do Chandra, foram anunciadas quatro novas imagens de remanescentes de supernova - a Nebulosa do Caranguejo, Tycho, G292.0+1.8 e 3C58. Estes remanescentes de supernova são muito quentes e energéticos e brilham em raios-X, o que permite com que o Chandra os capture em grande detalhe.
"O Chandra mudou o modo como fazemos astronomia. Mostrou que a precisão na observação de raios-X a partir de fontes cósmicas é fundamental para entender o que está a acontecer," afirma Paul Hertz, director de Divisão de Astrofísica da NASA em Washington, EUA. "Felizmente tivemos 15 anos - até agora - para usar o Chandra e avançar a nossa compreensão das estrelas, galáxias, buracos negros, energia escura e a origem dos elementos necessários para a vida."
O Chandra orbita muito acima da atmosfera da Terra, que absorve raios-X, a uma altitude até 139.0000 km, o que permite observações longas sem interferências da sombra da Terra. Quando foi para o espaço em 1999, era o maior satélite já lançado pelo vaivém espacial.
"Estamos muito contentes com a forma como o Chandra continua a desempenhar as suas funções," afirma Belinda Wilkes, directora do CXC (Chandra X-ray Centre) em Cambridge, Massachusetts, EUA. "As equipas de ciência e de operações trabalham arduamente para garantir que o Chandra fornece os seus resultados surpreendentes, tal como tem acontecido durante a última década e meia. Estamos ansiosos por fazer mais ciência inovadora durante a próxima década e mais além."
Originalmente chamado AXAF (Advanced X-ray Astrophysics Facility), o telescópio foi proposto pela primeira vez à NASA em 1976. Antes do seu lançamento a bordo do vaivém espacial, o observatório mudou de nome em honra ao falecido Subrahmanyan Chandrasekhar, indiano-americano e laureado com o prémio Nobel. Conhecido no mundo como Chandra (que em sânscrito significa "lua" ou "luminoso"), foi amplamente considerado como um dos astrofísicos mais importantes do século XX.
"O Chandra continua a ser uma das missões mais bem-sucedidas já lançadas pela NASA, medindo em qualquer métrica - custo, planeamento, sucesso técnico e, acima de tudo, descobertas científicas," afirma Martin Weisskopf, cientista do projecto Chandra, do Centro de Voo Espacial Marshall da NASA em Hunstville, no estado americano do Alabama. "Tem sido um privilégio trabalhar no desenvolvimento e manutenção desta potência científica, e aguardamos com ansiedade os anos vindouros."
Para celebrar o 15.º aniversário do Chandra, foram anunciadas quatro novas imagens recentemente processadas de remanescentes de supernova.
Crédito: NASA/CXC/SAO
(clique na imagem para ver versão maior)