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Edição n.º 1182
07/07 a 09/07/2015
 
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10/07/15 - OBSERVAÇÃO NOTURNA
20:30 – 22:30 - Observação noturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável)
Local: Hotel Vila Galé Albacora - Tavira

31/07/15 - APRESENTAÇÃO ÀS ESTRELAS
20:30 – 22:30 - Apresentação sobre tema de astronomia, seguida de observação astronómica noturna com telescópio (dependente de meteorologia favorável).
Público: Público em geral
Local: CCVAlg
Preço: 2€ - adultos, 1€ jovens/ estudantes/ reformados (crianças até 12 anos grátis)
Pré-inscrição: consultar este link
Telefone: 289 890 922
E-mail: info@ccvalg.pt

 
EFEMÉRIDES

Dia 07/07: 188.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1959, Vénus oculta a estrela Régulo. Este evento raro é usado para determinar o diâmetro de Vénus e a estrutura da atmosfera venusiana.
Em 1988, era lançada a sonda soviética Phobos 1

Infelizmente a sonda perdeu-se no caminho até Marte devido a uma má atualização do software a 29/30 de Agosto. Este erro impediu o alinhamento correto dos painéis solares com o Sol, o que esgotou a bateria.
Em 2003, lançamento do rover Opportunity da NASA, a bordo de um foguetão Delta II
Observações: Trânsito de Io, entre as 19:13 e as 21:35.
Trânsito da sombra de Io, entre as 20:00 e as 22:22.
A Ursa Maior, alta a noroeste depois do anoitecer, está a dar a volta para "apanhar água" durante estas noites de verão e até ao início de outono.

Dia 08/07: 189.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 2011, o vaivém espacial Atlantis é lançado na sua missão final.

Observações: Lua em Quarto Minguante, pelas 21:24.
Já explorou a Pequena Nuvem Estelar de Sagitário, entre M23 e M25? Aproveite estas noites sem Lua para apontar para lá o seu telescópio.

Dia 09/07: 190.º dia do calendário gregoriano.
História: Em 1911, nascia John Archibald Wheeler, físico teórico americano que popularizou o termo "buraco negro" e "buraco de minhoca".
Em 1979, a sonda Voyager 2 efetuava o seu "flyby" por Júpiter.

A descoberta de atividade vulcânica no satélite Io foi provavelmente a maior descoberta desta passagem.
Observações: Antes do amanhecer, pelas 4 da manhã, aponte o seu telescópio/binóculos para a Lua. O planeta Urano está a aproximadamente 1º para cima do nosso satélite natural. Urano tem um tom azulado.

 
CURIOSIDADES


Assumindo que, durante a passagem rasante por Plutão, a sonda New Horizons enche por completo a sua memória flash de 8 gigabytes, espera-se que a transmissão dos dados científicos continue até finais de 2016.

 
UM BURACO NEGRO SOB UMA LENTE GRAVITACIONAL
Impressão de artista de uma lente gravitacional.
Crédito: ESA/ATG medialab
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Os observatórios espaciais Integral, Fermi e Swift usaram o poder de ampliação de uma lente cósmica para explorar as regiões internas de um buraco negro supermassivo.

Os raios-gama são a radiação altamente energética emitida por alguns dos objetos mais extremos do Universo. Por exemplo, jatos de raios-gama que se deslocam quase à velocidade da luz são originários de áreas em redor dos buracos negros. Pensa-se que estes jatos são emitidos por material superaquecido que gira descontroladamente à medida que é devorado pelo buraco negro.

Os nossos telescópios nunca serão poderosos o suficiente para revelar estas regiões internas e os cientistas lutam para examinar exatamente o modo como estes jatos são expelidos para o Universo.

"Tendo em conta que não podemos ver claramente o que está a acontecer, nós não compreendemos totalmente este comportamento," afirma Andrii Neronov da Universidade de Genebra, Suíça, autor principal do artigo publicado ontem na edição online da revista Nature Physics.

"No entanto, o nosso método permitiu-nos 'resolver' esta região e obter uma ideia da zona do espaço diretamente em redor de um buraco negro supermassivo conhecido como PKS 1830-211."

Este buraco negro está localizado a muitos milhares de milhões de anos-luz de distância. Nem o satélite Integral da ESA nem o telescópio de raios-gama Fermi da NASA conseguem observar a região sem ajuda, mas uma feliz coincidência forneceu uma "mãozinha": uma microlente gravitacional.

Simulação de um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia distante, ampliado pelo efeito gravitacional de estrelas localizadas numa galáxia no plano da frente.
Crédito: A. Neronov, ISDC, Universidade de Genebra, Suíça
(clique na imagem para ver versão maior)
 

"Vistos da Terra, os buracos negros são pequenos. É porque estão muito, muito longe," afirma o Dr. Neronov. "Tentar observar PKS 1830-211 é como tentar observar uma formiga na Lua."

"Nenhum dos nossos telescópios consegue observar algo tão pequeno, por isso usámos um truque para resolver a formiga: uma enorme lente gravitacional."

Objetos cósmicos gigantescos, desde estrelas individuais a enxames de galáxias, dobram e focam a luz que flui em seu redor graças à gravidade, agindo como lupas gigantes.

O Dr. Neronov e colegas usaram uma galáxia situada entre o alvo e a Terra para fazer "zoom" do buraco negro e assim medir o tamanho da região que emite os jatos - a primeira vez que este método foi usado com raios-gama.

Os cientistas escolheram estruturas na mesma escala angular que a tal "formiga da Lua". A zona observada do céu cobre uma região com cerca de 100 vezes a distância Terra-Lua. Em termos astronómicos, é notavelmente pequena.

"As nossas observações demonstram que os raios-gama vêm das imediações do próprio buraco negro," comenta o Dr. Neronov. "Isto dá-nos uma ideia do que é e não é importante na produção dos jatos."

"É incrível sermos capazes de ver coisas tão pequenas a distâncias enormes. Estou muito animado por ter um 'buraco negro-escópio' para investigar as regiões internas dos jatos."

A observação da fonte de raios-gama com o Integral da ESA e o Fermi e Swift da NASA permitiu com que os astrónomos contruíssem uma imagem mais completa da radiação que flui para fora.

Os raios-gama mais energéticos, detetados pelo Fermi, parecem ser provenientes da pequena base do jato - a região com o tamanho de "uma formiga na Lua" - enquanto os menos energéticos, detetados pelo Integral, foram emitidos pela muito maior região circundante.

A equipa também estudou raios-X usando o Integral e o Swift. Descobriram que estes raios-X surgem de uma região em redor do buraco negro que se estende até mais ou menos 400 mil milhões de quilómetros.

"Este buraco negro é um dos mais poderosos objetos conhecidos do seu género. A caracterização da sua emissão dar-nos-á muito mais informações acerca da formação destes jatos," afirma Erik Kuulkers, cientista do projeto Integral da ESA.

"Felizmente, o buraco negro está situado na direção do centro da nossa Galáxia, por isso o Integral observa-o com frequência."

"Estas observações fornecem informações exclusivas sobre os processos de alta energia que ocorrem em torno de buracos negros supermassivos, pelo que nos permite 'espreitar' o interior de estruturas minúsculas que estão a enormes distâncias de nós."

Links:

Núcleo de Astronomia do CCVAlg:
21/04/2015 - ALMA revela campo magnético intenso próximo de buraco negro supermassivo
18/10/2013 - ALMA investiga mistério de jactos emitidos por buracos negros gigantes

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
Sociedade Max Planck (comunicado de imprensa)
nature physics

PKS 1830-211:
SIMBAD

Buraco negro supermassivo:
Wikipedia

Lentes gravitacionais:
Wikipedia

INTEGRAL:
ESA
Wikipedia

Telescópio Espacial Fermi:
NASA
Wikipedia

Telescópio Swift:
NASA
Wikipedia

 
CONTANDO ESTRELAS COM O GAIA
Mapa de densidade estelar da Via Láctea.
Crédito: ESA/Gaia; reconhecimento: Edmund Serpell
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Esta imagem, com base em dados do satélite Gaia da ESA, não é uma representação comum dos céus. Embora a imagem retrate o esboço da nossa Galáxia, a Via Láctea, e das suas vizinhas, as Nuvens de Magalhães, foi obtida de uma forma bastante invulgar.

À medida que o Gaia varre o céu para medir posições e velocidades de mil milhões de estrelas com uma precisão sem precedentes, para algumas estrelas também determina a sua velocidade através do sensor da câmara. Esta informação é usada em tempo real pelo sistema de controlo de atitude e órbita a fim de garantir que a orientação do satélite é mantida com a precisão desejada.

Estas estatísticas de velocidade são frequentemente enviadas para a Terra, juntamente com os dados científicos. Incluem o número total de estrelas, usadas no circuito de controlo de atitude, que são detetadas a cada segundo em cada um dos campos de visão do Gaia.

Foi este último conjunto de dados - basicamente uma indicação da densidade de estrelas pelo céu - o usado para produzir esta visualização invulgar da esfera celeste. As regiões mais brilhantes indicam concentrações mais altas de estrelas, enquanto as regiões mais escuras correspondem a áreas do céu onde são observadas menos estrelas.

O plano da Via Láctea, onde a maioria das estrelas da Galáxia residem é, evidentemente, a secção mais brilhante da imagem, estendendo-se na horizontal e especialmente brilhante no centro. As regiões mais escuras em toda esta vasta faixa de estrelas, conhecida como Plano Galáctico, correspondem a nuvens interestelares e densas de gás e poeira que absorvem luz estelar ao longo da linha de visão.

O Plano Galáctico é a projeção, sobre o céu, do disco Galáctico, uma estrutura achatada com um diâmetro de aproximadamente 100.000 anos-luz e uma altura vertical de apenas 1000 anos-luz.

Para lá do plano, apenas são visíveis alguns objetos, principalmente a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, duas galáxias anãs que orbitam a Via Láctea e que se destacam na parte inferior da imagem.

Alguns enxames globulares - grandes aglomerados com até milhões de estrelas mantidas juntas pela sua gravidade mútua - polvilham também os arredores do Plano Galáctico. Os enxames globulares, a população mais antiga de estrelas da Galáxia, situam-se principalmente num halo esférico que se estende até 100.000 anos-luz do centro da Via Láctea.

O enxame globular NGC 104 é facilmente visível na imagem, à esquerda imediata da Pequena Nuvem de Magalhães. Outros aglomerados fechados destacam-se na versão legendada da imagem.

Versão legendada do mapa de densidade estelar da Via Láctea.
Crédito: ESA/Gaia; reconhecimento: Edmund Serpell
(clique na imagem para ver versão maior)
 

Curiosamente, a maioria das estrelas brilhantes, visíveis a olho nu e que formam as constelações do céu, não estão contabilizadas na imagem porque são demasiado brilhantes para serem usadas pelo sistema de controlo do Gaia. Da mesma forma, a Galáxia de Andrómeda - o maior vizinho galáctico da Via Láctea - também não se destaca na imagem.

Contraintuitivamente, apesar do Gaia transportar uma câmara de milhares de milhões de pixéis, não é uma missão destinada a obter imagens do céu: está a fazer o maior e mais preciso mapa 3D da nossa Galáxia, fornecendo uma ferramenta crucial para o estudo da formação e evolução da Via Láctea.

Links:

Notícias relacionadas:
ESA (comunicado de imprensa)
The Space Reporter
Gizmodo

Via Láctea:
Núcleo de Astronomia do CCVAlg
Wikipedia
SEDS

Gaia:
ESA
ESA - 2
SPACEFLIGHT101
Wikipedia

 
TAMBÉM EM DESTAQUE
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ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS - Nuvens Coloridas Perto de Rho Ophiuchi
(clique na imagem para ver versão maior)
Crédito: Markus Noller (Deep-Sky-Images)
 
Porque é que o céu perto de Antares e Rho Ophiuchi é tão colorido? As cores resultam de uma mistura de objetos e processos. A poeira iluminada de frente pela luz estelar produz nebulosas de reflexão azuis. As nuvens de gás cujos átomos são excitados pela radiação ultravioleta produzem nebulosas de emissão vermelhas. As nuvens de poeira iluminadas por trás bloqueiam a luz estelar e, por isso, aparecem escuras. Antares, uma supergigante vermelha e uma das estrelas mais brilhantes do céu noturno, ilumina as nuvens amarelo-avermelhadas no centro inferior da imagem. Rho Ophiuchi situa-se no centro da nebulosa azul à esquerda. O distante enxame globular M4 é visível para cima e para a direita do centro. Estas nuvens estelares são ainda mais coloridas do que os seres humanos podem ver, emitindo radiação através do espectro eletromagnético.
 

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